20 Jogos Revolucionários do Mega Drive

24 de julho de 2020 0 Por Markus Norat

Por: Cosmão

O Mega Drive, juntamente com o Super Nintendo, protagonizaram uma das maiores batalhas entre consoles de videogame da história. Foi nos dois que nasceram alguns dos ícones que permeiam até hoje os lares e as vidas dos apaixonados por videogames. E, se outros não nasceram neles, foram, pelo menos, aperfeiçoados à ponto de se tornarem versões definitivas. Esse é o caso de Super Mario World e Super Metroid, no Super NES, que vieram do Nintendinho e ganharam versões tão robustas que se tornaram verdadeiras jóias não só do console, mas de toda aquela geração.

Com toda aquela disputa no ar, era óbvio que muitos defendiam o Super NES, enquanto outros estavam do lado da Sega e bradavam que o Mega Drive, apesar de inferior tecnologicamente, tinha títulos que rivalizavam com seu rival mais novo. É, o Super NES tem algumas vantagens técnicas sobre o Mega Drive, isso é indiscutível, mas daí a resumir o 16 bits da Sega à um reles console que ficou na sombra da Nintendo é uma exagero digno de risos.

O Mega Drive lutou bravamente e recebeu, entre seus petardos mais conhecidos, alguns jogos que, se não rivalizavam de frente com o Super NES, conseguiam ser superiores até! E é esse o assunto do especial tão aguardado (e prometido, desde os tempos daquele especial de 100 jogos do Super NES) sobre o nosso querido Mega Drive, aqui no Shugames!

A lista é composta por alguns dos jogos mais bacanas do console, sem ordem de preferência, mas que segue algumas regras pra não ficar igual à tantas outras por aí. Levei em consideração fatores que determinam o quão bonito é o game, além de demonstrar efeitos e ter visuais não muito comuns ao console na época, que batiam de frente com os carros chefes do 16 bits da Nintendo. Além disso, alguns jogos inovadores eu fiz questão de incluir para demonstrar a ousadia da Sega na época, que nem de longe é lembrada nos dias de hoje. Outra coisa, de praxe no Shugames, é sempre tentar incluir nessas listas jogos menos conhecidos, então, não espere ver por aqui a série Sonic, por exemplo. Apesar de ser um exemplo de bom visual, atrelado à jogabilidade fluida e tudo mais, citar Sonic em listas de jogos do Mega é muito comum. Espero que todos apreciem os 20 Jogos Revolucionários do Mega Drive!

Tivemos dois jogos quase na mesma época e quase com o mesmo nome, tanto no Super NES, quanto no Mega Drive. Enquanto a versão do SNES era focada no desenho animado que passava na época (e foi desenvolvida pela Konami) e saiu um ano antes, o jogo do Mega Drive, feita pela novata Clockwork Tortoise, era mais no estilo Contra de ser: Batman e Robin pouco precisavam usar seus chutes e socos, a coisa era resolvida na base de projéteis por toda a tela. Isso gerava um contorcionismo do chip gráfico do Mega, para manipular tanta coisa se mexendo, aliada ao visual embasbacante do jogo como um todo.

Ambos os jogos são ótimos no que se propõe, mas, falando da minha opinião, a versão do Mega foi a que mais extraiu do sistema no que diz respeito ao “poder” do mesmo. Muitos efeitos mostrados em Adventures of Batman & Robin do Mega Drive não são vistos com facilidade em jogos do Super NES, por exemplo. A própria velocidade do jogo é questionável no console da Nintendo, famoso por ter um chip mais lento que o do Mega Drive (blast processing, bitch).

———-

O SNES, sem sombra de dúvidas, recebeu um jogo que seria um clássico por gerações: The Legend of Zelda – A Link to the Past. Em contra partida, a Sega nunca teve um jogo similar ao Zelda para lançar em seus consoles. Beyond Oasis foi o que mais chegou perto disso, mas hoje resolvi citar Crusader of Centy que, pra mim, veio justamente para preencher essa lacuna. Ele realmente é bem parecido com seu inspirador, mas tem suas singularidades interessantes.

Crusader of Centy faz bastante uso de animais pro jogador conseguir avançar no jogo. Muitos puzzles são solucionados usando esses bichos, diferente de Zelda, onde acessórios são requeridos pra poder avançar. Talvez esse ar mais infantilizado tenha feito com que Crusader of Centy não tivesse o respeito merecido, mas ele figura como um importante jogo do Mega Drive, provando que, com dedicação e conhecimento, o console da Sega não devia nada à Nintendo na época.

———-

Comix Zone é mais um jogo da boa safra de jogos ousados lançados em 1995 pro Mega Drive. Feito por um estúdio interno da Sega (Sega Technical Institute, os mesmos criadores do lendário Kid Chameleon), o jogo abrange as aventuras de um desenhista de quadrinhos que foi tragado pra dentro da própria história. O jogo funciona como um beat’em up lateral, com grande destaque para o avanço e mecânicas adotadas, as quais os produtores fizeram questão de deixar o jogo com cara de história em quadrinhos realmente, com páginas virando ao se terminar fases, protagonista arrancando o papel de fundo para atacar, etc.

O jogo, apesar de curto, não é fácil. Saber administrar os recursos encontrados no jogo, como facas, bombas, poderes especiais e até o seu ratinho Roadkill são a chave para que Sketch Turner escape ileso de sua própria história e destrua o vilão que ele mesmo criou. Foi e é, certamente, um dos jogos mais criativos já feitos, sempre lembrado principalmente por quem conseguiu desfrutá-lo na época.

———-

Mickey Mania saiu para Super NES e Mega Drive (além de outros consoles posteriormente), mas é visível a diferença entre ambos. Enquanto que no Mega, detalhes visuais e sonoros afloram por todo lado, a versão do SNES parece que foi feita na correria, apenas pra provar que o 16 bits da Nintendo também possuía o jogo. Detalhes como a chuva no início do jogo, efeitos sonoros, fases descartadas e até presença de loading times na versão do SNES contribuíram para que, naquela época, a versão do Mega Drive se tornasse muito mais popular nas locadoras.

Mickey Mania está recheado de momentos marcantes, pelo menos pra mim, que joguei muito esse jogo na época. Desde a fase inicial, mostrando a origem do personagem, ainda em preto e branco, passando pelas cores que vão surgindo no cenário, os efeitos da torre girando enquanto descemos escadas, o casarão mal assombrado, aquele jardim enorme e muito colorido, a corrida do alce, etc. Até hoje o game é bem lembrado e muito querido, mesmo com versões superiores visualmente como no Playstation, a versão do Mega sempre é lembrada como a definitiva dos 16 bits.

———-

Misadventures of Flink saiu para diversos sistemas na época, como o Sega CD e Amiga CD, além dessa excelente versão para o Mega Drive. Em se tratando de diferenças, elas são mínimas entre as versões, o que é notadamente um mérito para o jogo do 16 bits da Sega, que carregou nas costas um game com um visual tão marcante como esse sem perder sua essência das versões em CD. O jogo é no melhor estilo plataforma, mas é quase que completamente obscuro, sendo conhecido principalmente por quem jogou a versão de Sega CD ou Amiga CD na época.

Dos mesmos criadores de FlinkAdventures of Lomax, para Playstation, serve quase como uma sequência ou, para alguns, como remake dessa versão para Mega Drive. O game segue quase o mesmo padrão, mas sendo muito mais bonito no visual e contando com algumas novidades como seguir para o fundo do cenário.

———-

Bloodlines figura nos consoles da Sega como o único Castlevania tradicional já lançado (o segundo foi Symphony of the Night, pro Sega Saturn). O jogo também carrega o título de primeiro Castlevania a não se focar totalmente no Castelo do Drácula ou na Transilvânia, sendo que sua exploração se dá por toda Europa. Nele escolhemos entre dois protagonistas, um deles inclusive, Eric Lecarde, só foi dar as caras denovo na continuação pro Nintendo DS, mas não de forma jogável.

O jogo é carregado na violência, com sangue e tripas pra todo lado já na fase introdutória. O que se segue é um espetáculo visual vasto, que preza pela variedade de cenários da Europa, não se fixando somente em salas do Castelo. Norris ou Lecarde percorrem planícies, aquedutos, cavernas e tantos outros cenários variados que fazem de Bloodline não somente um capítulo à parte, mas um jogo tão memorável quanto os clássicos pros sistemas da Nintendo.

———-

Alien Soldier é da Treasure, uma softhouse que foi muito parceira da Sega na época, produzindo um petardo atrás do outro pro Mega Drive e depois pro Sega Saturn. Em Alien Soldier, seu quinto jogo pro 16 bits da Sega, vemos muitos inimigos gigantes, animação extremamente fluida, um protagonista que usa diversos tipos de tiros diferentes e até a possibilidade de se escolher diversos formatos de HUD (indicador que mostra energia, arma selecionada, etc). Alien Soldier é um dos jogos mais bem feitos e bonitos do Mega Drive, mas pouca gente conseguiu aproveitar suas 25 fases, pois sua dificuldade é implacável!

O jogo é quase que inteiramente focado nas batalhas contra chefes, um mais diferente que o outro. Todos eles requerem uma forma de atacar, lacunas pra desviar de seus ataques, armas que facilitam a vitória etc. Cada um tem um jeito diferente de agir, o que obriga o jogador a aprender o game se quiser avançar e terminá-lo. Pros sortudos que conseguirem, o deleite visual das fases finais é o grande prêmio.

———-

Aladdin divide opiniões desde quando todo mundo conseguiu por a mão nas duas versões disponíveis: a versão do Super NES, feita pela Capcom, e a versão do Mega Drive, feita pela Virgin. Antes de mais nada: AMBAS as versões são ótimas, tanto no visual, quanto nos controles, quanto na dificuldade e design de fases. Só que notamos um capricho diferenciado justamente na versão do Mega Drive, o que faz esquentar as discussões pela internet acerca desses dois petardos dos 16 bits.

Acontece que a Virgin, na época, teve a participação de desenhistas oficiais da Disney enquanto programava a versão do Mega. Unindo isso ao design já proposto pelo time da Virgin, resultou num game tão bonito que não fica velho! Aladdin do Mega Drive é um deleite visual, parece realmente que estamos jogando um desenho animado, tamanha a fluidez da animação dos personagens, inimigos, da paleta de cores, etc. Sabemos que visual não é nada sem um bom controle, sem bons desafios coesos num jogo. E Aladdin conseguiu reunir tudo isso no Mega Drive.

———-

Lembro como se fosse ontem quando, após namorar por um bom tempo a capa do jogo, acabei por alugar esse Ecco the Dolphin. A primeira jogada, você fica meio receoso, afinal, controlar um simples golfinho não deve trazer muita adrenalina ou gerar aventuras inesquecíveis. Típico engano ao julgar o game pela capa: Ecco Tides of Time é um dos melhores e mais criativos jogos da biblioteca do Mega Drive.

Controlando Ecco, fazemos diversas missões, como abrir passagem pra uma baleia, levar um grupo de golfinhos de volta à uma parte reservada do oceano, destruir algum ser marinho maléfico, etc. Mas tudo é tão bem encaixado com o visual diferente e com a trilha sonora impecável que fica difícil de largar do jogo depois que se acostuma com seu jeitão diferente. Essa segunda versão em especial é mais variada que a primeira, não trazendo apenas fases no fundo do mar, como algumas coisas mirabolantes como túneis aquáticos flutuando e até um complexo labirinto cheio de caminhos tortuosos!

———-

Pit Fighter foi um marco dos jogos de luta no Mega Drive. Diferente da cagada que fizeram na versão do SNES, o port pro Mega Drive ficou perfeito, respeitando, claro, as proporções do console da Sega. Som, visual, jogabilidade, tudo foi transportado de modo a não se mudar nada ou quase nada da versão original. O resultado? O jogo explodiu em popularidade no console, se tornando facilmente um dos games mais lembrados do Mega e um dos mais queridos também.

Inclusive a dificuldade do game nos arcades foi mantida no Mega Drive: são 3 continues, sem vidas e sem possibilidade de regenerar a energia! Então, são praticamente 3 barras de vida pra passar o jogo INTEIRO, ou então é game-over na lata! Esse ainda é um dos jogos mais difíceis de ser terminado na raça, tudo por conta do bebezão, aquele marmanjo que parece estar de fraldas acorrentado no cenário, ô ódio desse cara…

———-

Se você gosta do clássico Space Harrier, com certeza vai se sentir em casa com Panorama Cotton. Mesmo com a Treasure arrancando sangue do processador do Mega Drive com jogos como Gunstar Heroes e Alien Soldier, a Sucess conseguiu uma façanha de criar um game em 3D com alguns efeitos que pareciam impossíveis de acontecer no Mega Drive. Infelizmente, Panorama Cotton é um jogo muito obscuro pro Mega Drive e hoje em dia vale uma fortuna um cartucho desses. Fico imaginando qual seria o estrago se esse jogo tivesse um mínimo de marketing na época e fosse lançado fora do Japão também.

O game funciona quase exatamente como Space Harrier: controlamos a bruxinha pelas costas, voando em sua vassoura enquanto desvia de obstáculos e atira em inimigos pelo caminho. A progressão gráfica do game é impressionante pros padrões do console, considerando que ele é inferior tecnologicamente ao SNES, fizeram um pequeno milagre.

———-

Essa foi uma das eras de ouro da Konami, quando ela soltava um clássico atrás do outro e com o Hard Corps não foi diferente. A versão do Mega Drive foi baseada unicamente em seu chip gráfico de alta velocidade, para simular um mundo em pleno caos, com explosões acontecendo na velocidade da luz. Quase todas as fases de Hard Corps levam essa temática nas costas, desde a introdução, cheia de adrenalina e com um chefe gigantesco, até as outras mais longínquas, onde efeitos de zoom in/out e massivo uso de modelos poligonais são comuns.

Apesar de Contra 3 do SNES ser um clássico absoluto da série, Hard Corps sempre é relacionado quando se mencionam os melhores jogos da franquia. E quase sempre ele é citado pela sua ação frenética, diferente da jogabilidade mais cadenciada (e puxada pro original de NES) da versão do Super Nintendo.

———-

Sempre fui fã dessa franquia, mas não cheguei a jogar o primeiro game dela. Comecei logo pelo segundo, quando vi na locadora a versão do Mega Drive. Anos depois, consegui experimentar a versão do Super Nintendo e, de cara, a primeira percepção é a velocidade reduzida do jogo, além da resolução nitidamente inferior à do Mega Drive. Além disso, alguns pormenores como diferenças gráficas (o retrato do carro no SNES é um quadradinho minúsculo) e no áudio (que funciona, como um todo, melhor no Mega Drive), fazem dessa a versão definitiva desse jogo.

Micro Machines ainda recebeu mais dois jogos depois desse, um para o Playstation e outro para o Playstation 2. Eu joguei e gostei muito de ambos, mas essa versão do Mega Drive pra mim ainda continua imbatível. São muitas fases, bem variadas, indo desde jardins, mesas, pias, salas até passando por praias e ruas.

———-

Fazer uma lista de jogos revolucionários do Mega Drive e não citar Gunstar Heroes seria um pecado sem tamanho. O clássico, desenvolvido pela Treasure, arranca suspiros de jogadores até hoje, mesmo após 22 anos do seu lançamento. No game controlamos um herói (ou dois) com a missão de derrotar um ser maléfico e recuperar as gemas do poder que foram roubadas com o intuito de dominar o mundo. Para a missão, nada além de voadoras, socos, cabeçadas, rasteiras e tiros, muitos tiros pra todo lado.

Diferente de Contra, em Gunstar nossos heróis tem barras de energia, que são contadas por números ao invés do tradicional hud presente na maioria dos jogos. As armas dos heróis, que são 4 no total, podem ser misturadas de duas em duas, originando 10 armas diferentes pra se usar, além das 4 normais. Somando isso à fases extremamente criativas, chefes gigantescos, uma trilha sonora respeitável e firulas visuais de deixar qualquer moleque na época babando, Gunstar Heroes deixou sua marca no tempo não somente como um jogo indispensável do Mega Drive, mas como um dos melhores jogos de todos os tempos.

———-

Se a sua praia é controlar poderosos mechas cheios de tiros especiais, Ranger-X (também conhecido como Ex-Ranza no Japão) é um prato cheio. Munido de um personagem que faz uso de diversas armas, jetpacks e possuindo uma espécie de moto que inclusive pode acoplá-la em si mesmo, o jogador terá que atravessar diversas fases atirando em tudo que vê e tentando à todo custo se manter vivo. O visual é um dos mais bonitos do Mega Drive, unindo sprites enormes, animação fluída e uma gama de cores que, na época, muita gente dizia que ultrapassou os limites do Mega Drive.

A dificuldade em Ranger-X também chama muito a atenção: não é um jogo nem um pouco fácil. Uma que sua mecânica de controle requer um bom tempo pra se aprender e outra que os inimigos em fases adiantadas são implacáveis. O próprio design de fases, mesmo no início que é um simples retão até cavernas cheias de túneis escondidos, com inimigos brotando de todos os lados, faz de tudo pra impedir o progresso do jogador, aumentando consideravelmente, fase a fase, a dificuldade em se vencer os desafios. Certamente, um jogo que todo fã do Mega Drive precisa ao menos experimentar!

———-

Esse é mais um jogo desenvolvido pela lendária Treasure. Diferente de Gunstar Heroes e Alien SoldierDynamite Headdy é um jogo mais puxado pro lado infantil da coisa. Nele controlamos Headdy, um bichinho (que parece uma formiga) capaz de mudar o formato de sua cabeça e, com isso, conseguir explorar cenários e vencer inimigos pra por um fim nos planos de um diabólico ser que pretende escravizar todos de Puppet Town.

Mesmo com esse ar mais infantil que as outras obras da Treasure, Dynamite Headdy é consegue ser um jogo ousado e criativo. As diversas formas para a cabeça de Headdy dão uma grande variedade na jogabilidade do game. O visual passa a impressão de que estamos vivenciando uma grande peça de teatro, com um cenário de fundo tão rico em informações que é difícil não prestar atenção nele durante a jogatina. Fora isso, a dificuldade do game é relativamente alta, típico jogo que não se pode julgar nem um pouco pela capa.

———-

Muita gente vê o Vectorman como resposta da Sega ao Donkey Kong Country, do Super NES. Tecnologicamente falando, isso pode até soar como verdade, mas, na minha opinião, ambos os jogos dividem tantas experiências únicas e diferentes que jogá-los no mesmo saco de comparações é um tanto quanto infantil e raso demais. Donkey Kong Country, com certeza, tem todo o mérito de figurar como um dos jogos mais importantes de todos os tempos, com um visual que deixa marmanjo da atualidade de queixo caído. Vectorman é um ótimo jogo de run & gun pro Mega Drive, mas nem de longe ele representou tanto pro console quanto a série da Rare no 16 bits da Nintendo. E nem por isso ele deveria deixar de ser reverenciado como um dos melhores games da época também.

Os maiores destaques de Vectorman vão pra, além do visual, pra criatividade dos criadores. A própria concepção do enredo e do personagem já é digna de palmas. O design de fases, unido ao vasto número de inimigos e tiros disponíveis, os controles precisos e dificuldade na medida, tornaram Vectorman uma espécie de ícone do console que, infelizmente, não alcançou o mesmo status na sequência e teve uma morte prematura. Tentaram ressuscitar a franquia no Playstation 2, mas, talvez por uma jogada do destino, foi melhor que ele continuasse reinando no Mega Drive.

———-

Light Crusader é mais uma cria da Treasure. Dessa vez, os produtores atacaram com um RPG de ação tradicional, com um cavaleiro controlável, calabouços, puzzles e tudo mais que um bom jogo desse estilo pedir. O game é recheado de quebra cabeças por todo canto, usando uma visão isométrica que, pasmem, não atrapalha em nada os controles, diferente dos problemas encontrados em outro jogo parecido com esse, Landstalker.

A história do jogo é bem interessante também, começando com uma simples investigação de sumiço de alguns moradores de um vilarejo e explodindo com reviravoltas e visitas à lugares enormes e cheios de bifurcações. Light Crusader, infelizmente, saiu meio tarde, quase no final da vida do Mega Drive e por isso não é tão conhecido. Mesmo assim, recebeu diversos elogios e figura como um dos jogos mais memoráveis do Mega Drive, provando que em termos de variedade, o 16 bits da Sega estava cheio!

———-

Jurassic Park divide uma história curiosa nos sistemas 16 bits mais famosos da época. Enquanto a primeira versão é um belo jogo de plataforma no Mega, no Super NES fizeram um jogo top view que também ficou legal, mas nem tanto. Já no segundo jogo, inverteram os estilos: top view no Mega com um dos visuais mais bonitos do console e um plataforma básico no Super NES. Em ambos os casos, é visível a qualidade superior no console da Sega. Em se tratando do primeiro game então, o negócio fica tenso pra versão do Super NES. O Mega Drive ainda recebeu uma versão logo após o original, chamada Jurassic Park Rampage Edition, que traz mais fases, animais e armas, mas não é dela que vamos falar hoje.

No primeiro Jurassic Park do Mega, controlamos tanto o arqueólogo Dr. Alan Grant quanto um Velociraptor, seguindo caminhos diferentes entre ambos. Apesar do caminho do Velociraptor nos entregar apenas 5 fases, é bem interessante ter essa opção de jogo bem implementada, afinal, isso só agrega variedade ao título. Com Dr. Grant, a jogabilidade é o tradicional pulo e tiro, com muitas fugas de dinossauros, perigos e uma dificuldade acima da média. Até hoje é um dos jogos mais reverenciados do console.

———-

World of Illusion foi uma grata surpresa no Mega Drive. Quando todos acharam que a série Illusion tinha terminado no ótimo Land of Illusion, do Master System, a dobradinha Sega/Disney lançam no mesmo ano um dos jogos que mais recebeu elogios na época: World of Illusion, estrelando Pato Donald e Mickey Mouse. Unir Donald, um personagem marcante tanto nos desenhos quanto nos games pro Mega Drive e Master System, com Mickey, outro ícone de uma época, astro principal do clássico Castle of Illusion, num game de plataforma foi uma idéia, ao mesmo tempo, arriscada, genial e intimidadora. Arriscada pois, se o game não atingisse as expectativas, estaria ali enterrada qualquer possibilidade de novos games envolvendo a dupla. Genial, pois tudo saiu como deveria, o jogo é um dos mais bonitos não só do Mega Drive, mas de toda uma geração de videogames e intimidadora porque obrigou a Nintendo com a Capcom a se mexerem, nascendo disso outro jogo lendário, Mickey to Donald Magical Adventure 3, mas isso é assunto pra outro post futuramente.

World of Illusion segue a cartilha dos jogos de plataforma da época, mas com algumas diferenças interessantes. Para despachar os inimigos (que geralmente são transformados em outros seres inofensivos), Mickey e Donald usam uma capa mágica, não precisando pular sobre os inimigos (ou, como no caso do Castle of Illusion, usar a bunda pra sentar nos inimigos). Além disso, o game pode ser jogado tanto com Mickey sozinho, Donald sozinho ou com ambos, num multiplayer bem divertido. Nos três modos existem fases exclusivas tanto pro Mickey, pro Donald e para ambos, o que aumenta muito o fator replay do jogo. Com certeza, um jogo imperdível pra qualquer idade, seja na época ou seja nos dias atuais!

E com esse grandioso game eu encerro esse especial, que demorou para ser feito, mas está aí, registrado no Revolution Arena! Espero que todos tenham gostado e apreciado o quão poderosa foi essa época dos 16 bits, quantos jogos lendários, que arrastaram os processadores de ambos os ícones dessa geração (Mega Drive e Super NES) ao limite. Esse compilado de jogos apresentados na matéria, foi só um gostinho do que existe do bom e do melhor no Sega Mega Drive, e que muita gente pouco fala ou simplesmente não conhece.

Deixe o seu comentário abaixo (via Facebook):