Xbox 360 vs PlayStation 3: qual adquirir em 2023?
15 de fevereiro de 2023Introdução
Estamos no início de 2023, e o sonho de muitos, me incluindo, é adquirir um PlayStation 5 (nada menos do que o modelo com leitor), que hoje custa cerca de R$ 4500 em lojas de renome. Contudo, há alguns anos tenho a vontade de me aventurar no verdes campos, por assim dizer. Meu primeiro PlayStation foi o original, e sempre joguei nas plataformas da Sony desde que me conheço por gente. Recentemente, adquiri dois Xbox 360, um “Super Slim” bloqueado, assim como um “Slim” desbloqueado, para complementar a minha coleção de consoles. Como você deve ter notado, não estou incluindo o (Nintendo) Wii, uma vez que não possuo propriedade para comentar acerca do aparelho. Gostaria de abordar, no decorrer deste artigo, se realmente compensa investir em um console da sétima geração, assim por qual das plataformas, PlayStation 3 ou Xbox 360, optar. O artigo será um pouco longo, mas isso pois pretendemos abordar todos os pontos com o máximo de detalhes possível. Enfim, vamos ao que interessa.
Por que adquirir um console de sétima geração?
Comum a ambos: primeiramente, acessibilidade. Estou me baseando nos preços praticados na minha região, mas podemos dizer que hoje um Xbox 360 usado custa cerca de R$ 400 – foi o tanto que paguei por cada um dos meus, mas de uma loja local, com garantia de 3 meses e acessórios. Um PlayStation 3 usado, por conta da maior procura, custa um pouco mais caro, na faixa de R$ 600. Se procurarmos com vontade, um Xbox One usado pode ser encontrado por R$ 1200, e um PlayStation 4 um pouco acima, nos R$ 1500. Ambos são consoles da geração passada, e não precisamos mencionar os preços de um console da geração atual. Para quem não dispõe de recursos para adentrar a nova geração, um console de sétima pode render muita diversão a um preço muito menor.
PlayStation 3: há muitos motivos pelos quais damos preferência a uma plataforma sobre a outra mas, se você engajar alguém em uma fervorosa discussão, em algum momento são mencionados os exclusivos. Sim, PlayStation 3 foi o patinho feio da Sony, oferecendo uma arquitetura horrível de se programar. Por conta de sua forte presença no Japão e estadia mais longínqua no mercado em relação à Microsoft, o console foi contemplado com uma gama de jogos exclusivos, ocidentais e japoneses, maior do que o adversário à altura. Internet a fora, existem diversas listas e relações de jogos que receberam remasters para plataformas mais recentes, assim como os que permanecem exclusivos até hoje, como esta. Para garantir que não há para onde correr, até hoje não existe qualquer meio oficial de jogar os jogos de PlayStation 3 em outro console além dele mesmo, via retrocompatibilidade.
Xbox 360: ao contrário da Sony, é seguro dizer que a Microsoft preza por seu legado (assim como o de desenvolvedores), e oferece muitos jogos, não apenas de Xbox 360 como também do Xbox original, sob a etiqueta “Games on Demand”, estes que também ser reproduzidos em aparelhos mais recentes, como Xbox One e Xbox Series. Embora não seja com tanta frequência, em relação aos mais recentes, os jogos de Xbox 360 recebem descontos digitalmente. De todo modo, nem todos os jogos estão sendo oferecidos como Games on Demand, e muitas listas podem ser encontradas online apresentando a relação [1][2].
Conclusão: indiscutivelmente, há diversos motivos, além dos citados, para se estar adquirindo um console de sétima geração. A seguir, estaremos comparando todos os fatores relevantes a ambos os consoles, a fim de determinar qual deles vale mais a pena em relação ao outro, já que dinheiro não cresce em árvore, não é mesmo? Após ressaltar todos os pontos, esperamos chegar a uma conclusão ao término do artigo.
Desbloqueio (acesso a alternativos e homebrew)
Dentro do contexto brasileiro, infelizmente não é possível conceber uma lista de fatores sem levar em consideração a facilidade de poder reproduzir jogos paralelos ou baixados da Internet. E, convenhamos, por se tratar de duas plataformas descontinuadas, nenhuma desenvolvedora ou editora sairá ganhando caso você adquira uma cópia usada, o que já compõe 99% do cenário de ambas as plataformas hoje. Jogos digitais de PlayStation 3 possuem preços base astronômicos e, desde 2019 não recebem promoção. Inclusive, a PlayStation Store da plataforma esteve à beira de ser fechada uma vez. Por outro lado, jogos digitais de Xbox 360 ainda entram em promoção, mas os poucos que recebem desconto não representam 1% da biblioteca da plataforma. Por questões legais (e morais), não temos a intenção ensiná-lo a desbloquear seu console, apenas relevar alguns fatos.
PlayStation 3: qualquer modelo do console (FAT, Slim ou Super Slim), independentemente da revisão, pode ser desbloqueado em cinco minutos com HEN, um softmod que atende à demanda da maioria dos usuários que deseja reproduzir jogos baixados da Internet ou homebrews. De fato, não há qualquer vantagem em correr atrás de um modelo com suporte a CFW, que apesar de mais estável, aumenta as chances de ter sua conta e console banidos.
Xbox 360: é necessário sobrescrever o firmware original do drive de DVD do console. Para isso, é necessária a remoção física do componente, assim como dispor de diversos softwares, e muita paciência. Dependendo do modelo do drive, é necessário fazer uso de equipamentos específicos (nada baratos). Fazendo isso, você terá LT 3.0 ou LTU instalado, o que concede a liberdade de reproduzir jogos gravados. Embora esse tipo de desbloqueio seja mais seguro em relação à alternativa, não é possível rodar DLCs ou jogos arcade. Outra alternativa é o desbloqueio por JTAG ou RGH, que permite instalar quaisquer jogos no disco rígido, por meio de FTP, além de DLCs e títulos da linha arcade. Isso exige a soldagem de um chip físico na placa-mãe, um procedimento que deve ser feito por uma pessoa capacitada. Além disso, desbloqueio por chip é banimento certo caso se conecte à Xbox Live sem o uso de stealth server. Particularmente, utilizo stealth server e mesmo assim a minha conta foi bloqueada temporariamente.
Conclusão: PlayStation 3 é o vencedor. Caso você tenha sorte, conseguirá encontrar alguém anunciando um Xbox 360 desbloqueado a preço de bloqueado (melhor ainda se for com JTAG/RGH), mas não conte muito com isso. O console da Sony pode ser facilmente desbloqueado, não importa o modelo, e é completamente seguro se conectar à PSN com o softmod ativo, ao contrário do Xbox 360, uma vez que você pode desinstalar HEN (instalando o update oficial por cima), desativá-lo (reiniciando) ou mascará-lo (com funções embutidas) em um piscar de olhos.
Vencedor: PlayStation 3
Cópias originais (disponibilidade digital e física)
É claro que você não precisa se obrigar a jogar com a consciência pesada! Embora as plataformas hoje sejam praticamente retrô, há meios de adquirir jogos originais, por mais que os métodos sejam divergentes.
PlayStation 3: a menos que você absolutamente não se importe com seu dinheiro, esqueça adquirir jogos digitais na PlayStation Store. Já que a recepção do público perante o anúncio de fechamento da loja digital, em 2021, não foi nem um pouco positiva, a Sony reiterou sua decisão de encerrar as operações da loja exclusiva ao console [1], que conta com diversos títulos disponíveis apenas por lá, como os clássicos de PSOne e PS2. Entretanto, não é possível adquirir títulos para a plataforma a partir do navegador desde então, limitando-nos a acessar a loja digital a partir do aplicativo embutido, nada otimizado, por sinal. Além disso, os preços bases foram severamente acrescidos, e os jogos da plataforma não vêem uma promoção há anos. Concluindo, não compensa comprar jogos digitais para PS3. E não, os anúncios que você vê no Mercado Livre e Shopee não contam, pois são meramente contas alugadas, o que infringe completamente os termos de uso de qualquer plataforma. Alugar uma conta não é o mesmo que pagar por uma licença. Ninguém que deveria ser beneficiado é beneficiado, exceto pela pessoa que está alugando as contas.
Os jogos físicos de PS3, por outro lado, podem ser encontrados facilmente em lojas físicas, marketplace do Facebook, Shopee, OLX entre outros, a preços módicos em grandes quantidades. É claro que estamos falando de jogos mainstream, como Call of Duty, Grand Theft Auto etc. Títulos mais obscuros, como Shadows of the Damned, Lollipop Chainsaw, Cross Edge entre outros são bem difíceis de adquirir, desde o início da pandemia.
Xbox 360: por conta, especialmente, da iniciativa “Games on Demand” da Microsoft, você consegue adquirir alguns títulos digitais de forma legal na Xbox Marketplace, comumente entrando em promoção. Pessoalmente, acompanho o site Promoção Games para saber quais jogos de X360 entraram em promoção. Infelizmente, os jogos digitais que ainda entram em promoção representam um pequeno fragmento da biblioteca integral da plataforma. Por exemplo, Eternal Sonata se trata de um jogo disc-only, não sendo possível adquiri-lo em formato digital. Deadly Premonition está disponível no marketplace, mas apenas na região americana. Outros que se encontram disponíveis nesse formato serão removidos de venda digital em breve, como Jet Set Radio. E por assim vai.
Os jogos físicos de X360, por conta da pirataria que tomou conta da plataforma, em proporções muito maiores do que o concorrente, são extremamente escassos, e caros, mesmo os títulos mainstream. Com base na minha experiência, os jogos de X360 que consigo encontrar estão geralmente em péssimo estado de conservação, e isso se deve pela mídia da plataforma, DVD. DVDs são muito, mas muito fáceis de riscar, ao contrário de discos Blu-ray. Embora geralmente isso não comprometa a reprodução do disco, não é legal manter uma cópia danificada em sua coleção, não é mesmo?
Conclusão: se atenha ao PS3 caso você queira montar uma coleção de jogos físicos, e opte pelo X360 caso queira desfrutar de alguns títulos digitais em promoção. Contudo, dificilmente você conseguirá jogar tudo o que deseja no X360 sem recorrer a alguma forma de pirataria. Como a movimentação de cópias usadas não beneficia direta ou indiretamente desenvolvedores e demais partes interessadas, declaramos um empate técnico, atribuindo um ponto imaginário a cada plataforma.
Empate
Performance (técnica e visual)
Tão importante quanto os demais fatores julgo ser o desempenho oferecido por ambas as plataformas. Para quem está por dentro da cena dos dois consoles desde seus primórdios está ciente de que pode haver uma grande divergência entre a performance de um mesmo jogo sendo reproduzido entre um console e o outro. Isso deve à arquitetura própria do processador IBM do PlayStation 3, nada amigável a programadores, especialmente os ocidentais, visto que os documentos pertinentes estavam disponíveis em japonês. Além disso, era mais fácil (embora continuava sendo difícil) criar um jogo do zero para o PS3 do que portá-lo de outra plataforma, como PC ou X360. Por isso, se os desenvolvedores planejavam lançar um jogo para o PS3, preferivelmente deveriam optar por criar o jogo com base nesse console como primário, o que não abria margem para muita criatividade.
Seguem algumas especificações de ambos:
PlayStation 3 | Xbox 360 |
Processador Cell de 3.2 GHz | Processador Xenon de 3.2 GHz |
7 núcleos single-thread (+ 1 de backup) | 3 núcleos dual-thread (3 físicos, 3 virtuais) |
Máximo de 230 Gigaflops | Máximo de 77 Gigaflops |
256 MB GDDR3 de VRAM | Até 512 MB GDDR3 de VRAM* |
256 MB XDR de RAM | Até 512 MB GDDR3 de RAM* |
*No Xbox 360, a memória gráfica e memória do sistema são compartilhadas.
Assumindo que o jogo seja programado de forma a usufruir do potencial máximo do Cell, o PlayStation 3 demonstrará a melhor performance e gráfico possível. Isso se reflete em diversos títulos first-party da plataforma, como The Last of Us, Gran Turismo 6, Metal Gear Solid 4 entre outros, que fazem excelente uso dos recursos disponíveis do sistema. Infelizmente, só conseguimos notar o mesmo nível de qualidade em jogos provindos de desenvolvedores third-party próximo ao fim do ciclo do PS3, em títulos como Alien Isolation, Okami HD, Tomb Raider, Ni no Kuni etc. Até que os desenvolvedores finalmente se familiarizaram com o sistema, seu sucessor já estava batendo à porta.
Por conta disso, a maioria (é seguro dizer que em torno de 80%) dos títulos não apenas apresenta melhor performance técnica no console da Microsoft, como também exibe uma melhor qualidade de imagem. Podemos citar Silent Hill: Downpour, cuja análise foi recentemente publicada no site, Red Dead Redemption, Call of Duty 3 etc. Há casos extremos como Bayonetta, cuja performance entre os sistemas é muito diferente. Claro que há alguns raríssimos casos em que os jogos desempenham melhor no aparelho da Sony, como The Elder Scrolls IV: Oblivion, Final Fantasy XIII, Batman Arkham entre outros, mas esses representam uma quantia muito pequena da ampla variedade de jogos comuns a ambas as plataformas.
Conclusão: se você pretende adquirir um Xbox 360 ou PlayStation 3 para desfrutar dos jogos da sétima plataforma, no geral, desconsiderando os exclusivos disponíveis apenas no console da Sony, um X360 apresenta demasiada vantagem sobre o PS3. Isso se deve à arquitetura mais amigável a programadores, ao passo que a Sony estendeu a tradição de proporcionar uma plataforma complicada aos seus parceiros criadores de conteúdo, que elogiaram o potencial do Cell, mas criticaram sua usabilidade. Em 80% dos títulos comuns a ambos, a resolução de imagem será maior no Xbox 360, e a performance mais estável. Por fim, algo que pesa muito a favor do X360 é a capacidade de instalar todos os jogos no disco rígido, diminuindo assim os tempos de loading. Nem todos os jogos de PS3 podem ser instalados, mesmo que fosse da vontade do usuário.
Vencedor: Xbox 360
Exclusivos (títulos indisponíveis no concorrente)
Esse é um assunto muito delicado de se abordar, mas precisa ser adereçado. Embora estejamos analisando ambas as bibliotecas de exclusivos sob o contexto de 2023, agora que muitos (embora não todos) exclusivos foram remasterizados e estão disponíveis em plataformas mais modernas, precisamos levar em consideração que a maioria das pessoas a adquirir um console da sétima geração o está fazendo pois não pode arcar com o custo de um console de oitava, muito menos da nona, a atual. Ao mesmo tempo, uma parcela dos potenciais donos de um console mais antigo já dispõe de um dito console da nova geração e cogita adquirir um PS3 por conta de não haver um meio oficial de reproduzir jogos do console sem recorrer a emulação ou streaming (PS Now). Embora não haja uma lista definitiva de exclusivos de ambos, muitas relações estão disponíveis online [1][2][3]. Em todo caso, a nossa comparação busca ser feita da forma mais imparcial possível.
PlayStation 3: notoriamente, PlayStation sempre foi sinônimo de jogos exclusivos. Isso se deve pela preferência que os japoneses têm por produtos e marcas originados em seu país, além do envolvimento de criadores ocidentais, de estúdios first-party, na concepção da ampla biblioteca de exclusivos. PS3 recebeu muitos exclusivos first-party de peso de gêneros variados, tais como Gran Turismo 5/6 (corrida, simulação), Metal Gear Solid 4 (stealth), Ratchet & Clank (plataforma), Uncharted (ação, aventura), God of War (hack ‘n’ slash), Resistance (shooter em primeira pessoa), Demon’s Souls (RPG de ação), Twisted Metal (combate veicular) entre outros. Por conta da preferência do público japonês pela marca de seu país, a plataforma recebeu diversos títulos exclusivos como Valkyria Chronicles (RPG de estratégia), YAKUZA (beat ’em up), Disgaea (RPG de estratégia), Ni no Kuni (RPG de ação) e outros títulos mais obscuros como Hyperdimension Neptunia (RPG de turnos). Enfim, de forma intencional e não intencional, a biblioteca de jogos do PlayStation 3 é muito ampla e variada. Supondo que alguém seja obrigado a jogar apenas os exclusivos de determinada plataforma, o PS3 possui jogos de todos os gêneros, de extrema qualidade.
Xbox 360: o queridinho da Microsoft não vive apenas de Forza (corrida), Gears of War (shooter em terceira pessoa) e Halo (shooter em primeira pessoa) mas, se desconsideramos esses três nomes, não há de fato uma ampla variedade de exclusivos first party. Curiosamente, de forma similar ao PS3, o X360 recebeu alguns exclusivos japoneses, como a franquia DoDonpachi (bullet hell), visual novels da Mages., como o remake de Ever17 (melhor VN que já li), Steins;Gate, Chaos;Head etc, The Idolm@ster (gerenciamento de idols), mas estes foram lançados apenas no Japão e o único idioma suportado é o japonês. Entre jogos originados no Japão com suporte ao idioma inglês podemos mencionar Lost Odyssey (RPG de turnos), Blue Dragon (RPG de turnos), Deadly Premonition (ação, aventura), Beautiful Katamari (ação, puzzle), Tales of Vesperia (RPG de ação) entre outros nomes. Se considerarmos os exclusivos que fazem uso do acessório do console (Kinect), o X360 dispõe de muito mais jogos do que o PS3 (Move). Um caso interessante é o de The Witcher 2 (combate, ação) lançado apenas para X360 sob alegação da desenvolvedora de que um port para PS3 “demoraria demais” e por isso descartado.
Conclusão: a biblioteca de exclusivos do Xbox 360, considerando jogos originados de todos os lugares, é muito rica em jogos de qualidade, mas empalidece em relação à biblioteca do PlayStation 3, que recebeu, voluntária e involuntariamente, muitos títulos japoneses que agregaram muito à ampla variedade de títulos jogáveis apenas neste sistema. Além disso, os jogos de PS3 podem ser reproduzidos hoje apenas por emulação ou streaming (PS Now), ao contrário do X360 cuja biblioteca (parcial) pode ser reproduzida no Xbox One e posteriores.
Vencedor: PlayStation 3
Online (serviços)
Xbox 360: a capacidade de jogar online foi um dos pilares do Xbox original, com o qual a Microsoft introduziu a Xbox Live, em 15 de novembro de 2002, permitindo a jogadores que se conectassem entre si, além de poder baixar conteúdo disponível para download (DLC). No entanto, a capacidade de jogar online estava sujeita a uma assinatura do serviço que hoje conhecemos como Xbox Live Gold. Com o Xbox 360, a Microsoft introduziu novos recursos à sua plataforma online, tais como conquistas, permitindo a jogadores desbloquear recompensas virtuais com base em seus feitos in-game. Dentro da Xbox Live, há um uma sub-loja chamada Xbox Live Arcade, onde concentram-se os jogos disponíveis apenas de forma digital. Também havia o Xbox Live Indie Games, escondido sob diversas opções dentro da loja embutida, para dar destaque aos jogos indie, que fora descontinuado.
PlayStation 3: a Sony não quis ser deixada para trás e, em 11 de novembro de 2006, lançou a PlayStation Network, junto ao inédito PS3, concedendo acesso multiplayer aos jogadores com base em conexão à Internet. Diferentemente da Xbox Live, não era necessário assinar o serviço PlayStation Plus, introduzido apenas em 2010. Desta forma, até hoje você pode jogar online no PS3 de forma completamente gratuita, bastando ser capaz de conectar-se à PlayStation Network. Um aquém do PS3 em relação ao X360 a tardia introdução dos troféus à plataforma, (em 2009), e por conta disso muitos jogos têm conquistas, mas não troféus [1][2].
Conclusão: há algumas diferenças que acometem as especificações dos consoles, como suporte a rede Gigabit (1000 Mbps) por cabo de rede no PS3, enquanto o X360 está limitado a 100 Mbps. Por outro lado, o X360 conta com suporte a protocolo mais atualizado para redes sem fio. O fator que mais pesa é o fato de o multiplayer online no PS3, até hoje, ser completamente gratuito, enquanto é necessário assinar a Xbox Live Gold para jogar online no X360. Existe um método alternativo para usufruir dessa característica da XLG, que consiste em conectar-se à rede com stealth servers. Contudo, a sua conta está passível a banimento.
Vencedor: PlayStation 3
Controlador (gamepad)
A ponte entre nós e o console é, obviamente, o gamepad! Ou controle, como alguns chamam, embora tecnicamente o termo correto é controlador, uma vez que controle é o que o acessório nos proporciona, mas, enfim…
PlayStation 3: de fábrica, o PS3 veio acompanhado do pobre Sixaxis. Pobre, pois nasceu desprovido de vibração (rumble). DualShock 3 é a iteração da Sony sobre o DualShock para a sétima geração. Mas, convenhamos, do DualShock (1) ao DualShock 3, as mudanças são negligenciáveis. Os botões são posicionados nos mesmos lugares, os analógicos com pouco tempo de uso ficam “raspados”, gerando uma sensação áspera ao girar, e o gamepad em si é muito leve. O único ponto positivo é a inclusão de uma bateria, que pode durar por um longo período de tempo, e não leva muito tempo para carregar. A comunicação entre o gamepad e o console é feita por Bluetooth, o que concede ao console a habilidade de se conectar a outros dispositivos que suportem esse protocolo de conexão, como fones de ouvido. A sensibilidade baseada em pressão, disponível desde o DualShock 2, segue presente, embora não seja utilizada em muitos jogos (podendo citar Metal Gear Solid, Gran Turismo 5 etc). Não há muito o que falar de mau sobre o gamepad, mas também não há muito o que falar de bom, já que é mais do mesmo. O diferencial da plataforma é o PlayStation Move, que fornece mais liberdade para jogar de forma interativa.
Xbox 360: o gamepad do X360 sofreu uma enorme evolução, em relação ao acessório do Xbox original. Embora nunca tive contato com o modelo original, visivelmente o novo possibilita melhor ergonomia. Os gatilhos provêm uma melhor sensação ao pressioná-los, e os analógicos foram inteligentemente posicionados. Dizem que o DualShock 3 é melhor para jogos de luta mas, como não gosto de jogos do gênero, posso dizer que para mim o gamepad do X360 é melhor para todos os usos e propósitos. A comunicação entre o console e o gamepad é feita por um padrão proprietário de conexão sem fio, infelizmente, o que impossibilita de utilizarmos o controlador do Xbox One, ou de qualquer outro console, no Xbox 360. A alimentação é feita por pilhas, que duram por um longo tempo, mesmo as descarregáveis.
Conclusão: a preferência por um acessório ou outro fica à mercê do julgamento de cada um. Para mim, no entanto, gamepad do Xbox 360 (que, aliás, nem nome próprio tem) é muito mais ergonômico e confortável para a maioria dos jogos. O que não podemos desconsiderar nessa comparação é que a comunicação entre o PS3 e DualShock 3 ocorre por meio de Bluetooth, o que nos permite utilizar controladores de outros sistemas, com ou sem uso adaptador (ao exemplo do DualShock 4 e DualSense), o que nos abre margem para muita criatividade. Podemos inclusive utilizar o gamepad do próprio X360 no PS3, se assim desejarmos (e dispusermos de um adaptador, como Mayflash Magic). Todos os pontos considerados, tecnicamente temos um empate.
Empate
Armazenamento (disco rígido e leitor)
PlayStation 3: a porta SATA interna do console é compatível com a versão SATA1, o que limita as taxas de transferência (leitura e escrita) a 188 MB/s. A capacidade máxima de um disco rígido compatível com PS3, oficialmente, é de 1 TB. Embora a versão SATA seja tão defasada, compensa instalar um SSD, que não vibra, não aquece e apresenta menores tempos de acesso do que um HDD. O firmware do console pode ser instalado em qualquer disco rígido de notebook 2.5″, independentemente da marca, o que é um grande plus. Um contra do aparelho é a inclusão de apenas duas portas USB frontais, um número risível para um aparelho concebido para ser uma central multimídia. Apenas o modelo original de lançamento veio munido com quatro portas USB frontais. Fazer uso de hub USB não ameniza essa limitação, visto que as quatro portas juntas não irão transferir mais dados do que apenas uma (partindo do console) permite.
PS3 acompanha um leitor interno de discos Blu-ray. Discos Blu-ray oferecem uma capacidade de armazenamento muito superior aos padrões utilizados até então, além de serem menos suscetíveis a riscos e deterioração causada pelo tempo. Além de discos BD, reproduz DVDs e CDs.
Xbox 360: similarmente, a porta SATA interna está limitada ao padrão SATA1, o que pode restringir expressivamente o potencial completo de um SSD instalado no console. O aparelho não é compatível com qualquer disco rígido, sendo necessário instalar um modelo proprietário da Microsoft. Apenas os consoles desbloqueados com JTAG ou RGH suportam qualquer disco rígido de 2.5″ sem precisar flashear o disco rígido a fim de convencer o console de que se trata de um componente original sendo instalado. Contrário ao PS3, o X360, dependendo do modelo, pode vir de fábrica com quatro a cinco portas USB, o que é uma enorme vantagem. É possível instalar jogos em pendrives e discos rígidos externos, mas nem todo conteúdo pode ser instalado fora do HDD interno.
X360 acompanha um leitor de DVD, o que o limita a, obviamente, reproduzir DVDs, assim como CDs. Jogos com muito conteúdo a instalar podem vir acompanhados de dois ou mais discos. Ademais, DVDs são mais suscetíveis a riscos e degradação com o tempo de uso.
Conclusão: se por um lado estamos limitados pela quantidade de portas USB do PS3 (apenas duas), o X360 não permite a instalação de qualquer disco rígido de 2.5″ sem recorrer a métodos alternativos e arriscados disponíveis na Internet. Assumindo que você utilize as portas USB apenas para carregar os gamepads, a quantidade disponível nativamente é suficiente, e por isso o PS3 leva vantagem no quesito armazenamento.
Vencedor: PlayStation 3
Longevidade (hardware e software)
Por último, mas não menos importante, qual console durá mais? Qual será menos custoso para reparar caso venha a dar problema? Honestamente, não sei lhe dizer, uma vez que apenas um técnico com experiência em consertos teria propriedade para comentar a respeito. No entanto, é possível palpitar acerca de certos fatores…
PlayStation 3: por mais que a Sony tenha revertido a decisão de fechar a PlayStation Store, em 2021, é mera questão de tempo até que os recursos online do console sejam encerrados definitivamente. Não é possível comprar títulos para o console a partir do site acessível pelo navegador, como antigamente, e os mesmos não entram mais em promoção há anos. No decorrer dos anos, notei diversos consoles (dos modelos Slim e Super Slim), apresentando o mesmo problema no módulo WiFi/Bluetooth, o que impede o console de atualizar o firmware, preso a um loop. Esse problema não se faz tão presente nos modelos FAT e primeiros Slim, cujo módulo pode ser removido. Ademais, vejo alguns modelos de lançamento ainda disponíveis no mercado, e funcionais, o que diz muito a respeito de sua qualidade de construção.
Xbox 360: aos poucos, os títulos digitais de X360 estão sendo removidos da loja exclusiva ao console, o que não afeta aqueles lançados sob a iniciativa Games on Demand. De toda forma, você ainda pode adquirir jogos para o console a partir do navegador de Internet no computador, os quais ainda entram em promoção. Muitos modelos iniciais foram acometidos pelo “Red Ring of Death”, prematuramente inutilizando diversos aparelhos. É por esse motivo que hoje não se vê tantos modelos de lançamento funcionais, ao contrário do PS3. Os modelos Slim e Super Slim sobreaquecem menos do que um PS3 de modelos equivalentes, além de consumirem menos energia elétrica.
Conclusão: em termos de serviços (acesso online e loja digital), o PS3 nos dá indícios de que nos deixará mais brevemente do que o X360, o que nos impossibilitará de fazer download dos títulos adquiridos na PlayStation Store. Não é possível adquirir seus jogos pelo site, os quais não entram em promoção. Como o acesso ao multiplayer online no X360 está sujeito a uma assinatura de serviço, é menos provável que a Microsoft corte seus recursos online tão cedo. No que tange ao hardware, nenhum dos dois é mais duradouro do que o outro, sendo equivalentemente caros de reparar. Levando-se em consideração todos os pontos, o X360 se sobressai com pouca margem.
Vencedor: Xbox 360
Veredito
Xbox 360 é um excelente aparelho que você deve cogitar adicionar eventualmente à sua coleção, a fim de amplificar as possibilidades disponíveis. Os jogos rodarão de forma mais satisfatória em relação ao concorrente, seu gamepad é melhor e a Microsoft preza mais pelos seus usuários do que a Sony. No entanto, como o Xbox One suporta grande maioria dos jogos por meio de retrocompatibilidade, é redundante adquirir um X360 em 2023, sendo mais interessante economizar para adquirir um console mais recente.
PlayStation 3, por outro lado, ainda conta com uma vasta biblioteca de títulos obscuros e exclusivos, é severamente mais fácil de desbloquear por software (independentemente do modelo), suporta qualquer modelo de disco rígido interno de 2.5″, permite jogar online de forma oficialmente gratuita, além de seus jogos físicos estarem disponíveis no mercado a preços módicos (apenas mainstream) e em melhor estado de conservação. Seu gamepad é extremamente obsoleto, mas há margem para utilizar outros, de forma oficial ou não. Por conta de nenhum sucessor seu ser capaz de reproduzir seus títulos, os jogos de PS3 estão presos à plataforma. Adicionalmente, você pode, inclusive, rodar jogos de PS1 em qualquer PS3, e os de PS2 caso disponha do modelo original de lançamento.
Vencedor: PlayStation 3
Imagens quebradas substituídas pelas disponíveis no site do autor.
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