As joias ocultas do Super Famicom

14 de novembro de 2020 0 Por Markus Norat

Por: Cosmão

Super Famicom (Super Famicom é o nome da versão japonesa do console de 16 bits da Nintendo, que foi lançado no Brasil, Estados Unidos e Europa com o nome de Super Nintendo). Uma plataforma repleta de joias ocultas, jogos que tiveram pouco acesso, verdadeiros tesouros enterrados na terra do sol nascente e que jamais viram ou verão este lado do mundo por meios oficiais. Claro, devemos muito aos tradutores independentes por poder jogar maravilhas como Bahamut Lagoon, mas, ainda existem muitos jogos excelentes exclusivos pra quem entende japonês apenas.

E, nesta primeira parte deste especial, quero destacar 7 desses jogos. Muitos deles sem a menor chance, sobretudo nos dias de hoje, de receber uma tradução oficial ou por fãs. Muitos desses jogos são verdadeiras preciosidades, ainda encobertas, cheias de mistérios e que ainda teremos que aguardar um bom tempo pra poder entender e jogar de acordo (pelo menos as pessoas que não entendem o idioma japonês!).

Com vocês, as Joias Ocultas do Super Famicom, parte 01!

7 – Esparks: Ijikuu kara no Raihousha

Ano: 1995
Status: exclusivo no Japão

Funcionando num estilo muito parecido com The Legend of Zelda A Link to the Past (tipo, muito mesmo, inclusive o início do jogo), Esparks é um jogo com uma história diferenciada e até mesmo difícil de ser encontrada na internet.

Pelas minhas pesquisas, o jogo começa em uma ilha flutuante no oceano e nosso protagonista é uma espécie de viajante do tempo, indo para o passado e futuro, resolvendo puzzles e visitando vilarejos.

De fato, só de olha para as imagens do game, é possível traçar o paralelo com a série Zelda. Parece até mesmo um Link voltado ao mercado japonês! Mas, pelo que se vê em gameplays, o jogo não só se inspira em Zelda no visual, mas também em vários puzzles e, segundo alguns, chega a ser um jogo mais difícil que a sua inspiração. Realmente, uma joia perdida do Super Famicom que, infelizmente, ainda não tem nenhuma tradução em vista.


6 – Melfand Stories

Ano: 1994
Status: exclusivo no Japão

Melfand Stories conta a história de um reino que vivia em paz, até que um dos subordinados ao rei, resolve tomar o poder e colocar tudo em ruínas. O game lembra um pouco (de longe mesmo), o Popful Mail, que também saiu para SNES e tantos outros sistemas na época. O jogo segue o estilo beat’em up em 2D, com um toque leve de RPG na história e muita pancadaria. Apesar da simplicidade, o jogo é divertido principalmente se você chamar alguém pra jogar com você.

O visual do jogo é bem bonito, as animações bem feitas e a variedade de inimigos e personagens é grande. Como eu mencionei, o jogo tem um modo de 2 players, pra jogar com um amigo e descer a porrada nos inimigos. A dificuldade do jogo é convidativa, mesmo que as coisas fiquem mais complicadas do meio pra frente. Recomendo, aqui o idioma não atrapalha tanto e dá pra se divertir um pouco.


5 – Poi Poi Ninja World

Ano: 1996
Status: exclusivo no Japão

Poi Poi Ninja World é um jogo difícil de encontrar até informações sobre seu lançamento e sobre o jogo em si. Mas, como o intuito dessa postagem é mostrar jogos bem pouco conhecidos no ocidente, fui atrás e encontrei algumas coisas. O game faz parte de uma série de jogos lançados com um acessório pela Bandai, chamado Sufami Turbo, uma espécie de acoplador de cartuchos. Colocando dois jogos da mesma série nele e espetando no console, você pode trocar desde saves até informações entre os jogos, algo inovador pra época e que me fez lembrar do “Lock-On” da Sega pro Mega Drive.

O jogo em si é uma mistura de Bomberman com objetos do cenário que servem como armas, guardadas as devidas proporções. Funcionando em arenas, o objetivo é vencer seus inimigos explodindo bombas ou usando coisas do cenário para tal. É simples e divertido, como todo bom clone de Bomberman tem que ser. Aliás, esse jogo deve ser algum ancestral do Poy Poy para o Playstation, que usa movimentos parecidos e tem a mesma mecânica de jogo.


4 – Power Soukoban

Ano: 1999
Status: exclusivo no Japão

Eis um jogo que, talvez, tenha sido um dos últimos a ter sido lançado no Japão para o Super FamicomPower Sukoban é um daqueles jogos de empurrar e encaixar caixas num cenário que vai se alternando conforme avança no jogo, que saíram aos montes na época para celulares e outros sistemas.

Aqui, apesar do idioma japonês, dá pra se virar um pouco e notar a variedade de cenários que os produtores colocaram, que vão desde florestas, cidades, desertos, castelos, tudo ambientado com seus próprios puzzles.

Seu personagem pode usar itens e os cenários parecem mais com dungeons do que simplesmente com salas para resolver puzzles. Até inimigos temos pra destruir, o que adiciona alguma estratégia ao jogo, pois com eles você pode juntar bombas ou encher sua energia. É bem divertido e pode lhe roubar horas num piscar de olhos.


3 – SD F-1 Grand Prix

Ano: 1995
Status: exclusivo no Japão

Eis um jogo que rivalizaria com Super Mario Kart no mundo, caso tivesse saído do Japão. SD F-1 Grand Prix é mais um daqueles jogos de kart com personagens super-deformed, ou seja, personagens fofinhos. Mas, engana-se quem acha que o jogo é infantil ou fácil só por ter esse tipo de arte. SD F-1 é um dos jogos mais completos do estilo, além de carregar uma boa dose de dificuldade pra quem decidir se aventurar. Vencer uma simples corrida aqui dá um enorme trabalho, haja vista que a CPU trabalha sempre no seu erro, desde as primeiras corridas.

O jogo tem até mesmo um sistema de compra de acessórios pro seu carro, indo desde melhorias no motor, pneus e até na carroceria, o que pode mudar drasticamente as corridas caso passe um tempo testando isso. Além disso e similar ao Mario Kart, temos diversos campeonatos que diferem as dificuldades do jogo, o que vai lhe garantir um bom desafio terminar todos em boas colocações. Infelizmente, tanto diálogos quanto menus estão todos em japonês, o que acaba dificultando bastante.


2 – UFO Kamen Yakisoban – Kettler no Kuroi Inbou

Ano: 1994
Status: exclusivo no Japão

Produzido pela KID (que aliás também produziu o super conceituado entre os fãs, Summer Carnival Recca ’92, para o NES), aqui controlamos Yakisoban em sua luta interminável contra Kettler, o vilão que raptou sua noiva e que pretende destruir a receita do delicioso Yakisoba da Nissin Lamen e…. puxa, acho que já entenderam que se trata de um jogo baseado em marca comercial! Yakisoban já pode se juntar aos heróis de Pepsi ManMcDonalds Treasure LandCoca Cola Kid e tantos outros!

Controlando Yakisoban, podemos desferir golpes no bando que Kettler infestou a cidade, enquanto tenta manter seu capacete de macarrão instantâneo em pé. O jogo funciona como um beat’em up dos mais pobres e simples, se tornando repetitivo logo na segunda tela, pois não existem novidades o suficiente. De golpes, além da sequência de socos, podemos rolar, dar voadora e ainda segurar o botão de ataque para que Yakisoban jogue molho na cara dos inimigos…


1 – Deae Tonosama Appare Ichiban

Ano: 1994
Status: exclusivo no Japão

Se você conhece os jogos da série Pocky & Rocky para o Super NES, vai saber do que se trata Deae Tonosama: é quase o mesmo jogo, mas todo ambientado na cultura japonesa e com uma ênfase grande em bizarrice. A história é sobre dois seres retardados querendo salvar o mundo de sei lá o que. Controlamos ou o Lord Stupid ou Prince Stupid (traduções que encontrei no Youtube), ambos com diferenças entre ataques e pulos. Todo o resto do jogo é bem parecido com Pocky & Rocky: a visão é superior e precisamos atirar em tudo que se move, além de avançar pela tela.

Como jogo ele funciona razoavelmente, eu achei a dificuldade maior ainda do que em Pocky & Rocky, que já é bastante difícil, mas o jogo é generoso com sua barra de energia e com os drops de inimigos, sempre itens pra encher sua barra ou seu especial. Sim, temos uma barra de especial que, quando preenchida, podemos nos transformar em seres mais fortes que podem destruir tudo na tela, por um tempo limitado, claro. Se você gosta de jogos difíceis, não liga pra caracterização exagerada (o príncipe é todo efeminado) e é fã de Pocky & Rocky, talvez goste disto aqui.

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