Análise (Review) de Alundra – o Zelda do Playstation!

7 de maio de 2022 0 Por Markus Leite

Por: Cosmão

Detalhes sobre o jogo:
Data de lançamento inicial: 11 de abril de 1997
Gênero: RPG de ação, ação e aventura.
Desenvolvedora: Matrix Software
Publicadora: Working Designs, SCE Studio Liverpool, Sony Interactive Entertainment, Psygnosis
Jogadores: Um jogador
Plataformas: Playstation One, Playstation Portable – PSP, Playstation Vita

Eu, sinceramente, não gosto de fazer comparações. Mas é impossível jogar Alundra e não o comparar à série Zelda, da Nintendo. Alundra tem muito em comum com Link, principalmente no uso de ferramentas e na exploração de cenários (porque não dizer também, nos puzzles). Mas, se tem algo que faz de Alundra um jogo único, é sua história.

a vila de Inoa

Diferente de Zelda, Alundra tem uma história mais adulta, mais séria e com consequências graves que afetam todo o enredo do game. Começando pela aparição do herói na vila central do jogo, Inoa, até os acontecimentos que o levam a lutar pelo povo do local, muita coisa acontece e acaba moldando, de alguma forma, todo o caráter do personagem central e, inclusive, do jogador para com o jogo.

Alundra é um desses jogos de RPG que surgem, poucas pessoas acabam conhecendo o jogo e se logo desaparecem, sem dizer quando voltam e se voltam. Se vocês querem conhecer um pouquinho desse game, terei o maior prazer em mostrar alguns detalhes dele para vocês.


Nesse game, controlamos Alundra, um andarilho dos sonhos, como fica conhecido logo no começo do game. Andarilhos dos sonhos são pessoas especiais, que conseguem entrar nos pesadelos e sonhos das pessoas e manipulá-los de forma a fazer o bem para as mesmas. Entretanto, como em todo lugar, sempre existe alguém que usa a tal força para fazer o mal, e, nesse caso, Melzas é o vilão da vez, transformando todo sonho e crença dos moradores de Inoa em pesadelos, muitas vezes FATAIS!

Nesse campo de guerra mental entra Alundra, recém salvo de um naufrágio por Jess, um antigo morador que havia perdido seu único ente querido fazia pouco tempo. Aos poucos, com o desenrolar da trama, Jess acaba se envolvendo com a história do jovem rapaz e praticamente o adota como um filho, estabelecendo um enorme laço afetivo entre eles. Não vou me estender no enredo para não estragar as surpresas.

Como eu havia dito, Alundra é um RPG de ação nos melhores moldes de Zelda. Isso significa que os combates são em tempo real, o mapa é enorme e a palavra SEGREDO é quase uma lei por aqui. Alundra, ao longo do jogo, vai ganhando novos armamentos e equipamentos de Jess, que são utilizados para se avançar pelo terreno, como bombas para explodir paredes, uma corrente com bola de espinho, para quebrar colunas, o feijão mágico para crescer molas em vasos, uma capa para poder entrar na água e toda a sorte de itens úteis.

Life Vessels, a energia de Alundra

Mas o game não se resume em exploração do mapa ou de cenários. Muito do conteúdo de Alundra vem dos pesadelos causados por Melzas nas pessoas de Inoa. Ao entrar em um pesadelo, é como se explorássemos uma dungeon completa, cada uma com seus desafios próprios. Ao explorá-la por completo, temos um chefe pra enfrentar e, ao sair da mente da pessoa, o enredo tem continuidade.

Entre um pesadelo e outro, o jogador é livre para explorar o mapa em busca de colecionáveis e dinheiro. Existem algumas lojas no mapa, onde podemos comprar desde itens de cura até novas armas e armaduras, tudo muito bem esquematizado de modo à não obrigar o jogador a passar o dia todo juntando moedas nos inimigos. Em termos de colecionáveis, temos os Gilded Falcons, aves raras feitas do mesmo material da moeda do jogo, espalhados tanto pelo mapa quanto nos próprios pesadelos. Servem para comprar itens raros em uma loja escondida no meio da floresta.

Outros são os Life Vessels, que são a energia de Alundra. São 50 deles no total, alguns bem complicados de se pegar…

Os controles de Alundra são ótimos. Com a perspectiva de um Zelda, controlamos Alundra pelo cenário, pulando, atacando e conjurando magias. Os inimigos são bem resistentes, sendo que para alguns é preciso traçar alguma estratégia antes de atacar. Como os comandos são suaves, jogar Alundra é um passeio no parque, onde a única preocupação mesmo está em desvendar os puzzles do jogo…

Ah, os puzzles… Desde quando comecei a jogar videogame, nenhum outro jogo apresentou puzzles tão cabeludos e criativos quanto esse. Alguns me fizeram perder MESES sem a mínima noção de como resolvê-los. Lembro que na época até tinha um caderno onde fazia anotações, tinha um mapa desenhado do jogo e ia pesquisando os possíveis locais onde explorar.

Alguns puzzles envolvem até poesias, outros muitos botões, alavancas e pilares para se empurrar. Isso sem falar nos puzzles onde é preciso usar de forma inteligente magias como gelo e fogo… Eu diria que, se o charme de Alundra está no seu enredo, todo o resto se concentra nos puzzles do mesmo.

algumas salas parecem complicadas, mas não são

Em se tratando de gráficos, há quem diga que o jogo é feio pros padrões do PS1. Mas eu, como entusiasta dos 16 bits, não vejo nenhum problema no game. Ele tem sim gráficos que remetem ao Super Nintendo, mas todo o resto é muito bem feito. Efeitos de magia, de água, de areia no ar, das florestas, a animação de inimigos e de personagens, tudo foi feito com muito esmero pela Matrix Software. Na minha humilde opinião, é muito mais bonito que seu sucessor, o famigerado e criticado Alundra 2.

As músicas de Alundra compõe outro ponto alto do game. As composições são todas clássicas, com destaque absoluto para a música do Lars Crypt e do mapa, inesquecíveis. Não são muitas músicas (elas até se repetem bastante), mas todas são caprichadas e, mesmo repetidas, não enjoam. Os efeitos sonoros são bacanas também, não temos vozes (apenas alguns grunhidos), mas o jogo se encarrega de não deixar tudo tão monótono.

a última dungeon… abarrotada e enxaqueca

Alundra foi uma bela surpresa pra mim na época. Lembro exatamente de como comprei o game: vi uma foto em uma revista e, passando em frente à uma loja recém aberta no centro da cidade, subi para conferir os jogos de PS1. Ao avistar Alundra, comprei. E, desde então, tenho usado o mesmo disco para jogar o game, prova de que até o material do disco era de boa qualidade (algumas pessoas devem se lembrar que, naquela época, alguns discos se esfarelavam com o tempo).

Para terminar, gostaria de sugerir que, pra quem gosta de Zelda, vai adorar Alundra e vice-versa. São jogos diferentes, com perspectivas diferentes, mas que tem algo em comum: jogabilidade e entretenimento de primeira, tudo que, pra mim, faz falta nos RPGs atuais.

Resumão:

Prós:
+ gráficos bonitos;
+ músicas memoráveis, mesmo com repetecos;
+ controles firmes e simples;
+ dificuldade na medida, mesmo nos puzzles mais cabeludos.

Final Score: 10

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