Análise (Review) de Final Fantasy

31 de maio de 2022 0 Por Markus Norat

Por: Cosmão

Ficha do jogo:
Lançamento: 18 de dezembro de 1987 no Japão; 12 de julho de 1990 nos Estados Unidos
Gênero: RPG
Jogadores: Um jogador
Desenvolvedora: Square
Publicadora: Square
Plataforma: Nintendo Entertainment System (NES)

Final Fantasy. Um saga que atravessa décadas, rompe gerações e permanece viva e forte na comunidade gamer. Ao se analisar pelo nome, é até irônico, já que o game foi concebido como a última chance dos produtores de vingarem no cenário gamer. E, pelo visto, ainda estão longe da fantasia final prometida…

Hoje faço uma análise do primeiro game da série Final Fantasy, lançado para Nintendinho, no longínquo 1987, sendo portado para inúmeras plataformas nos anos seguintes. Sim, foi no NES que nasceu a grande saga que dura até hoje, assim como muitos outros jogos (Mario Bros, Castlevania entre tantos outros).

E, como um game inicial numa plataforma de 8 bits, o game se tornou bem precário pros dias de hoje, mas causou um alvoroço tão grande na época que realmente marcou muitos jogadores sortudos que o experimentaram.

Hironobu Sakaguchi é o japonês talentoso e cérebro por trás não só deste, mas de vários jogos da série. Antes de sair da Square e criar sua própria softhouse (a Mistwalker), Sakaguchi foi o cabeça da série Final Fantasy por muitos anos, desde diretor de planejamento e desenvolvimento quando começou até mesmo como vice presidente executivo, tornando-se de fato presidente da Square em 1995. Mas nem só de glórias viveu o criador da série, pois antes de Final Fantasy ser criado, ele estava quase à beira da falência, o que deu origem ao nome do game, pois era sua última tacada antes da completa derrocada.

Pois bem, Final Fantasy, como RPG, é algo bem cru e limitado, como é de se esperar num primeiro projeto pro console da Nintendo. A história é simples: 4 guerreiros entitulados Light Warriors, portando um orb de luz cada um, são convocados para derrotar o mal que assombra o mundo e devolvê-lo a luz novamente. A mecânica é simples, o que nos leva à vilarejos, cidades, dungeons onde enfrentamos desde monstros simples até chefes. Tudo no game gira em torno do ganho de experiência e força para poder avançar, o que acabou se tornando regra na maioria dos jogos do estilo que ainda viriam.

Mas, diferenciando-se da maioria, Final Fantasy permitia escolher 4 guerreiros de classes distintas antes de começar o jogo, bem como nomeá-los à sua vontade. São 6 classes disponíveis:

Fighter:  guerreiro básico, pode equipar qualquer espada/machado/armadura e geralmente é posto na linha de frente de qualquer party;
Thief: especialista em roubar itens dos inimigos, com grande agilidade e velocidade;
Black Belt (ou Monk): que prefere lutar sem armas, mas que tem um alto poder de ataque;
Black Mage: magos negros que usam praticamente todas as magias de ataque;
White Mage: o contrário dos Black Mages, esses magos são especialistas em cura e defesa da party;
Red Mage: praticamente uma mistura entre Black e White Mages, possui um poder mágico menor, mas pode empunhar espadas.

Montar um time balanceado é o primeiro desafio de quem resolve encarar essa pedrada, pois são apenas 4 personagens a serem escolhidos. Geralmente, uma boa mistura de magos e guerreiros é a melhor escolha. Vale dizer que é possível mudar o líder do time à qualquer momento com o botão select.

tela de batalha e de compra de armamento

Como todo bom RPG, grindar em Final Fantasy é essencial. Lutas aleatórias surgem à todo momento enquanto caminhamos no enorme mapa. Desde o primeiro game, ao se encontrar um inimigo, o jogo muda para a tela de combate, mostrando seus guerreiros do lado direito e a tropa de inimigos do lado esquerdo, muito diferente de jogos, por exemplo, da série Phantasy Star (que é outra que em breve deve pintar por aqui).

Sendo por turnos, basta definir suas ações no turno dos seus personagens, aguardá-los atacar e depois esperar a vez do inimigo. Nesse primeiro game a coisa rola de forma muito devagar, o que automaticamente cansa rapidamente qualquer um que comece o jogo, até mesmo os mais velhinhos. Portanto, se não tiver tempo nem paciência, recomendo que nem tente jogar Final Fantasy do NES.

Black Mages dominam a fina arte de TORRAR inimigos

Ainda sobre a mecânica do jogo, mas fugindo do campo das batalhas, o menu do game também tem seus diferenciais. Cada personagem tem alguns slots para depositar desde armaduras e armas, bem como itens em comum. As magias do jogo, diferente de jogos mais atuais, são compradas em lojas especializadas em magias brancas e negras (acima da lojinha tem um ícone de cajado, em azul é white mage e em preto, black mage). Cada level avançado pode abrigar 3 magias diferentes (a loja sempre vende 4 delas, obrigando o jogador a escolher sabiamente), sendo que seu uso também é limitado à 3, valor que pode ser renovado ao se usar determinados itens ou dormindo em algum INN.

Mesmo com suas diferenças e pelo fato de ter envelhecido mal, Final Fantasy do Nintendinho é bacana. Gasta-se um enorme tempo no início do game, evoluindo, juntando dinheiro e comprando as melhores magias e armas, mas, passado isso, o jogo flui de uma maneira legal e envolvente. Tá certo que a lentidão do mesmo também cansa, mas é preciso saber que, pra jogar um game desse naipe hoje em dia, é requerido no mínimo muita paciência. Não arrisque se não tiver tempo nem saco, pois o jogo cobra bastante isso.

Resumão:

Prós:
+ a história é bacana;
+ músicas e efeitos sonoros que atravessaram gerações nasceram aqui;
+ fator nostalgia elevado.

Contras:
– sistema arcaico de evolução cansa qualquer um;
– visual pobre, até mesmo perto de seu maior rival no console, Dragon Quest;
– envelheceu muito mal.

Final Score: 6

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