Análise de inFAMOUS: Second Son

Análise de inFAMOUS: Second Son

11 de maio de 2021 Off Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 21 de março de 2014.
Gênero: Ação-aventura.
Desenvolvedores: Sucker Punch Productions.
Publicadora: Sony Computer Entertainment.
Plataformas: Playstation 4.
Tempo de jogo: de 10 a 12 horas. (podendo chagar até 20 horas, caso tente o 100%)

Classificação indicativa: +16.

Apresentação Inicial

inFAMOUS: Second Son é o terceiro título da trilogia Infamous, exclusiva do Playstation. Dessa vez, o protagonista não é o Cole MacGrath, mas sim, Delsin Rowe. Delsin é um jovem rebelde de 24 anos que possui um poder diferente dos demais condutores. Ao invés de raios ou qualquer coisa do tipo, ele possui o poder de absorver poderes. Legal, né?

Na prática, o jogo trabalha como nos jogos de heróis de mundo aberto. Existe os vilões e existem os mocinhos. Porém, no caso de Infamous, a coisa é bem mais profunda, tanto na história quanto nas características dos personagens. Uma premissa onde um simples jovem poderoso que precisa assumir suas responsabilidades, no entanto, se recusa a amadurecer. Assim como o grande filósofo contemporâneo, Tio Ben, disse uma vez: “Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”.

*O jogo foi finalizado e platinado no Playstation 4 padrão e todas as imagens foram tiradas durante a gameplay. PS: Pode conter alguns spoilers do jogo anterior na sessão do enredo.

E é aqui…que tudo começa.

Enredo

Second Son se passa seis anos após os acontecimentos de Infamous 2, onde Cole ativou o inibidor de raios para destruir a Fera (o condutor, John White). Com a explosão, era certo que todos os condutores (humanos que podem canalizar energia e obter poderes) de todo o mundo, tivessem sido eliminados, porém, não foi o que ocorreu.

Vilarejo onde Delsin mora.
Vista de um dos distritos de Seattle.

Todos os condutores que não estavam no raio da explosão ou aqueles que possuíam uma certa resistência, sobreviveram. Para evitar problemas como em Empire City, foi criado o Departamento Unificado de Proteção (DUP). Dessa forma, as cidades são isoladas e vigiadas por diversos militares atentos às atividades dos condutores, que chamam, carinhosamente, de bioterroristas. Esse grupo é liderado por Brooke Augustine.

Reggie, irmão de Delsin, é o xerife da cidade. Ele não tem uma boa relação com seu irmão e sempre acaba tendo que prendê-lo por vandalismo. Delsin é um artista de graffiti, muito talentoso, mas por não ter juízo, sempre se coloca em roubadas e é visto como um delinquente. Reggie faz o papel de pai, cuida, reclama, tenta ensinar a manter um caminho bom, mas o irmão é imaturo e sem a mínima vontade de evoluir nesse aspecto.

Delsin fazendo pose no parquinho.
Seria um belo lugar para descansar, se não fosse o DUP.

Em um belo dia, Delsin e o irmão observam o acidente de um ônibus da DUP que transportava condutores. Delsin tenta ajudar, mas acaba entrando em contato com um condutor e absorvendo o seu poder. Assim, despertando as suas habilidades de condutor. Em um encontro com Augustine (apesar de líder do DUP, ela é uma condutora), o nosso menino rebelde precisa tomar sua primeira decisão em relação ao seu povo e isso irá definir a sua índole durante o desenvolvimento do enredo.

Como o Jogo Funciona?

O jogo funciona como os anteriores. O condutor possui quatro poderes: fumaça, neon, vídeo e concreto. Cada poder possui uma jogabilidade diferente e é muito nítida a diferença. Jogar com o neon é bem mais fluído que o da fumaça, o do vídeo, mais fluído que o de concreto e isso você consegue sentir pelo estilo de jogo mesmo, muito bem trabalhado e prático.

Inicialmente, Delsin possui apenas um poder, os demais serão adquiridos conforme o jogo progride. Apesar de possuir vários poderes, não é possível alternar entre eles a qualquer momento. É necessário encontrar as fontes de energia do poder que você precisa ou que quer utilizar, drenar a fonte do poder e só assim poder utilizar livremente. Parece chato isso, mas o mapa é recheado de fontes de poder, então não é muito complicado conseguir encontrar e seguir com essa habilidade normalmente.

Um pequeno gostinho do lindo cenário de Infamous.

Durante a exploração, o jogador poderá explorar diversas partes da cidade, liberando objetivos, coletando cristais (servem como pontos de habilidade para poder desbloquear novos movimentos e habilidades novas para o personagem), poderá alimentar o carma escolhido (boas ações alimentam o carma bom, matar, agredir e intervir em manifestações contra os cidadãos de Seattle, acarretará no aumento do carma ruim). Ok, mas quais são as consequências dessas ações? Caso o jogador escolha seguir o caminho do bem, terá diversas habilidades únicas dessa categoria, as pessoas da cidade verão Delsin como um herói, as escolhas durante a campanha poderão ser positivas também, exigindo uma quantidade específica de carma bom para poder ser realizada. Caso opte pelo carma do mal, terá habilidades únicas do mal, tendo um foco maior em ataques críticos, que matam logo de cara, as pessoas da cidade ficarão com medo de Delsin e sempre vão estar fugindo dele.

O mapa não é gigante, mas é muito bem feito. São dois distritos de Seattle, cada um com suas características, muito detalhadas e bem estruturadas. A arquitetura dos prédios e das lojas são bem semelhantes ao Marvel’s Spider-Man, de 2018. O tempo passa de acordo com as missões que estão disponíveis. Uma missão que se passa a noite, ao chegar nela, ocorre um avanço do tempo até o momento da missão e permanecerá até uma próxima missão que exija mudança do tempo. A chuva e o tempo nublado são fantásticos, muito bem detalhado, as poças de água, reflexos, tudo muito realista e agradável. Mesmo sendo de um tamanho menor que a maioria dos jogos no estilo, o mapa é um dos mais bem feitos dessa categoria. Apesar de não ser totalmente fiel ao estilo de Seattle, os principais pontos turísticos e monumentos são reais e proporcionam diversas opções para a realização do parkour de Delsin.

Um dos distritos de Seattle. (As áreas amarelas são de domínio da DUP)

Objetivos secundários

O game não possui missões secundária altamente elaboradas ou coisa do tipo. As missões secundárias são pequenos objetivos espalhados pelo mapa, indo desde eliminar a presença do DUP em determinada área até mini games de grafites. Um ponto bem interessante em relação as artes de Delsin, é a utilização do touchpad do controle do PS4.

Mini game de graffiti.
Confrontos no distrito.

O jogador encontra um ponto determinado no mapa para realizar o grafite. Assim que está no local, poderá escolher dois tipos de arte, a que fornecerá carma do bem e a que fornecerá carma do mal. É muito bacana realizar as artes, já que é necessário usar o controle como se fosse uma lata de spray e utilizar os gatilhos para poder realizar a arte. Foi um dos objetivos mais interessantes de se fazer. Cada ponto é uma arte diferente.

A vida era bem mais tranquila sem os militares.

Além das artes que Delsin pode fazer, é possível realizar algumas atividades durante a exploração pela cidade. O principal objetivo da existência dessas atividades é a expulsão de toda a dominação do DUP. Ao todo são 10 missões em cada distrito para deixá-lo limpo e totalmente sem interferência do DUP, sendo eles: Comando móvel (base da DUP e base de novas fontes de poder), estação de escaneamento (libera cristais para desbloquear habilidades), destruir câmeras de segurança, destruir perturbadores de sinal (impedem a visão de algumas localizações do mapa), destruir drones rastreadores (libera cristais para desbloquear habilidades), descobrir a localização de agentes secretos do DUP e eliminá-los, localizar e destruir câmeras secretas da DUP, captar registros de áudio (um agente da DUP gente fina), as artes de estêncil (os grafites) e os confrontos no distrito (uma espécie de batalha contra chefe que libera um ponto de viagem rápida no mapa). Para poder acessar o confronto no distrito é necessário ter um domínio da DUP menor que 30% naquele distrito.

Poderes e Habilidades

Cada poder que Delsin absorve, possui uma árvore específica de habilidades. As habilidades são definidas em carma do mal, carma do bem e neutras. Caso o jogador opte por seguir com o carma do bem, terá acesso apenas as habilidades neutras e do respectivo carma, permitindo golpes de nocalte (carma do bem) e de assassinato (carma do mal).

Poder de Neon.
Super poder de fumaça.

Após realizar uma certa quantidade de boas ou más ações, alimentando o carma escolhido, Delsin poderá ativar um superpoder de cada uma das habilidades (fumaça, neon, vídeo e concreto). Esse superpoder é fatal. Elimina de 90 a 100% dos inimigos do local e são altamente úteis na conquista dos territórios, eliminando o domínio da DUP. Cada um possui uma animação específica e são extremamente bem feitas e detalhadas, com direito até a show de luzes (no caso do neon).

Vale lembrar que as habilidades neutras, em sua maioria, são desbloqueadas após encontrar as fontes de poder, normalmente disponibilizadas ao decorrer da história com cada nova habilidade adquirida. Após desbloquear o novo movimento, é possível fazer upgrades, seja eles de aumentar a capacidade e velocidade da drenagem de energia ou novos métodos de utilizar a habilidade.

Árvore de habilidades de Delsin.

Estilo e Nível de carma

Existe uma aba nos menus onde estão algumas informações sobre as ações de Delsin que mostra em qual nível de carma ele está. Cada carma possui um nível de 1 a 5, indo desde de herói até extremamente malvado. Caso o jogador opte ir pelo caminho do mal, Delsin realmente incorpora um vilão, com um humor voltado para as suas ações, no estilo Peter Parker, mas seguindo a índole que o personagem assume.

Delsin Rowe em seu melhor estilo.

Nessa mesma aba, é possível customizar a jaqueta de Delsin. São algumas opções de estampas para o jogador poder, minimamente, customizar seu personagem. As estampas são diversificadas dentro do carma escolhido, podendo ser um lobo solitário ou até mesmo um anjo da morte. É bacana e dá uma sensação boa poder escolher, porém não afetam em nada além do estilo do visual.

Extras: Bugs, trilha sonora e Fator Replay

O jogo é divertido, emocionante e com bastante coisa legal para fazer, porém, nem tudo são flores. Second Son sofre do mal dos jogos da Sony em relação a dublagem. As vozes dos personagens são excelentes, tanto em inglês quanto em português, mas sofre com a falta de sincronia em diversos momentos e o nível do áudio oscila muito. Certas cenas, voz do personagem fica muito baixa e os sons de fundo bem altos e até mesmo pode ocorrer mistura de diálogos, personagens falam algo simultaneamente e as vozes se embolam. Um outro bug bem comum é inimigos enroscarem em algum lugar ou ficarem totalmente presos. Em determinado momento do jogo, decidi fazer uma captura de tela e toda vez que eu entrava no modo foto, a câmera virava de ponta cabeça e não respondia aos movimentos, chegando a ser frustrante em algumas ocasiões. Bom, a maioria dos problemas não chegaram a afetar diretamente o a gameplay, com exceção da missão final, quando eu estava buscando completar com o carma do mal para obter o troféu platina, a inteligência artificial do jogo parou de responder por completo, acarretando em impedir que eu progredisse, forçando a recomeçar a missão.

A trilha sonora é bacana, mas não passa disso. É animada quando precisa ser e melancólica nos momentos certos. Segue uma linha de rock, no entanto, não é nada de especial que valha a pena procurar depois e ouvir com seu fone aproveitando o som.

Já o fator replay é de 100%. É praticamente obrigatório para quem gostou do game, jogá-lo seguindo os dois carmas. Escolha um inicialmente, finalize e jogue novamente tomando decisões diferentes. Cada decisão tomada durante o gameplay, muda o desenvolvimento daquela ação. E aqui vai uma dica, caso for jogar novamente e tenha a intenção de conquistar o troféu platina, jogue a primeira vez na dificuldade máxima e não se prenda a limpar todo o domínio da DUP, faça isso em um segundo momento reduzindo a dificuldade, isso irá poupar tempo e eliminará muito estresse. De verdade, segue a dica do tio que vai ajudar muito. Experiência própria.

Conclusão

inFAMOUS: Second Son possui uma história envolvente que te prende até o final. A jogabilidade é um dos pontos mais altos do jogo e sem dúvidas vai agradar a maioria dos jogadores, muito fluída e dinâmica, nada de enrolação e jogabilidade lenta. Não possui tanta diversidade nas missões secundárias e nada altamente relevante, mas vale a pena fazer para obter o troféu platina, uma vez que, considero uma platina relativamente fácil. Melhora tudo em relação aos seus antecessores e sem sombra de dúvida é o mais prazeroso de se jogar de toda a trilogia. Quem gostou dos anteriores, com certeza irá gostar de Second Son, caso você não tenha gostado dos anteriores, há uma chance de gostar desse devido ao carisma dos personagens e o ritmo da história. Possui alguns problemas que, no geral, não afetam o gameplay, porém, vale se atentar aos possíveis problemas que poderão ocorrer. Garante horas de diversão e facilmente entra na lista de “top jogos da Sony”. Vale a pena jogar!

Nota: 8.5/10.

*Para acessar as minhas redes sociais basta clicar nos botões abaixo:

Deixe o seu comentário abaixo (via Facebook):