Shadow Of The Colossus: Remake – Análise (Review) – Um clássico em qualquer época!

Shadow Of The Colossus: Remake – Análise (Review) – Um clássico em qualquer época!

11 de setembro de 2021 Off Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 6 de fevereiro de 2018.
Gênero: Ação e aventura, Quebra-cabeça.
Desenvolvedora: Team Ico, Bluepoint Games, SIE Japan Studio.
Publicadora: Sony Interactive Entertainment.
Plataformas: Playstation 4.
Tempo de Jogo: 5 a 20 horas (caso tente o 100%)

Classificação Indicativa: +12.

Apresentação Inicial

Acredito que esse título dispense apresentações, mas irei apresentá-lo para quem ainda não conhece. Shadow of The Colossus é um clássico do Playstation 2 e um exemplo de obra de arte dentro do universo dos games. Assim como Hideo Kojima (Metal Gear Solid, Death Stranding), Fumito Ueda (The Last Guardian, Ico), o diretor de Shadow of The Colossus, trabalha com jogos artísticos/conceituais. Isso é ruim? Depende muito de cada um, mas é sempre bom ver que ainda existe esse tipo de coisa na indústria dos games. Além disso, vale lembrar que o game trabalha muito com exploração e quebra-cabeças, então é uma aventura e tanto para relaxar apreciando o ambiente e também colocar os neurônios para funcionar. Apesar de não ser muito simples de entender sua história, o conceito é relativamente simples. Além disso, é possível identificar diversas referências bíblicas e conceitos derivados dela. Ou seja, o game é um conjunto de artes que complementam o mérito artístico que o jogo tem.

*O game foi jogado e finalizado no PS4 padrão e todas as screenshots foram tiradas durante o gameplay.

Tempo da Adoração (vista do interior).

Enredo

Wander vai para a Terra Proibida após roubar uma espada ancestral para trazer a jovem Mono novamente a vida. Não se sabe ao certo o porquê Mono foi sacrificada, mas acreditava-se que ela tinha um destino amaldiçoado. Wander leva Mono até o Templo da Adoração, onde a coloca sobre um altar.

Mono.
Wander.

Após o feito, espíritos aparecem ao redor do altar e, a partir do momento em que Wander mostra a espada ancestral, os espíritos (ou sombras) são espantados dali. Naquele local, uma entidade (só voz) chamada de Dormin se apresenta. Wander clama ao Dormin para ressuscitar Mono e Dormin aceita, dizendo que será necessário realizar um sacrifício com um preço muito alto a se pagar. Wander responde, sem hesitar, dizendo que fará o que for necessário para salvar Mono.

Naquele templo, existem 16 ídolos e para cada ídolo, existe um Colosso (ou Colossi). Os Colossos estão espalhados pela Terra Proibida e a única forma de matá-los é com a espada ancestral que Wander possui. Assim que realizar o feito, Wander conseguirá novamente a alma de Mono. Não existem muitos personagens e o enredo gira em torno da caçada de Wander, porém, os que existem possuem motivos para estarem ali.

Wander e a espada.
Templo da Adoração (vista do exterior).

Como o Jogo Funciona?

Shadow of The Colossus é um jogo diferente do que estamos acostumados. Ao mesmo tempo que é um jogo simples, é um jogo complexo. Como assim? A ideia é bem simples: explorar o mapa para encontrar os colossos, matá-los e repetir o processo até derrotar os dezesseis. Cada colosso é um quebra-cabeça a se resolver. É simplesmente chegar ao local onde o colosso se encontra e enfrentá-lo. Porém, é necessário identificar os pontos fracos de cada um para poder, enfim, neutralizar o colosso e derrotá-lo. Assim que derrotarmos o colosso, iremos retornar ao Templo da Adoração. Dormin irá conversar com Wander e a estátua do colosso derrotado irá ser destruída.

Antes de sair para a caça aos colossos, Dormin irá, brevemente, falar sobre aquele colosso. Para encontrar a localização de cada colosso, Wander poderá erguer sua espada e alinhar feixes de luz à posição do colosso. Em locais com pouca luz, os feixes serão mínimos ou inexistentes, então é necessário ser um local bem iluminado.

Cada colosso possui um estilo de luta, comportamento e ambientação diferente, o que contribui para uma grande variação do cenário e das batalhas. Assim, o jogo evita de ser monótono e enjoativo, já que para cada batalha será uma diferente jornada.

Ídolos destruídos.
A espada indica a direção.

Agro

Agro é o seu cavalo (na realidade, Fumito Ueda já confirmou em entrevista que Agro, apesar da aparência de um cavalo, é uma égua). Ela será o seu meio de locomoção principal durante a exploração da Terra Perdida. Agro também será útil e muitas vezes necessária nas batalhas contra os colossos. Possui uma inteligência artificial própria e funciona bem. Como já sabemos, cavalos são complicados de dominar durante a gameplay em jogos, já que cada jogo o cavalo funciona de uma forma e nem sempre é das melhores. Em Shadow of The Colossus, a égua funciona bem e reage bem ao cenário. Locais com água ou penhascos a assustam e fará com que ela reaja de acordo. Para chamarmos a Agro, basta pressionar um botão que Wander a chamará, seja falando algo ou assobiando para Agro aparecer.

Agro e Wander.

Tipos de Colossos

Como sabemos, existem dezesseis colossos, mas cada um tem suas próprias características. O primeiro deles é Valus. Valus é um Minotauro de 16 metros de altura. Ele é um dos poucos colossos que empunham uma arma em suas mãos. É tranquilo de se derrotar e aparenta ser feito de pedra. Valus também possui pelos, onde Wander pode utilizar para escalar.

O primeiro encontro.
Prepare-se para a batalha.

O segundo colosso é Quadratus. Uma espécie de mamute de pedra com pelos de 24 metros de altura. É um colosso fácil de se derrotar e dá para utilizar o Agro. Não é a melhor opção, já que a jogabilidade de ataque em cima dela não é das melhores. Quadratus também é o único colosso que faz parte do cenário (ele sai de dentro da parede, fazendo parte da arquitetura do local) onde Wander batalhará com ele.

Gaius é o terceiro colosso. Gaius é um cavaleiro gigante bípede, de 24 metros de altura. Possui uma armadura e uma espécie de espada de pedra. Para derrotar Gaius será necessário um pouco de paciência, pois pode ser fácil e rápido ou levar mais tempo e ser um pouco mais difícil, dependendo do jeito que você for chegar até seus pontos fracos. Cada colosso pode possuir mais de uma forma de ser derrotado, então não fique preso somente ao óbvio (e poderá ser recompensado por isso).

Será Wander digno de vencer?
Phaedra relaxando em seu cantinho antes de Wander atrapalhar.

Phaedra é o quarto colosso. Parece muito com uma galinha gigante (de 4 patas), mas mais precisamente, uma referência a uma criatura mitológica chinesa. É um colosso de 25 metros de altura que é ativado ao acertá-lo com uma flecha. É um colosso que pode ser bem demorado se você não entender como ele funciona (na primeira jogada levei 40 minutos nele, mas quando descobri o que fazer, caiu para menos de 10 minutos).

O quinto colosso é um dos meus favoritos. Avion é um pássaro de 35 metros de comprimento que você terá que derrotá-lo no ar. É um dos mais divertidos e a adrenalina nele é em um ótimo nível. Quando ele ataca, você deve escalá-lo e atingir todos os pontos vitais enquanto estiver no ar. Vale lembrar que é bom ter bastante resistência, já que Avion costuma fazer loops enquanto é esfaqueado por você (seu sem coração!!!!).

Avion é o “primeiro avião” do jogo (me desculpe por isso).
O barbudão, Barba.

Barba é um minotauro de 21 metros de altura e é o nosso sexto colosso. Apesar da aparência ser semelhante à do Valus, ele é barbudo e não possui pelos nas partes inferiores. Para escalá-lo, basta conseguir chegar em sua barba e finalizar o trabalho. É um dos mais fáceis e rápidos de se derrotar. A aparência um tanto assustadora pelo tamanho, mas não passa de uma batalha comum.

Hydrus é o sétimo colosso. Hydrus é uma enguia de 70 metros de comprimento e é o primeiro colosso de combate aquático. É um pouco assustador chegar na arena da batalha e se deparar com ele, mas é extremamente satisfatório batalhar com ele. É muito bonito, possui pelos e algumas “garras” elétricas. Com certeza é um dos que mais melhoraram em relação ao clássico.

Hydrus iluminando o rio.
Wander preparado para a batalha com Kuromori.

O oitavo colosso é Kuromori. Uma espécie de lagarto de 14 metros de comprimento, com escamas brilhosas e elétricas. Dispara raios com gases tóxicos pela boca que resultam em um dano considerável. Possui “bolsas” em suas patas que são seus pontos fracos quando escala paredes. Não é necessário escalá-lo, apenas atacá-lo quando estiver de barriga para cima. Kuromori é um colosso relativamente difícil e possui um troféu de ouro (derrotá-lo sem que se desvire).

Basaran é o nono colosso. É uma tartaruga de 18 metros de altura que vive no deserto. Apesar de ser simples, não é um colosso fácil de derrotar e exige uma boa estratégia para conseguir fazê-lo mostrar seu ponto fraco. Para vencê-lo será necessário utilizar do cenário e Agro pode participar da batalha.

Basaran: O grande do deserto.
Dirge: A serpente da areia.

O décimo colosso é um dos mais assustadores do game. Dirge é uma serpente de 68 metros de comprimento e representa Naga, um grupo de divindades da mitologia hindu. Com a ajuda de Agro, terá que escapar dos ataques de Dirge e acertá-lo nos olhos utilizando arco e flechas. Não é muito difícil, mas pode ser uma batalha um pouco demorada.

Celosia é o décimo primeiro colosso e um dos mais fortes. Um leão (sua aparência não tem nada a ver) de 3 metros de altura, intitulado por Dormin como “O Guardião das Chamas”. Celosia, apesar de ser pequeno, é muito forte e não te deixa escapar com facilidade. É o Guardião das Chamas, mas tem medo de fogo, então poderá utilizar isso a seu favor para poder derrotá-lo. É simples, porém, muito poderoso.

Guardião das Chamas.
Pelagia.

O décimo segundo colosso é Pelagia. Não é muito claro o que ele é, mas assemelha-se à um Minotauro de 22 metros de altura. Não é agressivo e só te ataca para se defender. Pelagia não tem olhos e possui apenas dois “chifres” que disparam raios que tiram uma quantidade muito boa de sua vida. Possui dentes em sua cabeça que servem para direcionarmos a sua posição. Basta bater com a espada ou atirar com uma flecha do lado que deseja que ele vá para movê-lo.

Phalanx é o décimo terceiro e mais pacífico de todos os colossos. É uma serpente voadora de 145 metros de comprimento que possui bolsas de ar em sua parte inferior. Phalanx não ataca Wander e apenas sofre com seus ataques. Para escalá-lo, basta estourar suas bolsas de ar e ele diminuirá a altura, facilitando todo o trabalho. (Como você pôde ser tão cruel assim? Seu sem coração)

O pacífico Phalanx.
Wander e Cenobia.

O décimo quarto colosso é Cenobia. Um cão de 3 metros de altura, guardião de sua arena. É parecido com Celosia, mas ainda mais forte e agressivo. Para derrotá-lo exigirá habilidades de escalada pelo ambiente até que abra uma oportunidade para abertura de seu ponto vital. Não é muito demorado de se vencer, mas será necessária muita agilidade.

Argus é o penúltimo colosso. O décimo quinto. Um Minotauro de 20 metros de altura que empunha uma espécie de facão de pedra. Não é um colosso fácil e podem ser bem demorado (levei 45 minutos nesse e foi o que mais levei tempo). Será necessário escalar o cenário até o topo e saltar em cima dele. Apesar de ser uma tarefa simples, não será nada tranquila de realizar.

Dica: Não esqueça do Sigilo da mão.

Argus fazendo até pose.
Malus.

Enfim, chegamos no último colosso. Malus é o décimo sexto colosso e poderá dar uma grande dor de cabeça para derrotá-lo. É um tipo de “Buda” em formato de torre. Apesar de não sair do lugar, Malus dispara raios semelhantes à mísseis e são altamente perigosos. Antes de escalá-lo, será necessário chegar até ele (uma tarefa nada fácil). É um colosso digno de Boss final e sem sombras de dúvidas, não será fácil de esquecer a batalha que marca o fim de uma grande jornada.

Cada um dos colossos possui a sua própria identidade, inclusive visual. Seu temperamento é único e cada um funciona do seu jeito. Existem os mais calmos, que só querem se defender (ou mal atacam) e aqueles que não desistirão até ter a sua cabeça em mãos. É uma jornada que poderá ser simples e rápida, como poderá ser trabalhosa e demorada. Assim como cada colosso possui as suas características, cada jogador também possui a sua própria, então isso influenciará no seu desenvolvimento dentro do game.

Colossos Excluídos

Apesar do game possuir 16 colossos, originalmente teria bem mais que isso e acabaram sendo cortados da versão final por variados motivos. Eles foram removidos por serem difíceis demais, ou por serem chatos, ou simplesmente por não terem ficados tão bom quanto queriam. Ao todo são 8 colossos que ficaram de fora da versão final e são eles:

Aberth era semelhante à uma aranha/polvo. Foi removido pela dificuldade alta e por não terem conseguido implementar uma boa mecânica para o jogador acertar os pontos fracos montado em Agro. Seu ponto fraco seria nas pernas e era bem ruim de se locomover com Agro por elas.

Adar Flam era uma Fênix que foi removida devido a sua dificuldade e a dificuldade de encaixá-lo em algum local do mapa. Como não seria possível escalá-lo, para derrotá-lo seria necessário levá-lo até um lago para apagar seu fogo e poder atacar seus pontos vitais, mas não havia nenhum local no mapa que caberia o porte do colosso perto de lagos e acabava bugando o jogo pela falta de espaço.

Pholux era semelhante à um morcego/gárgula que foi removido por não ser muito atrativo e não ter ficado tão bom quanto os desenvolvedores queriam. Para derrotá-lo seria necessário escalar pilares para saltar no colosso. Como já sabemos, essa prática não costuma ser moleza, então acredito que a dificuldade também poderia ser um empecilho.

Dionin se parece com um sanguessuga gigante e foi descartado por possuir uma aparência horripilante e ser muito difícil de se vencer. Não há muitas informações sobre ele, além de sua arena ser na praia.

Monkey era um bicho horrível de feio, mas com o corpo semelhante ao de um macaco. Não existe uma arena para ele dentro do game e tudo indica que ele existiu apenas nas fases de testes. O que se sabe sobre ele é que possuía 33 metros de altura e ficava pendurado no cenário, segurando o teto com uma mão e a outra atacando Wander.

Kyos era semelhante a uma criatura mitológica. Foi removido antes mesmo da fase de testes por não agradar os desenvolvedores que procuravam algo memorável. Aparentemente teria sua arena em um local congelado e teria medo de fogo. Muito provável que tenha sido substituído pelo Celosia (que também tem medo de fogo).

Sirius era um javali que ficava em “Stonehenge”, uma arena removida do jogo, onde permaneciam pedras gigantes destrutíveis que serviriam de base para derrotá-lo. Apesar de ter sido removido junto com sua arena, ainda é possível encontrar algumas das pedras na versão final do game.

Avus era o que viria se tornar Avion. Serviu de base para o quinto colosso. Era um dragão que possuía diversos pontos fracos. Vivia em “Badlands” e acabou sendo removido por ser uma batalha longa demais, tornando-o enjoativo e por encontrarem dificuldades com a colisão que ele teria com algumas torres da arena.

Esses colossos podem ser encontrados nos dados da versão de PS3, onde existem imagens de baixíssima resolução de alguns deles e suas respectivas arenas. Além disso, podem ser encontrados no remake versão fan-made para PC chamada de Beyond the Forbbiden Lands.

Sigilos Mágicos e Energia dos colossos

Cada colosso possui seu ponto fraco. Os sigilos mágicos são pontos brilhosos na pele dos colossos que Wander deve acertar com a espada ou arco e flecha para causar dano. Existem 2 tipos de sigilos: o grande e o pequeno, porém, apenas um dos sigilos pode matar o colosso.

Os sigilos grandes ficam localizados na cabeça do colosso e são fatais. São azuis brilhosos e semelhantes ao desenho do lenço/poncho de Wander. Sofrem um dano muito maior que os menores e são os únicos capazes de matar o colosso. Os menores são rachaduras na pele do colosso que são pontos sensíveis para que Wander possa atacar e o colosso facilitar sua escalada ou permitir acesso ao ponto vital maior.

Alguns colossos possuem fontes de energia em algum local de seu corpo. Podem canalizar essa energia e utilizar para atacar ou se defender dos ataques de Wander. Alguns são fracos e outros mais fortes, mas o ideal é não ser acertado por eles, já que em alguns casos, podem ser fatais.

Wander no Sigilo grande.

Nuvens ou Feixes de Luz

As nuvens ou feixes de luz (ou como eu prefiro chamar, bat-sinal de colossos) são luzes que aparecem no céu após derrotar os colossos. A cada colosso derrotado, nuvens de luz podem ser vistas no céu mesmo estando longe da arena do colosso.

Existem algumas teorias sobre elas, assim como todo o game, repleto de simbolismos. Além de simbolizar o local onde o colosso foi derrotado (no mapa também fica registrado), pode simbolizar o “mundo das almas”. Como assim? Bom, quando derrotamos um colosso, Wander irá ser atingido pelos espíritos ou sombras. Após ser atingido por eles, Wander irá retornar para o Templo da Adoração através de um túnel espiritual, onde podemos ouvir a voz de Mono. É um momento calmo que pode servir de reflexão (Como? Aí vai da criatividade de cada jogador).

Feixes de luz no céu.

Mapa e Exploração

Durante a exploração, iremos encontrar diversos tipos de cenários diferentes. Cada um com seu estilo único dando vida ao ambiente. Ao andar pelo mapa, iremos encontrar 25 altares/monumentos sagrados espalhados, onde podemos orar para regenerar nosso HP (barra de vida) e salvar (funciona como uma espécie de checkpoint). Oferece uma bela vista do mapa quando estamos no topo e auxilia a ter uma melhor visão da localização dos colossos.

Altar Sagrado.
Mapa (um pergaminho muito estiloso, por sinal) – As coordenadas mostram a localização dos colossos.
Árvores e frutos.

Além dos altares, podemos encontrar árvores frutíferas, onde podemos coletar frutos para nos alimentar aumentando a nossa barra máxima de HP. São diversas árvores espalhadas pelo mapa, mas nem todas que encontramos possuem frutos, então exigirá quebrar a cabeça para localizá-las e coletar os frutos. Existem vários tipos de frutos e cada um adaptado para cada ambiente. (basta acertar uma flecha nelas)

Dica: Colete o máximo que puder, busque, explore, garanto que não vai se arrepender.

Os lagartos de cauda azul estão presentes em diversos locais do mapa, principalmente ao redor dos altares sagrados. Coletar as caudas azuis, aumentará a barra máxima de estamina do personagem e isso é essencial para uma jornada prazerosa e satisfatória. Não é necessário matá-los para coletar a cauda, basta acertar uma flecha ou atacar com a espada na região da cauda.

Lagartos de cauda azul.

Dica: Colete o máximo que puder. Para maior facilidade em acertá-los, utilize o arco. Apesar de não ser necessário matá-los para obter a cauda, vai ser mais prático matar. Existem outros tipos de lagartos, mas esses não têm tanto valor quanto os de cauda azul.

Vista do topo de um dos altares.

Existem alguns animais espalhados pelo mapa (peixes, pássaros, lagartos), o que torna o mapa menos vazio. Ainda tem alguns tesouros espalhados pelo mapa que recompensará o jogador ao coletar todos. Na maior parte do tempo contemplamos o silêncio e a solidão. Nossa jornada é uma jornada contemplativa na essência da palavra. Reflexiva e solitária. Para muitos, isso não é nada bacana, porém tudo depende do sentido artístico de cada um. Quando é dito que Shadow of The Colossus é uma obra de arte, é real. E nem tudo que é arte é compreendido e bem visto por todos (o que é completamente normal).

Rolê no peixe.
Templos, cavernas e beleza natural.
Ico?
O doce ar da natureza.

Jardim e Ponte

No topo do Templo da Adoração é possível encontrar um belo jardim. É muito semelhante aos Jardim do Éden da bíblia, com direito à animais e frutos (os envenenados diminuem o HP). O jardim é visto ao final do game, mas é possível acessá-lo durante a exploração escalando a parte externa do templo. Para isso, será necessário ter o máximo da barra de estamina, uma vez que, Wander não conseguirá chegar ao topo sem a barra máxima.

Outra coisa bem interessante é o acesso à ponte presente no topo do Templo. A ponte permite a entrada nas Terras Proibidas e, caso consiga chegar até lá, poderá chegar até o fim dela, resultando em um troféu. Vale lembrar que é uma “viagem” demorada de aproximadamente 5 minutos de caminhada até o fim. Essa é a única entrada para as Terras e sem ela, é um local completamente isolado e inacessível.

A extensa ponte e cartão postal do game.

Bugs e Problemas

Não há como negar que até mesmo as maiores obras de artes podem possuir problemas e isso não é uma exclusividade desse game. Para a minha surpresa, a jogabilidade com câmera cinematográfica pode ser um problema na hora de jogar. O game não possui uma das melhores jogabilidades e tem, o que eu considero, de uma jogabilidade ruim. Porém, não é ruim a ponto de desistir do game por isso e iremos acostumar com o tempo.

Sobre bugs, é inevitável. Agro consegue se enfiar dentro de pedras, se perder no caminho, desaparecer e voltar do nada. Além da câmera ficar em posições horríveis em locais fechados. Alguns momentos podem ser estressantes nesse aspecto. No entanto, não é nada que fará você desistir da jornada e jogar a toalha. Esses problemas não são novos e acompanham o game desde a época do PS2.

Modo Reminiscência e Time Attack

O modo reminiscência é uma recordação de Wander da batalha com colossos. Para ativar esse modo, basta ir até a arena onde derrotou o colosso e pressionar R2. A batalha recomeçará e a imagem ficará com um filtro de lembrança/cinema. É um modo relativamente triste se pensarmos quem são os verdadeiros inimigos.

Malus.

Já o modo time attack, como o próprio nome sugere, será a batalha com o colosso cronometrada. Cada dificuldade possui um tempo limite para você derrotar o colosso. Vale lembrar que no modo difícil, a quantidade de sigilos mágicos pode aumentar e a força dos colossos também, então esteja preparado para uma experiência desafiadora. Após completar uma série de time attacks, o jogador será recompensado com novos equipamentos. Flechas explosivas, arpão, item que auxilia na localização dos lagartos, etc. Vale a pena fazê-los para obter os novos itens e tem uma experiência completa do game.

Extras: Trilha Sonora e Modo Foto.

A música é essencial para, não só complementar, mas também para dar sentido ao que estamos vendo. Uma mesma situação sem trilha sonora fica completamente diferente quando colocamos uma. Shadow of The Colossus trabalha com a trilha feita milimetricamente calculada para as situações em que aparecem. É uma sensação única e uma experiência necessária para um aproveitamento íntegro o jogo. Uma versão da trilha sonora original foi lançada exclusivamente no Japão. Por sorte, podemos encontrar a trilha completa no YouTube e em aplicativos de streaming de áudio.

Como já mencionei em diversas análises anteriormente, o modo foto é um dos meus modos favoritos em jogos. Shadow of The Colossus traz um modo foto simples, mas que funciona bem. Devido à câmera cinematográfica, o modo foto fica engessado em relação ao movimento da câmera. Porém, no quesito básico de registro dos momentos, cumpre bem com seu papel.

Curiosidades

  • A aparência de Wander vai mudando conforme o número de colossos derrotados aumentam.
  • Dá para associar Wander e os colossos com Davi e Golias da bíblia.
  • Podemos acariciar Agro se estivermos ao lado dela sem empunhar nenhuma arma.
  • O jogo oferece uma enorme gama de interpretações para o seus acontecimentos, permitindo ao jogador interpretar como bem entender.
  • Assim como a propaganda de marketing de Halo que utilizava mídias e brincadeiras reais para promover o game. Shadow of The Colossus teve uma campanha de marketing viral com um site chamado giantology.typepad.com (já não existe mais tem um bom tempo) onde haviam relatos e fotos “reais” de pessoas que encontraram colossos espalhados pelo mundo. Foi algo tão gigante que conseguiu atrair um enorme público para o game e altíssimos números em vendas, fora a pirataria da época.
  • O game teve uma versão especial onde tinha um DVD que mostrava mais sobre os relatos reais de pessoas que encontraram os fósseis de colossos espalhados pelo mundo.
  • O game é o segundo game da Team Ico, sendo o primeiro o próprio Ico.
  • Fumito Ueda já disse que Wander é um ancestral de Ico, o que chocou muita gente na época, pois consideravam que era tudo no mesmo universo.

Conclusão

Shadow of The Colossus é definitivamente um clássico. Uma obra de arte em forma de jogo de vídeo game. O seu remake é um exemplo de qualidade, apesar de manter diversos problemas do original, ainda está melhor em diversos aspectos. Uma interface clean que agrada o olhar e aumenta a imersão do jogador oferecendo uma experiência muito satisfatória. Muito do que poderá desagradar os jogadores mais casuais é o seu fator contemplativo e filosófico, exigindo do jogador uma reflexão incomum dentro do que estamos acostumados na indústria. O nível de detalhe é absurdo. A areia reage muito bem às pegadas de Wander e Agro, além da água ser muito bem-feita e também reagir bem às pegadas. O vento nas folhas, roupa de Wander. É tudo muito lindo. Uma trilha sonora impecável em todos os sentidos, mesmo que não seja tão presente quanto gostaríamos. Gráficos lindíssimos e uma ambientação de cair o queixo. Sem sombra de dúvidas é um game obrigatório para todos que apreciam jogos, não só como entretenimento, mas como um instrumento artístico/cultural. O game custa R$100,00 na PSN e em promoção costuma ficar 50% do valor. Um valor aceitável pelo que propõe e uma experiência única, quase que uma jornada espiritual para Wander.

Nota: 9,2/10.

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