Análise (Review) de Sonic Chaos

Por: Cosmão

Ficha do jogo: Data de lançamento: 25 de outubro de 1993 Jogadores: Um jogador Publicadora: Sega Desenvolvedora: Sega, Aspect Company Plataformas: Master System, Game Gear, Wii

Sonic Chaos do Master System nunca me chamou muito a atenção. Pelo menos não tanto quanto Sonic 2 pra esse mesmo sistema, que virou uma febre aqui onde eu moro no dia em que finalmente chegou na locadora. Enfim, acredito que Sonic Chaos é considerado por muitos uma ovelha negra nos jogos de Sonic pro Master System, independente das versões bizarras lançadas para Game Gear. Mas, por quê todo esse ódio? Vamos tentar descobrir…

Sonic Chaos é chamado de Sonic & Tails no Japão, e acho que só foi lançado por causa de tudo que foi falado sobre o final de Sonic 2. Pra quem não sabe, no final “bom” de Sonic 2, Tails é libertado e finalmente se tornaria o parceiro inseparável de Sonic até o fim de suas vidas. Tails só era controlável em jogos do Mega Drive, deixando os donos de Master System chupando o dedo. A Sega, vendo a besteira que fez, resolveu deixar Tails controlável e criou Sonic Chaos, basicamente pra isso.

O que eu quero dizer é que não há razão pra esse jogo existir. Ele não tem nenhuma história importante, um personagem importante nem ao menos faria falta na cronologia de Sonic, tanto no Master System quanto no geral. Diferente de Sonic 2, onde é contado como Tails foi resgatado, aqui não há nenhum desdobramento importante o suficiente que justifique sua existência; de toda maneira foi lançado e, este foi o último jogo do Sonic lançado pela Sega para Master System, mas de fato não foi o último jogo do Sonic lançado para o Master System, pois aqui no Brasil, a Tec Toy lançou para o Master System mais uma das suas pérolas exclusivas para o mercado nacional, o game Sonic Blast, que foi convertido do Game Gear.

A história se resume no seguinte: Robotnik roubou a esmeralda vermelha, ocasionando o caos nas outras esmeraldas (!) e cabe a Sonic e Tails por um fim na bagunça coletando todas e organizando tudo novamente. Brilhante enredo pra um jogo caótico, sem trocadilhos.

Bom, como eu já disse, aqui dá pra escolher entre Sonic ou Tails, sendo impossível os dois andarem juntos como no Mega Drive (acho que seria pedir demais do hardware do Master). Jogando com qualquer um, o esquema é o mesmo: juntar argolas, destruir inimigos e acabar com algum maquinário do Robotnik no final. Como em Sonic 2, o gordão só dá as caras no final do game, sendo que em todas as fases é preciso destruir algum ser robotizado que ele enviou. Me critiquem, mas eu prefiro chutar a bunda do velho Homem-Ovo em toda fase do destruir esses robôs imbecis. E vou além: acho que é falta de criatividade colocar essas máquinas ao invés de dar novos brinquedinhos ao Doutor Ivo.

Primeiro vamos falar de Sonic. Controlando Sonic, temos um gameplay similar à todos os jogos dele, sendo que agora é possível dar o spindash e encontrar um novo item disponível: os rocket boots, que fazem Sonic realmente VOAR. Sim, podemos VOAR com Sonic agora, pelo menos até terminar a duração dos rocket boots. A outra novidade fica por conta das esmeraldas. Agora elas não estão mais escondidas nos cenários, como eu elogiei em Sonic 1 e 2, mas sim nos fatais Special Stages. Mas as condições mudaram, é preciso coletar 100 anéis pra poder pegar uma delas no Special Stage, que consiste em voar em linha reta com os rocket boots até chegar na dita cuja. Concordo que é diferente, mas é outro meio de evitar o trabalho de colocá-las em lugares escondidos nas fases, mais fácil pros criadores juntar 100 anéis (o que é uma coisa praticamente obrigatória nesse jogo, visto a quantidade absurda de anéis) e entrar no especial. Hunf.

Com Tails as coisas são um pouco diferentes….. Eu disse um pouco? Eu quis dizer MUITO diferentes. Em primeiro lugar, Tails não coleta as esmeraldas…

Claro, Tails veio PASSEAR em Sonic Chaos, visto que ele ficou preso durante o jogo inteiro de Sonic 2, agora é sombra, água fresca e anéis. Outro diferencial é que Tails pode voar com suas caudas. Basta PARAR e apertar pra cima e pulo, pronto, temos aí uns 10 segundos pra dar aquela voadinha pelo cenário. Além disso, Tails é, naturalmente, mais lento que Sonic e não pode usar o rocket boots…

…mas que droga, eu não consigo pensar que Tails é macho, pra mim tem tudo pra ser fêmea….. Enfim, continuemos…

Sonic Chaos talvez tenha o pior design de fases de todos os jogos de Sonic. Tudo é muito bagunçado, cheio de plataformas no ar, cheio de rampas sem sentido e de buracos… mais sem sentido ainda. Vidas são ganhas aos baldes, o jogo é extremamente fácil e nem os chefes representam perigo. Diacho, no Sonic 2 me lembro que já dei vários game-overs no segundo boss simplesmente por encostar naqueles passarinhos malditos. Aqui as fases dos bosses vem cheias de anéis, o que os tornam praticamente sacos de pancada.

Uma das coisas que considero idiotas que incluiram aqui foi a velocidade final quando se passa pela conhecida plaquinha no fim das fases. Ali é mostrada a velocidade que o personagem passou, muitas vezes causando riso em quem vê, pois geralmente passa dos OITOCENTOS QUILÔMETROS POR HORA! E o que isso faz? Simples: resulta em pontos que geral continues…. Certa vez terminei o game com doze continues…

As músicas e efeitos sonoros seguem o padrão dos jogos anteriores, mais puxados pro Sonic 2, principalmente nos efeitos sonoros. As músicas são bacanas, nenhuma se destaca tanto assim como em Sonic 1 e 2, mas ainda assim não são tão ruins à ponto de serem execradas.

Sonic Chaos, ao meu ver, não faria falta se não existisse. E eu me lembro bem da minha alegria ao ver a capinha na locadora na época, era uma alegria ver um novo Sonic disponível e não foi diferente com Sonic Chaos. Infelizmente, a impressão que se tem hoje é de que fizeram um jogo às pressas, sem a qualidade dos anteriores. E pensar que esse game gerou uma sequência…… mas outro dia eu falo sobre ela, um de cada vez, por favor.

DIFERENÇAS ENTRE A VERSÃO DO MASTER SYSTEM E DO GAME GEAR:

• A resolução do jogo no Game Gear é menor, e isso faz com que o campo de visão seja mais limitado, o que deixa a versão do portátil consideravelmente mais difícil do que a do Master System;
• Este game explora melhor a paleta de cores do Game Gear, fazendo com que os gráficos sejam levemente melhores no portátil do que no Master System;
• A tela de título e a tela de seleção de personagens é diferente entre as versões do Master System e do Game Gear;
• A fase Gigapolis Zone apresenta músicas diferentes entre as versões;
• O ato dos chefes tem um design modificado;
• É preciso um número diferente de ataques para derrotar os chefes no Game Gear. No Master System, em todos os chefes, são necessárias as tradicionais oito cacetadas para derrotá-los, enquanto no Game Gear o número varia, geralmente entre três e cinco, já no chefe da quarta fase, você precisará bater dez vezes.
• No Master System, o nome do Tails está escrito de forma errada, como Miles “Power”, faltando a letra “R”; o que foi corrigido no Game Gear, estando escrito como Miles “Prower”.

Nota Final: 6.0