Análise do jogo Action Hero 3D: Wild Dog

21 de outubro de 2020 0 Por Markus Norat
Por: RssV – Zeebo Brasil
 
Apresentação: 6.5
Gráficos: 5.5
Som: 5.0
Jogabilidade: 7.0
NOTA FINAL: 6.0

Dentre as produtoras que contribuíram com a linha inicial de jogos do Zeebo, a coreana Com2uS é a menos expressiva. Em seu portfólio, tem um bom número de jogos em gêneros variados, que vão de esporte e ação a RPG e estratégia, todos eles lançados para celulares. Action Hero 3D: Wild Dog marca a entrada da empresa nos jogos poligonais, e foi lançado originalmente em 2006 na Coréia do Sul, chegando dois anos depois aos Estados Unidos. O novo estilo gráfico e o baixo custo para a adaptação certamente foram fatores de grande influência na chegada do título ao Zeebo em 2009.

Já na apresentação, percebemos a grande simplicidade que permeia quase todos os aspectos do jogo: ela é feita em tempo real, com o modelo poligonal do herói principal passando pela tela junto a uma trilha sonora bem básica – assim como o menu principal. Iniciando uma nova partida, somos logo apresentados ao enredo: o personagem principal chama-se Wolf, que busca dinheiro e fama ao participar de um concurso para eleger o grande herói da televisão. Após vencer seus oponentes fictícios, entretanto, Wolf é tele transportado para um universo paralelo por Tina, a “Bruxa das Dimensões”. Ele é informado de que o mundo está sendo tomado pelo Dr. J. e seus aliados, e intimado a acabar com essa ameaça. Enquanto fala com Wolf, Tina é raptada por um dos inimigos. O herói deve então passar por diversos estágios para salvar o mundo e libertar Tina, pois sem ela não tem possibilidades de voltar a sua dimensão. A trama tenta ser engraçada, com constantes piadinhas vindas tanto do personagem principal quanto dos inimigos – nada muito inspirado.

O jogo segue o estilo de ação beat-’em-up. Devemos passar pelas fases derrotando inimigos, pegando itens e subindo em plataformas diversas, encarando um chefe no final. No total, são 26 chefes que marcam o fim dos estágios – estes são divididos em trechos bem curtos, que dão acesso aos seguintes por meio de portas. Ao derrotar inimigos, ganham-se pontos que servem para comprar itens e melhorar as habilidades do herói. Os comandos incluem botões para golpear, pular, correr (dashes) e soltar golpes especiais.

Apesar dos gráficos poligonais, a ação acontece sempre em apenas 2 direções (para frente e para trás), ou seja, há menor liberdade de deslocamento que em outros jogos 100% em 2D, como Streets of Rage ou Double Dragon. Para dar uma impressão tridimensional à movimentação, o ângulo da câmera é alterado sutilmente em vários trechos, como ocorre no clássico Pandemonium, lançado para Playstation. Entretanto, essa alteração é feita de modo menos eficiente, fazendo com que alguma vezes o jogador não tenha noção exata da distância a que está dos inimigos ou de armadilhas das fases, como choques elétricos que saem de alguns blocos. Apesar disso, a simplicidade do jogo ajuda na adaptação e a ação flui relativamente bem.

Falando dos aspectos técnicos, temos gráficos tridimensionais bastante simples em Action Hero 3D, que lembram jogos das primeiras levas de aparelhos como o PlayStation ou o Saturn. Além de personagens e plataformas em modelos 3D “chapados”, encontramos planos de fundo pré-renderizados e alguns efeitos extras, como o de chuva – que levei algum tempo para identificar como tal. A parte sonora compõe-se de efeitos básicos para os golpes e fundos musicais com qualidade de videogames “16 bits”.

Levando em consideração que é o jogo mais barato da ZeeboNet até o momento (990 Z-Credits, ou R$ 9,90), Action Hero 3D não é o pior dos negócios. Como é uma adaptação de celulares, apresenta gráficos e som condizentes; a dinâmica da jogabilidade é bastante simples e pode ser um bom passatempo para os mais jovens, principalmente por ter baixa dificuldade. Os que têm um nível de exigência um pouco maior, mesmo que curtam o estilo oldschool do gênero, vão achá-lo apenas passável – uma espécie de “tapa-buracos”, ou um título para compor catálogo. E na verdade, a intenção da Tectoy não deve ter sido muito diferente disso.

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