Análise do jogo Double Dragon
21 de outubro de 2020Por: RssV – Zeebo Brasil |
Apresentação: 8.0 |
Gráficos: 8.0 |
Som: 6.5 |
Jogabilidade: 6.0 |
NOTA FINAL: 7.0 |
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Em meio a várias apostas em jogos 3D no lançamento Zeebo, Double Dragon é uma exceção. Clássico dos arcades lançado em 1987, reaparece no console da Tectoy através de uma remodelagem feita por ela mesma, e traduz a opinião de muitos sobre qual deveria ser o foco da plataforma: investir em gráficos 2D “atualizados”, tanto em sucessos antigos quanto em novas franquias.
Double Dragon faz parte de um gênero conhecido por muitos como Beat-’em-up, ou seja, jogos de ação em que o objetivo é seguir pelas fases golpeando vários inimigos. E é exatamente assim nesta versão: com a opção de jogo em um ou dois jogadores, percorrem-se 6 estágios (ou “missões”) repletos de inimigos, que sempre acabam com um “chefe” mais poderoso. À medida que se avança, inimigos que antes eram “chefes” passam a aparecer nas fases como adversários comuns, aumentando a dificuldade.
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A boa surpresa que temos ao iniciar o jogo é ver que os sprites 2D dos personagens principais foram totalmente refeitos, e apresentam uma animação bastante agradável. Embora não se mantenham no mesmo nível, os inimigos também têm bom visual, com grande destaque para alguns “chefes” – é só prestar atenção nas belas animações da chefe da quarta missão, por exemplo, e ver que houve um trabalho competente de produção. Os cenários são todos estáticos, com raríssimos objetos em movimento, e apresentam algumas armas e itens que podem ser apanhados, jogados ou destruídos; eles são inspirados nas versões anteriores do jogo, e trazem algumas das músicas-tema antigas repaginadas.
Os controles disponíveis incluem botões para soco, chute, pulo e cabeçada, além da corrida, que é acionada com dois toques pra frente no direcional. O movimento de chute não é lá de grande ajuda, pois não tem grande alcance mesmo quando usado em combinação com o pulo. É provável que a maioria dos jogadores acione o botão de soco na maior parte do tempo, usando-o também em combinação com a corrida para um movimento que derruba os inimigos.
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Até aqui, parece tudo ótimo, mas nem tudo são flores. É justamente na jogabilidade que pode ser notada a maior deficiência de Double Dragon. Em geral, a resposta dos personagens ao movimento do direcional é boa, mas os botões que acionam os golpes trazem consigo um defeito notável; ocorre que, quando pressionamos, por exemplo, o botão de soco uma ou duas vezes, o personagem inicia na tela uma sequência de socos, e não se movimenta até que ela seja finalizada. É comum em qualquer beat-’em-up que o botão de soco gere esse tipo de sequência, formada por dois ou três socos comuns e um gancho ou chute forte que derrube o oponente ao final; isso ocorre também em Double Dragon. Mas digamos que o jogador inicie a sequência, e por um erro de distância ou posicionamento vertical, os golpes não atinjam o adversário. Numa situação como essas, o personagem permanece vulnerável às investidas dos inimigos por todo o tempo em que está golpeando, e não há como cancelar seus golpes e/ou locomover-se até que os movimentos acabem. Isso acaba quebrando um pouco o ritmo em alguns momentos, pois permite que o jogador seja atingido “desnecessariamente” em várias situações, além de gerar alguma “impotência” nos trechos em que há muitos inimigos próximos no cenário – a impossibilidade de cancelar uma sequência de golpes por vezes dá espaço para que outros inimigos ataquem.
Com algum tempo de prática, é possível adaptar-se a esse “detalhe” nos controles. Mas por conta deles, um título que poderia ser excelente torna-se apenas bom. Apesar de bastante divertida, a jogabilidade fica menos fluida do que poderia ser. Mas vale dizer que, para melhorar o pacote final, existe um modo de jogo extra que é liberado quando todas as fases são superadas; nele é possível utilizar os diversos personagens que vemos durante as missões, apesar de esses não contarem com movimentos específicos como a corrida ou o uso de armas.
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Mesmo com suas falhas, Double Dragon certamente representa um nicho muito promissor no Zeebo. Os jogos 2D podem ser uma forma de apresentar gráficos bem trabalhados, de repaginar clássicos e introduzir novas franquias, de dar espaço a desenvolvedores nacionais e, além de tudo, agradar os saudosistas.
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