Análise do jogo Quake II

21 de outubro de 2020 0 Por Markus Leite
Por: RssV – Zeebo Brasil
 
Apresentação: 7.5
Gráficos: 7.5
Som: 8.5
Jogabilidade: 8.0
NOTA FINAL: 8.0

Após um certo período de atraso, chega à Zeebonet o aguardado Quake II, jogo originalmente lançado para PCs no fim de 1997, que inaugurou uma categoria que podemos chamar de “shooters modernos”. E a espera valeu a pena: o clássico volta em boa forma, com algumas novidades que agradarão aos fãs brasileiros.

Muitos não sabem, mas Quake II não é considerado uma sequência direta do primeiro Quake, pois traz enredo, localização e personagens diferentes.  Agora estamos no papel de Bitterman, um fuzileiro que faz parte da “Alien Overlord”, operação de defesa do planeta Terra contra a invasão da raça Strogg. Para isso, Bitterman e seus aliados contra-atacam e invadem o planeta de origem dos alienígenas, mas a maior parte de seus companheiros é morta ou capturada após a entrada na atmosfera Strogg. Cabe ao jogador penetrar nesse ambiente hostil com o objetivo de assassinar Makron, o líder do local.

De modo geral, pode-se considerar que Quake II é uma evolução de seu antecessor em todos os aspectos: possui sons aprimorados, gráficos mais modernos, fases maiores e mais complexas, entre outros. E justiça seja feita: o Zeebo não faz feio em receber a ótima versão do PC; temos na trilha sonora o mesmo heavy metal do Sonic Mayhem, ouvimos os mesmos efeitos sonoros das armas, dos inimigos e dos torpedos que frequentemente são lançados ao fundo pelo planeta dos Strogg. Na parte gráfica, nota-se que os efeitos de luz não são tão complexos e as texturas parecem menos vivas que as originais, mas não é exagero dizer que o resultado final é muito bom, e mantém a evolução sobre o primeiro Quake. Outras novidades como as novas armas, a maior quantidade de inimigos simultâneos ou as feridas que aparecem em tempo real naqueles quando são atingidos também estão lá. A única ausência marcante em relação ao original é o vídeo introdutório em CG: devido ao comprometimento com um tamanho reduzido para o arquivo final, a Tectoy optou por não incluí-lo.

Sem CG inicial, mas com uma boa surpresa: algo que logo chama a atenção quando iniciamos a primeira missão são as vozes dos operadores terráqueos que passam ao fundo. Elas estão dubladas em português brasileiro – e uma boa dublagem, diga-se. Essas vozes não são muitas e também não são fundamentais para o entendimento da trama, mas ainda assim servem para dar uma imersão ou empolgação maior com o jogo. Todos os textos dos menus e da interface in-game também foram traduzidos, como tem sido de praxe.

Em relação aos controles, é possível optar entre duas opções bem distintas logo no início: a casual oferece mira automática e umas configurações de movimentação um tanto quanto estranhas para quem já se habituou a jogar first person shooters com controles; já a expert é aquela a que a maioria está acostumada, sem mira automática, com a alavanca analógica esquerda usada para movimentação e a direita, para movimentar a mira. Há um certo período de adaptação para usar os analógicos do Z-Pad com eficiência (eles são relativamente pequenos e às vezes parecem muito sensitivos), e enquanto isso não acontece o jogador pode sofrer um bocado com os inimigos. Para melhorar na adaptação, a sensibilidade da mira pode ser ajustada. Além disso, como sabemos, alguns controles USB (Dual Shocks e outros) são compatíveis com o Zeebo; embora não me pareça necessário, o uso de um controlador similar ao do Xbox, ou até ao do PlayStation pode ser útil.

E por falar em PlayStation, o console da Sony também recebeu uma versão de Quake II, que tem vantagens e desvantagens ante a versão Zeebo. Como vantagem, podem-se citar o modo multiplayer em tela dividida e  a taxa de quadros por segundo um pouco mais estável. A “superioridade” da versão Zeebo dá-se no que diz respeito às fases disponíveis: toda a sequência de cenários da versão para PC pode ser encontrada no console da Tectoy, enquanto o port do PlayStation teve alguns trechos cortados.

Ainda é válido dizer que, até a finalização desta análise, alguns problemas técnicos ligados ao jogo vêm atormentando usuários. Inicialmente, algo curioso: ele apareceu para download nos consoles de algumas pessoas, mas não é mostrado nos de outras; aparentemente isso tem a ver com alguma disparidade no serviço da Claro em diferentes regiões do país, e espera-se que em muito breve todos possam baixá-lo. Além disso, podem ser citados travamentos experimentados por alguns, principalmente em trechos iniciais do jogo onde há carregamento de novos cenários.

Deixando de lado essa parte de problemas técnicos, Quake II é um ótimo lançamento para o Zeebo. É um jogo bem mais moderno e completo que seu antecessor, com gráficos superiores, som melhor trabalhado e maior dinamismo na jogabilidade. A adaptação feita pela Tectoy foi boa, embora não se iguale ao original para PCs em elementos como a iluminação. A ausência de um modo para dois ou mais jogadores pode ser marcante para alguns, já que este é um título que criou vários seguidores por seu ótimo modo on-line. Já a dublagem de trechos do áudio, embora não seja algo excepcional, desperta a esperança de que possamos ter mais vezes esse tipo de trabalho de localização daqui em diante (quem sabe em um Quake 3?). Enquanto isso não acontece, temos um título competente já em mãos.

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