Análise (Review) de CT Special Forces

27 de julho de 2022 0 Por Markus Leite

Por: Cosmão

Ficha do jogo:
Data de lançamento: 12 de julho de 2002
Desenvolvedores: Light and Shadow Productions, LSP Games
Publicadora: Hip Interactive
Jogadores: Jogo multijogador
Gênero: Shoot ’em up, Vehicular combat game
Plataformas: PlayStation One, Game Boy Advance

A guerra, na vida real, pode deixar marcas profundas que duram uma vida inteira. Mas nos games, a guerra sempre nos trouxe bons frutos gamísticos. Desde a febre do Doom e seus corredores cheios de demonhos, passando por Counter Strike e suas lan houses cheias de moleques matando aula até o mais atual Modern Warfare 2 com suas missões suicidas, o tiroteio virtual sempre foi visto com um certo preconceito, por influenciar as cabeças mais fracas a saírem matando pessoas por aí. Mas, tanto eu como você sabemos que isso só acontece com pessoas fracas. E fraco, eu não sou!

Sempre joguei jogos de tiro, desde quando descobri Doom no SNES, passando pelo Saturn e chegando hoje aos belos tiroteios do Xbox 360 e PS3. Isso nunca foi problema pra mim, nunca fui impedido de jogar, sempre tive a cabeça no lugar. Acho que uma pessoa que acaba sendo influenciada por jogos violentos, antes de mais nada, já tem alguma tendência pra isso e o videogame acaba sendo só mais um fator a desencadear todo o resto. Mas não vou discutir a violência dos jogos de tiro hoje, deixarei isso pra outro dia. Hoje vamos falar de um joguinho de tiro até que bem simples, mas, por isso mesmo, carismático ao extremo.

Aposto que 99% dos frequentadores do site conhecem o clássico Metal Slug. Pombas, acho que todos vocês conhecem. Pois bem, CT Special Forces parece ter bebido da mesma fonte onde Metal Slug se fez e se criou. Só que aqui as coisas são menos arcades e mais táticas, por assim dizer.

Em CTSF, controlamos um soldado armado com diversas armas e alguns acessórios. A missão é dizimar o exército inimigo enquanto avança pelos cenários, apesar de cada fase ter uma pequena historinha inicial. Até aí, nada diferente dos mais de trocentos jogos do estilo. Agora vem o tempero de CTSF: o realismo, mesmo que em um jogo 2D.

Tudo aqui é baseado em realidade, desde os modelos dos inimigos, armas, locais e tudo mais que se possa imaginar. O jogo segue o estilo Contra/Metal Slug, mas tem um charme totalmente único, totalmente dele apenas.

Os gráficos no portátil da Nintendo estão ótimos. Tanto nosso bravo soldado, quanto os inimigos e demais coisas nos cenários possuem uma boa taxa de frames, o que adiciona mais fidelidade ainda ao game.

As armas respondem da forma correta, as metralhadoras tem sons bem próximos aos reais, granadas e bombas explodem e ferem tanto você quanto os inimigos e até veículos estão presentes. O jogo preza tanto por isso que até paraquedas e etapas com uma sniper estão presentes, todas bem simuladas no jogo.

Apesar de todo esse realismo empregado, seu personagem e nenhum outro no game sangram. É uma falha? Claro que é, mas que pode muito bem ser relevada se for levar em consideração o pacote completo que ele oferece. O personagem não morre com apenas um tiro, há uma barra de energia no alto, bem como caixotes que repõem essa energia estão espalhados pelas fases.

As missões não se resumem em andar, pular e atirar sempre. Em algumas, como eu já citei, é preciso manusear uma mira e salvar os pobres reféns dos inimigos com uma sniper invocada.

Em outra fase, controlamos um helicóptero e precisamos atravessar um deserto enorme cheio de tanques de guerra e outros helicópteros inimigos. A coisa é bem variada mesmo, em alguns momentos até surpreende a ousadia dos produtores.

Ousadia, tava faltando essa palavra nessa resenha. Se tem uma coisa nesse jogo que podemos ver logo de cara é a ousadia da Hip Games ao detalhar nas mínimas coisas as minúcias de um jogo de tiro.

As primeiras fases podem parecer até repetitivas, mas espere chegar no deserto e se infiltrar numa base subterrânea para ver como as coisas variam. Portas precisam ser destruídas, bem como lançadores de mísseis e minas terrestres estão por toda parte. Me senti o Rambo nessa fase.

CT Special Forces talvez não seja tão conhecido assim, afinal, saiu para GBA e poucas revistas na época deram a devida atenção ao game. Mas, mesmo assim, o jogo se tornou uma série de 3 games, um melhor que o outro e que valem uma experimentada. Aposto que vão se surpreender também.

Nota: 8.5

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