Análise (Review) de EDENGATE: The Edge of Life

26 de janeiro de 2023 Off Por Rafael Castillo

Uma jovem cientista, um hospital abandonado e uma cidade sem pessoas. Explore, descubra e obtenha todas as respostas de suas perguntas, se você conseguir.

Ficha do Jogo:
Lançamento:
15 de novembro de 2022
Jogadores: Um Jogador
Gênero: Terror, Aventura, Casual
Desenvolvedora: Digital Bros. S.p.A., HOOK
Publicadora: Digital Bros. S.p.A., HOOK
Idiomas Disponíveis: Inglês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol, Russo, Chinês, Japônes, Coreano, Português – Brasil
Disponível nas Plataformas: Playstation 4, Xbox One, PC-Computador (Microsoft Windows)
Tempo de Jogo: 2 a 3 horas

Versão do Jogo Analisada: Versão Europeia para Playstation 4

Classificação Indicativa: 12 +

O Início

EDENGATE: The Edge of Life foi desenvolvido durante a Pandemia Global do Corona vírus. Em um primeiro instante, o jogo parece ter uma clara inspiração no jogo Control da Remedy Entertainment, mas essa semelhança é logo descartada após alguns minutos de jogo. Aqui, você não será perseguido por inimigos sobrenaturais, criaturas ou soldados de alguma organização, é apenas você e nada mais, interagindo com alguns objetos ao longo da jornada.

Mia Lorenson, é uma jovem e talentosa cientista que acorda no quarto de um hospital, na cidade de Edengate, que logo se dá conta que não há ninguém ali, e parte em busca de respostas sobre o que possivelmente aconteceu. De fato, este não é um jogo para quem espera ação, pois seu ritmo é de longe um dos mais tranquilos e lentos que tive a oportunidade de jogar, talvez isto explique ele ter de 2 a 3 horas de duração, justamente para não ser um jogo maçante.

*Nada como um hospital abandonado para dar alguns arrepios.

Jogabilidade

Sobre a jogabilidade não há muito o que falar, pois se trata de um jogo de exploração e comandos básicos, entre andar, correr e interagir com objetos. Mia, parece desenvolver um poder sobrenatural, que ao estender sua mão sobre objetos com uma espécie de luz branca saindo deles, tem alguns flashbacks de um passado não muito distante, sendo em sua maior parte de conversas com seus colegas cientistas questionando suas teorias, pela qual, supostamente, está à procura de uma cura para alguma doença. Em paralelo a isso, ela encontra a ilusão de um garoto com um objeto em mãos e que a todo o momento tenta conversar com ele, mas o mesmo foge, deixando talvez de obter mais respostas sobre tudo o que está acontecendo ali.

Esse, “poder” de Mia, me lembrou muito o jogo “Galerians” um Survival Horror de 1999 lançado para Playstation. (Em breve teremos uma review dele aqui no site).

Ao longo do caminho, iremos nos deparar com alguns “puzzles” para resolver, nada muito difícil, todos eles estarão com sua resposta evidente no mesmo lugar, sem a necessidade de ficar voltando atrás. Acredito, que isto poderia ser melhor explorado, talvez um grau de dificuldade maior na resolução desses “puzzles”, deixaria o jogador mais preso ao jogo ao tentar desvendá-los.

*Interaja com todos os itens que tenham essa luz branca para ver flashbacks em busca de respostas.

Gráficos e Ambientação

Apesar de sua jogabilidade básica, sua ambientação é um dos pontos altos do jogo, tanto o hospital quanto a área externa da cidade que apesar de limitada, é muito bem detalhada. Faltaram alguns “caprichos” de textura, principalmente na personagem, mas nada algo muito gritante. Um destaque no quesito ambientação, sem dúvidas é a iluminação, que aqui foi muito bem aproveitada, causando suspense em diversas partes do jogo, seja pela cidade ou no próprio hospital. A interação de flashbacks na tela também é algo interessante, pois enfatiza a ideia de que é algo contido no subconsciente de Mia, ao ser apresentada de forma um pouco distorcida.

*Ambientação caprichada.

Trilha Sonora

A trilha sonora, na minha opinião, é um dos pontos mais importantes de um jogo, pois é através dela que conectamos toda a experiência enquanto jogamos. Em Edengate, a trilha sonora ficou a cargo de Laryssa Okada e que sinceramente, foi a pitada de sal que essa obra precisava para não torná-la cansativa. Destaque para as faixas “Mia’s Hypothesis”, “Where Is Everbordy” e “Edengate”.

*No escuro a imaginação rola solta.

Conclusão e interpretação do redator

Edengate, não possui um “final” totalmente explicado e você pode terminá-lo com mais perguntas do que respostas. Acredito que isto seja algo proposital que a desenvolvedora do jogo a “HOOK”, quis fazer como forma de extrair diferentes conceitos de seus jogadores.

Na minha opinião geral sobre o jogo, acredito que poderíamos ter “MAIS”, mais “puzzles” e um nível de dificuldade maior em cada um deles, mais interação com o ambiente e quem sabe mais explicações em seu enredo sobre o que está acontecendo, embora a proposta do jogo seja de fato a interpretação do jogador.

Seguindo esse critério de interpretação, vou destacar aqui a minha teoria sobre o final do jogo. Lembrando, que a partir daqui teremos alguns Spoilers sobre o desfecho de Edengate.

Assim que Mia Lorenson, a personagem principal do jogo, acorda, ela se depara com um hospital totalmente vazio e segue em busca de alguém ou alguma resposta sobre o que está acontecendo, em um dos momentos iniciais do jogo, nos deparamos com uma maca vermelha que ao interagir com ela, vemos um flashback de um outro cientista chamado Liam, dizendo que se ela (Mia) não tivesse trabalhando tanto e se achado mais esperta que os outros isso não teria acontecido, e acaba com ele pedindo para que abram caminho para eles passarem, o que dá a entender que Liam está levando Mia para o quarto com ela sobre a maca.

Como disse anteriormente, o jogo foi desenvolvido durante a Pandemia Global do Corona vírus, a qual causou enorme impacto e infelizmente resultou na morte de milhares de pessoas ao redor do mundo. Ao meu entender, Mia, foi uma das pessoas contaminadas pela suposta doença abordada no jogo enquanto procurava uma cura, o que resultou que ela entrasse em coma profundo e todo esse percurso pelo hospital e pela cidade, era tudo algo se passando apenas em seu subconsciente.

Lembra do garoto que eu mencionei mais acima? Pois bem, ele seria parte de um experimento usado para encontrar a cura da humanidade, mas que por algum motivo acabou morrendo. No final do jogo, temos Mia correndo atrás do garoto e entrando em um trem, ele então dá a ela o objeto desconhecido e então Mia surge caminhando pela cidade, já “normalizada” com pessoas pelas ruas voltando a suas vidas normais.

Acredito, que o garoto seja o despertar de Mia do coma, pois até ali, ela procurou respostas para tudo, e principalmente para a cura da humanidade, mas em algum momento se perdeu diante tudo isso e deixou de lado momentos pelos quais ela poderia ter passado com as pessoas que a amavam, entre amigos e familiares, em especial sua mãe, que embora não fique claro, pode ter partido em decorrência da doença.

Enfim, Edengate The Edge Of Life, pode gerar diversas teorias, diversos finais, mas há algo que não passa despercebido, de que hoje, estamos mais forte do que um dia fomos.

*Gostaria de deixar aqui, meus mais sinceros e profundos sentimentos à todos aqueles que perderam seus entes queridos durante a pandemia do Corona vírus ou durante este percurso que é a vida.

Pontos Positivos

+ Trilha Sonora
+ Gráficos e ambientação
+ Jogabilidade

Pontos Negativos

– Puzzles muito simples
– Pouca duração de 2h a 3h no máximo
– Pouca interação com o ambiente

Avaliação:

Gráficos: 9.0
Diversão: 8.5
Jogabilidade: 8.5
Trilha Sonora e Efeitos Sonoros: 10.0
Performance e Otimização: 8.5
Nota Final: 8.9 / 10.0


*Análise (Review) da versão digital de “Edengate – The Edge Of Life”, cópia cedida gratuitamente pela desenvolvedora do jogo, “HOOK”, a qual agradecemos a confiança.

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