Análise de Batman: Arkham Origins

3 de abril de 2021 0 Por José Daniel
Ficha do Jogo:
Lançamento: 25 de outubro de 2013.
Gênero: Ação e Aventura, beat ’em up, stealth.
Desenvolvedores: Warner Bros. Games Montreal e Splash Damage (multiplayer).
Publicadora: Warner Bros. Interactive Entertainment.
Plataformas: Xbox 360, Xbox One (via retrocompatibilidade), Playstation 3, PC – Computador (Microsoft Windows) e Wii U.

Classificação Indicativa: +14.

Apresentação Inicial

Finalmente chegamos em Batman: Arkham Origins. Amado por uns, odiado por outros. Batman: Arkham City levou a saga Arkham para outro patamar e isso deixou um grande ponto de interrogação sobre qual caminho a série iria tomar e se a sequência seria tão arrebatadora quanto. Arkham Origins já surgiu causando problemas. O jogo não continua a história do anterior e não foi produzido pela Rocksteady Games como os anteriores. Isso tudo já foi o suficiente para causar um abalo. Será que esse jogo é realmente ruim? Será que ele não pode ser aproveitado e considerado dentro da “trilogia”? Bom, a gente vai descobrir isso agora.

Batman: Arkham Origins foi jogado e finalizado no Xbox 360 e jogado novamente no PC. (Todas as screenshots foram tiradas da versão PC)

Cavaleiro das Trevas

Enredo

Batman: Arkham Origins apresenta a origem do nosso querido herói. Gotham ainda não conhece o Homem-Morcego e as pessoas acreditam que seja apenas uma lenda. Batman se apresenta aos poucos para a cidade e tudo que ele faz começa a ser registrado. Tudo deixa bem claro que: Batman existe!

Roman Sionis, um amigo de infância de Bruce Wayne, é um empresário fracassado que assume uma nova personalidade. O Máscara Negra. Conseguiu se reerguer com muito sucesso e é a personalidade de maior poder dentro de Gotham. Dinheiro e recursos não faltam para poder realizar seus interesses. Usando uma máscara de caveira negra, Roman pode atuar como um criminoso e ao mesmo tempo ser Roman Sionis para o público, sem problema algum.

Batman: A queda! Literalmente.
Season Greetings de Gotham.

Para muitos que o conhecem, Batman é visto como criminoso. O capitão da polícia Jim Gordon (antes de se tornar comissário), o comissário Loeb e agentes da SWAT querem a captura de Batman o quanto antes (mesmo com dúvidas de sua real existência). Máscara Negra não deseja sua captura e sim a sua morte. Em pleno natal, contrata os melhores assassinos para essa difícil tarefa. Quem conseguir acabar com Batman, será premiado com uma bela recompensa em dinheiro e nada melhor que assassinos mercenários para isso.

Ao todo são oito assassinos interessados em conseguir a cabeça do herói. São eles: Bane, Pistoleiro, Exterminador, Copperhead, Vagalume, Lady Shiva, Killer Croc e Eletrecutador. Só pessoal tranquilo nesse meio.

Como o Jogo Funciona?

O game bebe muito da fonte de Arkham City e até demais. Isso fez com que os fãs da série ficassem um tanto desapontados já que esperavam algo tão inovador quanto o anterior. Isso faz o jogo ruim? JAMAIS. Arkham Origins possui a mesma jogabilidade do City, movimentos bem semelhantes, traz os mesmos desafios de RA (Realidade aumentada da Wayne Tech), segue a mesma receita de bolo, inclusive seus gráficos são os mesmos, mas realçados e polidos. Tá, mas o jogo deve ser ignorado? Bom, só se você detestou os jogos anteriores (o que eu duvido muito).

Quais são os diferenciais? Eles existem?

Com certeza! Além de um excelente enredo, com reviravoltas dignas de aplausos, o jogo trouxe bem mais habilidades em sua árvore de habilidades, diversos vilões (principalmente fugindo do eixo principal de vilões), entre eles estão: Anarquia, Vagalume, Shiva etc. Novamente, Arkham consegue dar a devida atenção aos vilões, seja em sua história principal ou nas missões secundárias.

As missões secundárias entram na categoria de “Os mais procurados”

A ambientação é lindíssima, bem detalhada e como está em clima natalino, a neve está presente e muito bem, por sinal. O mapa é bem maior e não existem as cercas que impediam Batman de explorar a cidade. Agora é possível visitar a bat-caverna, explora-la, fazer desafios e o mais importante de tudo, conversar com o Alfred.

Bruce e Alfred possuem uma ligação incrível na trama e definitivamente mostra como o nosso querido mordomo é importante na vida de Bruce Wayne.

Seguindo o Chapeleiro Louco.
Primeira divisão do mapa.
Segunda divisão do mapa.

Apesar de Batman estar no início de carreira, a árvore de habilidades dele está bem maior que nos jogos anteriores. Novamente dividido em categorias e cada categoria com sua respectiva tabela de habilidades.

Na categoria de combate corporal, estão presentes os movimentos realizados em combate, como esquiva e defesa, além de algumas melhorias de combos e novos golpes. Já na categoria de predador invisível, é possível adquirir habilidades que permitam melhor desempenho em stealth. O jogo continua com a mesma pegada de seus antecessores em relação a isso. E por último, mas não menos importante, estão as habilidades auxiliares, como de equipamentos e utilidades durante o combate, como exemplo, o desarmamento de inimigos.

Batman está mais forte do que nunca, mesmo sendo apenas o começo.

Aparência

Outro problema que o jogo enfrentou em relação aos fãs, foi a repaginada na arte visual dos personagens. Batman está com o corpo muito mais musculoso, braços e pernas extremamente exercitadas, causando um desconforto nos primeiros momentos com o game.

Os vilões também passaram por uma repaginada no visual, ganhando uma roupagem com mais cara de inicial, nada muito elaborado, roupas mais comuns e uma característica mais cartunesca. (Eu, particularmente, achei o visual bonito e não me causou um ódio a ponto de xingar a desenvolvedora).

Respectivamente Batman: City e Batman: Origins.

Gotham também passou por uma mudança no visual e ficou bem mais viva que anteriormente. O mapa está mais claro, iluminação bem característica de natal, os detalhes da neve, pegadas dos inimigos e até mesmo do Batman, tudo muito bem feito e organizado. Os pontos de viagem rápida são baseados no sistema de torres. É necessário destravar essas torres para liberar o sinal e desbloquear os pontos de viagem. Batman utiliza o bat-wing para fazer a movimentação entre esses pontos.

Banco de dados de biografias.

A tela de biografia se manteve padrão, da mesma forma que no City. Está com uma interface mais bonita e bem trabalhada, bem com cara de banco de dados mesmo.

Contém informações de cada personagem, como características físicas, personalidade, primeira aparição no universo Batman e breve resumo da história do personagem.

Batman: Arkham Origins bebe muito das HQs e isso traz um grande potencial para seu desenvolvimento. “Batman: Ano Um” e “A Piada Mortal” são as principais fontes que o game recebe, então seu conteúdo é bem rico e de bom gosto.

Novidades e Inovações

Pode falar o mal que for de Arkham Origins, mas as suas novidades foram úteis o suficiente para até a Rocksteady aderir. Origins trouxe um modo detetive totalmente reformulado. Batman agora pode investigar crimes e fazer a reconstituição do momento através de hologramas, com uma mecânica semelhante à de rebobinar uma fita VHS.

São diversos casos e cada um com uma pequena história de pano de fundo. Por exemplo: Fulano foi assassinado na avenida tal. Batman chega no local, reconstitui o momento, analisa o contexto, objetos e provas que levem ao assassino. Assim que descoberto, Batman vai até o criminoso e resolve na surra. Foi uma implementação bem interessante, uma vez que, Batman é um detetive, então nada mais justo que ter o que investigar.

Alguns dos casos disponíveis no jogo.

Os combates com chefes agora são diferentes. Funciona como se fossem turnos de RPGs, porém extremamente simples. Acontece a batalha padrão, mas para derrotar o inimigo, é necessário esquivar de seus ataques no momento certo para poder pegá-lo desprevenido. Segue a linha de um “combate assistido” nesses pequenos momentos. Não são ruins, deu um ar mais cinematográfico para as batalhas, porém não agradou muitos fãs.

O jogo trouxe um sistema chamado de “Sistema do Cavaleiro das Trevas” que são alguns desafios específicos para serem cumpridos durante o combate e a exploração de Gotham. A interrupção de crimes e sequências de movimentos bem executadas podem ser o suficiente para completar os desafios e conseguir pontos de experiência para evoluir o personagem. Além dos desafios do sistema, Batman também pode treinar e realizar alguns desafios na bat-caverna.

Sistema do Cavaleiro das Trevas.

Arkham Origins é o primeiro jogo da série Arkham a trazer dublagem em português (PT-BR). A dublagem é muito boa, sendo as vozes do filme do Cavaleiro das Trevas, da trilogia do Christopher Nolan. Várias vozes em inglês foram substituídas. Batman não é o Kevin Conroy e sim o Roger Craig Smith e o Coringa não é o Mark Hamill, que foi substituído por Troy Baker (que por sinal, não deixaram a desejar).

Os equipamentos são praticamente os mesmos. O que mais muda é somente a hora em que alguns aparecem. Ainda estão presentes os batarangues, batarangue-remoto, granada de fumaça, bat-garra, rapel, apetrecho de criptografia e gel explosivo. Uma novidade é a substituição da arma de choque por luvas de choque e a adição do detonador de abalo. Uma leve alteração, mas no geral, seguem a mesma linha.

Alguns dos equipamentos iniciais.

O game também apresenta um modo multiplayer (que infelizmente seus servidores foram encerrados em dezembro de 2016) bem bacana, era divertido de se jogar e podia ser jogado com alguns personagens, incluindo o Robin. Para os jogadores de Playstation de plantão, aquela platina bacana não será possível caso vise o modo online.

Arte conceitual de uma área de Gotham.

As artes conceituais, coletáveis (através da visão de detetive, é possível encontrar segredos da história de Gotham) e os troféus em 3D estão novamente presente. Os troféus do Charada são pacotes de extorsão, mas possuem a mesma função. Cada atividade recompensa o jogador de alguma forma, seja com os pontos, conclusão de desafios, artes conceituais e os troféus. Sistema padrão da saga.

Troféu em 3D do Pinguim.

Bugs e Problemas

Aqui está uma coisa que entra nas “novidades” do jogo. Akrham Origins é o primeiro game da saga a apresentar bastante bugs. Inimigos entrando em paredes, Batman ficando preso em objetos, inimigos se perdendo e o principal, a capa do Batman se embanana diversas vezes e algumas delas pode atrapalhar o jogador. No geral, os bugs não te impedem de progredir nem forçam a recomeçar o checkpoint, porém, em relação aos anteriores, são bem mais constantes.

Extras: DLCs e Trilha Sonora

A trilha sonora é impecável, digna dos anteriores. Isso é difícil de não ser uma concordância unanime, já que segue o padrão Batman. O game apresenta algumas DLCs que agregam bastante ao universo “batmístico”. Cold, Cold Heart, que conta a história do Sr. Frio (ou Mr. Freeze), mais um vilão muitíssimo inteligente, com uma triste história e que garante boas horas de jogo. Initiation, mostra um pouco mais do treinamento de Bruce Wayne nas montanhas. Há também alguns pacotes de skins, mas são totalmente desnecessários.

Conclusão

Batman: Arkham Origins não é um jogo ruim, muito menos péssimo. Suas inovações foram implementadas no jogo seguinte e isso mostra que a maior parte das críticas são desnecessárias. Claro, de certa forma, possuem um fundamento, mas remover ele por completo da saga simplesmente por não seguir a história e não ter sido desenvolvido pela Rocksteady é um grande erro. Arkham Origins mostra um Batman inexperiente, que comete diversos erros e deixa seu emocional definir suas atitudes, deixando um pouco a lógica de lado e agindo muito mais por impulso. Um enredo muito bem feito e digno de um começo para o herói. Uma trama com reviravoltas e cheia de surpresas que mantém o jogador motivado a ir até o fim. Sua trilha sonora é marcante e junto com sua ambientação detalhada e bem trabalhada acaba por se tornar bem imersivo. Se vale a pena jogar? Com certeza é uma excelente pedida para a saga e não deixa de ser um ótimo jogo.

Nota: 8/10.

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