Análise de Bug!

2 de fevereiro de 2022 0 Por Markus Norat

Por: Cosmão

Ficha do jogo:
Data de lançamento: 15 de maio de 1995
Gênero: Jogo eletrônico de plataforma
Jogadores: Um jogador
Desenvolvedora: Realtime Associates, Beam Software
Publicadora: Sega, Tectoy
Plataformas: Sega Saturn, PC – Computador (Microsoft Windows).

Avaliação:
Nota: 7,0

Quando comprei meu Saturn, lá pelo ano de 1996, eu mal sabia o que esperar do console. De fato, eu já tinha visto alguma coisa de Daytona USA e Virtua Fighter, mas, do resto, eu mal conhecia. Fui um dos muitos que pegou o Saturn por conta do sucesso do Mega Drive e sonhava em ver as franquias dos 16 bits agora reformuladas nos 32 bits da Sega. Enquanto nenhum Sonic de verdade apareceu pro console, outros games acabaram ganhando notoriedade e comprovando que a Sega tinha estúdios muito criativos que praticamente tiravam leite de pedra na época.

Bug! é um desses frutos, gerado à partir de pessoas caprichosas que suaram a camisa e criaram uma franquia única, exclusiva e bem diferente de tudo que já haviam feito. Bug! era um game de plataforma, mas, diferente da maioria que conhecemos, ele sabia misturar muito bem o 2D com o 3D de forma única.

Acho errado dizer que Bug! é um game de corredores com simples efeitos de profundidade e zoom. O game tem lá seus defeitos, mas seu controle firme e a dificuldade extremamente alta (mesmo que balanceada) faziam dele uma figurinha repetida em muitas locadoras da época. No game, controlamos Bug, um simpático inseto verde que tem a missão de salvar sua esposa, é na verdade um astro de Hollywood. De férias entre as filmagens, ele se vê numa enrascada e precisa seguir por vários lugares em busca de sua amada, sequestrada pela Queen Cadavra. Toda essa história é quase inútil no game, visto que as coisas aqui só serviram de pano de fundo pro jogo existir.

Bug!, antes de tudo, é um game difícil. Apesar da aparência infantil e temática simples, avançar por entre as fases sem perder vidas ou a paciência é uma tarefa árdua. Bug! tem como medidor um vidro de bug juice, que se esvai conforme encosta em inimigos ou espinhos nas fases. Para repor, somente encontrando outro ou os corações espalhados pelo cenário. Além desse item, existem também os movie gross que servem como os coletáveis do jogo (algo como os anéis de Sonic). Cada 100 deles dá uma vida ao jogador.

a profundidade do cenário é bem bacana

Alguns itens são mais escassos, como as vidas, moedas de bônus e os poderes para Bug, que podem ser desde invencibilidade até um raio que acerta os inimigos, todos temporários. As vidas estão escondidas em lugares muitas vezes difíceis de chegar, fazendo com que o jogador explore mais ainda o cenário e acabe perdendo energia no processo. Os checkpoints são raros e dão a chance de voltar ali caso morra. Como as fases muitas vezes são enormes, morrer nesse game significa ter que refazer quase tudo muitas vezes.

algumas plataformas te levam para longe…
ao lado, bolas de pedra descem do fundo do cenário

Pelo menos, controlar Bug é uma tarefa simples. Ele só pula, anda e se abaixa, além de lançar o raio quando pegar tal item. Com poucas ações, é mais prudente observar a movimentação de cada inimigo antes de sair na louca tentando passar a fase correndo. Bug é um daqueles games em que cada atitude precisa ser planejada, o jogo deve ser jogado bem lentamente, visando não perder energia em lugares óbvios.

o primeiro chefe é esse caramujão aí, o bicho dá trabalho pra ser vencido…

Apesar de toda essa dificuldade, o game fez um relativo sucesso e gerou uma sequência bem bacana anos depois. O estilo gráfico é agradável e quem gosta de explorar cenários (ou tem muita paciência pra isso) pode encontrar em Bug um excelente passatempo. As músicas não são todas agradáveis (são bem repetitivas), mas os efeitos sonoros são engraçados e acabam por se sobrepor as músicas.

a segunda fase se passa no manjado cenário desértico…
ao lado, uma visão incomum, visto de cima, bem criativo pra época

No final de tudo, que gosta do gênero plataforma deveria experimentar Bug. Não é a oitava maravilha do mundo gamístico, mas é um bom jogo que infelizmente ficou esquecido no passado da Sega…

Resumão:

Prós:
+ estilo gráfico agradável;
+ fases enormes e cheias de caminhos diferentes, proporcionando muita exploração.

Contras:
– dificuldade acentuada, o que pode afastar muita gente;
– requer um planejamento à cada avanço de tela para evitar mortes bestas, o que deixa o gameplay lento.

Final Score: 7.0

Deixe o seu comentário abaixo (via Facebook):