Análise de Fahrenheit: Indigo Prophecy

11 de março de 2021 0 Por José Daniel
Ficha do jogo:
Lançamento: 16 de setembro de 2005.
Gênero: Ação e aventura, drama interativo.
Desenvolvedores: Quantic Dream, Aspyr Media.
Publicadora: Atari
Plataformas: Celular – Mobile (Android), PlayStation 2, Playstation 4, PC – Computador (Microsoft Windows e Linux), Xbox 360, Xbox.

Classificação indicativa: +18 Conteúdo Sexual, Drogas, Nudez, Violência, Violência Extrema.

Apresentação Inicial
O game é da grandiosa Quantic Dream, conhecida por ser a criadora de grandes obras para o Playstation, sendo Heavy Rain, Beyond: Two Souls, Detroit: Become Human e não menos importante, Omikron: The Nomad Soul (Sim, aquele do David Bowie) para Dreamcast. Fahrenheit funciona como filme interativo, onde o maior foco do desenvolvimento é a história.

Enredo
Como já é comum da Quantic Dream, o enredo é um dos maiores diferenciais que seus jogos possuem. Jogos cinematográficos, repletos de dramas, reviravoltas que sempre deixa aquele gostinho de quero mais. O jogador assume o papel de Lucas Kane, uma pessoa comum, com seus problemas, um emprego, suas alegrias, suas tristezas, simplesmente um jovem como qualquer outro. Lucas mora em Nova York e na trama existe um serial killer que está fazendo várias vítimas, porém, sem deixar nenhuma pista que o incrimine.


Em um dia qualquer, o jovem Lucas vai até um restaurante onde já é freguês e acaba passando mal, ao adentrar ao banheiro, algo acontece com ele como se estivesse possuído e isso o leva a assassinar um homem que estava no banheiro e quando Kane recupera seu estado normal, o crime já havia acontecido e assim o jogo começa.
Além de Lucas Kane, o jogador assume outros dois personagens, Karla Valenti, uma detetive do departamento de polícia de Nova York, viciada em trabalho, repleta de problemas e, também, psicologicamente instável, assim como Lucas, e o seu parceiro Tyler Miles, descolado e extrovertido, porém também passa por problemas e conflitos pessoais. Karla e Tyler são os responsáveis pela a investigação dos assassinatos do serial killer da cidade em busca de descobrir a verdade sobre o assassino. Realmente instigante, não?

Como o Jogo Funciona?
Sim, eu sei, a primeira vista parece bem estranho controlar personagens que, de maneira geral, são tão opostos, mas isso é o que traz o brilho que o game possui. Cada personagem possui um medidor de estresse (eu chamo de “estressômetro”) que muda de acordo com os acontecimentos do game e ações do jogador.
Ok, mas isso interfere em alguma coisa? Com certeza! Lucas comete os crimes enquanto está em transe, então assim que ele se recupera, o jogador tem o papel de esconder muito bem as provas que certamente o incriminaria. A cada prova que conseguimos esconder, o nível de estresse do personagem fica positivo e isso é muito bom, já que caso essa barra chegue no seu mínimo, Lucas começa a cometer sérios erros, podendo favorecer a investigação. Se o nível diminuir muito, o personagem pode entrar em depressão e acabar morrendo. Funciona praticamente igual para os três personagens, a diferença é a forma que isso vai acontecer. Enquanto Lucas precisa esconder provas para se safar, caso não consiga ele ficará mal e seus índices cairão muito. Já para Karla e Tyler, se eles não conseguirem prosseguir com as investigações, o nível do “estressômetro” os levará a cair em depressão também. Ou seja, há uma grande necessidade de cuidar do emocional deles, deixando tudo isso ainda mais imersivo.

O jogador pode interagir com muita coisa no cenário, pode conversar com pessoas, explorar o ambiente (que por sinal, a ambientação do jogo é muito bem feita e muitas vezes chega até a ser aconchegante estar jogando), comer, se distrair. Existem alguns mini games durante algumas cutscenes, há sempre a necessidade de estar preparado. Funciona na mesma pegada do jogo Genius (aquele da Estrela). Com o Lucas, podemos tocar guitarra, treinar em um saco de pancada, ouvir música, comer, tomar banho e dormir. Karla pode relaxar no apartamento, fazer academia, treinar e Tyler pode se relacionar com a esposa, jogar basquete e gastar um tempo na delegacia. Tudo de maneira linear, mas não deixa de ser um excelente passa tempo.

Como o game se trata de um filme interativo, não há muito que avaliar no quesito jogabilidade, o que tem funciona bem e eu, particularmente, não tive nenhum problema. Os gráficos são muito bonitos, principalmente na sua versão remasterizada. Bom, bonito e cinematográfico. Ideal para amantes do gênero e um prato cheio para os novatos e curiosos para uma boa aventura, um tanto quanto…sobrenatural.

Extras: Trilha sonora e Influências.

A trilha sonora é primordial para uma excelente imersão do jogador e Fahrenheit soube muito bem como aplicar uma boa dose de sentimento com sua trilha. Eu inclusive fui atrás de diversas músicas após o término do game.

Claramente, Fahrenheit inspirou muito os outros jogos da empresa, há muitas semelhanças em Heavy Rain, com o Origami Killer e o Detetive Shelby. Beyond: Two Souls, com as cenas de luta e treinamento, e inclusive, Lucas parece ter servido muito de inspiração para o visual do Aiden Pearce do Watch Dogs.

Aiden Pearce, Lucas Kane, Karla Valenti e Tyler Miles

Conclusão

Esse game passou batido por muitos, incluindo grandes fãs dos jogos da Quantic Dream e que realmente merece uma devida atenção. Possui um enredo maravilhoso, envolvente, cativante e emocionante, com personagens memoráveis e importantes de alguma forma para a indústria dos games. A trilha sonora é bela e combina muito com os momentos em que aparecem, dignas de ouvir depois no seu fone estando de boa lavando a louça ou fazendo qualquer outra coisa que fica muito melhor com música. Muito mais que recomendado!

Nota: 8/10.

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