Análise de Streets of Rage 3

12 de agosto de 2021 0 Por Markus Norat

Por: Cosmão

Ficha do Jogo:
Data de lançamento do jogo original: 17 de março de 1994
Desenvolvedora: Overworks, Sega
Publicadora: Sega, Tec Toy
Gênero: Beat ’em up
Plataformas: Mega Drive, PC – Computador (Microsoft Windows, Linux, Mac), Celular – Mobile (Android, iOS), Nintendo GameCube, Nintendo Wii

Avaliação:
Nota: 9,0

Hoje vou falar sobre um jogo que muitos consideram a ovelha negra de uma série muito prestigiada no Mega Drive. Trata-se de Streets of Rage 3, o “grand finale” da clássica série da Sega, do game de bater em pessoas na rua.

Mas, afinal de contas, por que tantas pessoas odeiam esse jogo? Claro, não tem o ar de novidade do primeiro título da série, nem a evolução magnífica do segundo, mas é complicado entender o motivo de haver tantas pessoas que não gostam dele… Enfim, eu sempre gostei e tentarei mostrar o lado bom das coisas do jogo.

Streets of Rage 3 conta uma nova história, mas pega emprestado 3 integrantes da equipe da segunda versão. AxelBlaze e Skate estão de volta, todos com movimentos reciclados e um ou outro novo, só pra dizer. O estreante é um androide enorme chamado Zan.

Zan tem um papel fundamental na nova trama: localizar explosivos espalhados por toda a cidade e ajudar a turma a impedir que um novo lunático faça fezes denovo.

Acontece que Mr. X, o mesmo que chutamos a bunda nas versões passadas, resolveu brincar com robozinhos e, com a ajuda de um parente do Dr. Willy, está criando robôs e colocando no lugares importantes tanto da política como da segurança da cidade. E ele ainda espalhou bombas por todo canto, tudo pra despistar a polícia e os oficiais enquanto a podridão rola por debaixo do pano! Pelo menos dessa vez dá pra dizer que o maluco foi criativo.

Zan não é a única novidade no jogo. Além dele, um canguru treinado pode ser habilitado mediante uma condição simples: matar seu tratador numa luta de dois contra um. Roo, o canguru, é uma novidade bacana, diferente e que dá uma boa variada nos lutadores.

Mas ainda tem mais….Com um código, é possível liberar Shiva, o lutador que protegia Mr. X no final do segundo game e que aparece pra apanhar neste terceiro também. Shiva tem movimentos bem limitados, mas não deixa de ser uma novidade.

Sobre os lutadores, todos mudaram de visual. Blaze ainda está gatíssima, com um cabelão, saia justa mostrando as pernocas e com golpes bacanas. Mas não achei ela tão apelativa como no primeiro e segundo game. Axel ainda possui o gancho apelão do segundo game, mas ele foi enfraquecido, pra sorte dos inimigos. Skate agora tem uma corridinha como especial, substituindo o golpe parafuso que ele iniciava no ar.

Zan é um dos personagens mais enigmáticos. Por ser um ciborgue, sua força é descomunal e alguns de seus especiais sugam bastante energia dos inimigos. Zan usa a eletricidade pra torrar os bandidos e não pode coletar arma nenhuma. Aliás, até pode, mas elas se tornam uma bola de energia que é usada como uma bola de boliche que derruba os inimigos ao tocá-los.

Roo possui uma boa gama de movimentos também, alguns bem legais em que ele faz bom uso das patas traseiras. Por ser treinado como boxeador, Roo luta de luvas de boxe, mas não é um personagem muito forte. Já Shiva só está no jogo como um bônus mesmo, nem compensa falar muito de seus movimentos.

A cidade do jogo está renovada. Todas as etapas são em lugares diferentes, com caminhos diferentes, mas os inimigos são, em sua maioria, novas versões dos clássicos Garcia & cia. Em alguns trechos é possível ver neon por toda parte, em outros passamos por becos mal iluminados e até uma danceteria cheia de efeitos especiais vira palco pra pancadaria. As fases, no geral, não estão TÃO variadas assim como no segundo game, mas alguns elementos presentes nelas deixam as coisas melhores que antes.

Por exemplo, numa fase na construção, somos obrigados a avançar quebrando muros enquanto um doido montado num trator tenta desesperadamente nos atropelar. Em outra situação, tambores descem de um prédio em construção e acertam quem estiver embaixo. Além disso, na parte do metrô é preciso tomar cuidado com um carrinho que vai e vem nos trilhos. Esses elementos são simples de serem falados, mas dão um gás na jogabilidade e diversificam a pancadaria bruta.

Streets of Rage sempre foi reconhecido como um jogo onde os lutadores tem movimentos bem diferenciados e bacanas. Com Streets of Rage 3 não é diferente. Todos eles voltaram com seus golpes que fizeram fama na segunda versão, mas foram adicionadas algumas coisinhas interessantes.

A primeira delas envolve as armas encontradas pelo chão. Dependendo do personagem, ao apertar dois pra frente mais ataque, um poderoso ataque é desferido. Com Skate, por exemplo, ao pegar a faca, o moleque VOA na horizontal e sai furando quem estiver pela frente. Já Axel de posse de uma espada, aplica um shoruyken estiloso que manda os capangas pra longe.

Aposto que estão pensando que ficou fácil apelar desta vez… ledo engano! As armas tem energia, ou seja, tem durabilidade! Quanto mais usar, mais ela se desgasta e quando menos se se vê, adeus arma… Mas é bom enquanto dura.

Além desse bônus, agora existe uma pequena barrinha azul na frente da energia que sobe aos poucos. Quando cheia, brilham as letras de OK e, ao usar um especial, a energia não é consumida. É uma mão na roda quando se está no bico no corvo e o chefe está rindo da sua cara.

Contrariando tudo e todos, temos 4 finais aqui! Claro, a maioria depende do grau de dificuldade escolhido, mas quantos jogos de porrada de rua tem tantos finais assim? Só me lembro de Guardian Heroes do Saturn…..com mais de 8 finais, mas aí é RPG misturado com luta…….ok, outro dia eu falo dele.

Algumas fases só aparecem quando se joga em dificuldades avançadas, como a floresta e a torre onde um chefe secreto lhe aguarda. Outra coisa que influencia nos finais é o tempo que se leva pra terminar as fases. Só consegui uma vez na vida chegar nessa tal floresta, e lhes digo: é uma das fases mais sacanas do jogo!

Streets of Rage 3, como podem ver, não é um jogo ruim. Aliás, está MUITO longe disso. Com 5 personagens (+ 1 bônus), várias fases, 4 finais diferentes, músicas de Yuzo Koshiro (Koshirão não estava tão inspirado aqui, confesso), modo versus (ao contrário do que muitos podem estar pensando, ficou bem divertido) e muita porrada, o jogo pode ser sim considerado o fechamento com chave de ouro da série no Mega Drive.

Algumas mudanças podem não ter sido tão adequadas, como uma frescura gráfica aqui e ali (o sprite de Axel ficou……..estranho), mas os programadores incluiram muita coisa nova pra agradar à novatos e veteranos na série. Vale lembrar que a versão japonesa do jogo (Bare Knuckle 3) foi bem modificada ao ser lançada nos EUA. Basicamente as cores de alguns personagens e alguns chefes foram trocados, além da história ter sido levemente mudada com a troca de alguns nomes. Maldita seja a censura…

Acho que muita gente esperava algo no naipe de um Streets of Rage 2 na continuação, ou seja, mais do mesmo. E uma coisa que Streets of Rage 3 não pode ser considerado é mais do mesmo. O jogo realmente inovou bastante.

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