Análise de Wonder Boy in Monster World
3 de abril de 2021Por: cosmão
Tenho um caso sério com Wonderboy (o game, que fique bem claro). Desde o Master System e sua primeira versão onde ele apenas corria de tanga e coletava frutas e bonecas por florestas e cavernas, eu já gostava da ideia. Mas a coisa melhorou muito depois do primeiro Monster Land.
O jogo tomou proporções de RPG, com uma história mais coesa, elementos de RPG como dinheiro para comprar armas e o famoso leva-e-traz de itens pra diversos personagens. Mauricio de Sousa e a Tec Toy fizeram uma brilhante versão da maioria dos jogos do Garoto Maravilha colocando a Turma da Mônica no lugar, o que agradou em cheio os brasileiros na época.
Mas hoje, vamos falar de uma versão para Mega Drive, talvez a única que ainda não terminei por falta de tempo: Wonderboy in Monster World.
Sendo o terceiro game da série, controlamos Shion que tem a delicada missão de destruir os monstros que invadiram onde não foram chamados, como sempre. Mas, terceira versão? Sim, a série é cheia de buracos, como toda boa série, existem versões americanas, japonesas e até europeias, cada uma com sua contagem correta.
A série de jogos talvez tenha começado no Master System, ou melhor, nos ARCADES com Wonder Boy in Monster Land e depois migrado pro Master e, consequentemente, tendo seu fim no Mega Drive. Esta terceira versão é uma das melhores, se distanciando em boa parte dos elementos dos primeiros jogos.
Bom, Shion é um garoto, que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones e gostava de sair caçando monstros por aí. Atendendo o chamado de um vilarejo próximo, resolve investigar uma caverna e aí sim, o jogo começa pra valer. Shion pode juntar uma enorme quantidade de tranqueiras, como armas novas, escudos, botas, armaduras e itens especiais, como uma ocarina pra abrir certas portas, chaves, poderes de gelo, fogo, etc.
Por aí já se percebe que o jogo tem muitos enigmas que só são solucionados mediante à utilização de alguns acessórios encontrados no jogo. Algumas passagens só se abre após derreter o gelo das portas, outras só mediante à uma canção pela ocarina, em alguns outros locais só se consegue mergulhar com o uso de alguma bota especial e por aí vai.
Pra dizer a verdade, sinto falta de games assim, sinto falta de um Wonderboy atual, cheio dessas tranqueiradas que só prolongam a vida útil dos jogos e nos obrigam a investigar cada cantinho em busca de novos itens.
Shion pode também colecionar HEARTS, os famosos hearts, presentes em 99% dos jogos de RPG-ACTION da época. Como em Zelda, esses hearts são achados em baús muito bem escondidos nas fases, muitas vezes fazendo o jogador explorar MESMO cada pedaço do jogo. E como tudo gira em torno de uma cidade central, fica mais fácil explorar cada canto do Mundo dos Monstros.
Os gráficos do jogo são ótimos, Shion tem um bom tamanho na tela, assim como os inimigos e demais personagens. A única reclamação, talvez, ficaria por conta de a representação visual dos elementos que situam o jogador dentro do universo do jogo ser ENORME, e tomar boa parte da tela, mas isso acaba-se acostumando com o tempo.
As fases são bem elaboradas e bem variadas também, não enjoando muito. O som é o básico do Mega Drive, mas o jogo conta com belas músicas, principalmente em cidades.
Nos controles também tudo OK, Shion pula e ataca com a arma equipada com extrema precisão, dependendo mais da habilidade do jogador do que qualquer coisa.
Itens secundários são equipados no menu de EQUIP e são usados mantendo-se pressionado o botão A e escolhendo em qual direção foi atribuído o objeto, algo bem simples de se assimilar já no começo.
O jogo não é difícil, talvez a dificuldade maior fique por conta da exploração dos cenários em busca dos hearts e de saídas novas, visto que chefes e fases não são tão complicados assim. Bem diferente de Monster Land pra Master System, onde qualquer erro cometido na hora de comprar novos itens podia lhe prejudicar no futuro.
Monster World é um jogo bastante carismático, um game que pede tempo pra ser apreciado, como todo bom RPG-ACTION da época. Com muitos segredos, portas e hearts escondidos, esse é talvez um dos melhores jogos do estilo, talvez pouco difundido por conta do visual mais infantil.
O melhor: o fator exploração do jogo;
O pior: a fase do oceano é um pé nos bagos;
Báus aparentemente impossíveis: verás muito disso no jogo…
Nota: 8.5
Deixe o seu comentário abaixo (via Facebook):