Análise de Yakuza Kiwami – Bom, Clássico e Revolucionário

1 de julho de 2021 0 Por José Daniel
Ficha do Jogo:
Lançamento: 21 de janeiro de 2016.
Gênero: Beat ‘em Up, Ação-Aventura.
Desenvolvedora: Ryu Ga Gotoku Studio.
Publicadora: Sega.
Plataformas: Playstation 3, Playstation 4, Xbox One e PC.
Tempo de Jogo: De 17 a 33 horas. (um pouco mais de 80 horas se buscar os 100%)

Classificação Indicativa: +18.

Apresentação Inicial

Yakuza Kiwami é o remake do grande clássico de 2005, que melhora tudo que o original havia deixado a desejar, indo desde a sua jogabilidade até os gráficos atualizados. A história manteve seu altíssimo padrão e é evidentemente muito fiel ao que foi apresentado no primeiro game. Yakuza possuia um sucesso restrito ao Oriente, porém, graças a onda de remakes dos clássicos, nós, do Ocidente, fomos abençoados com essa obra de arte em forma de vídeo game.

Yakuza (Ryu Ga Gotoku no Japão ou “Como um Dragão”) surgiu da vontade de Toshihiro Nagoshi de criar um jogo diferente dos que a indústria estava acostumada e que tivesse um foco mais adulto, abordando temas pesados e com forte carga emocional, além de tentar trazer um foco mais realista tanto na história quanto no modelo de jogo. Depois de muita luta e dedicação, Nagoshi conseguiu convencer a Sega que seria possível a empresa desenvolver um jogo mais adulto que o padrão da empresa. O resultado final foi resultado de muito foco e força de vontade em fazer sua ideia sair do papel, então só por aqui, podemos entender que foi um jogo feito por alguém que realmente tinha vontade de fazer uma obra magnífica.

Yakuza Kiwami foi jogado e finalizado no PC e todas as screenshots foram tiradas durante a gameplay.

*Muito do dito nessa análise poderá e servirá de base para as respectivas sequências.

Enredo

O jogo começa em 1995, quando o protagonista Kazuma Kiryu assume a culpa do assassinato do líder do Tojo Clan (Clã Tojo) para que seu irmão de promessa e grande amigo de infância, Akira Nishikiyama não vá preso. Depois de passar 10 anos na prisão, Kiryu está de volta e se depara com um distrito bem diferente do que ele havia deixado quando foi preso. Kamurocho não era mais a mesma de 10 anos atrás.

Céu de Kamurocho.
Kiryu sendo Kiryu.

Após entrar em liberdade, Kazuma Kiryu se depara com o roubo de 10 milhões de ienes do cofre do clã e fica encarregado de investigar o sumiço do dinheiro. Além do sumiço do dinheiro, cabe a Kiryu encontrar sua antiga paquera de antes da prisão. Kazuma terá que lidar com muita coisa, muitos ganhos e muitas perdas. No meio desse envolvimento com a máfia, é necessário ter muita cautela ao confiar em alguém. Qualquer passo errado, pode ter muito a se perder.

Como o Jogo funciona?

Yakuza possui diversos diferenciais e um deles é como o jogo funciona. Por si só, o game é bem diferente do convencional, desde o estilo de jogo até as suas características mais pessoais. Mas, qual é a diferença? Bom, como o jogo trabalha dentro de um padrão cultural diferente do que estamos acostumados, pode rolar uma certa estranheza ao jogar pela primeira vez. Estranheza ruim? depende, varia de jogador para jogador.

O jogo trabalha com longas cutscenes e muita história, o que para muitos, isso pode ser um problema. Para contar a sua história, utiliza dois modos: cutscenes convencionais e conversas apenas por texto. Como assim? Cartas ou coisa do tipo? Não, conversas normais, porém sem áudio, somente som externo e textos na tela, assim como diversos jogos japoneses. Vale lembrar que é um jogo feito aos moldes da cultura japonesa e jogos japoneses.

Velhos amigos, novos tempos.

Yakuza Kiwami oferece ao jogador um mundo semiaberto para ser explorado. Yakuza não é Grand Theft Auto (GTA), então não espere perseguição adoidada e fuga da polícia, usando seu carrinho adquirido de forma ilícita. Assemelha-se muito mais ao clássico Shenmue de 1999 do que qualquer outro jogo. Durante a exploração, o jogador está livre para tomar um café em uma lanchonete, tomar um drink no restaurante da esquina e até mesmo visitar as lojas de conveniência para comprar um lanchinho da tarde. Cada local explorado, cada comida experimentada (além de regenerar HP), disponibiliza ao jogador alguns pontos de exploração que contam para os 100% do jogo e também para serem gastos em um palhaço (literalmente) que vende habilidades.

Enquanto anda por Kamurocho, é possível encontrar algumas situações inusitadas com estranhos. Essas, são as chamadas substories (são as missões secundárias do jogo). Cada substory possui uma mini história diferente, possuindo um valor moral ou apenas para ser engraçado. Algumas podem deixar o jogador envergonhado (no bom sentido, se é que isso é possível). Normalmente, tendem a ser em torno de 70 substories, então já se prepara para uma boa dose de divertimento e alto valor cultural e cívico (sim, existem várias lições para você como um cidadão). A história é dividida em capítulos e a cada capítulo libera novas substories e acesso à alguns lugares novos.

Modos de luta

Kiryu possui 4 estilos de luta diferentes. Cada estilo de luta possui um comportamento em batalha distinto. São eles: Brawler (luta de rua, técnicas básicas e padrão), Rush (uma mistura de kung fu com artes marciais mais rápidas, técnicas leves com baixa força), Beast (violento, habilidades de força alta, porém, deixa o jogador bem mais lento) e Dragon (estilo de luta com características próprias do Kiryu).

Menu de habilidades.
Árvore de habilidades

A árvore de habilidades é bem completa e possui 4 variantes, sendo elas: Soul (foco em aprimoramento de vida e heat de Kiryu), Tech (novos golpes e habilidades durante a luta), Body (habilidades com foco em stamina, força e domínio do modo de luta) e a Dragon (uma mistura de tudo um pouco e funciona em praticamente todos os momentos). Para desbloquear essa última, é necessário cumprir uma série de objetivos.

Kiryu mostrando que é o bonzão. (Ele realmente é)

Amigo ou Inimigo? Uma Estranha e Carismática Figura

Mad Dog Of Shimano ou para os íntimos, Goro Majima. Após os acontecimentos de Yakuza 0, Majima sofre uma mudança de personalidade e chamá-lo de “cachorro louco” nunca fez tanto sentido quanto agora. Uma figura complexa e com um comportamento um tanto quanto instável. Nunca se sabe qual será o próximo movimento desse indivíduo. Majima marca sua presença no jogo logo de cara, porém, seu maior desenvolvimento ocorrerá durante a exploração pela cidade através do “Majima Everywhere”.

Um momento inusitado.

Majima Everywhere

Já sabemos que Goro Majima é um ser completamente imprevisível e isso se confirma totalmente com essa nova mecânica de Kiwami. Ao explorar a cidade, Kiryu irá se deparar muitas vezes com a ilustre presença de Majima das formas mais absurdas possíveis. Acredite, você nunca vai estar surpreendido o suficiente, o jogo consegue sempre mostrar que as coisas podem, e vão ficar cada vez mais “diferentes”.

Um encontro estranhamente bom. (relutei, mas tive que por essa imagem)
É sempre bom desconfiar de certos convites. (Não é, Majima?)

Kiryu terá que enfrentar Majima em muitas batalhas que recompensará o jogador com novas habilidades. Cada batalha vencida, aumentará o nível das próximas lutas e trará mais possibilidades de encontros, indo desde um Majima dançarino e até um Majima zumbi. Os encontros especiais são únicos e com certeza você vai querer descobrir todos, mas para isso, terá que batalhar muito com o Mad Dog of Shimano.

Sim, Kiryu aguenta lutar usando uma moto. (Majima aguenta apanhar de uma)

Enquanto você está tranquilo explorando, nem sempre você vai querer comprar briga com alguém, certo? Pois é, nesse ponto, o Majima consegue ser completamente inconveniente. Quando você menos espera, escuta um som de alerta (mostra no mapa também) e o Majima aparece, fazendo jus ao nome (Majima em todo canto). Para evitar que fique chato, é possível equipar um amuleto de “evitar confusão” e assim pode ficar livre para explorar. Caso queira briga, existe um amuleto para atrair confusão.

Mas de novo?

Exploração e a Vida em Kamurocho

Yakuza Kiwami pode até ter um mapa pequeno, mas com certeza consegue recompensar o jogador oferecendo muitas coisas para se fazer e lugares para visitar. O mapa do jogo pode ser explorado por completo de a pé sem praticamente nenhum esforço (não é possível dirigir no jogo, na realidade, nem se quer tem carros pelo distrito). Os momentos em que ocorre uso de carro são referentes ao desenvolvimento da história e não há gameplay dirigindo (dirigindo não, mas tem umas coisas que ocorrem na história que usar o carro será bem bacana…Vai ter que jogar para descobrir).

Há bares, restaurantes, clubes noturnos (os mesmos que podem ser administrados em Yakuza 0), lojas (incluindo a famosa Don Quijote), lanchonetes, farmácia, cafés, cassinos. É impressionante a atenção em que a desenvolvedora dá em cada parte do mapa. O nível de detalhes, a qualidade e a variedade dos lugares para se visitar é grande e tudo muito bem feito. Um dos pontos mais interessantes que o game traz é a continuidade. Como assim? Bom, diversos lugares que o jogador visita em Yakuza 0, poderá ser revisitado em Kiwami, mas atualizados e repaginados. Da mesma forma acontece do Kiwami para o Kiwami 2 e assim sucessivamente. Jogar Yakuza é mergulhar em um universo totalmente único, uma vez que passa a sensação de mudança, assim como na vida real.

Don Quijote. (Sim, a mesma do Yakuza 0)
Loja de conveniência.
Restaurante Kanrai (comida de qualidade. Vale a pena experimentar!)
Uma bebida bacana para ser apreciada. (APRECIADA e não engolida de uma vez)

Você sabia que pode aprender muita coisa jogando? Pois é, mas, e sobre bebidas? Yakuza tem esse benefício. Ao visitar um bar, você terá diversas opções de bebidas e ao comprá-la, o barman irá contar um pouco sobre a bebida. Basicamente, uma maneira do jogador “apreciar” a bebida, mesmo sem estar consumindo absolutamente nada. Muitos lugares fazem isso, na vida real, então é bem interessante ver esses detalhes.

Cada bar e restaurante possui um cardápio único.
Batendo um papo com o vendedor. (mentira, ele só vende…Não é num bar)
Loja de filmes adultos. (nem tente imaginar, é beeem diferente do que você está pensando)

Ok, você ainda não está satisfeito com os lugares que você pode visitar? E se eu te disse que, nas lojas de conveniência, estará a sua disposição, diversas capas de revistas reais do Japão, com uma breve descrição do que se trata. Isso te anima? Para ser sincero, todo Yakuza que eu jogo e tem isso, eu gasto uns 10 minutos lendo cada descrição. (liga não, as vezes isso atrai somente a mim)

Basicamente, cada uma dessas capas possui algo a dizer.
Revista da Playstation. (Não me julgue, são bacanas)

A Excêntrica Mistura de Conteúdo (Mini games, colecionáveis, Objetivos Secundários)

Muita gente nunca jogou ou nem sequer ouviu falar sobre a saga Yakuza e o primeiro contato com o game pode ser um tanto surpreendente e confuso. Quem já jogou ou acompanha a saga, já se adaptou com o estilo característico e extremamente autêntico que o jogo possui. Bom, você está andando por Kamurocho, explorando e ficando abismado com a profundidade do cenário, tudo muito denso e bem feito. Decide ir fazer uma missão da história, mas no caminho, se depara com uma mulher incomodada (vestida com uma roupa de couro) ao lado de um estabelecimento de entretenimento adulto, logo após, chega um homem e começa a incomodá-la, aí surge a oportunidade de você ignorar ou intervir e acabar com a discussão. Você muda de ideia e ao invés de fazer a missão principal naquele momento, para e começa a conversar com eles para entender o que está acontecendo. Ela diz que aquele cara a persegue e ela não consegue deixar ele longe, então, a partir daí você será o responsável em ajudá-la. Você encontra o cara, conversa, ele não entende e decide brigar (sim, brigar com o Kiryu…Escolha errada essa do cara), após apanhar, ele começa a repensar seus atos e Kiryu dá uma lição de moral grandiosa que intensifica ainda mais a pessoa boa que ele é. Assim, você finalmente poderá seguir na missão principal, totalmente satisfeito com sua boa ação. E é assim que o jogo segue mantendo um padrão de conteúdo bem alto.

Aí você está de boa e quer dar uma descansada da história (muita informação e reviravoltas que mexeram com você), sabe o que tem a sua disposição? Se prepara que vem uma boa lista. O jogador terá a disposição para desfrutar a vontade durante o jogo: Rebatidas (uma espécie de Baseball com alvos), Mahjong (sim, aquele mesmo chinês que é difícil de compreender), os clubes noturnos, dardos (normalmente encontrados em bares), sinuca (com campeonatos e tudo mais), Karaoke (vou falar mais dele daqui a pouco), boliche, Cassinos, jogos de azar chineses, cabine de foto, autorama (também vou falar mais dele daqui a pouco), loja de jogos da Sega (basicamente um flipper que falarei mais dele também) e lutas clandestinas. O número de playspots (lugares para jogar e fazer coisas) são gigantes e vem acompanhando cada novo jogo, alguns são mantidos e outros são substituídos ou removidos. Como no caso de alguns de Yakuza 0, sendo: pescaria, imobiliária, discoteca, Shogi (xadrez japonês que é absurdamente difícil) e o clube de telefone. Todos esses foram removidos ou substituídos.

Kiryu preparado para vencer o campeonato de boliche.
Kiryu mostrando que é péssimo de mira nos dardos. (ou eu, já que eu estava no controle)
Imagens que você pode ouvir. (só se tiver jogado)

Club Sega

Um lugar bem bacana de se visitar. No Club Sega é possível jogar em fliperamas, brincar no UFO Catcher (aquela máquina com uma garra para pegar pelúcias), a cabine de foto e o combate no MesuKing. Os arcades do clube são de jogos reais da SEGA e varia de Yakuza para Yakuza.

Vista externa do Club Sega. (ô lugarzinho legal, viu!)
Virtua Fighter te olhando e torcendo para você escolhe-lo.

O MesuKing é baseado em Mushiking: The King of Beetles. Como funciona? Durante o jogo, é possível encontrar cards de MesuKing e esses cards servirão para você utilizar quando for batalhar. Funciona da mesma forma que o arcade real e é bem bacana. Mesmo sendo cartas de mulheres altamente sexualizadas, boa parte dos jogadores são crianças e elas ainda podem dar cartas quando perdem para você. Essas cartas ficam disponíveis em um álbum e conta para fazer os 100%.

Álbum de MesuKing. (Vale a pena conseguir todas as cartas)

Além disso, é possível encontrar Locker Keys (chaves de armários). Essas chaves, como o próprio nome diz, servem para abrir portas de armários, em um determinado local no mapa, que recompensará o jogador com algum item, sendo itens comuns (item de saúde) até itens raros (amuletos). Vale muito a pena explorar. Para encontrá-los, funciona da mesma forma que as cartas de MesuKing, uma luz estará brilhando no local, então é só chegar perto e pegar.

Autorama (Pocket Circuit)

Depois de aparecer em Yakuza 0, acompanhando a substory do Pocket Circuit Fighter (Fujisawa). Fujisawa, agora não é mais um garotinho e agora é o responsável pelos circuitos. Você, com seu carrinho, poderá batalhar para se tornar um grande lutador. É possível customizar tudo, indo desde o motor e engrenagens até rodas, suspensão e parte estética. Tudo para deixar do seu jeito.

Pistas de Autorama.
Peças dos carros.

Conforme avança nos circuitos, é possível desbloquear e/ou comprar novas peças para o carro. É extremamente necessário montar o carro de acordo com cada pista e cada oponente, já que exige um equilíbrio para alcançar o primeiro lugar no pódio. Além de jogar para se divertir, há a continuação das substories de pocket circuit do Yakuza 0 e novas histórias para aproveitar, totalmente atualizadas.

Karaokê

Cansou de brigar com mafiosos ou de correr contra o tempo para resolver os seus problemas? Tenho a solução para você. O Karaokê de Yakuza é um diferencial muito intrigante. O jogo funciona como se fosse um Guitar Hero (as notas aparecem na tela e você segue o ritmo da música), porém, o andamento da música é através dos botões do controle (Yakuzas de verdade usam controle).

Hora de arrasar cantando Bakamitai. (aquela do meme)

Lutas Clandestinas

“Nossa, quanta coisa para fazer nesse jogo!”. Exatamente! Mas ainda tem mais. A lutas clandestinas funcionam com um sistema de ranking. Você participa de diferentes campeonatos e se classifica para os próximos. Cada campeonato vencido, uma recompensa em dinheiro é dada ao Kiryu e uma quantidade de pontos (aceitação do público) que farão você evoluir para poder competir em outra categoria. Ao lutar, seus equipamentos ficam retidos e seus itens (principalmente os de cura) ficarão na recepção até o fim da luta. Conforme o combate acontece, o público pedirá para você realizar algumas ações, seja derrubar o inimigo sem levar nenhum golpe, ou realizar um heat atack (golpe especial), cumprindo com os pedidos, você ganhará o apoio do público, consequentemente, ganhará maior quantidade de pontos.

Tabela de campeonatos.
Tabela de troca de pontos.

Todos os pontos poderão ser trocados com um “vendedor” no coliseu (onde as lutas acontecem). Há diversos tipos de equipamentos, amuletos, itens para serem resgatados. Alguns são necessários para concluir substories ou para fazer 100% do game, além de maior valor em dinheiro em itens que exigem maiores quantidade de pontos. É bem recompensador participar do coliseu e entrega uma boa dose de dificuldade para completar todos os campeonatos.

Cassino

Yakuza traz um cassino bem completo e que garante horas de diversão. Há diversos jogos que podem ser realizados, sendo: Poker, blackjack (ou 21), baccarat (bacará), roleta, Chō-Han (um jogo de azar japonês que utiliza dados), Cee-Lo, Koi-Koi (um jogo de cartas) e Oicho-Kabu (semelhante ao baccarat). Parece bastante e realmente é. Ao ganhar, é possível trocar as fichas em prêmios e alguns itens que só podem ser conseguidos através do cassino (pensa em uma pessoa que gastou horas jogando blackjack e perdendo tudo que tinha. Aliás, é para isso que servem os cassinos, não?). É uma experiência muito boa que, com amuletos que dão sorte, fica ainda melhor.

Coisa chique esse cassinão aqui.

Durante a exploração, é possível encontrar pessoas apanhando ou sendo chantageadas por malfeitores. Cabe a você, decidir se irá se intrometer e salvar a pessoa ou simplesmente ignorar. Caso ajude, será recompensado com algum item, podendo ou não ser valioso. Esses momentos são praticamente infinitos, então se acanhe em evitá-los quando não quiser mais fazer nada.

Cara levando uma coça dos mafiosos.

Inventário

Kiryu possui um inventário para cada coisa. O inventário principal, possui os itens de vida, heat, para consertar armas (ou pagar para alguém arrumar). Um inventário de armas, um para amuletos e um para itens adicionais adquiridos no decorrer da história. Tudo bem organizado para que você possa ter uma ótima experiência (essa parte pode ser puxação de saco, mas é só essa).

Inventário principal.
Itens adicionais.
Armas e acessórios.

Violência

Yakuza trabalha com um sistema de violência não explícita. Então, por mais bacana que seja lutar, você não verá muito sangue, mutilações, etc. Isso faz o jogo ser ruim? Negativo. As armas de fogo, no caso das do Kiryu, não são tão letais (mas uma faca ou um “lança-chamas” pode ser). Ainda assim, existem golpes que são visualmente atrativos e completamente satisfatórios. Quebrar pescoço, esfaquear até o inimigo cair e coisas do tipo, são vistas e totalmente possíveis.

Não é porque a violência é moderada que as mãos não se sujem de sangue. (ou sirvam para torturar)

Conhecendo Melhor os Personagens

Em termos de enredo, Yakuza sabe bem o que faz. Promete muito e cumpre com o prometido. Porém, certos momentos podem ficar confusos pela falta de informação a respeito de alguns personagens. Para suprir essa necessidade, o jogo apresenta um menu com informações sobre os personagens. Não é o ideal, mas serve para nortear o jogador nesses momentos. Cada personagem possui uma história por traz da sua existência, ninguém surge do nada e vai embora do nada. De maneira geral, o enredo como um todo, consegue manter a essência do original e trabalhar melhor o contexto. Se é o melhor enredo da saga, pode gerar discussões. Entretanto, que Yakuza sabe como contar uma história, isso é indiscutível.

Kazuma Kiryu.

Extra: Dublagem, bugs e trilha sonora

Como Yakuza não é muito popular no ocidente, existe apenas dublagem em japonês com legendas em inglês. Nesse sentido, aqueles que não entendem inglês ou japonês, terão grandes dificuldades para compreender a história. É possível jogar, mas mais da metade da experiência será afetada. Yakuza (2005) foi o único a vir com dublagem em inglês (contando com grandes nomes do cinema americano, tipo Mark Hamill na voz de Majima) e legendas. Em 2020, a SEGA lançou Yakuza: Like a Dragon, sendo este, o único com legendas em português e trazendo novamente as vozes em inglês. Falaremos de Like a Dragon bem mais para frente.

Yakuza Kiwami me surpreendeu muito no quesito bugs. Durante meu gameplay, os bugs foram muito raros. Os que aconteceram foram de inimigos travando em algum lugar e, no máximo, uma luta que era para começar, travar e não começar nunca. Isso é um feito e tanto para um jogo tão completo e cheio de lutas.

A trilha sonora é um ponto bem forte do game. É muito bem diversificada e combina com todos os momentos em que aparecem. Yakuza conseguiu ser um dos poucos jogos que, com o auxílio da trilha, me fez derramar uma lágrima jogando. É envolvente e com certeza vale a pena pegar para ouvir após finalizar o game.

Eu sei, essa screenshot aleatória combinou com o que acabei de dizer. (de nada)

Conclusão

Yakuza Kiwami é um feito e tanto para a indústria dos games. É nítido o esforço do criador e dos desenvolvedores para trazer a melhor experiência possível. Praticamente todos os erros que o original cometeu, esse remake corrige e o faz ser o que deveria ter sido. A gama de coisas para se fazer enquanto explora esse universo, é absurdamente grande. É totalmente válido lembrar, Yakuza não é Grand Theft Auto (GTA), então não adianta forçar a barra e querer que seja. É um jogo autêntico e possui uma característica muito bem definida. Por ser um sucessor espiritual de Shenmue, as semelhanças são notórias, porém, totalmente incomum com jogos fora dessa “bolha”. Um jogo para um público muito específico, mas que agrada aqueles que estejam abertos para uma nova experiência. Apresenta pouquíssimos problemas técnicos (pelo menos, na minha experiência com jogos da série) e com alta carga emocional em seu enredo. Diverte, frustra, emociona, mas jamais decepciona. Um pacote completo para gamers afins de algo novo. Infelizmente, a experiência poderá e será muito afetada para aqueles que não compreendem as opções de linguagens oferecidas (e nem é um vacilo da empresa, já que o apelo pela série no ocidente é bem pequeno), mas isso já vem sendo um ponto de mudança. Um título obrigatório para amantes da cultura japonesa.

Nota: 9.8/10.

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