Análise do jogo Clive Barker’s Jericho

14 de agosto de 2020 0 Por Markus Norat

Por: Eduardo Furlan

JOGO: Clive Barker’s Jericho

PLATAFORMAS: PC – Computador | Playstation 3 | XBox 360

Gráficos: 18/20

Som: 10/10

Jogabilidade: 18/20

Arte: 17/20

Diversão: 22/30

NOTA FINAL: 85/100

Introdução
Há uma ligeira possibilidade de que você nunca tenha ouvido falar em Clive Barker, mas esse escritor, diretor de cinema e designer é um dos mais influentes da segunda metade do século 20, tendo inclusive influenciado e muito a estética de um dos filmes mais icônicos do fim do século: Matrix, e criado Pinhead, um dos personagens mais famosos da história do cinema.
Em 2001, Clive Barker fez sua primeira incursão ao mundo dos games com Clive Barker’s Undying, FPS de horror bastante original, com uma ótima ambientação e armas que fugiam ao comum. Infelizmente, o jogo foi um fracasso comercial, embora bem recebido pela crítica.
Barker chegou a trabalhar num projeto que se chamaria Clive Barker’s Demonic, mas tal jogo acabou sendo cancelado. Agora, 6 anos após Undying, eis que chega a nossas mãos Jericho, nova empreitada de Barker no mundo dos games.
Jericho conta a histoória da cidade de Al-Kalil, construída para ser uma prisão ao Primogênito, um ser criado por Deus antes da raça humana. De tempos em tempos, o Primogênito junta forças para tentar fugir, e nesse momento são escolhidos 7 seres humanos, para ir até Al-Kalil e selarem novamente o Primogênito, no entanto acabam ficando eternamente presos lá também.
Quando a cidade de Al-Kalil reaparece, nos dias atuais, cabe ao time Jericho, um grupo militar formado por paranormais, selarem novamente a fenda.

Gráficos
Jericho possui um visual explêndido. Personagens, texturas, ambientes, física, tudo é lindíssimo. O uso de uma paleta escassa de cores, com predomínio de tons marrons, foi uma decisão acertada que ajuda a manter o clima.
Superfícies como tentáculos e asas, que muitas vezes não ficam lá muito belas em games, aqui são excelentes.,
Faço apenas uma ressalva para as sombras, que não são em tempo real. E a iluminação poderia estar melhor.

Som
Dublagens muito boas, cheias de personalidade, cada personagem tem um estilo próprio inconfundivel. As músicas são belíssimas, e cumprem muito bem seu papel, sempre se adequando ao momento. Os demais efeitos sonoros também não deixam nada a desejar.

Jogabilidade
Jericho sem dúvida não é um FPS comum. Antes de mais nada, durante o jogo controlamos 7 personagens diferentes, cada um com características muito particulares, e todos bastante balanceados, não existe nenhum “apelão” e nenhum “café com leite”. Todos os personagens possuem seus fracos e fortes, e com cada um o jogo ganha um estilo diferente. Pode-se abrir caminho feito um Rambo, o dedo enfiado no gatilho, pode-se ficar de longe, atirando com um sniper rifle, pode-se usar bullet time como em F.E.A.R., enfim, as possibilidades são inúmeras.
Cada personagem também possui poderes especiais. São coisas como magias de fogo, magias paralisantes, telecinésia, bullet time, cura e outros.
Jericho, ao contrário do que a ambientação e os inimigos fazem pensar, é um jogo de pura ação. Para otimizar isso, o jogo possui ambientes pequenos, lineares. E não há sequer itens a seres coletados. Quando um personagem morre, basta ir para o controle de outro. Quando a munição acaba, dentro de algum tempo recebemos mais, e a cada checkpoint também. Enfim, é um jogo de pura e desenfreada ação, e cumpre muito bem a sua proposta.
Só uma ressalva para algumas combinações de comandos meio complicadas de se fazer no calor da batalha, e que algumas vezes são necessárias.

Arte
Os ambientes e inimigos são absurdamente pavorosos. Poucas vezes se viu um jogo com ambientes tão infernais, e com inimigos tão grotescos. A estética de Clive Barker está marcada a ferro quente no universo de Jericho, então são constantes o uso de roupas couro, correntes, implantes mecânicos em seres vivos e tudo mais que Clive Barker tanto gosta.
O enredo é bem interessante, misturando textos apócrifos, fatos; personagens e ambientes históricos e viagens no tempo.
A maioria dos personagens é interessante, embora alguns acabem caindo mesmo no cliche, bem como algumas linhas de diálogo.

Diversão
Clive Barker’s Jericho é bastante divertido. Os diversos personagens controláveis evitam que o jogo caia na repetição, embora ele seja, sim, meio repetitivo. Não há nada para se fazer no jogo, a não ser matar inimigos. Por um lado isso garante a ação e tensão desenfreadas, por outro pode ser meio maçante. Alguns momentos são difíceis um pouco além do necessário, o que pode tornar o jogo frustante a alguns. A curva de aprendizado de cada personagem pode ser um pouco demprada, mas o uso de seus poderes é bem explicado e intruitivo.
Como o jogo não é exatamente longo, a repetição não chega a cansar, embora seja difícil querer termina-lo novamente.
Para agregar um pouco de replay, o jogo traz fichas de personagens destracáveis através de certas exigencias, como matar x inimigos usando um determinado poder, ou terminar certas fases sem morrer nenhuma vez.

Conclusão
Um ótimo FPS, bastante diferente do que costumamos ver, para o bem e para o mal. Vale principalmente pela estética e pelos diversos personagens. Para quem gosta de um jogo mais arcade, onde a única obrigação é sentar o dedo em dezenas de inimigos, é uma ótima pedida.

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