Análise do jogo Kane & Lynch: Dead Men

Por: Eduardo Furlan

PLATAFORMAS: PC – Computador | Playstation 3 | XBox 360

Gráficos: 15/20

Som: 8/10

Jogabilidade: 15/20

Arte: 17/20

Diversão: 21/30

NOTA FINAL: 76/100

Introdução
Os games, assim como os filmes, livros, séries; estão cheios de clichês e arquétipos. Há os caras bons e há os caras maus. Qualquer obra que tenha coragem de subverter esse maniqueísmo merece um pouco de atenção. Por exemplo, que tal um jogo onde os caras “bons” são assassinos totalmente desequilibrados?

Kane and Lynch, assim como a série Hitman, também da Io, aposta no protagonista sem escrúpulos, anti-cool, que trabalha em prol dos prórprios interesses. Kane, um mercenário em débito com a ultra-poderosa organização The7, precisa correr contra o tempo pra salvar a vida de sua família. Ele é seguido de perto por Lynch, um psicótico a quem foi prometido o cargo de Kane assim que ele cumprisse sua última missão.

Por trás do enredo bem interessante, Kane and Lynch é um jogo de ação em terceira pessoa, focado principalmente nos tiroteios, e chega a lembrar um pouco a jogabilidade de Gears Of War, graças a enfase dada às coberturas.
Enquanto shooter em terceira pessoa, Kane and Lynch funciona bem. É um jogo simplista, sem grandes pretensões, mas talvez por isso mesmo seja tão divertido. Basicamente avançamos e atiramos.

Kane and Lynch também tras um temperinho tático, ao exigir que coordenemos sempre um pequeno time, que pode possuir de 1 a 4 integrantes. Pena que esses companheiros são totalmente burros. Muitas vezes eles ficam bem no meio do fogo cruzado, avançam sem cobertura em direção a grupos de inimigos fortemente armados, e por aí vai. E, visto que se um deles morrer, somos obrigados a voltar do último checkpoint, isso é bem irritante.

Gráficos

Kane and Lynch é um jogo bonito, mas não impressiona. Algumas texturas são bem legais, mas outras meio simplórias. No entanto, de uma forma geral, o jogo não agride os olhos. E tem ambientes bem bonitos, como o Mizuki Night Club, a Retomoto Tower e o centro de Havana. E todos os ambientes do jogo são destrutíveis. As paredes ganham marcas de bala, perdem pedaços, os tijolos se desprendem dos muros. A física também é boa, graças a engine Havok.

Som

As dublagens são bem inspiradas, exceto por uma outra linha. Mas no geral são bem legais. Os efeitos das armas também são ok, mas as lutas físicas não geram praticamente barulho algum, o que é meio frustrante.

Jogabilidade

Lembra um pouco Gears Of War. É bem fácil e fluída, além de gostosa. O sistema de cobertura poderia ser melhor, e os combates corpo a corpo um pouco mais complexos.

Diversão

O jogo é bem simples, e só fica um pouco mais díficil nas duas últimas fases. No entanto, os tiroteios são sempre intensos e divertidos, com balas e pedaços do cenário voando por todos os lados. Pra quem gosta de tiros, sem dúvida o jogo cumpre seu papel, mas é inegável que fica devendo um pouco em variedade.

Arte
O enredo ganha pontos por subverter os clichês a que estamos acostumados nos games, e apresentar protagonistas feios, grosseiros, irrascíveis e desequlibrados. Também é um enredo bastante adulto, cru. Os diálogos geralmente são bem inspirados, e apesar de algumas situações bem inverossímeis, de forma geral o roteiro é bom.

Os ambientes são simplistas, embora todos possuam detalhes interessantes, e tenham personalidade. Alguns, como os já citados Night Club e Retomoto Tower, sem dúvida ficarão na memória de quem jogar.

Conclusão

Poderia ser apenas um jogo de tiro como tantos, mas Kane And Lynch possui carisma o suficiente para merecer ser jogado. Esperamos que numa eventual continuação (o final do jogo é totalmente aberto), a Io possa refinar mais o jogo, e colocar maior variedade de desafios. Enfim, uma série que possui potencial, e carisma de sobra.