Análise (Review) de Pandemonium!

5 de dezembro de 2020 0 Por Markus Norat
Ficha do Jogo:
Data de lançamento da versão original: 31 de outubro de 1996
Gênero: Plataforma
Plataformas: PlayStation One (PSX – PS One), Celular – Mobile (iOS e Android), N-Gage, Sega Saturn, PC – Computador (Windows), PlayStation Portable – PSP

Por: Cosmão

Esse jogo foi responsável por uma enorme enxaqueca que tive na época, isso no finzinho da década de 90, se muito não me engano. Me lembro muito bem disso (da dor), pois talvez o estilo gráfico adotado aqui tenha sido o estopim para a minha crise. Pelo menos, Pandemonium acabou sendo muito mais do que um “causador de enxaquecas“, como pretendo explicar mais abaixo.

O nome já dá o indicativo: Pandemonium é uma espécie de bagunça na tela, mas é uma bagunça, digamos, organizada. Na pele de Nikki, uma dançarina que sonha em aprender a realizar feitiços ou de Fargus, um bobo da corte junto com seu falante cajado Sid, precisamos atravessar dezoito fases repletas de segredos e perigos em todos os cantos.

O visual do jogo apresenta uma mesclagem bem legal entre o visual 3D ,com mecânica 2D.

A história é simples: Nikki, cansada de sua vida de circo, resolve cair fora e vai parar no castelo de Lancelot. Ao mesmo tempo, Fargus e seu inseparável Sid, acabam por ir até lá, talvez com a esperança de faturar algum trocado animando festas. Os dois acabam encontrando um livro mágico e, por conta do sonho de Nikki, despertam um monstro sem querer, que acaba engolindo o vilarejo inteiro. Essa é a premissa de Pandemonium, um jogo da Toys for Bob (hoje uma subsidiária da Activision e responsável por jogos como Skylanders) e que poderia, muito bem, ser refeito nos padrões atuais (falarei disso mais tarde).

Ambos os personagens podem ser escolhidos pelo jogador durante a seleção de fases. Nikki tem a AMPLA vantagem de poder dar dois saltos seguidos, enquanto Fargus fica com o poder de rolar no chão, o que serve até pra acertar inimigos. Só essa característica já faz toda a diferença no gameplay: é muito mais fácil jogar com Nikki do que com Fargus devido ao seu pulo duplo.

Algumas fases escondem passagens em cantos inimagináveis…

As fases de Pandemonium são uma mistura de 2D com 3D: a mecânica e os controles funcionam em 2D, enquanto a câmera procura ângulos diferentes durante o gameplay, oferecendo um visual diferente e chamativo. Ou então causador de enxaquecas, como descrevi no início. Cefaleias à parte, essa mescla de estilos dá toda uma identidade ao jogo, o que acabou deixando-o com um aspecto único.

Apesar de um visual cartunesco, que lembra um desenho animado, não espere a menor facilidade aqui. O jogo já começa com apenas dois pontos de vida e demora um bom tempo pra você conseguir achar o terceiro. Se encostar em algum inimigo ou espinho, lá se vai um coração. Duas encostadas, adeus vida. Três vidas perdidas, um game over sem choro. Não é pelo seu visual animadinho que Pandemonium pega leve com quem se arrisca a jogá-lo.

Além de Fargus, apenas Nights protagonizou um jogo com personagem vestido de bobo da corte (ou coringa, como queiram).

O game tem uma porção de segredos escondidos nas fases e, bem por isso, permite que o jogador volte a explorá-la quando bem quiser, em busca dos 100% ou pelo menos próximo disso. Se alcançar ao menos 95%, tem direito à uma fase de bônus onde dá pra pegar desde as moedas até vidas. Se coletar 300 moedas, uma vida será ganha, mas não pense que é fácil juntar esse montante. Em algumas fases dá pra se transformar em alguns bichos (tartaruga, sapo, etc.), que garantem alguma vantagem extra, mas que não duram pra sempre, somente em determinado trecho da fase. Isso dá alguma variedade ao pula-pula, mas mesmo nessas partes a dificuldade não diminui.

Estando na forma de rinoceronte, avance nos inimigos sem medo.

As músicas seguem o padrão cartoon do game, ou seja, são bem animadas. Os inimigos tem sons próprios e até a Nikki ou Fargus balbuciam coisas durante o gameplay. Mas não espere nada grudento ou que faça com que Pandemonium seja lembrado por sua OST.

Obstáculos e o primeiro chefe, esse cogumelo gigante!

Duas reclamações: os controles são um pouco “lisos” demais, é fácil passar do ponto e cair em buracos ou ser acertado por inimigos que andam pra todo lado. Jogar com Fargus requer uma habilidade monstruosa pra alcançar determinados locais ou até mesmo terminar algumas fases. E apesar do jogo entregar poderes como congelamento, eles dizem adeus ao menor contato com inimigos, ou seja: cuide bem pra não ser acertado.

Assim como acontece em 90% dos jogos de plataforma, a fase de gelo é uma das piores!

Na minha opinião, Pandemonium poderia muito bem ser refeito e relançado para os consoles atuais. Tem um bom storyline (simples, mas objetivo), tem um gameplay diferenciado, uma mecânica diferenciada, dois personagens controláveis, boas músicas, etc. Só fico imaginando um remake bem feito, com gráficos atuais, mas mantendo esse lance da câmera e melhorando o controle. O jogo tem profundidade para gerar mais continuações do que apenas um segundo jogo, como ficou. Apesar do principal personagem (Fargus) ser um quase inútil no jogo, não é nada que uma Crystal Dynamics (que portou o jogo pra PC na época e o publicou na maioria das plataformas) não se possa consertar em um remake ou continuação.

Pra terminar, Pandemonium é um jogo longo! São dezoito etapas distribuídas em diversos temas, mas as fases muitas vezes são longas, possuindo duas, três ou até quatro partes. Some à isso mecânicas únicas como o vento nas cavernas geladas que te empurram pra todo lado ou até mesmo os bônus de corrida em grids ou pinballs, e o jogo alcança facilmente uma porcentagem alta de tempo de jogatina.

Resumão:

Prós:
+ visual diferente e bacana;
+ a mecânica de jogo foi inovadora pra época.

Contras:
– os controles ficam devendo um pouco;
– Fargus poderia ser melhor aproveitado no jogo.

Nota Final: 7.5

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