Análise (Review) de Uncharted 4: A Thief’s End

7 de fevereiro de 2021 0 Por Rafael Castillo

Um caçador de tesouros, amante da arqueologia e que se mete em várias confusões, este é Nathan Drake, o Indiana Jones do Século 21. Os jogos da franquia Uncharted é um compilado de pura adrenalina e boas risadas, e parte disto é por conta da personalidade de seu personagem principal.

Uncharted 4: A Thief’s End, foi desenvolvido pela Naugthy Dog e lançado em 10 de maio de 2016 como um título exclusivo para o Playstation 4.

Uma Nova Aventura

Nesta sequência, Nathan parte em busca do tesouro do Capitão Henry Avery, um pirata inglês que de fato existiu, e é conhecido por ser um dos poucos piratas que se aposentou com seus roubos. Segundo a história, ele atuou apenas dois anos como pirata e teria feito o maior roubo de todos os tempos, quando saqueou o navio Ganj-I-Sawai.

Nathan, agora está casado com Elena e há 15 anos não se aventura mais em missões perigosas como no passado, mas isso muda quando ele recebe a visita de alguém que ele achava estar morto e lhe pede ajuda para encontrar o tesouro de Henry Avery.

Durante a jornada temos alguns flashbacks da adolescência de Nathan e seu irmão Sam, isto nos traz uma visão diferente do personagem, criando com ele um vínculo maior ao ter conhecimento de parte do que ele viveu, antes de se tornar o caçador de tesouros como o conhecemos.

*A Cruz de São Dimas encontrada por Nathan, a primeira pista do tesouro de Henry Avery.

Fluidez na Jogabilidade

Algo que a Naugthy Dog sabe fazer muito bem é prender a atenção de seus jogadores em suas produções e nesta não foi diferente, tanto a narrativa como os ambientes de exploração são extremamente encantadores e nos engaja do começo ao fim.

Embora se passe em mundo linear, esta sequência garante ao jogador maior exploração dos cenários se comparado aos jogos anteriores, seja escalando penhascos, pulando de grandes alturas de um lugar para o outro e explorando parte do mapa de forma mais livre.

A jogabilidade está bem mais fluida, seja para a mecânica de tiros e combate corpo a corpo, como na execução de Parkour (Método de treinamento que permite ultrapassar de forma rápida, eficiente e segura qualquer obstáculo utilizando somente as habilidades e capacidades do corpo humano).

Confesso que a primeira vez que o joguei tive a sensação de estar jogando uma versão masculina de Lara Croft em Tomb Rider, se comparado à trilogia reboot da franquia (Tomb Rider; Rise Of The Tomb Rider e Shadow Of The Tomb Rider), mas se tratando de personalidade, os dois são totalmente diferentes.

*Nathan se preparando para mais uma missão.

Uma Pausa Para Admirar O Cenário

Durante a exploração encontramos alguns itens que são inclusos em nossa coleção, como moedas, estátuas, diários e diversos outros tesouros antigos que devem ser encontrados caso queira conquistar a Platina.

Nada melhor do que se aventurar por lugares desafiadores com um veículo próprio, e para isto usufruímos de um jipe que irá nos acompanhar em boa parte do jogo.

Os cenários esbanjam beleza, o que agrega momentos memoráveis e que nos faz “perder” alguns minutos só admirando seus detalhes e acredite, vale a pena parar e fazer algumas capturas para guardar como recordação. Toda essa ambientalização é muito bem construída, seja durante a aventura em meio à natureza com vales, penhascos e cachoeiras, assim como na cidade durante os flashbacks em que jogamos com Nathan mais novo.

Sem sombra de dúvidas, A Thief’s End é um dos títulos mais bonitos da 8ª geração, pois não traz apenas gráficos excelentes, mas um cuidado artístico enorme. Há cenários e momentos em que Drake parece estar no meio de uma pintura, com tamanha beleza dos ambientes. Das florestas de Madagascar às paisagens da Escócia, o jogo sabe aproveitar esse impacto visual que sempre esteve inerente à série para impactar ainda mais o jogador.

O modo foto não é tão rico em funções para fazemos aquela captura mais elaborada, mas cumpre com o seu papel de forma significativa

*A Exploração é bem divertida e controlar o Jipe faz parte disso.

Da calmaria, Ao Caos

Se você quer um jogo para relaxar, aproveite os momentos de calmaria, pois em grande parte da aventura será frenético, com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo na tela e que irá exigir uma maior concentração.

O sistema de artilharia não é tão abrangente, mas garantem algumas armas bem legais para o combate à distância, desde metralhadoras, pistolas, revólveres e granadas.

No combate corpo a corpo a função de esquiva é uma excelente alternativa quando estiver em uma briga acirrada e que exige um cuidado maior, ajudando a recuperar o fôlego para voltar e descer a lenha no inimigo.

*Novas armas são encontradas a todo o momento durante a aventura, use e abuse à vontade.

Um Roteiro Inovador

Alguns personagens dos jogos anteriores estão presentes nesta sequência, e isto inclui Sully ou Victor Sullivan, o mentor de Nathan e que o acompanha em quase todas as suas aventuras. Algo bem interessante em Uncharted 4 é o fato de termos várias respostas sobre o passado de Nathan que se conectam com toda a franquia, como o dia em que ele conheceu Sully por exemplo.

Boa parte dessa imersão nos personagens foi graças à Neil Druckmann atuando como diretor de criação e co-roteirista, ele é o responsável por outro jogo incrível que é The Last Of Us. Sua criatividade ao fazer parte do roteiro trouxe uma profunda empatia à trama, nos proporcionando um vínculo com cada um dos protagonistas dessa aventura.

*Nathan, Sullivan e Elena, ambos personagens dos jogos anteriores que estão de volta.

O Desfecho De Uma Saga

Uncharted 4 A Thief’s End não é um jogo longo, podendo variar de 13 a 16 horas de gameplay, depende de quanto tempo você passe explorando os ambientes abertos. Sua duração é na medida certa, mas claro, quando acabamos ficamos com o velho gostinho de quero mais.

Este quarto capítulo da série conseguiu transmitir uma excelente conclusão para a saga de Nathan, sem contar que o padrão de qualidade em narrativa e direção que a Naughty Dog sempre priorizou, foi mantido. Esta é sem dúvida alguma, uma obra digna e indispensável para os fãs de Playstation.

Nota: 10/10

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