Análise (Review) de Dragon Quest – Revisitando um Clássico Refeito

20 de dezembro de 2022 Off Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 10 de setembro de 2014.
Jogadores: Um jogador.
Gênero: RPG, J-RPG, RPG de Turnos.
Desenvolvedora: Square Enix.
Publicadora:
Square Enix.
Idiomas disponíveis: Inglês, Coreano e Chinês Tradicional.
Plataformas: PlayStation 4 (Japão), Mobile (Android e iOS), Nintendo Switch.
Tempo de jogo: 8 a 11 horas (incluindo os 100%).
Versão do jogo analisada: Versão de Nintendo Switch.

Classificação Indicativa: +10 anos.

Apresentação Inicial

Dragon Quest ou Dragon Warrior (nome ocidental) é uma popular franquia de RPG da Enix (atual Square-Enix), lançada originalmente em 1986 para Nintendo e recebendo uma versão remake para novos consoles, incluindo o Super Nintendo (uma versão anterior e diferente dessa). Em 2014 veio para celulares, em 2017 para PlayStation 4 e em 2021 para Nintendo Switch. A nova versão oferece ao jogador melhorias gráficas, na jogabilidade e na inclusão de novas mecânicas para um maior aproveitamento do gameplay.

Antes de mergulharmos dentro do universo de Dragon Quest, não posso deixar de falar a respeito do visual do jogo. O responsável pelo que veremos é ninguém mais, ninguém menos que Akira Toriyama. Se isso ainda não foi o suficiente, podemos chamá-lo de “Criador de Dragon Ball”. Sim, já sabemos que o que vem a seguir será de qualidade.

Além disso, a popularidade do jogo, principalmente no Japão, foi responsável por conceber onze jogos em sua linha principal e inúmeros spin-offs da série, incluindo Dragon Quest: Your Story da Netflix. O último jogo lançado até o momento dessa análise é o Dragon Quest XI para diversas plataformas e Dragon Quest Treasures para o Nintendo Switch.

*O jogo foi finalizado exclusivamente no Nintendo Switch e todas as screnshots presentes na análise foram tiradas durante o gameplay.

Enredo

Assumimos o papel de um herói sem nome (o jogador que o nomeia), o descendente do lendário herói Loto, responsável por derrotar um grande mal no passado. Nós seremos responsáveis por livrar o povo de Alefgard dos males do Dragonlord e salvar a Princesa Gwaelin, filha do Rei Lorik.

Castelo de Tantegel.

Como o Jogo Funciona?

Dragon Quest é um jogo que não explica ao jogador como se joga, assim como 99% dos jogos dos anos 80 e 90. Começamos dentro do Castelo de Tantegel e o Rei diz que precisamos salvar a sua filha. Logo de cara já somos recebidos com uma linguagem complicada com inglês clássico/erudito (Thee, thy, entre outras palavras) e como o jogo não possui tradução, mesmo nas versões mais novas, nem todo mundo se sentirá motivado o suficiente para prosseguir. De todo modo, temos que descobrir como jogar. No entanto, na versão remake, temos a opção de verificar um pequeno tutorial em texto no menu dentro do jogo.

A ideia de DQ é deixar o jogador viver a jornada do herói da forma mais pura e cru que o termo pode oferecer, mas não vá achando que isso o torna ruim. Leva um tempo para entender como se localizar, o que fazer, qual o próximo objetivo, porém nada que o santo dos jogadores perdidos, o São Detonado, não poderá ajudar (detonados do jogo original já serve).

Explorar é meu lema, vencer é meu dever.

Conforme andamos pelo mapa, encontraremos e teremos que batalhar com inúmeros inimigos. Como um RPG oitentista que se preze, teremos que enfrentá-los infinitas vezes para passarmos de nível e aumentar nossos atributos. Ainda que tenhamos que lutar e lutar e lutar, poderemos encontrar ou receber itens que facilitarão a nossa exploração, seja a “Água benta” que compramos para desviar de inimigos fracos ou a magia de proteção. Mesmo que não seja permanente, quebra um galho bem bacana e agiliza bastante nosso tempo.

Ao nos depararmos com um inimigo, poderemos atacar, usar magia, usar item ou tentar fugir. Caso falhemos ao tentar fugir, o inimigo atacará e perderemos nossa chance de defender primeiro. Ao finalizarmos o inimigo iremos receber pontos de experiência e algumas moedas. Se fracassarmos, morreremos, perderemos uma porcentagem das nossas moedas (quando mais você tem, mais você perde) e retornaremos para o castelo automaticamente.

Importante: Nessa versão será possível salvar a qualquer momento. Salve sempre que puder, principalmente antes das batalhas, pois, quando estiver morto, antes de salvar no castelo, retorne ao salvamento manual e não perca suas moedas.

Tela de ações em batalha.
Tela de itens em batalha.

Mapa

Apesar do gameplay acontecer como se andássemos no “mapa-múndi” de DQ, temos a possibilidade de consultar um mapa. O visual do mapa é bonito, mas é bem vazio. Nos localizamos apenas pelos pontos coloridos e pelo ícone do personagem (duvido que encontrará o ícone de primeira). Não é muito simples de se localizar, não é prático, porém você não vai deixar de usá-lo. Como o mapa em si não é gigantesco, até o final do jogo o desenho dele ficará gravado na cabeça do jogador.

Cada ponto é um local diferente.

Para auxiliar na localização, ao visitar as cidades, sempre converse com todos os NPCs (personagens não jogáveis) para saber o nome da cidade ou da vila, além de obter informações de possíveis locais com itens ou algum ponto de interesse. O jogador ainda poderá comprar mercadorias, armas, armaduras e chaves mágicas (servem para abrir as portas que estão trancadas. Lembre-se de sempre carregar algumas) com diversos vendedores. Cada vendedor possui variados itens, então não deixe de visitar todos.

Uma visitinha de vez em quando não faz mal a ninguém.

Banco e Hospedagem

Nas nossas visitas aos diversos locais do jogo, encontraremos uma cidade com um banco. Como podemos perder nosso dinheiro se formos derrotados, poderemos depositá-las no banco a partir de mil moedas de ouro. Eventualmente o nosso inventário ficará cheio, então, para evitar descartar itens, aproveite para depositá-los também, depois é só aparecer lá e retirar seu suado dinheirinho e seus itens valiosos (ou não…).

Já no caso da hospedagem, podemos encontrá-la em praticamente todas as cidades. O jogador poderá descansar e recuperar sua vida e magia após uma boa cochilada, basta pagar uma certa quantia para o anfitrião e relaxará em paz. Após um certo momento do jogo, teremos uma quantidade maior de vida, magia e nível, diminuindo a frequência com que necessitaremos desse tipo de serviço.

Banco e hospedagem.

Feitiços

Assim como a grande maioria dos jogos já feitos, o nosso personagem é bem fraco no início e vai se aprimorando até o fim. No caso de DQ, não é diferente. Não teremos feitiços no começo, mesmo possuindo uma certa quantidade de magia. Conforme progredimos, receberemos magias de cura, iluminação (serve para iluminar dungeons sem precisar de tochas), retornar automaticamente para o castelo, evacuação (serve para sair automaticamente de uma dungeon), além de feitiços de combate, indo desde a cura até colocar o inimigo para dormir. Não é muito, mas não deixa a desejar (ainda mais por ser o primeiro jogo da franquia).

Não era todos até então, mas já era uma mão na roda.

Problemas e bugs

Bugs? Bom, não vi nenhum durante o jogo todo. E problemas? Aí a história é outra. Apesar de não ser nenhum problema quanto a performance ou jogabilidade, o jogo tem um problema que me incomoda muito: não possui uma experiência dinâmica. O que isso quer dizer? Não importa o quanto você ande, batalhe, explore, em boa parte do tempo teremos a sensação de não estar progredindo. Como o jogo não é muito grande e nem complicado de finalizar, ele acaba por utilizar de táticas bastante ultrapassadas de progressão (e que não funcionam mais nos dias de hoje).

Explorar não é recompensador, mas é necessário e obrigatório para chegar no final. Jogos de turnos, em modo geral, sofrem desse problema que, infelizmente, faz parte do gênero, porém, muitos conseguem contorná-los com várias mecânicas e funções extras (incluindo jogos mais recentes da franquia). Eu sei que faz parte da estrutura de RPG antigo, só envelheceu mal. A língua inglesa antiga funciona? Para quem gosta sim, mas, de fato, eu não sou o público alvo dessa linguagem (posso estar sendo chato? Posso, mas gosto é uma coisa complicada).

Extras: Trilha Sonora e Efeitos Sonoros

A trilha sonora de Dragon Quest é digna de clássicos do Nintendo e Super Nintendo, trazendo uma nostalgia para fãs de longa data e agregando uma “bagagem gamística” aos jogadores novos. Em termos de variedade, não é um ponto forte, mas dá conta do recado. Nos momentos de exploração a música é bem tranquila e muda drasticamente quando estamos em modo combate.

Os efeitos sonoros são extremamente repetitivos. Mesmo para a época, se compararmos com outros RPGs da época, era possível encontrar uma variedade bem maior e menos incômoda. Como o jogo não é muito longo, fique tranquilo, não chegará ao ponto de abandoná-lo por conta disso.

Conclusão

Dragon Quest é um jogo obrigatório para todo fã de RPG e pode ser uma porta de entrada para o gênero aos novos curiosos jogadores. A versão do Super Nintendo em diante são superiores a versão de Nintendo e é a que deixo minha recomendação. A estrutura do jogo envelheceu mal, mas é robusta o suficiente para não deixar o jogador frustrado enquanto joga. A duração é na medida certa e oferece um conceito de enredo simples, porém, felizmente, evoluiu jogo após jogo. A arte dos personagens e cenários são muito bonitas, mesmo sendo bem característica de Dragon Ball. Um jogo apaixonante e nostálgico, ao mesmo tempo que leva o jogador a um universo completamente novo. Jogue Dragon Quest!

Pontos Positivos

Ambientação variada
Boa variedade de personagens e inimigos
Trilha Sonora
Divertido
Tempo de jogo

Pontos Negativos

Estrutura de jogo
Inglês clássico (antigo)
Efeitos sonoros repetitivos
Porcentagem de dinheiro perdido desbalanceada

Avaliação Final
Gráficos: 10.0
Diversão: 9.0
Jogabilidade: 8.5
Trilha Sonora e Efeitos Sonoros: 7.0
Performance e Otimização: 10.0
NOTA FINAL: 8.9

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