Análise (Review) de Enemy Zero

14 de junho de 2022 0 Por Markus Norat

Por: Augusto Aragão

Ficha do jogo:
Data de lançamento: 13 de dezembro de 1996
Desenvolvedora: Warp
Modo: Jogo eletrônico para um jogador
Gênero: Survival horror, Ação, Aventura
Plataformas: Sega Saturn, PC – Computador (Microsoft Windows)

“Ssssshhhhhh! Your ears are your allies now and your gun is your savior…”

A nave “The Aki” estava em curso de volta para a Terra, quando alguma coisa disparou o alerta do computador. Os oito tripulantes foram despertos de seus sonos criogênicos, mas algo está percorrendo a nave e logo faz a sua primeira vítima… por sinal, de forma bem sangrenta. Se você achou o enredo parecido com o do filme Alien, acertou. Em vários aspectos este jogo lembra o filme e a despeito disto, o jogador encontrará um clima de suspense nunca sentido antes num videogame! Aqui os alienígenas são invisíveis e tudo o que orientará o jogador é o som do sensor e os gritos das criaturas. Este jogo é estrelado pela atraente Laura Louis, a heroína de “The D”, portanto espere por muita aventura.

Ao contrário do que muitos imaginam, este jogo não é a continuação de The D mas uma aventura à parte pois aqui há o clima de ficção científica. Como todo o jogo se passa numa nave espacial, o jogador vai percorrer corredores, dutos, salas de reunião entre outros ambientes. Uma curiosidade neste jogo, que é um adventure em FMV, é que ele alterna cenas de FMV com cenas no estilo Doom, onde o jogador terá de ficar atento aos alienígenas e atirar neles.

O jogo consta de 4 CDs, sendo que no CD 0 (até aqui o jogo faz jus ao nome…) o jogador encontrará a apresentação do jogo, a história, um mostruário da equipe da Warp que fez o jogo e um modo de treinamento, para acostumar o jogador nas fases de tiro e com os inimigos invisíveis. Aqui é preciso se guiar pelo som, pois o bip soa de forma diferente de acordo com a posição dos inimigos em relação à você: sons agudos indicam que eles estão à sua frente, sons médios indicam que estão ao lado e os sons graves indicam que eles estão atrás. Quanto mais o bip soar, mais perto o inimigo está e um alarme soa antes das criaturas atacarem. Os demais CDs (os CDs 1, 2 e 3) são o jogo propriamente dito.

Sendo um jogo do tipo adventure em FMV, os gráficos tem de ser bem definidos. Em Enemy Zero os gráficos são muito bem trabalhados, realmente espetaculares e sem qualquer sinal de granulação (como é visto em outros jogos do gênero)! Apesar de não serem em tela inteira (o espaçamento é como o de um quadro), realmente impressionam e mesmo nas fases de tiro, o padrão ainda é muito bom e com grande detalhamento. As cenas são cinemáticas e com os personagens fazendo movimentos bem humanos, mesmo quando morrem. O jogador vai encontrar sangue e mortes bem chocantes neste jogo, devendo ficar atento para não morrer também… …de susto!

Uma das grande surpresas para mim foi notar que a trilha sonora do jogo foi composta pelo compositor Michael Nymam, o mesmo que compôs as músicas do filme “O Piano” e “O Ogre”. Muito envolvente, a música vai realmente passar o clima de cada cena no jogo! Há arranjos variados e as músicas de piano são bem características do compositor. Nas cenas de tiro o jogador vai encontrar um arranjo sonoro um tanto discreto, quase silencioso. É isso que complementa a tensão que o jogo causa! É de deixar os nervos à flor da pele! Os efeitos sonoros do jogo também são muito bons, muito realistas mesmo! Esta é uma das partes muito bem trabalhadas e variadas. Destaque para o os gritos das criaturas, muito aterrorizantes mesmo! As vozes dos personagens, especialmente de Laura, são muito boas e passam a sensação de cada um no dado momento. Atenção dobrada nas vozes pois muitas vão dar valiosas instruções.

A jogabilidade é um pouco dura nas cenas em FMV, mas cumpre seu papel já que não exigem dinamismo. Nestas cenas o jogador pode acessar seu inventário com os botões L e R, devendo fazer também os saves. É preciso lembrar que Laura começa sem nada e o jogador vai ter de garimpar os itens, mesmo o que serve para fazer os saves. Nas cenas de tiro, a jogabilidade é rápida e eficiente. Nelas há um botão para correr (B), um para carregar e atirar (A) e um para olhar para os lados e para cima e baixo (C).

O jogo em si é difícil pra caramba! A começar pelos saves que são feitos em um “Voice Recorder” movido à bateria, cada vez que se salva o jogo é gasto 4 unidades da bateria e quando se recomeça o jogo gasta-se 2 unidades. A bateria começa com 64 unidades, portanto atenção na hora de salvar o jogo! Outra dificuldade está em se ter apenas uma vida e que o jogador deverá analisar bem cada item adquirido e as localidades a se explorar. A nave dispõe de um computador central com vários terminais espalhados, onde o jogador poderá acessar informações sobre os itens, o pessoal da nave, mapas e portas para serem destrancadas. Como a nave consta de 4 torres, há muito para se explorar.

Para os que gostam de um bom desafio e ambiente bem envolvente, Enemy Zero vai criar o clima de tensão perfeito! Gráficos, sons, músicas e dificuldade se somam num jogo realmente instigante!

NOTA: 9.5

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