Análise (Review) de Everybody 1-2-Switch!
5 de julho de 2023FICHA DO JOGO: Lançamento: 30 de junho de 2023 Jogadores: Multijogador Gênero: Party Game (Minijogos no estilo Festa). Desenvolvedora: Nintendo Publicadora: Nintendo Idiomas disponíveis: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Holandês, Inglês, Italiano, Japonês, Russo. Disponível nas plataformas: Switch. Classificação Indicativa: Livre – Indicado para todas as idades. Versão do jogo analisada: Versão americana para Nintendo Switch. |
Em um mundo cada vez mais interconectado, onde a tecnologia dos jogos está avançando a passos largos, nos encontramos à beira de uma nova era de inovação. Uma era onde a linha que separa o virtual do físico está se tornando cada vez mais tênue e a jogabilidade não se limita mais ao uso convencional dos controladores, mas estende seus tentáculos para envolver o uso de dispositivos móveis. Dentro deste contexto fascinante, nos encontramos em uma situação curiosa, discutindo um título de um gigante da indústria, a Nintendo, que tenta abraçar a inovação, mas aparentemente tropeça na execução. O título em questão é o Everybody 1-2-Switch!.
Este não é apenas mais um título no catálogo da Nintendo, mas uma sequência de um título de lançamento do Nintendo Switch, o 1-2-Switch!. Quando foi lançado, o primeiro game era um novo sopro de vida no mundo dos jogos, aproveitando as capacidades únicas do Nintendo Switch e dos controladores Joy-Con para proporcionar uma experiência de jogo fresca e diferente. Com 28 minijogos, ele serviu como uma vitrine das várias funcionalidades dos controladores Joy-Con, como o HD Rumble, e assumiu um lugar especial no coração de muitos entusiastas da Nintendo.
No entanto, mais de seis anos após o lançamento do Nintendo Switch, estamos aqui para falar sobre a sequência do 1-2-Switch. Um título que veio de forma inesperada, abrindo mão dos Joy-Cons, um elemento central do jogo original, em favor de dispositivos móveis, prometendo uma experiência para até 100 jogadores. O Everybody 1-2-Switch! chega em um momento em que a Nintendo está em um ponto de inflexão, com rumores de que um sucessor do Nintendo Switch está à espreita no horizonte.
A questão que nos preocupa é se o Everybody 1-2-Switch! consegue elevar o nível e trazer a mágica que cativou muitos jogadores no lançamento original. Se consegue combinar o mundo físico e digital de forma harmoniosa, proporcionando uma experiência envolvente que consegue cativar jogadores de todas as idades. Se consegue sustentar a atenção e o interesse dos jogadores através da variedade de jogos e do potencial de rejogabilidade. E, por último, mas não menos importante, se a mudança para o uso de dispositivos móveis foi uma decisão acertada que amplia a experiência de jogo ou se é um movimento que complica desnecessariamente a configuração e prejudica a acessibilidade.
Esta análise buscará responder a todas essas perguntas, explorando em detalhes as características, os prós e contras do game. Nosso objetivo é ajudá-lo a entender melhor o que esperar deste título e se ele pode ser a adição certa à sua biblioteca de jogos. Então, sem mais delongas, vamos mergulhar no mundo intrigante do Everybody 1-2-Switch!.
Mecânicas e Jogabilidade
Everybody 1-2-Switch! apresenta uma proposta de jogo única e ambiciosa que busca integrar a interatividade física com a experiência digital. Os controles tradicionais Joy-Con, elementos emblemáticos do jogo original, são deixados de lado nesta sequência em favor do uso de telefones celulares. O jogo assume a forma de uma compilação de minijogos que têm como objetivo proporcionar uma experiência casual, simples e acessível, mas que são projetados para serem jogados por até 100 pessoas simultaneamente. Essa é uma mudança drástica em relação ao título anterior e um marco na abordagem de design da Nintendo.
A mecânica principal do jogo envolve a interação direta com o dispositivo móvel, com o objetivo de completar uma série de tarefas ou desafios apresentados na tela. A implementação desta mecânica é variada, abrangendo uma gama de cenários que incluem desde inflar um balão virtual até caçar cores específicas na sala com a câmera do celular. O jogo se esforça para promover a diversidade na jogabilidade, incorporando diferentes níveis de atividade física e requisitos de habilidade em cada minijogo.
No entanto, essa ambição não se traduz necessariamente em uma experiência de jogo envolvente ou gratificante. Muitos dos minijogos carecem de profundidade e rejogabilidade, tornando-se repetitivos e monótonos rapidamente. Alguns desafios são demasiadamente simplistas, como a imitação de movimentos da tela ou o simples ato de mostrar a traseira aos oponentes em uma imitação de jogo de luta. Outros, apesar de suas tentativas de originalidade, falham em oferecer uma experiência de jogo prática ou intuitiva.
Por exemplo, existem minijogos que se baseiam pesadamente no uso de áudio. Embora isso possa ser visto como uma tentativa de incorporar mais sentidos na experiência de jogo, na prática, a confiabilidade excessiva no áudio é imprudente e dificulta a jogabilidade, especialmente considerando que o jogo é destinado a ser jogado em ambientes sociais potencialmente barulhentos. Isso é evidente em minijogos como o que exige que os jogadores se defendam de shurikens invisíveis lançadas por oponentes ao identificar o som do lançamento, o que na prática não é muito eficiente.
A mecânica de permitir que até 100 pessoas participem simultaneamente de alguns minijogos, por mais inovadora que seja, também apresenta suas próprias falhas. A organização necessária para reunir e preparar tantos jogadores pode ser uma tarefa hercúlea e acaba por se tornar uma barreira à jogabilidade ao invés de aprimorá-la.
Gráficos
A análise dos gráficos de Everybody 1-2-Switch! é uma tarefa bem diferente do habitual, em relação aos demais jogos de videogames, visto que a principal interface de jogo se afasta do convencional sistema de console e abraça o uso de dispositivos móveis. No entanto, essa abordagem única não significa que os gráficos e a estética do jogo sejam menos importantes. Na verdade, a qualidade visual tem um impacto significativo na experiência geral do jogo, pois se destina a ser uma extensão vibrante e envolvente da festa social na qual se destina a ser jogado.
Os gráficos em Everybody 1-2-Switch! aderem ao estilo clássico da Nintendo, apresentando cores vivas e personagens cartunescos que são imediatamente reconhecíveis e atraentes. No entanto, não há uma grande variação ou profundidade em termos de estética visual. Cada minijogo tem seu próprio tema e design, mas muitos deles são bastante simplistas e não oferecem muito em termos de detalhes visuais ou ambientes envolventes.
Vale ressaltar que a experiência visual do game é influenciada pela qualidade do dispositivo móvel utilizado. O jogo pode parecer diferente de um dispositivo para outro, com as diferenças de tamanho de tela e resolução afetando a qualidade da exibição. Portanto, a qualidade gráfica do jogo pode variar significativamente dependendo do hardware em que está sendo jogado.
Além disso, é importante destacar que, enquanto alguns minijogos utilizam gráficos para criar uma experiência envolvente, outros dependem menos de imagens visuais e mais de outros elementos, como som ou feedback tátil. Nestes casos, a falta de detalhes visuais pode ser menos importante para a experiência geral do jogo, embora ainda seja uma limitação que vale a pena mencionar.
Falando, por conseguinte, de maneira geral sobre o game, os gráficos de Everybody 1-2-Switch! não são particularmente impressionantes ou inovadores. A simplicidade do design visual e a falta de detalhes podem ser compreendidas devido à natureza casual e acessível do jogo, mas isso não diminui a sensação de que a experiência visual poderia ter sido mais explorada e aprimorada. Em comparação com outros títulos da Nintendo, que costumam impressionar com seu estilo visual distinto e vibrante, Everybody 1-2-Switch! deixa a desejar neste aspecto.
Músicas e Efeitos Sonoros
Chegamos no ponto (trilha sonora) que o jogo se revela bastante ambíguo em termos de qualidade e execução, pois muitos dos minijogos dependem do som para conduzir a ação e fornecer feedback aos jogadores. No entanto, a qualidade desses elementos sonoros varia e, em alguns casos, parece ser um componente um tanto negligenciado, de maneira geral, no game.
Começando com a trilha sonora, é evidente que a música em Everybody 1-2-Switch foi criada com a intenção de evocar um ambiente festivo e animado. No entanto, a seleção musical é surpreendentemente restrita e genérica, carecendo da riqueza e da variedade que poderíamos esperar de um título da Nintendo. Além disso, a escolha da música para alguns minijogos específicos pode ser bastante intrigante. Por exemplo, o minijogo Musical Chairs apresenta uma melodia de parque de diversões indistinta em vez de uma música popular ou reconhecível, que poderia ter aprimorado a experiência de jogo de maneira mais eficaz.
Quanto aos efeitos sonoros, eles desempenham um papel fundamental em muitos dos minijogos. No entanto, essa dependência de áudio às vezes resulta em jogos que são impraticáveis ou difíceis de jogar em um ambiente de festa barulhento. A necessidade de ouvir sons sutis, como o som de uma shuriken sendo lançada em você em um minijogo, pode ser problemática quando o áudio do ambiente é alto. Além disso, embora os efeitos sonoros sejam geralmente adequados e eficazes para transmitir ações e resultados, eles não são particularmente memoráveis ou criativos.
É preciso mencionar que a qualidade do som é fortemente influenciada pela qualidade dos alto-falantes do dispositivo usado para jogar. Em dispositivos com alto-falantes de baixa qualidade, os efeitos sonoros e a música podem parecer abafados ou distorcidos, o que pode afetar negativamente a experiência do jogador.
No geral, a execução da trilha sonora e dos efeitos sonoros em Everybody 1-2-Switch deixa a desejar. Enquanto a intenção de criar um ambiente festivo e envolvente é aparente, a execução falha em oferecer uma experiência de áudio que é tão rica, variada e memorável quanto poderia ser. Em um jogo onde o áudio é um componente tão vital da jogabilidade, essas limitações são especialmente notáveis.
Diversão
A questão da diversão em Everybody 1-2-Switch! é uma área repleta de nuances e depende muito das circunstâncias e expectativas do jogador. Esta sequência do título de lançamento do Nintendo Switch, “1-2-Switch”, foi concebida como um jogo de festa e suas tentativas de diversão estão intrinsecamente ligadas a essa intenção.
Para começar, há uma seleção variada de minijogos em Everybody 1-2-Switch!, que, na teoria, deveria fornecer uma quantidade adequada de diversidade e mantê-lo envolvente. No entanto, a execução desses minijogos deixa muito a desejar. Muitos deles carecem de inovação, com conceitos reciclados de jogos anteriores da Nintendo, e outros apresentam mecânicas de jogabilidade que não são muito interessantes ou envolventes. A falta de originalidade e a jogabilidade pouco inspirada desses minijogos contribuem para uma experiência geral que é mais monótona do que divertida.
Outro fator importante que impacta a diversão é o elemento social do jogo. A Nintendo fez um esforço para incentivar a jogabilidade em grupo com a capacidade de jogar com até 100 pessoas simultaneamente usando smartphones como controladores. No entanto, a realidade dessa mecânica é muito mais desafiadora na prática do que na teoria. Organizar uma quantidade significativa de pessoas, garantindo que todos tenham o aplicativo necessário instalado e estejam prontos para jogar, é uma tarefa monumental que pode rapidamente tirar a diversão do jogo.
Além disso, a ênfase do jogo na interação física pode teoricamente servir como uma fonte de diversão e riso, especialmente em uma configuração de festa. Contudo, muitas vezes esses jogos físicos parecem forçados e, em vez de criar risadas genuínas, podem deixar os jogadores se sentindo tolos.
Finalmente, apesar do preço relativamente baixo de Everybody 1-2-Switch! (lógico que eu estou dizendo que o preço é baixo somente em comparação aos demais títulos da própria Nintendo!), a percepção de valor pode impactar muito a diversão que os jogadores retiram do jogo. Considerando a escassez de jogos atraentes, a falta de originalidade e a dificuldade de organizar uma sessão de jogo em grupo, alguns jogadores podem sentir que o jogo não oferece um bom retorno para o investimento, prejudicando ainda mais a diversão.
Assim sendo, enquanto Everybody 1-2-Switch! faz um esforço notável para criar uma experiência divertida e festiva, várias falhas de design e execução impedem que ele alcance seu potencial. A diversão pode ser encontrada em certos contextos e com as expectativas certas, mas, em geral, falta “um algo mais” para o jogo conseguir oferecer uma experiência verdadeiramente consistente e agradável no quesito “diversão garantida”.
Conclusão
Ao encerrar esta análise, Everybody 1-2-Switch! emerge como uma tentativa intrigante, mas em última análise mal sucedida, da Nintendo de reinventar o jogo de festa para uma nova geração. Em teoria, suas mecânicas de jogo com foco social e a inclusão de smartphones como controladores parecem promissoras e inovadoras. Na prática, no entanto, as falhas de design e de execução se combinam para produzir uma experiência que fica aquém das expectativas.
Os minigames no cerne de Everybody 1-2-Switch! são a maior decepção. Apesar de um número reduzido de jogos em comparação com o título original, a falta de criatividade e originalidade se torna evidente. As tentativas de reinventar conceitos de jogos antigos da Nintendo não funcionam bem, e a falta de rejogabilidade em muitos dos minijogos limita a longevidade do título.
Os aspectos gráficos do jogo, apesar de serem agradáveis e coloridos, não conseguem compensar suas deficiências de jogabilidade. Enquanto a estética lúdica e vibrante é um aceno bem-vindo à herança da Nintendo, ela não consegue encobrir as falhas do jogo.
Em termos de áudio, a experiência é semelhante. Embora o uso de áudio nos minijogos possa ser uma ideia interessante, a implementação frequentemente dificulta a jogabilidade, especialmente em ambientes ruidosos onde o jogo provavelmente será jogado.
Quando se trata de diversão, Everybody 1-2-Switch! enfrenta sua maior luta. A dificuldade de organizar grandes grupos para jogar, a jogabilidade muitas vezes monótona e a sensação geral de desorganização restringem severamente o potencial do jogo para entretenimento.
Em última análise, Everybody 1-2-Switch! é um experimento falho que prometia muito, mas entregou pouco. A tentativa da Nintendo de criar um jogo de festa moderno é louvável, mas a execução desajeitada e a falta de consideração para com as necessidades dos jogadores resultam em uma experiência que é mais frustrante do que gratificante. Embora possa haver momentos de diversão espontânea, eles são exceções em vez de normas, e é difícil recomendar o jogo com base nesses raros momentos de alegria. Para aqueles que procuram uma experiência de jogo de festa gratificante e bem projetada, há opções muito melhores disponíveis. Everybody 1-2-Switch! é, infelizmente, um desvio equivocado que não faz justiça à tradição de inovação e diversão da Nintendo.
Pontos Positivos
- Mais um experimento Inovador da Nintendo: “Everybody 1-2-Switch” demonstra a disposição da Nintendo em ser uma das pouquíssimas empresas de games do mundo a ter coragem de experimentar novos formatos e métodos de interação no campo dos jogos de vídeo, especificamente com o uso de smartphones como controladores. É notório que, de maneira geral, a tentativa foi falha neste jogo específico, mas, mesmo assim, é louvável a iniciativa e a forma que a empresa trabalha, fazendo o mercado mudar e se atualizar constantemente. Mesmo com esse jogo não podendo ser considerado um grande acerto, ele representa um exemplo do motivo pelo qual a Nintendo foi, é e será, por longos anos, copiada pelas empresas concorrentes.
- Design Gráfico Colorido: O jogo se destaca por sua apresentação visual vibrante e colorida, em consonância com o estilo lúdico pelo qual a Nintendo é famosa.
- Possibilidade de Interação em Grupo: O jogo oferece a possibilidade de interação em grupo, podendo ser jogado por até 100 pessoas simultaneamente.
Pontos Negativos
- Mecânicas de Jogo Superficiais: A maioria dos minijogos do título carece de profundidade e variedade, oferecendo pouca rejogabilidade.
- Falta de Originalidade em relação ao anterior: A falta de inovação nos conceitos de minijogos é decepcionante, com muitos parecendo clones menos impressionantes de jogos anteriores da Nintendo.
- Questões de Organização: A dificuldade em reunir e organizar grandes grupos para jogar torna a execução do jogo complicada e frustrante.
- Uso Indevido do Áudio: O foco em áudio como uma mecânica de jogo em muitos dos minijogos é impraticável, especialmente considerando o ambiente ruidoso em que os jogos de festa geralmente são jogados.
- Experiência de Jogabilidade Inconsistente: O jogo muitas vezes falha em proporcionar uma experiência de jogabilidade coesa, o que pode levar a sessões de jogo desorganizadas e confusas.
- Valor de Entretenimento Limitado: Em última análise, Everybody 1-2-Switch! falha em oferecer uma experiência divertida e envolvente de forma consistente.
Avaliação:
Gráficos: 7.0
Diversão: 5.0
Jogabilidade: 4.5
Som: 5.0
Performance e Otimização: 6.0
NOTA FINAL: 5.5 / 10.0
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