Análise (Review) de Madshot – O Chamado Atendido Por Cthulhu

4 de julho de 2022 0 Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 9 de junho de 2022 (jogo com acesso antecipado).
Gênero: Rogue-lite de Ação Acrobático, Indie e Aventura.
Desenvolvedores: Overflow.
Publicadora: HOOK.
Plataformas: PC – Computador (Microsoft Windows).
Tempo de Jogo: 4 a 5 horas.

Classificação Indicativa: +14 anos.

Apresentação Inicial

Madshot é um roguelite de ação acrobático (sim, roguelite e não roguelike, já que apresentam diferenças) dentro do universo lovecraftiano. O game lembra jogos como The Messenger (Devolver Digital) e clássicos como Metal Slug (SNK), ao mesmo tempo em que traz suas características adaptadas para o universo em questão. Atualmente, o jogo se encontra em acesso antecipado na Steam, então pode ser que sejam acrescentadas novas coisas até o seu lançamento final.

O jogo não apresenta um enredo complexo ou algo do tipo, mas sim, um pano de fundo para que ocorra os eventos do game. Jogamos com um personagem mascarado (ou com uma cabeça) de Cthulhu armado até os dentes e preparado para invadir a montanha da loucura em busca de vida eterna. Pode parecer uma simples jornada, mas irá exigir bastante habilidade para realizar tal feito.

*O game foi jogado no PC, a partir de uma cópia do jogo gentilmente cedida pela HOOK; e todas as screenshots foram capturadas durante o gameplay.

A morte nos espera.

Como o Jogo Funciona?

Em Madshot, teremos fases geradas de forma procedural. Ou seja, toda vez que morremos, o mapa é reorganizado de forma aleatória. A arte das fases é feita à mão e possuem uma qualidade indiscutível. É muito “divertido” morrer, justamente por haver essas alterações.

Com nosso personagem, podemos correr, pular, dar pulo duplo, atirar, pegar coisas do cenário, arremessar, rolar e misturar tudo isso. A graça é matar todos os inimigos, coletando itens para chegar no chefão e de modos diferentes. Assim como jogos do gênero, ao morrer, voltamos do zero, porém, voltamos com algumas de nossas habilidades ganhas no decorrer do processo.

Só criatura bonita, né não?

Mecânicas

As mecânicas de jogo são simples, mas funcionam muito bem. O jogo recomenda que joguemos com teclado e mouse ao invés de jogarmos com controle. No início, desafiei a mensagem dos desenvolvedores e segui jogando com o controle. Resultado: comecei a jogar com o mouse e teclado.

Podemos andar, pular, dar pulo duplo, atirar, pegar itens, jogar itens, rolar, usar especial e balançar por cabos e correntes. A ideia é bem simples: chegar no local, destruir todos os inimigos, coletar itens e avançar no mapa até chegar na luta com chefe. Alguns dos itens são de uso único, apenas durante a missão, então, se morrer, perde tudo. Já outros, mesmo após morrermos, estaremos com eles.

Botando os monstros no devido lugar.

Após encher o círculo coletor de essência, podemos ativá-lo para recebermos uma habilidade ao estilo “bullet time” (Max Payne, Matrix), onde tudo fica em câmera lenta e mais intenso, facilitando acertar os inimigos e matá-los com estilo. É bastante satisfatório e divertido trucidar os inimigos dessa forma.

Deixamos nosso rastro da destruição.

Durante as missões, conforme progredimos, poderemos escolher algumas alterações para nos auxiliarem durante o gameplay. Essas alterações são bastante úteis se você escolher bem. Aparentemente, elas são aleatórias, mas tendem a repetir depois de um certo tempo (não que seja algo ruim). São bem variadas e vão desde aumentar as chances de atordoamento conforme fazemos grandes sequências sem tomar dano até coletar itens a longa distância. Vale lembrar que, apesar de o game estar em português, ainda há partes que não possuem tradução. A tela de alterações é uma delas.

Conforme repetimos a alteração durante uma mesma missão, ela sobe de nível.

Lenda

Aqui temos uma coisa bem legal que o game traz. Durante o gameplay, quando derrotamos todos os inimigos de um cenário, iremos para o próximo. Porém, antes de efetivamente mudarmos de fase, podemos escolher o caminho que faremos e os itens que teremos de recompensa ao final do cenário. Por exemplo, perdemos muita vida durante a missão, então se na próxima tivermos a opção de escolher entre receber um frasco de vida ou moedas, você pode seguir na árvore do caminho qual item lhe agradará. Nem sempre terá algum e nem sempre saberemos qual o próximo, mas nós fazemos o nosso caminho até o chefão. “Ah, mas e se eu morrer chegando no chefão? “. Sinto muito, terá que refazer TUDO!

As moedinhas douradas perdemos se morrermos, já aquele furacão roxo permanece post mortem.

Armas e Chefes

Incialmente, teremos duas escopetas de cano cerrado (das brabas mesmo) que nos acompanharão durante nosso progresso. Enquanto estamos explorando os cenários, poderemos encontrar armas de uso temporário, indo desde espadas longas (semelhantes às do Zabuza Momochi em Naruto) até livros mágicos que sugam a vida do inimigo para lhe dar. Tendem a ser bem mais fortes do que as nossas e são bastantes divertidas de serem utilizadas.

Livro mágico em mãos.
Espada.

Os chefes são bem variados e poderão dar uma dor de cabeça para passar. Não são muito difíceis, mas exigem bastante habilidade por parte do jogador (use teclado e mouse!!). Normalmente, teremos apenas eles de “grandes dificuldades”, porém, o jogador precisará dominar os níveis anteriores para chegar até lá com vida o suficiente. Além dos chefões, podemos encontrar algumas abominações pelo caminho (e esse é o nome deles também). Essas abominações funcionam como mini chefes que nos darão um cansaço até chegarmos de fato nos grandalhões.

São lindos e monstruosos ao mesmo tempo.

Mansão

Nossa mansão é o nosso lar. Começaremos lá antes de irmos batalhar em nossa jornada. Nela, teremos nosso mordomo, uma bancada de habilidades e uma bancada de máscaras. No mordomo, nós podemos ativar ritos para completarmos em missões. Após concluídos, receberemos uma recompensa definitiva e não a perdemos mesmo morrendo e morrendo e morrendo…

O rito ativado aparece no canto superior direito.

As bancadas de habilidades (transmutações) serão bem-vindas para melhorarmos nosso personagem. Podemos ter mais resistência, maior quantidade de munição, entre outras coisas. Não podemos equipar muitas de uma só vez, então, para isso, será necessário melhorá-las com a moeda roxa (furacão) ou comprar novos slots de habilidades com as mesmas moedas.

Gastei tudo sem saber o que estava fazendo. Quando vi, era tarde demais.

Já na bancada de máscaras (aspecto de Cronos), nós poderemos trocar as matérias-primas que conquistamos vencendo os chefões em máscaras (ou cabeças) diferentes para o nosso “herói”. Não há muita variedade de máscaras, mas precisaremos de bastante matéria-prima para obtermos. Não notei nada de especial utilizando elas e estou um pouco incerto de dizer que são apenas estéticas (caso encontre algo diferente que elas fazem, me avise aqui nos comentários!).

Seja quem você quiser!

Mapa

Conseguiu vencer todos os inimigos e derrotou o chefão? Parabéns! Agora você encontrou o mapa. O mapa do jogo nos mostra onde estamos em relação ao topo da montanha. Toda vez que derrotamos um chefão, iremos para um mundo diferente, onde poderemos beber da fonte da vida, aprimorar nossas transmutações e seguir rumo ao novo desafio. Ao adentrar no portal, daremos de cara com a nossa nova localização.

No multiverso da loucura.
Chthulhuzinho no topo.

Loja e Pessoas aleatórias

Enquanto fazemos nossas escolhas e montamos nosso caminho até o chefe, poderemos encontrar a loja. A loja é o abrigo de uma mulher bastante simpática que nos venderá itens que concedem habilidades, repõe a nossa vida ou concede algum item/arma. Lembre-se: ter dinheiro é muito importante para fazer as aquisições, então ande sempre com uma graninha.

Comprei o escudo dessa flor, super carismática.

As pessoas aleatórias, como o próprio nome já diz, são pessoas aleatórias que encontraremos durante as missões. Normalmente, elas nos oferecerão alguma coisa em troca de outra. Podemos trocar nosso sangue por moedas, ganhar vida, ganhar moedas. Varia de pessoas aleatória para outra. Eu não utilizei muito disso, pois sempre tinha que trocar vida por alguma coisa e eu… bom, eu não tinha mais vida o suficiente para trocar em algo.

Pelo menos eu tinha dinheiro (nesse registro, eu tenho bastante vida).

Problemas e Bugs

Aqui, como sempre, é um ponto muito importante da análise. O jogo está em acesso antecipado (até o momento dessa análise), ou seja, possui alguns problemas, mas poderão ser corrigidos até a versão final. O jogo apresenta algumas quedas de quadros, o que é bastante complicado para um jogo frenético como esse. Utilizando o mouse com o controle conectado, aconteceu do jogo não reconhecer qual era qual e atrapalhar na hora de usar o mouse, dando umas travadas e apresentando lentidão no controle da mira. De modo geral, para um jogo em acesso antecipado, isso aqui está uma maravilha. Não encontrei nenhum bug que comprometesse o gameplay e pude apreciá-lo com qualidade. Como já mencionei, o jogo ainda possui partes sem tradução, mas não é nada que irá comprometer o progresso do jogador.

Extras: Trilha Sonora

Para amantes de DOOM, além de ser frenético como o clássico, Madshot traz uma trilha sonora pesada e muito animada. Como um amante de trilhas sonoras, o game me agradou bastante nesse aspecto e merece ser reconhecido pela sua qualidade. Junto com sua arte feita a mão, não há reclamações quando sua trilha.

Conclusão

Madshot é um jogo muito bonito, muito prazeroso de se jogar e nos coloca imersos ao universo lovecraftiano. Pode até parecer mais um simples jogo de plataforma 2D comum que vai passar batido por muitos, mas é bem distante disso. Uma arte riquíssima em qualidade por parte de suas fases e cenários, habilidades cativantes e bastante ânimo para enfrentar hordas de inimigos com sua trilha sonora pesada de fundo. Mesmo estando em acesso antecipado, o jogo flui muito bem e possui uma jogabilidade bem simples de entender, mas difícil de dominar. Com certeza é um bom jogo para se ter na lista de desejos e aproveitar horas tentando sempre melhorar.

Nota: 9,3/10.

*O game foi jogado a partir de uma cópia do jogo gentilmente cedida pela HOOK.

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