Análise (Review) de Need for Speed: Unbound – Um jogo de corrida autêntico e divertido

25 de janeiro de 2023 Off Por Allan Lima
FICHA DO JOGO:
Lançamento: 2 de Dezembro de 2022
Jogadores: 1 jogador / Multijogador
Gênero: Corrida
Desenvolvedora: Criterion
Publicadora: EA Games
Idiomas disponíveis: Inglês / Português
Disponível para as Plataformas: PC – Computador (Windows); Playstation 5; Xbox Series X|S
Classificação Indicativa: 12 (linguagem imprópria, violência)

Versão do jogo analisada: Versão americana para Playstation 5

Enquanto o gênero de corrida segue sendo dominado por Forza e Gran Turismo, volta e meia a EA tenta emplacar um novo Need for Speed, buscando colocar a franquia novamente em destaque e voltar aos seus tempo áureos de Most Wanted e Underground 2 – sem muito sucesso até aqui. Sem muito alarde a empreitada da vez é Need for Speed: Unbound, que traz as tradicionais corridas de rua e perseguições policiais, mas dessa vez com uma escolha peculiar para seus visuais, com técnicas cel shading cartunescas contrastando o tempo todo com texturas e modelos realistas. Além disso, Unbound marca o retorno da Criterion Games, que foi responsável por Most Wanted e Hot Porsuit, além da franquia Burnout. Embora eu, particularmente, não seja um grande fã de jogos de corrida, eu sou um dos muitos jogadores que ficaram marcados pelo Need for Speed: Underground 2, e que torcem para que a franquia volte a entregar grandes jogos e popularizar esse tipo de proposta para os jogos de corrida. Need for Speed: Unbound trazer uma boa dose de diversão com um sistema de progressão interessante e muita personalização, mas não a ponto de chegar ao nível de seus jogos de maior sucesso.

Desafiador e Divertido

Unbound não se arrisca muito e traz o que se pode esperar de um Need for Speed em termos de objetivo, enredo e até mesmo controle do carro. Você começa com um carro mais simples e tem que começar do zero após alguns acontecimentos, tendo que pavimentar seu nome no submundo das corridas de rua, ganhando dinheiro e respeito aos poucos até chegar no topo. Nada de novo e empolgante no que diz respeito a enredo, mas também nada que comprometa, afinal esse não é um aspecto muito relevante quando o assunto é corrida.
Um dos grandes trunfos de NFS: Unbound está em sua estrutura e sistema de progressão. Você precisa vencer certos desafios durante a semana para que no fim de semana você participe de uma corrida importante, Desafios esses que podem variar de corridas tradicionais a eventos de Drift. Essa estrutura se repete por quatro semanas até o evento final, e durante esse tempo você precisa adquirir carros mais rápidos ou melhorar o seu para conseguir competir no nível exigido. O “pulo do gato” está no fato de que esses desafios custam dinheiro para entrar, o que na prática significa que você pode perder dinheiro caso não vá bem. E não pense que você pode ficar reiniciando a corrida, pois o jogo te limita a uma certa quantidade de vezes que pode reiniciar por dia, a depender da dificuldade em que está jogando.

Need for Speed: Unbound não foi feito para que o jogador ganhe todas as corridas e isso é um dos pontos mais fortes do jogo, além de um respiro bem vindo nesse estilo de jogo. Os constantes riscos e limitações em suas mecânicas faz com que as corridas sejam emocionantes e não só isso, elas também fazem com que chegar em terceiro lugar não seja tão ruim, a depender do contexto. Se no fim do dia você juntou dinheiro o suficiente para entrar no evento maior está tudo certo. Você ainda está entre os melhores. Há um aspecto estratégico envolvido na administração disso tudo.
A presença da polícia é a cereja do bolo que completa a experiência, trazendo um elemento a mais de emoção e dificuldade. Lembrando que a sua presença também pode ser um fator que te faz perder dinheiro, uma vez que ser capturado causa esse efeito. Como nem tudo são flores, essa dificuldade pode ser um pouco frustrante graças a uma IA que parece ser sobrenatural às vezes. Abriu uma boa distância? Não se preocupe pois como num passe de mágica ela pode te alcançar, mesmo que você esteja na velocidade máxima e com um carro teoricamente superior. Foi ultrapassado “injustamente”? Problema seu, você não tem mais restarts pra gastar. Aceita que dói menos.

Um outro fator que adiciona à frustração é que alguns eventos simplesmente não valem à pena, seja pela risco alto em relação ao lucro, seja por acrescentar demais o seu nível de pressão com a polícia. O fator estratégico acaba sendo prejudicado por um desbalanceamento que é bem notório em alguns pontos.


Para lidar com tudo isso, Need for Speed conta com uma jogabilidade simples e responsiva o suficiente, embora haja um certo exagero no quão fácil o seu carro faz drift. Você pode encher sua barra de nitro ao “tirar finas”, pulando em rampas, fazendo drift, etc., e usar o nitro constantemente é bastante divertido.

Apesar da simplicidade dos controles, a resposta pode variar bastante de acordo com o carro que estiver usando; e falando neles, a garagem de Unbound traz uma variedade excelente, com quase 150 carros diferentes que contam com uma boa quantidade de modificações, o suficiente para que seja possível construir uma coleção única para cada jogador.

Um visual autêntico

Need for Speed: Unbound traz, como já mencionado aqui, uma mescla de visual cartunesco com o realismo tradicional de jogos de corrida. É bem difícil falar dessa escolha artística sem cair em uma certa subjetividade. É feio ou bonito? Bom… Você decide. Eu particularmente não gostei muito do resultado. Essa mistura passa a sensação de que a Criterion ficou em cima do muro a respeito de qual decisão artística seguir e optou por um meio termo que ficou bem estranho visualmente, ainda que indiscutivelmente autêntico.

O aspecto realista, embora não chegue nem perto de jogos da franquia Forza ou Gran Turismo em termos de fidelidade, certamente apetece visualmente, com um nível de detalhes satisfatório e que não deixa de agradar até mesmo os mais aficionados por carros. A cidade de Lakeshore também é bonita visualmente, porém um pouco genérica em seu design, fazendo com que a beleza gráfica dos cenário meio que passe desapercebida pelo jogador. Já a técnica cel shading utilizada lembra muito algo como o que foi feito em filmes como Spider-Man: Into the Spider-Verse, e não decepciona em aspectos técnicos, desde o personagem até a fumaça do pneu. O seu uso, novamente, é você quem decide se vai agradar, e se não acontecer, há opções para desabilitar alguns dos efeitos.

Performance

Need for Speed: Unbound oferece uma performance sólida no Playstation 5, com 60 FPS aparentemente estáveis e sem bugs aparentes. Não presenciei nenhum bug, tampouco problemas de renderização. No geral, a performance do jogo é impecável e deve agradar até mesmo os jogadores mais exigentes nesse aspecto.

Música e Motores

O aspecto sonoro de Need for Speed: Unbound não deixa a desejar, oferecendo uma experiência interessante, especialmente se utilizado um bom headset. Os sons dos motores são excelentes e dão aquele hype durante corrida. Já a seleção de músicas deve agradar apenas a fãs de Rap e Hip Hop, embora é inegável que a a seleção de músicas case perfeitamente com a vibe e temática urbana do jogo.

Conclusão: Um bom jogo de corrida!

Need for Speed é uma franquia que perdeu o seu prestígio ao longo dos anos, mas Unbound é uma boa surpresa. Não é o jogo que vai fazer você voltar a ter aquela sensação que teve ao jogar Need for Speed: Underground 2, mas não deixa de ser um bom jogo de corrida. Eu que há muito tempo deixei de apreciar jogos de corrida, me diverti genuinamente e agora espero e torço para que a franquia volte aos seus tempos de glória. O caminho está sendo pavimentado.

AVALIAÇÃO:
Gráficos: 7.5
Diversão: 8.0
Jogabilidade: 9.0
Som: 8.0
Performance e otimização: 10.0
NOTA FINAL: 8.5

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