Análise (Review) de Scathe – Uma Jornada Infernal

31 de agosto de 2022 0 Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 22 de agosto de 2022.
Gênero: Tiro em Primeira Pessoa (FPS), Atmosférico, Cooperativo.
Desenvolvedores: Damage State Ltd.
Publicadora: Kwalee.
Plataformas: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S, PC – Computador (Microsoft Windows).
Tempo de Jogo: 6 a 7 horas.

Classificação Indicativa: +16 anos.

Apresentação Inicial

Em meio ao caos da indústria de games nos últimos anos, podemos encontrar algumas boas surpresas que trazem o sentimento de jogar os mais clássicos do gênero FPS. Scathe é mais um dos inúmeros filhos de Doom, mas que decidiu seguir um caminho diferente dos seus irmãos. Como um fruto não cai muito longe do pé, encontraremos diversas semelhanças aos pais dos jogos de tiro em primeira pessoa, porém, mostrando o potencial esquecido pela indústria atual.

Obs: O lançamento do game para consoles foi adiado para 2023.

*O game foi jogado no PC através de uma chave cedida gentilmente pela Kwalee e todas as screenshots foram tiradas durante o gameplay.

Enredo

O enredo não é complexo e serve apenas de base para os acontecimentos do gameplay. Teremos uma pequena introdução onde ouvimos a voz do Criador Divino dizendo para Scathe que ele terá que provar o seu valor sendo seus punhos durante uma grande jornada. Logo de cara, nós já estaremos prontos para dilacerar demônios infames pelo inferno adentro.

A jornada começa.

Como o Jogo Funciona?

Em um universo labiríntico, sombrio, frenético e sangrento, enfrentaremos diversos tipos de demônios que estão programados para nos destruir. Apesar das raízes “Doomzísticas”, Scathe nos coloca em uma jornada de fuga e não somente de ser o valentão, assim como Doomguy. Estaremos presos em uma masmorra gigantesca, se é que podemos chamar assim, desvendando os segredos de ambientes completamente hostis.

Podemos correr, pular, pegar impulso, limpar a tela toda ensanguentada, usar itens de cura e massacrar demônios, além de poder jogar de modo cooperativo. Pode parecer pouca coisa se compararmos com outros jogos no estilo, entretanto, teremos uma intensa corrida em busca da sobrevivência. O principal foco do jogo é destruir inimigos, explorar o ambiente, descobrir segredos e coletar itens pelo cenário, enquanto enfrentamos hordas e mais hordas dos mais variados e poderosos inimigos.

Explorar, destruir, massacrar.

Teremos que realizar a coleta de seis runas por setores que passamos durante o gameplay. Pode parecer algo simples, mas teremos que descobrir onde elas estão e, por incrível que possa parecer, nem todas serão fáceis de conseguir. O cenário é repleto de passagens e lugares escondidos (é o que se espera de um labirinto, certo?), além de exigir uma exploração ao estilo vai e vem por fases distintas.

E o que acontece se morrermos? Bom, morrer poderá ser algo bastante comum, seguindo a linha dos jogos “pega fichas” de fliperamas (diversos inimigos na tela facilitando nossa queda). Ao morrer, retornaremos para o local onde perdemos, mas isso se tivermos vidas o suficiente. Caso não tivermos mais vidas, podemos retornar várias fases (se prepare para repetir seus caminhos, mas pode ir correndo direto sem matar os inimigos novamente). O lado bom disso é que o jogo não trabalha com um sistema punitivo, mas sim, de recompensa ao jogador. Não perderemos nossos itens ou coisas do tipo, tornando a jornada “menos repetitiva” e mais frenética.

Uma bela runa (e um novo inimigo descoberto).

Arsenal e Magias

Um dos maiores diferenciais que o game apresenta é seu arsenal e as magias de Scathe. Poderemos encontrar diversos tipos de armas durante a nossa exploração, indo desde uma escopeta de cano cerrado (perfeita para massacrar os demônios) até uma besta altamente poderosa.

As armas possuem dois tipos de tiro: o principal (infinito na arma inicial) serve como tiro comum e pode não ser tão potente e o secundário (infinito na arma principal), servindo de tiro especial (explosão, maior dano e maior área de ataque). Fora a arma inicial, teremos que ir em busca de munição para as outras armas.

Vai dizer que não dá vontade de testá-la?

Além de um ótimo arsenal, poderemos encontrar anéis de magia em altares demoníacos em determinados momentos da exploração. Existe mais de um e podemos utilizá-los coletando almas de demônios que caem quando os matamos. O que mais utilizei durante o gameplay foi o de restauração de vida, mesmo que não restaurasse muito, quebrava um bom galho durante as hordas de inimigos.

O altar dos anéis.

Inimigos

Um dos maiores diferenciais que o game apresenta, com toda certeza, são os mais variados tipos de inimigos. A grande quantidade de inimigos na tela pode assustar em um primeiro momento, mas é justamente nesse ponto que o jogo se torna divertido para valer. É necessário estar atento ao caminho que está seguindo enquanto é atingido por uma bola flamejante e fuzilado por um “demônio-torreta” (Spitters).

Existem alguns inimigos que só ficam andando por aí, sem maiores consequências de fato. No entanto, enfrentaremos hordas de inimigos poderosos (como o Shock Sledge – um ogro gigante energizado) e chefes, mas esses só serão possíveis ao encontrar todas as runas de um cenário e as hellstones (funciona como uma espécie de chave). No geral, o game não decepciona nesse aspecto e o pessoal do design desses inimigos estão de parabéns. É bem bacana ver que ainda podemos nos surpreender com inimigos bizarros e intimidadores em jogos assim.

Um morto-vivo.
Um demônio-torreta (Spitter).

Ambientação e Gráficos

É impressionante como o submundo das trevas possui enormes construções e castelos repletos de segredos. O design das fases é bem completo e sempre passa a sensação de que ainda há coisas por ali que ainda não encontramos. Existem sim lugares que são bem parecidos e podem confundir o jogador em diversos momentos, porém, acredito que isso seja totalmente proposital por parte dos desenvolvedores. Tumbas, lava, ácido, gosmas, destruição e caos é o que encontraremos por todos os lados e, pode parecer brincadeira, mas é muito bom descer a porrada nos inimigos nesses ambientes.

Em busca de sangue.

Os gráficos são muito bonitos e possuem ótimos efeitos de iluminação e sombra. As manchas de sangue espalhadas pelo cenário o embelezam de forma bem convincente para a proposta do game. Não é algo altamente tecnológico hoje em dia, mas assemelha-se ao de DOOM 2016, então é um ponto bem positivo. O jogo apresenta diversos detalhes no cenário que complementam a experiência, indo desde rachaduras nas paredes e no chão, até destroços e reflexos das chamas. Para os mais chatos de plantão (que consideram gráficos a principal coisa para jogar um game), os gráficos serão satisfatórios e valerá o investimento.

Uma vida extra.

Problemas e Bugs

A versão utilizada para esta análise foi a de desenvolvimento, então eu imaginei que fosse encontrar um jogo bem incompleto e problemático. Fui surpreendido com apenas detalhes técnicos durante toda a minha experiência anterior ao lançamento. O jogo apresentou um loading um pouco lento e quedas de quadros bem pesadas em momentos de maior ação e “polução visual”. No entanto, apresentou uma performance bastante satisfatória até mesmo para o lançamento. Alguns inimigos ficaram presos em paredes e destroços, mas foram poucos momentos. Acredito que com uma atualização de lançamento já seja o suficiente para resolver esses problemas.

Extras: Trilha sonora e Cooperativo

Jogos com o estilo de Scathe só possuem duas possibilidades para a trilha sonora: acertar ou errar. Não tem meio termo. Uma trilha sonora morna estraga a experiência como um todo e uma trilha sonora boa, boa mesmo, torna o gameplay melhor. Scathe acertou na qualidade, porém, creio que pecou na quantidade. A trilha possui ótimos momentos e que intensificam a carnificina, deixando o jogador cada vez mais empolgado. Em alguns momentos, parece que as músicas se repetem (ou são muito parecidas). Isso não é ruim, só poderia ser um pouquinho mais variada. Mesmo assim, um show de trilha.

Jogar sozinho é bacana, mas jogar em cooperativo com amigos é sempre uma proposta bem-vinda. É possível jogá-lo completo em co-op online (de 2 a 4 players) em partidas privadas ou livres e adiciona aquele “Plus” no gameplay. Se em algum momento jogando sozinho você se sentir cansado ou simplesmente enjoou, experimente o modo cooperativo.

Conclusão

Apesar de ser um “Filho de Doom“, Scathe ostenta sua autenticidade ao oferecer uma ótima gameplay frenética em meio a labirintos demoníacos. A sua proposta de trazer diversão em cooperativo funciona muito bem e traz um brilho para o gênero. O design dos inimigos e cenários são incríveis e proporcionam momentos sanguinários e de quebra-cabeça para todo “fpszeiro” de plantão. Os gráficos são muito bem-feitos, trazendo reflexos e efeitos de iluminação sombrios, complementando a atmosfera dark e frenética que o jogo tem. Não possui muitos problemas e bugs e, os que possui, poderá ser corrigido em atualizações a partir do lançamento (hoje). Um pesar para os jogadores de console que terão que aguardar até o próximo ano para o lançamento oficial nos videogames.

Nota: 7,8/10.

Obs: O jogo recebeu uma atualização de lançamento trazendo legendas em PT-BR.

*O game foi jogado no PC através de uma chave cedida gentilmente pela Kwalee.

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