Análise (Review) de ToeJam & Earl in Panic on Funkotron

8 de dezembro de 2022 Off Por Markus Norat

Por: Cosmão

Ficha do Jogo:
Data de lançamento: 1993
Gênero: Plataforma, Ação, Aventura
Desenvolvedora: ToeJam & Earl Productions, Sega
Publicadora: Sega, Tec Toy
Disponível nas Plataformas: Mega Drive, PC – Computador (Windows, Linux, Mac OS), PlayStation 3, Wii.

Versão do jogo analisada: Versão americana, para Sega Mega Drive (Genesis).

Esse jogo é envolto em certa controvérsia. Uns gostam demais, outros odeiam de tal forma que cuspiriam e depois tacariam fogo no cartucho. Acredito que todo esse ódio é devido ao sucesso do primeiro jogo da série, que apostou em uma fórmula diferente que deu certo. Esse segundo jogo seguiu por outro caminho, e foi bastante apedrejado por isso.

Toe Jam and Earl: Panic on Funkotron (mais conhecido como TJ&E2) segue a história dos dois alienígenas funkeiros que, em um dia bizarro, vieram parar na Terra (numa Terra bem bizarra também, diga-se de passagem) por conta de uma acidente com meteoros. Incunbidos de achar todas as partes de sua nave antes de partir, o primeiro jogo nos levou a conhecer uma gama enorme de terráqueos com as mais diferentes manias e dos mais diferentes jeitos, muitos deles satirizando comportamentos reais de todos nós.

Panic on Funkotron continua a história, dessa vez no planeta dos caras, que foi invadido pelos temíveis terráqueos. A missão é “resgatar” todos eles e mandá-los DE VOLTA À PROCEDÊNCIA, como diria Left 4 Dead. Para isso, nossos heróis estão armados com uma arma bem diferente, que se parece com um vidrinho que devemos acertar todos os “inimigos” até aprisioná-los e ir juntando tudo em um saco. Ufa! Parece uma tarefa fácil de uma simples coleta, mas não é bem assim…

Toe Jam 2 tem uma mecânica em 2D de plataforma, diferente do primeiro jogo, onde tudo funcionava em um enorme mapa visto de cima. O jogo ainda pode ser jogado por duas pessoas, por mais que isso mais atrapalhe do que ajude, ainda rende alguma diversão. No primeiro game era imprescindível jogar com um amigo para ter sucesso ou se divertir, no segundo já não é tão necessário assim, o que é um ponto positivo. Controlando Toe Jam ou Earl, é só sair fuçando nos cenários, balançando árvores, revirando moitas, abrindo tampas de esgoto, mergulhando em poços e caçando todos os terráqueos das fases. A fase só termina quando a setinha que indica onde a “caça” se encontra ficar verde, aí é só seguir pro final, mandar o saco de terráqueos pra um foguete e seguir em frente.

Durante a exploração, é possível se achar os presentes, como no primeiro game, mas a função deles mudou totalmente. Ou eles dão pontos (que acumulados dão vidas), ou dão funks-scan (poder que serve pra tirar um raio-x da área da tela) ou então coins, moedas usadas nos parquímetros espalhados pelas fases, que surtem diversos efeitos.

Outro item bem bacana é o poder máximo, conhecido como POTÃO, que detona um terráqueo com um só ataque. Outros poderes, como o botão de pânico que faz seu personagem sair atacando feito vaca-louca e outro que surge uma máquina que suga todos os terráqueos próximos, são usados no pause, assim como o funk-scan.

Claro, de nada adianta toda essa explicação se você não largar de ser preguiçoso e experimentar o jogo e descobrir os itens, eu ficar falando por linhas enormes não ajuda muito. Vão por mim, o jogo não é todo esse DEMONHO que alguns gostam de pintar.

Os terráqueos estão hilários! Se no primeiro game eles praticamente roubavam a cena, no segundo são elevados à quase protagonistas do jogo. Muitos deles se repetem (aliás, acho que todos eles), mas há uma boa variedade neles. Alguns são fáceis de se capturar, como os moleques, outros são bem chatos, como os poodles com suas madames. Alguns são bizarros, como o espírito da vaca que, se em contato com o jogador, entra em seu corpo e simula um estado de possessão bem engraçado.

A real dificuldade do jogo gira em torno da procura pelos terráqueos. No começo eles aparecem praticamente na cara do jogador, mas conforme as fases avançam, o esconderijo fica menos evidente, o que provoca o sentido de exploração em cada um de nós, jogadores. As ferramentas são muitas, desde botões, pedras pra arrastar e os já mencionados parquímetros, com o uso do funk-scan são descobertas passagens secretas, itens colecionáveis e até lugares exóticos com uma sereia lhe esperando para… para… bom, descubram vocês.

Os gráficos do jogo são ótimos. Os bonecos são grandes, os terráqueos bem variados e bem animados, bem como as fases e os elementos das mesmas. Como em Funkotron tudo é (e deve ser mesmo) muito psicodélico, é bem natural as fases serem bem coloridas, com lagos profundos, fases cobertas de neves, fases à noite cheias de criaturas naturais do planeta perambulando e até amigos da dupla. Em algumas ocasiões é possível até gastar algumas coins pra fazer um funk bem bacana com os amigos do jogo, apenas combinando os botões do controle.

Falando nisso, a música não deve em nada pro primeiro game, mesmo que este tenha uma trilha sonora livre de qualquer defeito. As músicas fluem bem, são bem divertidas e se encaixam perfeitamente no clima do jogo. Os efeitos sonoros seguem o padrão do primeiro game, os dois não falam nada, apenas emitem sinais sonoros, gritos, grunhidos, risadas e tudo mais que os fãs da série conhecem.

Toe Jam and Earl Panic on Funkotron é um jogo bastante divertido. Mas é um jogo que eu aconselharia para ser jogado sozinho, pois é muito mais proveitoso. Talvez pela mecânica em side-scroll adotada, a exploração das fases por dois jogadores tenha ficado comprometida e, talvez por isso também, muitos torceram o nariz e praticamente ignoraram a sequência. Tanto é verdade que a Sega fez Toe Jam and Earl 3 seguindo os padrões do primeiro game…

Nota Final: 8.0

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