Análise (Review) de Vandal Hearts

21 de outubro de 2022 0 Por Markus Norat

Por: Cosmão

Ficha do jogo:
Data de lançamento: 25 de outubro de 1996
Gênero: RPG de estratégia
Desenvolvedora: Konami, System Sacom
Publicadora: Konami
Jogadores: Um jogador
Plataformas: PlayStation, Sega Saturn, PC – Computador (Microsoft Windows)

Vandal Hearts fez um enorme sucesso quando lançado, sucesso esse que nunca foi superado por suas sequências (uma pra PSX mesmo e outra mais recente, pras redes do PS3 e X360). O jogo é um RPG tático no melhor estilo Final Fantasy Tactics, outra obra prima do 32 bits da Sony. Talvez a mecânica simples aliada à gráficos agradáveis seja a fórmula vencedora do primeiro jogo. Mas Isso não quer dizer que a história tenha ficado de lado.

Sem entrar em detalhes, posso lhes dizer que tudo gira em torno de conspirações políticas e que nosso herói se vê diante de uma hecatombe de duelos verbais e golpes baixos entre duas frentes governamentais da época. A história inteira do jogo é calcada num passado bastante inconstante, onde os poderes eram comumente trocados entre pessoas que lutavam por seus ideais, algumas egoístas, outras mais generosas. Nisso entra nosso herói Ash Lambert e seu grupo, tentando de alguma forma derrubar o maléfico grupo terrorista conhecido como Crimson Guard, responsável por diversas investidas contra o Império de Ishtarian. Já deu pra perceber que a coisa aqui vai muito mais além de salvar pobres princesas em perigo…

À primeira vista, principalmente nos dias de hoje, podemos dizer que Vandal Hearts envelheceu mal, graficamente falando. Os cenários são pequenos, os personagens na tela são em 2D simples e nada aqui pode chamar tanta atenção da geração atual, acostumada com efeitos visuais fantásticos e tanto carnaval na tela. Vandal Hearts é sim bastante simples. Mas por trás desses pixels estourados existe um charme que só ele tem. O jogo é gostoso de jogar até hoje, nem os gráficos cretinos atrapalham aqui, posso lhes garantir isso. Toda a mecânica do jogo, a jogabilidade envolvente e a história interessante acabam prendendo quem gosta de um bom RPG e dispensa gráficos ultra realísticos.

As lutas ocorrem de forma parecida com Shining Force, apenas dispensando a telinha de combate quando dois personagens executam o ataque. Os cenários, como eu já disse, parecem bem pequenos, mas tem o tamanho suficiente pra que as lutas ocorram sem demora. Existe ainda o fator exploração, com diversos baús escondidos, dispositivos como botões pra acionar armadilhas e abrir portas, obstáculos e tantas outras coisas. Acho que esse era o maior diferencial de Vandal Hearts, as lutas eram divertidas, apesar de difíceis. É muito bacana se aproximar de um inimigo e cortar-lhe ao meio com sua espada, enquanto o sangue JORRA pro alto!!! Sim, sangue, e JORRANDO! Vandal Hearts tinha SANGUE!! Só por isso a Konami merecia um prêmio nesse jogo.

Voltando ao assunto, Vandal Hearts é muito difícil. Talvez sua dificuldade tenha sido o principal empecilho pra poucos terem jogado o game, visto que não é raro dar game over logo na primeira batalha. Como em 99% dos RPGs táticos, perder o personagem principal significa ter que recomeçar a luta de novo, o que espantou (e ainda espanta) muitos jogadores na época. Cada personagem pode atacar ou andar em seu turno, visto que os turnos aqui, diferente de Shining Force, são únicos pra tropa inteira. Após executar todas as ações possíveis, basta finalizar e passar a bola pro adversário.

Isso dinamiza o combate, mas formar estratégias acaba ficando em segundo plano, pois o inimigo pode muito bem aproveitar qualquer mísera falha pra armar um contra-ataque fatal. Pensando bem, a estratégia acaba sendo vital em alguns momentos. Existem lutas em que os inimigos não dão trégua, cercam seus personagens e lhe descem a lenha, com flechadas, machadas e espadas vindas de todo canto. Em outras, é preciso livrar alguém de masmorras enquanto tenta permanecer vivo ou até mesmo levar toda a galera do outro lado da tela sem perder ninguém no caminho!! É pedrada, mas o jogo dá uma equilibrada com um sistema de promoção semelhante ao encontrado em Shining Force (de novo ele).

Aqui dá pra promover um personagem após ele alcançar determinado level (acredito que 10). Assim, cada um deles pode seguir por dois caminhos diferentes em sua classe, o que aumenta um pouco o fator replay pra quem gosta de conhecer tudo em um jogo.

O jogo ainda inova bastante quando estamos em cidades ou vilas. Não dá pra controlar um personagem pela cidade como em um RPG comum, tudo aqui funciona por meio de menus, com opções como entrar em lojas, ir até o bar falar com pessoas, obter informações com moradores, etc. Talvez isso tenha sido uma maneira que a Konami tenha encontrado para evitar de ficar desenhando cidades enormes à cada luta vencida. Enfim, é bom dizer que tudo é muito funcional, apesar de simples.

A música de Vandal Hearts é maravilhosa. Desde as melodias mais calmas em cidades até as mais frenéticas em batalhas, todas as canções são grandes exemplos de que hardware não significa nada sem o talento humano. Os efeitos sonoros seguem o padrão do jogo, vozes eu não notei, à não ser na abertura, o que não me faz nenhuma falta, pra ser sincero.

Pra quem gosta de RPG tático e não conhece, Vandal Hearts é quase uma obrigação. Ele tem uma identidade toda própria, personagens criativos e carismáticos, além de uma dificuldade descabelante e batalhas MEMORÁVEIS por conta disso. É um jogo que nos faz lembrar que a Konami era muito mais do que apenas Metal Gear, Castlevania ou Winning Eleven no passado.

Recomendo até aos meus inimigos, hehehe!

RESUMÃO:

PRÓS:
+ jogabilidade excelente como um todo;
+ músicas lindas;
+ história muito caprichada e envolvente;

+ batalhas criativas;
+ SANGUE!!;

CONTRAS:
– podia ser menos difícil;
– tá certo que o jogo é velho, mas ele acabou envelhecendo mal graficamente;

Nota Final: 8.5

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