Análise (Review) de Yakuza 3 Remastered – Uma Jornada de Paz

9 de setembro de 2023 Off Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 08 de agosto de 2018 (versão original – 2009)
Jogadores: Um jogador.
Gênero: Ação e Aventura, RPG, Beat ‘em Up.
Desenvolvedora: Ryu Ga Gotoku Studio.
Publicadora: SEGA, SEGA of America.
Idiomas disponíveis: Inglês e Japonês.
Plataformas: Playstation 4, Xbox One, Xbox Cloud Gaming, PC – Computador (Microsoft Windows).
Tempo do jogo: 17 horas (40 horas ou mais, caso tente os 100%).

Versão do jogo analisada: Versão americana para Computador.

Classificação Indicativa: +18 anos.

Apresentação Inicial

Yakuza 3 Remastered é a versão remasterizada, lançada em 2018 do jogo de 2009, originalmente lançado para Playstation 3. Essa versão traz gráficos em HD e algumas pequenas melhorias técnicas, além de sofrer reajustes em diálogos e algumas missões (assim como algumas trocas de modelo de personagens devido o contrato com atores e atrizes terem expirado). O jogo é uma sequência direta de Yakuza 2 e Yakuza Kiwami 2 (para acessar a análise do game, basta clicar aqui), dando continuidade a história de Kazuma Kiryu.

Com os lançamentos de Kiwami 1 e 2, surgiu a esperança de um possível Kiwami 3, sendo o remake do terceiro game da franquia, porém, a empresa optou por trazer uma coletânea de remasterizações, contendo Yakuza 3, 4 e 5, com lançamento para outras plataformas, inclusive o PC.

O terceiro game, de modo geral, acabou envelhecendo mal tecnicamente falando e não foi um sucesso tão grande quanto os antecessores. Desse modo, lançar uma versão refeita, seria um tiro no escuro, ou seja, sendo arriscado demais para a SEGA.

*O jogo foi jogado em um computador que atende aos requisitos e todas as screenshots foram tiradas durante o gameplay.

*Muita coisa relacionado ao universo Yakuza estão nas análises dos jogos anteriores, então não irei repetir para não ficar repetitivo. Desse modo, basta conferir as análises anteriores (Yakuza 0 e Yakuza Kiwami).

Enredo

Logo após os acontecimentos do jogo anterior, no ano de 2007, Kiryu e Haruka se despedem dos amigos em Kamurocho, pois ambos irão se mudar para Okinawa. Então, o Dragão de Dojima parte em busca de Goro Majima para pedir que ele volte ao Clã Tojo para ajudar o novo chairman Daigo Dojima.

Kiryu e Majima no topo da Millenium Tower.
Kiryu e uma das crianças que adotou.

Já em 2008, após um ano da mudança de Kiryu e Haruka para o orfanato Glória da Manhã em Okinawa, ambos começam a receber cartas de despejo da Família Ryudo, pois pretendem vender o terreno do orfanato para investidores de Tóquio construírem um resort. Desse modo, Kiryu parte para defender seu novo lar e as crianças que ele adotou.

Como o Jogo Funciona?

Yakuza 3 segue uma linha parecida de seus antecessores. No entanto, acabou envelhecendo mal em sua jogabilidade, o que deixa a experiência um pouco prejudicada. Como assim? Agora temos uma nova cidade para explorar, além de Kamurocho. Okinawa é uma ótima oportunidade de deixar a experiência do jogador mais diversificada. Porém, o sistema de combate não é tão dinâmico quanto o que foi apresentado para o jogador a partir do Yakuza 0.

Ainda temos cidades semiabertas para explorarmos e fazer as missões secundárias. Agora, na versão remasterizada, elas aparecem no mapa com um sinal de interrogação, algo que não havia na versão original do game. Okinawa não é tão grande quanto Kamurocho, mas traz algumas novidades para o gameplay, além de fazer parte diretamente do novo enredo.

Uma nova jornada começa.

Os inimigos em Yakuza 3 estão com sangue nos olhos, uma vez que constantemente irão comprar briga com você. Dessa vez, as chances de encontrar um grupo de inimigos disposto a batalhar é bem maior do que o visto até então, já que a cidade é menor. Além disso, não será possível fugir deles, pois sempre que for haver um confronto, o inimigo irá te chamar para a batalhar, ou seja, terá um diálogo antes disso acontecer. Ao meu ver, isso serve para esticar o tempo de jogo, mas é uma mecânica que não envelheceu tão bem assim.

Sistema de Combate

O sistema de combate é bastante cru, se compararmos com seus antecessores. Novamente não temos o seletor de estilo de luta (brawler, rush, etc) e teremos que desbloquear muito dos movimentos que Kiryu pode realizar. Sendo assim, o personagem começa bem cru, então será necessário aprender novos golpes através de personagens específicos (como o Komaki em Yakuza 0) e na árvore de habilidades.

Como teremos que batalhar com uma frequência maior do que o de costume, isso poderá ser um problema, já que o personagem é bastante travado e nada flui como deveria. Os comandos respondem de forma lenta, atrapalhando a dinâmica do combate. Outro ponto que deixa o combate desbalanceado e demorado é a incrível habilidade de defesa dos inimigos. Todos os personagens com quem teremos que batalhar, passam boa parte da luta em modo defesa, atrapalhando totalmente o ritmo do combate.

Ainda poderemos utilizar itens do cenário ou comprar armas para utilizarmos em batalhas. Temos nosso próprio vendedor particular, por assim dizer, onde podemos adquirir e melhorar nossas armas. Confesso que nunca fui muito atrás de utilizar as armas, mas nos momentos que utilizei, foram bastante úteis. Algumas armas e equipamentos são realmente boas o suficiente para derrotarmos certos inimigos.

Kiryu e Majima prontos para a batalha.

Árvore de Habilidades

A nossa árvore de habilidades, na realidade, é apenas uma simples lista onde podemos evoluir com uma barra de pontos. Ela é dividida em Soul, Tech, Body e Heat, porém é simplória demais. A cada missão secundárias realizada, será concedido uma quantidade de XP e isso vai aumentando a nossa barra de pontos. Ao conseguirmos um valor X, poderemos utilizar esses pontos para adquirir a habilidade. É um jeito tão estranho que foi alterado na continuação. Sem falar que não há muitas habilidades para desbloquear, o que torna o gameplay bastante repetitivo.

Upgrades.

Exploração (Kamurocho e Okinawa)

A exploração de Kamurocho continua bem parecida com o que já vimos até então. A maioria dos lugares em que visitaremos são os mesmos desde Yakuza 0. A maior diferença está nos minigames que foram adicionados no terceiro game, porém, desta vez, não houveram tantos cortes quanto o ocorrido em Yakuza Kiwami 2. Nesse tópico haverá bastante comparação com os anteriores, pois as diferenças ficam restritas ao conteúdo que foi adicionado, uma vez que estamos explorando o mesmo ambiente e em uma pequena diferença cronológica, diferente do que vimos do Zero para o Kiwami.

Em Kamurocho poderemos encontrar o karaokê, boliche, Club Sega (com o U.F.O Catcher e Boxelios), o Batting Center (baseball) também está de volta, além de dardos e sinuca em bares específicos. Os cassinos também estão de volta, juntamente com as casas de apostas (onde temos cee-lo, cho-han, koi-koi, e oicho-kabu). De novidade, é possível visitar uma casa de massagem, onde tudo induz o jogador a levar para o lado sexual. No mais, os minigames de Kamurocho não são muito inovadores, uma vez que mantém a maioria dos jogos anteriores.

Boliche.
Batting Center.
Karaokê.
Cassino.
Casa de apostas.

Em Okinawa as coisas não são muito diferentes em relação aos minigames de Kamurocho, porém, podemos visitar Cabarés como consumidor e também podemos dar aulas de como ser uma boa Hostess para algumas mulheres. Lá, poderemos customizá-las e ensiná-las a se comportar como uma verdadeira anfitriã. Também poderemos jogar golf, mas ao contrário de Kiwami 2 onde era apenas um salão com golf, agora temos um campo aberto para esse minigame. A pesca voltou e está diferente de Yakuza 0, temos uma mecânica própria de pesca, mas não é nada intuitivo. Os bares onde o barman conta um pouco da história das bebidas também estão de volta.

Sinuca.
Dardos.
Cabaré.
Okinawa.

Revelações

Uma novidade que o game trouxe são as revelações. Iremos conhecer um personagem em Okinawa que nos ensinará a tirarmos fotos. Se encontrarmos momentos específicos para foto, iremos publicar a foto em um blog. Cada uma dessas revelações irá desbloquear golpes novos para o Kiryu poder executar. São vários momentos em que as revelações poderão aparecer, mas eu não dei muita bola para elas, já que não é algo obrigatório. É bacana, porém não são boas o suficiente para despertar o interesse em descobrir todas.

Uma revelação.

Perfis

A página de perfis é onde poderemos ligar os pontos do enredo e acompanhar o que está acontecendo na história. Cada novo personagem que surge, aparece ligado a alguma coisa ou alguém. A maioria, senão todos, estão ligados diretamente ao Kiryu e assim irá formar uma árvore de conexões dentro de cada classificação (família tal, grupo tal). É uma maneira de entendermos melhor os acontecimentos e quem é quem na história.

Perfis.

Missões Secundárias (Substories)

Como em todo Yakuza que se preze, temos as substories para complementar a nossa jornada. São mais de 100 missões secundárias ao todo, espalhadas por Okinawa e Kamurocho. Desde Yakuza 0, eu faço 100% das substories, porém, em Yakuza 3, elas não foram boas o suficiente para me motivar a fazê-las por completo (fiz cerca de 60 delas). Não é que elas sejam ruins, só são as mais fracas de toda a franquia até agora e como a jogabilidade é travada e nada dinâmica, fica ainda menos interessante de se fazer por completo.

Uma substory de investigação.

Problemas e Bugs

A otimização do jogo está muito boa, sem muitos problemas quanto a performance. Apenas tive queda de quadros em alguns poucos momentos durante todo o meu gameplay. Já em relação aos bugs, o que encontrei foram apenas NPCs enroscados em algum canto ou inimigos entrando em paredes. Fora isso, nada muito alarmante para ser memorável. Em geral, todos os jogos da franquia estão bem otimizados no PC, o que é um baita feito para a desenvolvedora.

Extras: Trilha sonora, Primeira Pessoa e Gráficos

A trilha sonora, assim como a de seus antecessores, é muito boa e combina com os momentos em que aparecem. As músicas dos combates são agitadas e ajudam na imersão de cada batalha. Uma atenção especial a música tema, já que aparece na introdução e, como de costume, é muito bem trabalhada e passa o sentimento do que está por vir, cativando o jogador logo de cara.

O modo primeira pessoa é bem simples. Diferente do visto em Kiwami 2, onde podemos de fato andar em primeira pessoa, aqui funciona como uma câmera fotográfica, sendo a mesma de onde tiraremos as fotos para descobrir as revelações.

Os gráficos são bonitos, mas está longe de ser alvo de comparações (positivas) ao Kiwami 2. O jogo é mais bonito que a sua versão original, mas ainda traz a sensação de ser um jogo da geração Playstation 3. Os ambientes são bem detalhados para a época e não fazem feio nos dias de hoje, porém, encontramos melhores remasterizações no mercado, ao que se trata de gráficos.

Conclusão

Yakuza 3 Remastered é o mais fraco da franquia no que se trata de gameplay, porém brilha no seu enredo, colocando-o na lista dos melhores enredos da saga. Para muitos jogadores, a vontade de pular Yakuza 3 e partir direto para os últimos pode ser bem tentadora. No entanto, é um jogo digno da franquia e não faz tão feio quanto muitos fãs dizem. Não possui muita variedade em relação aos minigames, mas capricha nas adições, tornando a experiência divertida. Apesar das substories não serem tão animadoras e divertidas, algumas tem lá seu brilho e valem a pena serem feitas. Quanto a performance e otimização, o jogo roda bem e não exige uma máquina poderosa, mesmo que contenha bastante coisa em tela (pensando em um jogo de 2009). Yakuza 3 Remastered é um jogo que vale a pena a ser jogado, principalmente para os mais fãs da franquia. Não é o melhor, mas deixa a sua contribuição para a saga.

Pontos Positivos

  • Enredo cativante
  • Trilha sonora excepcional
  • Personagens envolventes
  • Okinawa é uma boa adição
  • Minigames divertidos

Pontos Negativos,

  • Jogabilidade datada
  • Inimigos defendem mais do que o necessário
  • Poucas habilidades para desbloquear
  • Gameplay repetitiva

Avaliação:
Gráficos: 8.0
Diversão: 6.5
Jogabilidade: 6.5
Trilha Sonora e Efeitos Sonoros: 10.0
Performance e Otimização: 10.0
NOTA FINAL: 8.2 / 10.0

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