Análise (Review) de Yakuza Kiwami 2 – O Melhor de Yakuza Kiwami

27 de maio de 2023 Off Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 7 de dezembro de 2017.
Jogadores: Um jogador.
Gênero: Ação e Aventura, RPG, Beat ’em Up.
Desenvolvedora: Ryu Ga Gotoku Studio.
Publicadora: SEGA, SEGA of America, SEGA Europe.
Idiomas disponíveis: Inglês e Japonês.
Plataformas: Playstation 4, Xbox One, Amazon Luna, Xbox Cloud Gaming, PC – Computador (Microsoft Windows).
Tempo do jogo: 40 horas (80 horas ou mais, caso tente os 100%).

Versão do jogo analisada: Versão americana para Computador.

Classificação Indicativa: +18 anos.

SELO DE OURO: Jogo Altamente recomendado; permita-se viver essa experiência!

Apresentação Inicial

Yakuza Kiwami 2 é a sequência direta do remake de Yakuza (2005), Yakuza Kiwami. Lançado originalmente em 2017 no Japão, o jogo levou um pouco mais de tempo para chegar nas mãos dos fãs no ocidente, assim como os jogos anteriores. Kiwami 2 é uma evolução quase que natural da tecnologia implementada em Yakuza 0 e Kiwami. Muito do que temos em Kiwami 2 veio da tecnologia apresentada em Yakuza 6: The Song of Life, game que encerra a jornada de Kazuma Kiryu. Ou seja, praticamente tudo de melhor que temos agora, veio do mais recente lançamento da franquia até aquela época.

Muito do visto nas análises dos jogos anteriores (Yakuza 0 e Yakuza Kiwami) será reprisado nesta daqui, porém, Yakuza Kiwami 2 consegue inovar em diversas funções técnicas que não dariam para serem feitas no Playstation 3. Ao adentrar na nova geração, Playstation 4, logo ao termos o primeiro contato com o game, já é possível perceber que as novidades foram muito bem implementadas. Confesso que isso me deixou muito curioso com o que o jogo iria me oferecer e se seria semelhante ao jogo original, Yakuza 2 (2006). Decepcionou? Bom, o que eu posso adiantar é que esse é o melhor jogo da “trilogia” Kiwami, se contarmos com Yakuza 0, Kiwami e Kiwami 2.

*O jogo foi jogado em um computador que atende aos requisitos e todas as screenshots foram tiradas durante o gameplay.

*Muita coisa relacionado ao universo Yakuza estão nas análises dos jogos anteriores, então não irei repetir para não ficar repetitivo. Desse modo, basta conferir as análises de Yakuza 0 e Kiwami.

Banner oficial de Yakuza Kiwami 2.

Enredo

Kazuma Kiryu está de volta, agora como um ex-yakuza. Em uma visita ao cemitério, para visitar alguns dos personagens que faleceram no jogo anterior, Yukio Terada aparece para oferecer uma proposta de aliança para Kiryu para evitar uma guerra entre as famílias. Antes que possam fazer qualquer coisa, uma gangue da Omi Alliance assassina Terada. Terada entrega uma carta para Kiryu e solicita, como último desejo, que ele a entregue para o presidente da Omi Alliance.

Kazuma Kiryu.
Kiryu.

Kiryu entrega a carta para Yayoi Dojima, mulher do falecido Chairman Sohei Dojima. Ela aceita a proposta da formação da irmandade, mesmo com a reclamação de outros membros. A ideia de evitar toda uma guerra entre famílias não sai exatamente como prevista e, então, embarcarmos em uma jornada de solução de conflitos contra o famoso “Dragão de Kansai”, Ryuji Goda.

Como o Jogo Funciona?

Yakuza Kiwami 2 funciona como os anteriores em relação a estrutura de jogo. Como assim? Temos um mundo semiaberto para explorarmos, com muitos lugares para visitarmos, minigames, combates nas ruas, substories, entre outras coisas do universo Yakuza. No entanto, o jogo trouxe mudanças significativas no sistema de combate, nas telas de carregamentos, em alguns minigames, além de que algumas coisas acabaram voltando, como o sistema de Cabaret, por exemplo. Outra novidade em relação ao original, é a presença de uma segunda campanha (de apenas 3 capítulos), onde jogamos com o “Mad dog of Shimano”, Goro Majima, contando a sua jornada entre o Kiwami e Kiwami 2.

Sotenbori, Osaka.

Universo de Yakuza Kiwami 2

Por se tratar de um mundo semiaberto, não temos como explorar Tóquio inteira ou qualquer outra região que o jogo ofereça. No entanto, o jogo funciona muito bem com seus ambientes fechados. Dessa vez, o game apresenta uma movimentação bastante realista e interação com o cenário sem carregamentos, ou seja, você poderá entrar na maioria dos estabelecimentos em tempo real, sem que haja aquelas telas demoradas de carregamento como era anteriormente. Isso deixou a experiência completamente satisfatória e fluída, já que apenas pontos específicos precisam de carregamento.

O lado ruim de ter toda essa tecnologia é que para ter um computador que aguente rodar isso na melhor qualidade visual não é para qualquer um. Jogando no console, a experiência fica mais tranquila de rodar tudo em qualidade satisfatória, mas um PC para rodar no ultra vai ser complicado. Eu comecei jogando-o em uma GTX 1050 TI em 720p, porém, ao mudar para uma RTX 3060, a diferença foi nítida, tanto visualmente quanto em processamento.

Kamurocho, Tóquio.

Os ambientes são muito vivos. A cidade funciona a todo momento, com pessoas passando na ruas, com situações inusitadas que podem vir a acontecer, além dos inimigos que constantemente vão comprar briga com você. A atmosfera oferecida em Kiwami 2, com toda certeza é a mais completa de toda a franquia. Tudo reage de forma bastante natural ao personagem e ao ambiente. Aos moradores da região original no Japão é um prato cheio de realismo e da sensação de viver dentro do jogo.

Kazuma Kiryu fingindo que não está no melhor jogo da franquia.

Sistema de Combate

Diferente de seus antecessores, Kiwami 2 não possui seletor de modo de luta. Como assim? Ao invés de selecionarmos o tipo de luta (Brawler, Rush, etc), temos um estilo único que mistura um pouco de cada uma. Para muitos, isso pode ser um ponto negativo. Ao meu ver, isso tornou os combates bem mais dinâmicos, fluindo bem mais e sem a necessidade de pausas para começar a lutar. Parar para ficar combatendo era uma coisa que poderia incomodar, nesse caso, torna o combate menos frustrante.

A forma adotada para combate é bastante eficaz para complementar o dinamismo presente nesse segundo remake e foi muito bem aplicada. Mesmo que ainda haja um combate constante enquanto exploramos a cidade, não chega a ficar chato a ponto de precisarmos de um tempo para absorver o que está acontecendo, assim como nos anteriores. De todo modo, perdeu um pouco da diversidade, mas em prol de manter um ritmo mais constante de gameplay.

Kiryu sempre resolve os problemas.

Árvore de habilidades

Quanto à árvore de habilidades, também não existem mais. O jogo adotou um sistema de pontuação, onde recebemos XPs variados após nos alimentarmos. Possuímos um ícone de estômago e temos que preenchê-lo com alimentos. Ao comermos, receberemos pontos para distribuirmos em diversas “janelas de habilidade”. Ou seja, não se paga com dinheiro, mas sim, XP. Além isso, podemos melhorar a “durabilidade” do nosso estômago, possibilitando receber maior quantidade de pontos. Infelizmente está bem mais complicado de desbloquear todas as habilidades já que algumas dependem de elementos externos (missões, itens, etc) para podermos desbloquear a opção de utilizá-las.

Cada ponto para sua respectiva área e o quanto ocupa no estômago.

Substories

As substories estão de volta! As famosas missões secundárias de Yakuza estão de volta para poder nos entreter enquanto precisamos dar um tempo da missão principal (já que as cinemáticas continuam tendo mais de 20 minutos). Dessa vez, o jogo decidiu facilitar a nossa vida em relação a essas missões já que teremos elas marcadas no mapa. Em comparação aos jogos anteriores, essa é uma mudança bastante necessária, porém, as missões em si ficaram mais sem graça. Algumas missões que fizemos nos jogos anteriores, retornaram para receber um devido fim, dando uma ótima sensação de continuidade.

Esse rosto me parece familiar.

Minigames

Um dos pontos mais marcantes da franquia Yakuza, sem dúvidas, é o seu fator exploração. Para deixar as coisas ainda melhores, a cada novo game da saga temos inúmeros minigames para movimentar ainda mais o nosso gameplay. Yakuza Kiwami 2 traz minigames únicos, além de retornar com alguns dos mais clássicos da franquia. Karaokê, dardos, baseball, U.F.O Catcher, cabine de vídeos e Cabaret Grand Prix estão de volta para essa nova versão do game, totalmente repaginados ou mantendo a sua essência. Já como novidade, temos golf, um joguinho bizarro no banheiro chamado ToyLets, Gravure Photoshoot (onde temos que tirar fotos de modelos sensuais reais e ir liberando a opção de roupas diferentes), Virtua-On e Virtua Fighter 2 como jogos de arcade, além dos clássicos jogos de azar nos cassinos. As missões de batalhas em ringues no Coliseu também retornaram e poderão oferecer construtores para a mais nova inclusão do game, a Majima Construction.

Batting Center.
Fotografe as modelos.
Batalhe no Coliseu.
Administre seu Cabaret.
Mande a ver no Mahjong.

Majima Construction

Majima Construction é um novo evento presente em Yakuza que segue um sistema parecido com a carreira no Cabaret Grand Prix. Como assim? O jogo apresenta um Majima envolvido no ramo da construção civil, entrando na disputa de território com outros líderes da máfia japonesa. Temos uma espécie de mini campanha para os eventos que ocorrem em Majima Construction e teremos que dominar totalmente o território de Kamurocho e Sotenbori.

Majima Construction.

O jogo muda completamente o seu sistema de batalha e coloca o jogador em uma espécie de tabuleiro para vencer os inimigos de forma estratégica. Temos que proteger nosso território de ataques de inimigos e ir reforçando a nossa base investindo mais dinheiro para melhorar os atributos de nossos aliados. Os aliados poderão ser encontrados nas substories ou no modo do Coliseu. Cada aliado possui seus próprios atributos e sua própria categoria. Também é possível contratar construtores através do menu, mas terá um custo relativamente alto, então compensa ir adquirindo através das missões.

Proteja a sua base!

Missões de Bouncer

Aqui temos mais uma novidade em relação a Kiwami 2 e, infelizmente, um dos pontos que mais me decepcionaram no jogo todo. As missões de segurança, ou de Bouncer, são missões que acontecem na boate Debolah ao falar com o bartender. São mais de 70 missões que vão até o quarto nível cada, aumentando a dificuldade a cada vez que faz a determinada missão. Ao completar cada uma receberemos alguns itens que irão nos ajudar durante os combates. Essas missões precisam ser feitas sem a utilização de itens de cura ou coisas do tipo, então esteja ciente de que, se perder, terá que recomeçar.

O lado ruim disso tudo é que, além da alta quantidade de missões, elas são extremamente repetitivas conforme o tempo vai passando. Mesmo com uma certa variedade de missões, o tempo gasto com cada uma não compensa o pouco retorno ao jogador. Algumas missões são bem divertidas, pois agora temos um alto nível de destruição de cenário, mas mesmo com isso, as missões perdem a graça muito rapidamente.

Vença seus oponentes.

Problemas e Bugs

O game possui alguns bugs leves, principalmente enquanto estamos com a Haruka. Porém, nada que presenciei no game foi algo de fato alarmante ou qualquer tipo de problema além disso. A performance é ótima em computadores dentro das especificações e fica ainda mais surpreendente em máquinas mais poderosas. Muito bem otimizado!

Conclusão

Yakuza Kiwami 2 é uma evolução bastante completa de seus antecessores, trazendo melhorias técnicas e de gameplay que foram muito bem-vindas para o remake. Sua história continua sensacional e fiel ao game original, embora traga inovações e mudanças, não deixa a sua essência se perder. O fato de quase não haver telas de carregamentos durante o gameplay, deixa tudo mais fluído e dinâmico, complementando ainda mais a atmosfera do game. Para os fãs, é um prato cheio e, da “trilogia” (Yakuza 0, Kiwami e Kiwami 2) é o melhor em termos de gameplay, apesar de eu ainda preferir Yakuza 0. É um título obrigatório para fãs e uma ótima recomendação para quem quer entrar no universo de Yakuza. Não é o melhor para se iniciar nesse mundo que o game apresenta, mas é uma boa pedida aos mais perdidos.

Pontos Positivos

  • Melhorias técnicas significativas
  • História de alta qualidade
  • Gameplay dinâmico
  • Combate fluído
  • Minigames interessantes
  • Ótima otimização

Pontos Negativos

  • Missões de Bouncer repetitivas
  • Majima Construction pode se tornar enjoativo

Avaliação:
Gráficos: 10.0
Diversão: 10.0
Jogabilidade: 10.0
Trilha Sonora e Efeitos Sonoros: 10.0
Performance e Otimização: 10.0
NOTA FINAL: 10.0 / 10.0

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