Resenha do livro Elantris (Brandon Sanderson)

9 de julho de 2023 Off Por Daniel Felix

Se há algo em que acredito, é que um bom livro pode levar alguém para fora deste mundo, em uma aventura sem igual, fantástica, tal qual fazem os games que tanto amamos. Por isto, resolvi trazer um título que, absolutamente, vai deixá-los intrigados, imersos, e extasiados, como se tivessem jogando um game de RPG, como Dark Souls, por exemplo, que aliás, é o game em que mais consegui pensar quando li Elantris.

Elantris, de Brandon Sanderson, nos trás a história incrível de uma cidade, antes habitada por deuses, que usava seus dons mágicos para ajudar todas as pessoas do reinos próximos e distantes, mas que agora, porém, está imersa em trevas, por causa de uma maldição inexplicável que começou faz dez anos. Essa é Elantris, que antes era a dourada cidade dos deuses (Se lembram, por acaso, de Anor Londor?), e agora, manchada por esta maldição, se tornou em ruínas, cheias de seres decadentes e infectados, que vivem em constate dor e agonia. Mas, alguém irá tentar mudar isto, embora também sofra com essa maldição!

Resenha:

Esta é uma obra sensacional de B.Sanderson pois, tem em sua complexidade imensa, surpresas e reviravoltas fascinantes, que são delineadas em uma organização social, além de cidades, reinos, políticas, religiões, economias, costumes sociais e histórias paralelas incrivelmente criadas pelo autor. É de fato, uma joia da literatura fantástica. Acredito que Sanderson tenha tido um trabalho gigantesco para tal criação, pois tudo é praticamente novo, e não se pode encontrar em outros livros ou criações conhecidas.

Os personagens tão maravilhosamente construídos e narrativa dinâmica, em terceira pessoa (Com pontos de vista singulares.) que dão ao enredo, plena segurança para entreter o leitor até o fim da aventura. É claro, tal qual como Tolkien, ou talvez um pouco menos, Sanderson tem um nível de detalhe extenso, o que é, ao mesmo tempo, maravilhoso e, também, de certa forma, pesado, talvez cansativo (Imploro que não desistam e continuem lendo!), no início da leitura. São tantas informações e detalhes, dados a quem lê o livro, de forma direta e contínua que, até acostumar-se com o ritmo, poderá haver a sensação de peso mas, é notório que o modo como Sanderson escreve, suaviza isto, e prende, de fato, o leitor até o fim da história.

O autor detalha, por exemplo, os embates dentro das duas religiões dominantes no livro. Uma prega devoção e é mais sistemática, enquanto outra, prega o amor incondicional e é mais liberal. Poderíamos pensar nessas duas religiões que, são ditas nos livros, originam-se de uma mais antiga, como sendo representações de religiões do mundo real, que não vale a pena citar por aqui, até para que essa questão. fique à vista para ser descoberta durante a leitura da história. A grande verdade é que Sanderson consegue nos fazer diferenciar uma da outra com clareza.

Algo que é incrível, e notoriamente interessante, é o sistema mágico criado pelo autor. Uma magia que se liga ao mundo, ao usuário, e a forma como ela é usada, de forma íntima. Magia este em que, a extensão das linhas com a qual é escrita, a forma como são desenhadas, enriquecimento de símbolos e a vontade de usá-la, definem seu poder e sucesso. É fantástico e, me lembra muito, uma linguagem de programação, por exemplo.

Temos personagens muito bem construídos e sólidos, que nos passam a sensação de entendimento e de imersão em cada uma das subtramas, que são, de forma inteligente, ligadas à trama principal e contribuem para a construção da história em um todo, de forma muito eficiente. Conhecemos os personagens principais Raoden, que nos mostra todos os aspectos sobrenaturais da história, e Sarene, que nos apresenta e desenvolve os aspectos políticos e até sociais da trama. É claro, temos outros personagens memoráveis como Galladon e Hrathen mas, estes, vocês, futuros leitores, conhecerão melhor quando lerem esta aventura.

Preciso deixar claro que, o livro não cria uma esfera onde esperemos que, de fato, algo vai dar assim, muito errado. Dá para entender, lá pelo meio do livro, que teremos um final feliz mas, isto não desabona em nada, Elantris. Pelo contrário, é o modo como todo o enredo é construído, como os personagens caminham sobre a trama e as subtramas, os detalhes da magia, da vida no cotidiano do mundo singular do livro, a história antiga que nos é revelada em partes, que dão brilho à história. E se há algum ponto negativo a ser considerado é que, apesar do livro ser tratado como um livro único (Embora há notícias recentes que Sanderson pretendia continuar a história.), o final deixa algumas pontas soltas, como se ensaiasse uma continuação mas, não nos dá certeza de que isso irá acontecer.

Lógico, preciso argumentar que este livro é altamente indicado para qualquer amante de literatura fantástica e, adiciono aqui, amantes de games de RPG medievais e magia (Preciso citar Dark Souls de novo!). Vale cada minuto do seu tempo para aproveitar essa obra prima!

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