Yakuza 4 Remastered – Análise (Review) – O Retorno a Kamurocho

Yakuza 4 Remastered – Análise (Review) – O Retorno a Kamurocho

5 de janeiro de 2024 Off Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 19 de janeiro de 2019 (versão original – 2010)
Jogadores: Um jogador.
Gênero: Ação e Aventura, RPG, Beat ’em Up.
Desenvolvedora: Ryu Ga Gotoku Studio.
Publicadora: SEGA, SEGA of America.
Idiomas disponíveis: Inglês e Japonês.
Plataformas: Playstation 4, Xbox One, Xbox Cloud Gaming, PC – Computador (Microsoft Windows).
Tempo do jogo: 25 horas (pode passar das 100 horas, caso tente os 100%).

Versão do jogo analisada: Versão americana para Computador.

Classificação Indicativa: +18 anos.

Apresentação Inicial

Yakuza 4 Remastered é a versão remasterizada, lançada em 2019 do jogo de 2010, originalmente lançado para Playstation 3. Novamente trazendo algumas alterações em relação ao jogo original, sendo na dublagem do personagem Masayoshi Tanimura, que antes era interpretado por Hiroki Narimiya, porém por acusações sobre uso de drogas, foi substituído por Toshiki Masuda. Além de aprimoramentos técnicos, assim como ocorrido na versão remasterizada do terceiro game (para acessar a análise de Yakuza 3 Remastered, clique aqui).

O jogo é uma continuação direta de Yakuza 3, porém, logo de cara, já apresenta algumas novidades. Yakuza 4 traz, pela primeira vez na franquia, a possibilidade de jogar com 4 protagonistas. Assim como em Yakuza 0, onde temos a possibilidade de jogar com Goro Majima e Kazuma Kiryu, Yakuza 4 nos coloca na pele de Shun Akiyama, Taiga Saejima, Masayoshi Tanimura e Kazuma Kiryu. Será que essa mistura deu certo?

*O jogo foi jogado em um computador que atende aos requisitos e todas as screenshots foram tiradas durante o gameplay.

*Muita coisa relacionada ao universo Yakuza estão nas análises dos jogos anteriores, então não irei repetir para não ficar repetitivo. Desse modo, basta conferir as análises anteriores (Yakuza 0 e Yakuza Kiwami).

Enredo

O jogo começa após os acontecimentos que encerraram Yakuza 3. No ano de 2010, uma série de assassinatos estão ocorrendo em Kamurocho. Entre esses assassinatos, estão duas importantes figuras das derivações do Clã Tojo. Essas mortes trazem tensões para o Clã, o que poderá instaurar o caos generalizado e guerras entre as famílias.

Tanimura, Kiryu, Saejima e Akiyama.

Como o Jogo Funciona?

Yakuza 4 tenta inovar em seu cenário, trazendo apenas Kamurocho como fundo para os acontecimentos do enredo e da sua exploração. Porém, dessa vez, temos uma cidade ainda mais densa do que o que vimos até então na franquia. Já em sua trama, a presença de três novos protagonistas chama a atenção dos jogadores mais fãs da série. Essa mudança trouxe um novo ar para o jogo, colocando o jogador em diferentes perspectivas dos acontecimentos. São eles:

Shun Akiyama, um agiota, dono da Sky Finance e do Cabaret Elise. Apesar de ser um agiota, seu diferencial é apresentar um empréstimo sem juros e correções, mas para isso, todos que o buscam precisam passar por um de seus testes malucos para ver se de fato estão preparados para receber o dinheiro.

Shun Akiyama.
Taiga Saejima.

Taiga Saejima, um ex-presidiário que está em busca de vingança, pois foi sentenciado a pena de morte por assassinar 18 membros do Clã Ueno Seiwa em 1985. 25 anos depois, Saejima é transferido para a penitenciária nº 2 em Okinawa. Então essa é a sua última chance de buscar o que procura antes do dia de sua morte.

Masayoshi Tanimura, um detetive da divisão de segurança da comunidade do departamento de polícia de Tóquio. Seu pai também era membro da divisão e foi assassinado enquanto investigava o Clã Ueno. Muito das informações de Tanimura são resultado de diversos acontecimentos do enredo, então falar mais sobre ele já seria spoiler.

Masayoshi Tanimura.

Outro diferencial que o game apresenta, para dar uma maior possibilidade de exploração em Kamurocho, é a presença do subterrâneo e terraços. Como assim? Lembra daquela estação de metrô que nunca serviu para nada? Pois é, agora podemos utilizá-las como novo local de exploração. Além disso, os telhados dos prédios estando disponíveis também contribuem para uma melhor exploração tanto vertical quanto horizontal da cidade. Estacionamentos e o esgoto da cidade também poderá ser acessado. Como dá para notar, o jogo consegue suprir a falta de outras cidades e nos presenteia com novas possibilidades ainda dentro de Kamurocho. Legal, né?

No geral, Yakuza 4 é o anterior, porém, com mais coisas e mais melhorias. Ou seja, é o que se espera de uma continuação. No entanto, muita coisa foi reutilizada de seu antecessor, incluindo os minigames. As substories também estão apenas uma repetição de coisas já vistas na série, sem muita variedade e motivação para o jogador continuar interessado a fazê-las.

Para baixo é chão, para cima é terraço.

Sistema de Combate

Aqui é de fato onde o jogo brilha, uma vez que apresenta as principais mudanças em relação ao antecessor. Cada personagem possui seu próprio estilo de luta. No entanto, cada um possui um único estilo que poderá ser aprimorado na árvore de habilidades. Nada de selecionar o estilo, assim como em Yakuza 0 e Kiwami ou até mesmo em Judgment. Akiyama tem um foco maior no uso de suas pernas, algo como o Taekwondo, já o Tanimura possui um estilo de luta próprio do treinamento policial, chamado de Taiho-Jutsu. No caso de Saejima, o sistema de combate dele funciona como o modo Beast, de Yakuza 0, onde o personagem é focado em força bruta e, por último, Kiryu com seu clássico estilo Dragon of Dojima.

Pensando na época em que o jogo foi lançado, a jogabilidade era apenas um upgrade do jogo anterior, porém mantinha a mesma essência. Desse modo, apesar de ter tido uma melhora significativa em relação ao Yakuza 3, ainda é uma jogabilidade fraca e, nos dias atuais, pode ser um incômodo para algumas pessoas. O lado bom, é que quem sobreviveu ao Yakuza 3, sobrevive facilmente ao 4.

Akiyama esquivando.

Árvore de Habilidades

Felizmente poderemos comemorar, o sistema de upgrades de Yakuza 4 é diferente do jogo anterior. Ao invés de termos que evoluir as barras de pontos, agora funciona semelhante ao Yakuza 0, mas em vez de utilizar dinheiro para melhorar a habilidade, utilizaremos pontos para investirmos em cada uma das melhorias. Conforme vencemos as batalhas, ganhamos XP que desbloquearão pontos de habilidade. Bem simples e eficaz. Cada personagem tem a sua própria árvore de habilidade, o que deixa o gameplay mais variado e divertido, além de manter a autenticidade de cada um deles.

O sistema é o de sempre. Habilidades dividas em Soul, Body, Tech e Heat.

Novas Adições

Uma novidade interessante é o modo perseguição. Em alguns momentos, teremos que perseguir alguns inimigos. O sistema é bem simples e a ideia é não esbarrarmos nos itens nem nas pessoas na rua para conseguirmos capturar o oponente. No caminho também poderemos pegar itens para atirar no alvo perseguido. É bem tranquilo e dá para pegar o jeito logo na primeira vez.

Nada que uma corridinha não resolva.

Outro ponto que o jogo consegue trazer um diferencial é em relação ao que podemos fazer com cada personagem. Como assim? Quando estamos com Tanimura, por exemplo, poderemos treinar as suas habilidades com uma mulher que irá lhe oferecer ajuda. Lá, poderemos aprimorar e desbloquear novas técnicas de luta.

Além disso, ainda com Tanimura, poderemos responder a chamados no rádio da policia e ir resolver algum problema rolando pela cidade. No caso do Saejima, poderemos explorar o subsolo de Kamurocho destruindo pedras para desbloquear novos caminhos e liberar itens (isso só fale para esse “minigame”). Ainda temos um dojo para que possamos treinar alunos de um sensei para que eles possam evoluir dentro do universo de luta.

Novamente no subsolo de Kamurocho, poderemos encontrar uma espécie de Dr. Brown do De Volta Para o Futuro, com uma máquina capaz de simular batalhar em um sistema de realidade virtual. A ideia é inserir dados de oponentes e recriar batalhas do jogo dentro da máquina. Quanto mais vencemos, mais fortes ficamos e mais desafiadoras ficam as batalhas.

Se não é uma referência ao De Volta para o Futuro, eu realmente não sei o que é.

O coliseu está de volta, como é padrão da franquia, assim como a customização de hostess e treinamento delas nos clubes. Ainda temos o retorno das revelações, vistas em Yakuza 3, assim como teremos que coletar as chaves dos armários (uma no mesmo local de sempre e outra no subsolo de Kamurocho). O sistema de aprimoramentos de equipamentos também retornou e o resto segue o padrão da série, indo desde as completion lists até as substories. O diferencial das substories é que cada personagem possui as suas, então conforme joga com cada um, irá desbloquear missões únicas para cada um deles.

A legenda é feita por fãs. Através da Brazil Alliance.

Minigames

Os minigames de Yakuza 4 são basicamente os mesmos do jogo anterior, então realmente não tem muito o que acrescentar. A principal diferença é em relação ao Karaokê, onde temos novas músicas para jogar e em relação a pesca, pois agora temos um novo local para pescar e com cenários de dia e de noite. De modo geral, continua divertido de se jogar, porém, as conquistas/troféus são focadas nos minigames, então jogar tudo novamente deixa a experiência para o 100% bastante repetitiva.

Ping Pong.
Karaokê.

Problemas e Bugs

Se eu tiver que resumir os problemas e os bugs que eu tive durante o gameplay, será basicamente os mesmos do game anterior. O que eu posso acrescentar é que o jogo crashou duas vezes durante a minha experiência com ele. A performance é ok, então não tenho nada a reclamar, além de não oferecer engasgos ou travamentos. É um jogo com uma otimização padrão. Nada fora do comum.

Extras: Trilha Sonora, Gráficos e Comentários sobre a História

A trilha sonora de toda a franquia Yakuza é de uma qualidade indiscutível. Com esse aqui, não é diferente. A sensação única de ficar ansioso para o próximo jogo e ver qual será a música tema da abertura é inigualável. Eu tenho salvo grande parte das músicas de praticamente todos os jogos da franquia na minha playlist.

Os gráficos seguem os mesmos do anterior, porém mais polidos. A engine é a mesma, então não tem muito o que esperar de diferença para um jogo da época. O que impressiona são os detalhes que a série sempre possui. Um exemplo bom de detalhes são as moscas que ficam rodeando as lâmpadas que encontramos pela cidade. Eu realmente fiquei impressionado com isso.

Isso é realmente impressionante.

Agora eu queria falar um pouco sobre a minha percepção em relação a história, porque ela é recheada de altos e baixos, porém oscila de uma maneira meio estranha. Como assim? O enredo é ótimo e instiga o jogador a querer saber o que está acontecendo do começo ao fim. Então qual o problema? Tudo que o jogo constrói durante a campanha recebe um desfecho completamente besta, com muitas reviravoltas desnecessárias, parecendo que os roteiristas já não tinham mais o que fazer para encerrar, então decidiram transformar toda a construção até então, em uma grande novela ridícula.

A construção dos personagens vai decaindo com o passar dos capítulos. O Akiyama, por exemplo, é muito bem apresentado e encaixado no enredo geral da franquia e o mesmo vale para o Saejima. No entanto, ao tratarmos de Tanimura, ele é o ponto mais fraco da construção de personagens, ficando mais avulso do que inserido na trama. De todo lado, não é uma história ruim, só que a quebra de expectativa, pelo lado negativo, impactou diretamente no meu gosto pelo jogo, deixando um gosto amargo da metade para o fim do jogo. Até o momento, pode não ser a pior história, mas nem de longe é a melhor, já que apresenta muitas falhas da metade em diante. Akiyama é o ponto mais alto da trama e agradeço aos criadores por colocá-lo em nossas vidas.

Conclusão

Yakuza 4 Remastered é um jogo com padrão da franquia, ou seja, mantém a qualidade e é o que esperamos de um jogo da série. Por outro lado, as inovações foram o suficiente para melhorar o conteúdo visto em Yakuza 3, mas não foram fortes o bastante para ser um grande marco para a franquia. As suas adições foram bem-vindas e algumas serão reprisadas nos jogos seguintes, só que deixa uma expectativa de algo melhor para o quinto jogo. O fator exploração é bom, porém não se sustenta o suficiente para motivar o jogador a fazer 100%, já que mantém boa parte das coisas já vistas nos seus antecessores. Se vale a pena jogar? É um título obrigatório para todo fã de Yakuza e nem de longe é uma boa recomendação para começar na franquia. De fato é um bom título e merece ser experienciado.

Pontos Positivos

  • Akiyama
  • Trilha Sonora excepcional
  • Boas adições de mecânicas
  • Estilos de luta

Pontos Negativos

  • Gameplay variada, mas perde a emoção da metade para frente.
  • Desfecho decepcionante
  • Minigames não apresentam inovações significativas

Avaliação:
Gráficos: 8.5
Diversão: 7.0
Jogabilidade: 7.0
Trilha Sonora e Efeitos Sonoros: 10.0
Performance e Otimização: 8.0
NOTA FINAL: 8.1 / 10.0

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