Análise de Blazing Chrome – O Retorno de Contra

Análise de Blazing Chrome – O Retorno de Contra

4 de dezembro de 2021 Off Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 9 de julho de 2019.
Gênero: Tiro, Arcade, Run ‘n Gun e Indie.
Desenvolvedores: Joymasher.
Publicadora: The Arcade Crew e CE-Asia.
Plataformas: Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC – Computador (Microsoft Windows).
Tempo de Jogo: 2 horas e 30 minutos (um pouco mais de 4 horas caso tente o 100%).

Classificação Indicativa: +12.

SELO DE OURO: Jogo Altamente recomendado; permita-se viver essa experiência!

Apresentação Inicial

O que dizer de Blazing Chrome? É a mesma pergunta que devemos fazer quando perguntamos sobre Contra e Metal Slug e encontraremos a resposta. O game é criação do estúdio brasileiro Joymasher e nos traz a sensação de jogar os clássicos da Konami e SNK nos anos 80/90 e ainda dá para sentir um gostinho de Sunset Riders e Mega Man. Ver um jogo assim nos dias atuais, pode parecer estranho para muita gente, mas para outros, assim como eu, é um prato cheio de nostalgia que preenche a falta que os Run ‘n Guns fazem. Além disso, embarcamos em uma aventura 16 bits e com aquela dificuldade “gostosa” que tínhamos na época. Quem é Dark Souls perto de jogos assim?

Naquela época, era predominante a falta de salvamentos a vontade, trilha sonora marcante e uma dificuldade extrema, devido ao curto tempo de jogo, a dificuldade auxiliava no aumento do tempo de jogo. Inteligente, né? Sim, mas custava a paciência e muitos controles tinham o marcante encontro com o ódio do jogador e poderia acabar virando pó. Pode parecer exagero, mas está longe disso. Mesmo com esse desafio pela frente, era uma sensação incrível de diversão e realização ao finalizar cada fase. Blazing Chrome, é um ótimo retorno às origens.

*O game foi jogado e finalizado na versão PC e todas as screenshots foram tiradas durante o gameplay.

Enredo

O enredo é simples (apenas um pano de fundo), digno dos anos 80, embebido de clichês. Com a Terra dominada por máquinas, os humanos enfrentam o que poderá ser a extinção da humanidade. Mavra (humana) e Doyle (um robô rebelde) fazem parte da resistência e terão que enfrentar o ódio das máquinas.

“…e nós perdemos”.
Mavra e a “torradeira” Doyle.

Um mundo pós apocalíptico dominado por um exército robótico comandados por uma IA (Inteligência Artificial). Doyle e Mavra recebem informações de uma base controlada pela IA, mas são atacados antes mesmo de poderem reagir. Um universo que passa a sensação de destruição e caos total. Será que os humanos ainda são dignos de viver? As máquinas acham que não.

Como o Jogo Funciona?

Apesar de parecer simples, vai ser difícil dominar Blazing Chrome (mesmo o game não sendo procedural). Podemos escolher entre Doyle e Mavra para começarmos nossa aventura e embarcar na revolta contra as máquinas. Seguindo a mesma linha de Contra, encontraremos armas no caminho e uma ação frenética, já na linha de Metal Slug, teremos alguns veículos e armaduras para enfrentar os inimigos. Basta seguir em linha reta até o final da fase. Falando assim, parece uma simples tarefa, mas será mais difícil do que possa imaginar. Como a tela fica repleta de coisas, explosões, inimigos, tiros para todo lado, precisaremos resgatar nossas antigas habilidades ou aprimorá-las.

Podemos mudar a cor do personagem também.

Podemos andar, rolar, atirar para todos os lados, pular, deitar, utilizar diversos tipos de armas, pendurar-se, jogar com Mavra ou Doyle e jogar com ambos, caso jogue com amigos em cooperativo. Podemos escolher entre três dificuldades: fácil, normal e hardcore (sendo essa última, desbloqueada apenas após zerar). Diferente dos clássicos que Blazing Chrome presta homenagem, poderemos salvar e teremos checkpoints, além de termos um número bem bacana de vidas (que não adianta nada se você perder todas o começo da fase, assim como eu) e ainda podemos adquirir algumas durante as fases. Ainda teremos alguns veículos para utilizar e robôs que poderão nos ajudar. O cenário é bem variado e bonito, os efeitos de explosões e raios laser também e combinam entre si, com uma pegada mais cyberpunk da vida (o gênero, não o jogo).

Não há os saudosos “créditos” (ou fichas).
Doyle pendurado.
Mavra rolando.

Temos os mais variados tipos de inimigos, chefes e subchefes. Venceu um chefe e ficou feliz? Espera aí, ele tem duas formas e você terá que enfrentá-lo novamente. Ação frenética com trilha sonora excepcional faz parte desde os clássicos, mas Blazing Chrome não é apenas uma cópia de clássicos. Mesmo repleto de semelhanças, o game ainda possui sua própria identidade e ótimos personagens.

Um panda robô, serve?

Mapa

O mapa do game é bem simples, mas é ele que iremos utilizar para escolher a fase que queremos começar. Mesmo que você escolha a dificuldade no começo, cada fase possui a sua própria, ou seja, começa “fácil” e termina difícil (isso se terminar). Cada fase possui a descrição e o nosso mapa é uma espécie de PDA (um computadorzinho). Um detalhe bacana, mas que faz toda a diferença.

Mapa.
Inventário no canto superior esquerdo (logo abaixo das vidas).

Inventário

Temos um inventário relativamente grande, onde podemos carregar até quatro tipos de armas diferentes. Entre elas temos: lança-míssil, arma laser, metralhadora e lança granadas. Quando temos a possibilidade de pegá-las, a inicial aparece no item. Vale lembrar que, se você estiver jogando e pegar uma arma que goste, não morra, já que se morrer com ela, poderá perdê-la .

Cooperativo

Podemos jogar com alguém em split-screen (tela dividida) e com isso eu recomendo jogar na dificuldade máxima. Não possui como jogar online de forma nativa, mas é possível utilizar algum aplicativo de streaming de tela para isso e offline exige ao menos um controle.

Sim, é um inimigo do meu lado (é que a imagem ficou boa).

Novos modos

Após finalizar a campanha em qualquer dificuldade, será desbloqueado dois novos modos de jogo e dois novos personagens que possuem jogabilidades distintas. Os novos modos são: Mirror Mode ou Modo Espelho (jogar da direita para a esquerda e não a convencional esquerda para direita) e o Boss Rush ou Maratona do Chefão (todos os chefes de uma vez só). É um ótimo fator replay e com certeza contribui para uma experiência a mais do game.

Bugs e problemas

Eu acredito que seja a primeira vez que digo isso em uma análise, mas eu simplesmente não tive nenhum problema ou bug durante minha experiência com o game, nem na Steam e nem no game pass (quando ele estava na biblioteca). O jogo roda liso e não exige do computador. Pode parecer óbvio por ser um game 16 bits e voltado ao clássico, mas a Konami conseguiu fazer coisas bem estranhas com games clássicos no PC, principalmente em coletânea. Ou seja, a Joymasher caprichou mesmo no game (vai Brasil!!!).

Extras: Trilha Sonora, Trailer, HQ e Guia

Um game como esse não pode deixar de fora uma excelente trilha sonora. Blazing Chrome faz por merecer aplausos no quesito trilha sonora. Suas músicas combinam com os momentos que estão presentes e cada fase possui a sua própria. É digna de ter as músicas em sua playlist e ouvi-las durante o dia. Ainda dentro da parte “sonora”, temos o narrador falando o nome do jogo na abertura e nas telas de game over, seguindo a linha do “heavy machine gun” de Metal Slug.

O game possui um trailer em live action e stop motion sensacional que entrega um pouco do que está por vir se for jogar. É muito bem feito e com aquela pegada oitentista/noventista que deixa qualquer um que viveu nessa época boquiaberto. Isso mostra o quanto o Brasil tem potencial para o mercado de games, a gente só precisa dar valor aos esforços que muitos fazem para fazer grandes marcos como esse.

O game ainda conta com uma história em quadrinho, digna de mídia física, que conta mais sobre o enredo do game e ainda possui um guia/detonado completo de todas as fases. Conta também com uma breve explicação de cada arma, chefes, subchefes e inimigos presentes no game. Vale muito a pena conferir. O único pesar é que, mesmo que o jogo esteja em português, eu encontrei essa HQ/Guia apenas em inglês (veio com o game na Steam), o que é uma pena para os fãs brasileiros que não compreendem inglês.

Conclusão

Blazing Chrome é um jogo brasileiro de arrancar um sorriso de qualquer fã saudosista. Possui elementos de diversos games dos anos 80/90, mas também possui sua própria identidade. Uma excelente jogabilidade, que fica ainda melhor se jogar com um amigo, trazendo aquela nostalgia de jogar com dois controles. Uma dificuldade alta, mas com benefícios. Numa jornada recompensadora e em ambientes muito bonitos e detalhados. O game foi feito com carinho e se percebe que foi feito de fã para fã. O mercado brasileiro ainda é minúsculo na parte de desenvolvimento de jogos, mas jogos como esse, mostra o quanto o Brasil tem potencial para batalhar na indústria de gigantes. Obrigatório para fãs do gênero e altamente recomendado para quem gosta de vídeo game.

Nota: 10/10.

*Deixe nos comentários a sua opinião sobre a análise, uma crítica ou informações extras.

*Para acessar as minhas redes sociais, basta clicar nos botões abaixo:

Deixe o seu comentário abaixo (via Facebook):