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Hiveswap Friendsim – Análise (Review)
17 de janeiro de 2025Hiveswap Friendsim é uma proposta intrigante no universo das visual novels. Desenvolvido pela What Pumpkin Games, este jogo se posiciona como um spin-off da icônica webcomic Homestuck, criada por Andrew Hussie. Embora o título não exija conhecimento prévio do material original, fica evidente que a experiência pode ser significativamente enriquecida para aqueles que já são familiarizados com esse vasto universo.
Em Hiveswap Friendsim, você se vê na pele de um protagonista silencioso, forçado a fazer uma aterrissagem de emergência em Alternia, um planeta habitado por trolls peculiares. A principal missão? Fazer amigos. Sim, o jogo gira em torno de encontros com 38 trolls, distribuídos em 18 capítulos independentes, onde suas escolhas determinarão se você conseguirá forjar amizades ou fracassar espetacularmente.
Com um humor ácido, arte carismática e uma boa dose de peculiaridade, Hiveswap Friendsim promete horas de entretenimento. Mas será que ele realmente entrega tudo o que promete? Vamos mergulhar nos detalhes.
Mecânicas e Jogabilidade
No âmbito das visual novels, Hiveswap Friendsim apresenta uma jogabilidade relativamente simples, mas eficiente para o que se propõe. O jogo é essencialmente estruturado em uma série de escolhas binárias. Cada interação que você tem com um troll leva a um resultado claro: sucesso (você ganha um amigo) ou fracasso (muitas vezes com situações cômicas ou tragédias bizarras).
O menu principal oferece acesso direto aos 18 capítulos, permitindo que você escolha livremente por onde começar. Essa abordagem é tanto uma benção quanto uma maldição. Por um lado, proporciona liberdade; por outro, reforça a sensação de que cada capítulo é uma história autônoma, desconectada de um enredo maior.
Os momentos de escolha, embora limitados, são cruciais. Muitas vezes, a resposta certa não é tão óbvia, o que adiciona um elemento de suspense e imprevisibilidade. Isso é reforçado pelo estilo de narrativa do protagonista: você não vê exatamente o que está dizendo, apenas uma descrição subjetiva de suas ações.
Por outro lado, a ausência de mecânicas mais interativas ou desafios complexos pode afastar jogadores que esperam mais agência. Enquanto algumas visual novels modernas, como as da Telltale ou Quantic Dream, oferecem narrativas ramificadas e interativas, Friendsim permanece fiel à simplicidade tradicional do gênero.
Gráficos
Visualmente, Hiveswap Friendsim é uma explosão de cores e criatividade. Cada troll é desenhado com detalhes únicos que refletem sua personalidade. As ilustrações são vibrantes e estilizadas, transmitindo o tom juvenil e irreverente do jogo. Contudo, a falta de animações complexas pode dar uma sensação de estagnação durante as conversas.
Os cenários, por outro lado, são uma mistura de altos e baixos. Enquanto alguns ambientes complementam bem a narrativa, outros parecem genéricos e pouco inspirados. A falta de interação entre os planos de fundo e os eventos do jogo também enfraquece a imersão.
Apesar disso, o estilo artístico geral é coeso e tem charme suficiente para compensar suas limitações técnicas.
Som
A trilha sonora é um dos pontos fortes do jogo. As músicas são envolventes, variando de temas leves e cômicos a composições mais sombrias e introspectivas. Cada capítulo apresenta uma seleção musical que reflete bem o tom da narrativa.
No entanto, a ausência de dublagem é uma oportunidade perdida. Jogos nesse formato frequentemente se beneficiam de atuações vocais para dar mais vida aos personagens. Aqui, o jogador depende exclusivamente do texto, o que pode ser desanimador para alguns. Além disso, o design sonoro em geral é limitado, com poucos efeitos complementando as interações.
Diversão
A diversão em Hiveswap Friendsim está diretamente ligada à apreciação por seu humor peculiar e personagens excîntricos. Cada troll traz uma nova dinâmica, e as situações inesperadas variam de cômicas a absurdamente surreais. No entanto, o humor pode ser polarizante. Quem não aprecia sarcasmo ou referências à cultura da internet pode achar as piadas exageradas ou cringes.
Outro ponto é a estrutura fragmentada do jogo. Enquanto isso facilita a jogabilidade casual, também pode dificultar o engajamento a longo prazo, já que não há uma narrativa central para amarrar todas as histórias.
Performance e Otimização
No PlayStation, o jogo roda suavemente, sem problemas de desempenho notáveis. O tempo de carregamento é praticamente inexistente, o que é uma vantagem para jogos desse tipo.
Porém, o uso limitado das capacidades do hardware, como o recurso de tela touch no Switch ou os gatilhos adaptáveis do PS5, é uma decepção. Isso poderia ter adicionado um toque mais imersivo à experiência.
Conclusão
Hiveswap Friendsim é um jogo que brilha em sua simplicidade e criatividade. Ele não tenta reinventar o gênero de visual novels, mas entrega exatamente o que promete: uma experiência leve, cômica e despretensiosa sobre fazer amigos em um mundo alienígena.
Se você é fã do universo Homestuck, este é um título imperdível. Para quem gosta de visual novels, mas não conhece a franquia, o jogo ainda pode oferecer horas de diversão — contanto que você esteja preparado para suas limitações e peculiaridades. Já para quem busca narrativas interativas mais profundas ou mecânicas sofisticadas, este jogo pode não ser a escolha ideal.
Pontos Positivos:
- Estilo artístico criativo e vibrante.
- Humor ácido e peculiar.
- Trilha sonora envolvente.
- Grande quantidade de conteúdo com 18 capítulos.
- Personagens carismáticos e únicos.
Pontos Negativos:
- Ausência de dublagem ou maior design sonoro.
- Cenários genéricos e pouco imersivos.
- Falta de uma narrativa central coesa.
- Humor polarizante.
- Mecânicas simples e pouco interativas.
Avaliação
Gráficos: 7.5
Diversão: 7.0
Jogabilidade: 6.5
Som: 7.0
Performance e Otimização: 8.0
NOTA FINAL: 7.2 / 10.0
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