Análise de Crash Bandicoot 4: It’s About Time

Análise de Crash Bandicoot 4: It’s About Time

24 de janeiro de 2022 Off Por Markus Leite
Ficha do jogo:
Título: Crash Bandicoot 4: It’s About Time.
Plataformas: Nintendo Switch | PC – Computador (Microsoft Windows) | Playstation 4 | Playstation 5 | Xbox One | Xbox Series X|S
Gênero: Plataforma.
Data de lançamento: 16 de setembro de 2020.
Desenvolvido por: Toys for Bob; Beenox; Activision Shangai Studio
Publicado por: Activision.
Número de jogadores: até 2 jogadores
Idiomas: Alemão, Árabe, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Polonês, Português, Russo.
Dados salvos na nuvem: Compatível

SELO DE OURO: Jogo Altamente recomendado; permita-se viver essa maravilhosa experiência!

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Crash Bandicoot é um personagem extremamente carismático que dá nome a uma série de jogos eletrônicos de muito sucesso no mundo dos games. O primeiro jogo do Crash, criado por Andy Gavin e Jason Rubin, que são os fundadores da Naughty Dog, foi lançado em 09 de setembro de 1996, no primeiro console Playstation, da Sony.

Crash foi lançado com exclusividade para o console da Sony, e foi idealizado justamente em virtude de o Playstation não ter nenhum jogo de plataforma de peso; ora, os consoles da Nintendo tinham jogos de peso nessa área, com os títulos do Mario Bros, Donkey Kong e os demais jogos maravilhosos da própria Nintendo; os consoles da Sega contavam com o carismático e veloz Sonic, enquanto a Sony não tinha nenhum mascote no seu console, tampouco nenhum título de peso que pudesse assumir essa representação.

A estratégia da Naughty Dog foi, portanto, apresentar um novo game com um personagem que trouxesse as boas qualidades apresentadas pelos mascotes da Nintendo e Sega, com a seguinte vantagem: esse novo personagem já iria nascer em um mundo em 3D, diferentemente do Mario, Donkey Kong e o Sonic, que nasceram nos jogos 2D. Com essas ideias em mente e, utilizando como base o formato apresentado pelos personagens da Looney Tunes, eles imaginaram um game que o jogador não iria ver o desenvolver da história se passando de lado, mas sim para frente. O jogador iria ver as costas do Crash seguindo em caminhos tridimensionais em perspectiva de profundidade. Na época, os desenvolvedores apelidaram esse conceito de “bunda do Sonic”, justamente porque nós não veríamos o mascote andando pela fase de lado, mas sim para frente, e a parte traseira do Crash era a parte que seria vista. Também foi adicionada a possibilidade de fase com o personagem visto de frente, correndo no sentido contrário, como acontece na famosa fase da rocha em formato de uma bola gigante, inspirada no filme do Indiana Jones.

Assim, com a vontade de criar um jogo tão divertido quanto os da Nintendo, com personalidade como o Sonic da Sega e com o carisma e deboche dos personagens dos desenhos animados de maior sucesso da época, que eram os da Warner Bros., surgiu o Crash Bandicoot. O vilão do jogo foi idealizado com base no Cérebro (do desenho animado Pinky e o Cérebro) e no vilão do jogo do Sonic, o Dr. Ivo “Eggman” Robotnik.

O resultado foi um jogo extremamente divertido, com personalidade, colorido, insano e, sobretudo, de um sucesso estrondoso; o que ocasionou continuações e se transformou em uma das séries mais famosas dos videogames (ora, o Crash entrou até para a Carreta Furacão, poxa! Isso sim é sucesso!!!)

Pois bem, Crash Bandicoot 4: It’s About Time tem a sua história ambientada logo em sequência ao terceiro jogo da série (Crash Bandicoot 3: Warped); assim sendo, esse novo game segue fielmente a história, mecânica e demais detalhes dos jogos principais da série (ou seja, da trilogia): Crash Bandicoot (lançado em 09/09/1996 para Playstation One), Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Back (lançado em 31/10/1997 para Playstation One) e Crash Bandicoot 3: Warped (lançado em 31 de outubro de 1998 para o Playstation One). Esse novo game ignora a existência dos demais jogos que foram lançados após o Crash 3, e faz muito bem, pois houveram alguns Spin-offs, além dos jogos de corrida (que, em sua maioria são maravilhosos), mas os demais títulos da série principal (Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex, para GameCube, PS2 e Xbox; Crash Twinsanity para PS2 e Xbox; Crash of the Titans, para DS, GBA, PS2, PSP, Wii e Xbox 360; e Crash: Mind Over Mutant, para DS, PSP, PS2, Wii e Xbox 360) até tinham os seus méritos, mas não chegavam perto dos primeiros títulos (componentes da trilogia original) lançados para o Playstation One.

Enfim, Crash Bandicoot 4: It’s About Time esquece a existência da fase ruim dos jogos do Crash (inclusive, em uma animação desse novo jogo os próprios personagens tiram brincadeira dessa situação) e aproveita tudo que havia de melhor nos jogos da trilogia e aperfeiçoa de uma maneira absolutamente fantástica. Assim que nós colocamos o jogo no console, já pudemos perceber que houve muito cuidado e carinho no preparo desse game, que está simplesmente perfeito.

Esse novo jogo da série Crash Bandicoot manteve a sua essência e continua sendo um jogo de plataforma, diferente de como aconteceu com outras séries em que os seus últimos jogos lançados acabaram se transformando em jogos de exploração; aqui não, Crash Bandicoot 4: It’s About Time é um jogo muito familiar para os antigos fãs dos primeiros jogos da série; e isso é ótimo, pois esse é, simplesmente, o melhor jogo do Crash Bandicoot já publicado até hoje. As fases, os gráficos, a diversão, o som, as animações, as dublagens e a localização impecável para o idioma português… tudo está lindo!

A Activision conseguiu colocar em Crash 4 um nível de qualidade e excelência tão alto, que, até então, na atual geração de consoles de videogames, somente havíamos encontrado tanto capricho assim, nos jogos AAA da Nintendo. Não é exagero, pode confiar, se você é fã de jogos eletrônicos no estilo plataforma, permita-se ter a – maravilhosa – experiência de jogar Crash Bandicoot 4: It’s About Time.

História

A história do jogo inicia exatamente onde terminou o último game da trilogia (Crash Bandicoot 3: Warped). Os Doutores Neo Cortex e Nefarious Tropy estão presos junto ao Uka Uka, em uma prisão interdimensional. Tentando abrir uma passagem para fugir, o Uka Uka acaba conseguindo abrir uma fenda quântica, porém o seu esforço foi tão grande que o faz perder as forças e desmaiar. Os vilões N. Tropy e Neo Cortex utilizam a fenda para fugir da prisão interdimensional, e romper com os limites do espaço e do tempo, para, assim, viajar por diversos períodos do multiverso, para tentar conquistar todas as dimensões.

Em virtude de os vilões estarem se utilizando de fendas quânticas para conquistar os seus objetivos, Crash Bandicoot deverá buscar a ajuda de quatro Máscaras Quânticas, que, isoladas, possuem o poder de controlar diferentes forças do universo, e, juntas, possuem o poder de fechar as fendas que os vilões N.Tropy e Cortex estão abrindo no multiverso.

Jogabilidade

Em Crash 4 você poderá jogar com cinco personagens diferentes. Crash e Coco são os personagens padrão e poderão ser selecionados nas fases normais; mas, também haverá fases especiais em que você jogará com a Tawna (a namorada do Crash), ela conta com habilidades próprias, incluindo golpes semelhantes às artes marciais, e possui um gancho, que é bastante útil para cruzar grandes distâncias; você também poderá jogar com os vilões Dingodile, que consegue fazer curtos voos com o seu própria aspirador; ele também consegue sugar caixas para obter Wumpa Fruits e puxar caixas de TNT para jogar nos inimigos. O último personagem que você conseguirá controlar e o Neo Cortex, que possui movimentos mais limitados, com ele você não conseguirá fazer pulo duplo, mas ele possui uma arma que pode utilizar para solidificar os inimigos, além de transformá-los em plataformas que você poderá utilizar para subir em cima.

A possibilidade de jogar algumas fases com personagens diferentes, que apresentam formas de controlar, armas, itens e até o desempenho individualizados, foi uma boa sacada da produtora do jogo, pois permite dar uma variada no gameplay e transmite uma sensação de novidade e desafios múltiplos e diferenciados no game.

As quatro máscaras quânticas que auxiliam o herói do jogo também causam uma considerável mudança no gameplay de Crash 4, em relação aos jogos anteriores, pois elas atribuem habilidades novas ao Crash e à Coco. Cada uma das máscaras vai aparecendo em momentos distintos do game e elas são peça fundamental no desenrolar da história, sendo de utilização necessária naquele momento específico que que ela surgir, e, depois de utilizada, a mascará irá embora.

A inclusão dessas máscaras quânticas no desenrolar da história do jogo é, inclusive, outro ponto que consideramos que foi muito bem empregado pelos produtores de Crash Bandicoot 4: It’s About Time, pois as máscaras trazem um fator de novidade legal, permitem novos poderes e possibilidades ao Crash, além de conferir um novo tipo de desafio e dinâmica, que não foi utilizado de maneira demasiada (não houve exageros na inclusão desse fator no jogo), e, por serem introduzidas em situações esparsas, se integraram perfeitamente à dinâmica do jogo, dando, inclusive, a sensação que tal ideia já deveria ter sido integrada a insana aventura do Crash Bandicoot há mais tempo, em outros títulos da série. Foi, realmente, uma sacada de mestre.

A primeira máscara que surge no jogo é a Lani Loli (a máscara azul), ela tem o poder de fazer com que alguns itens como caixas e plataformas desapareçam ou apareçam na dimensão que você está. 

A segunda máscara que surgirá no jogo é a Akano (a máscara roxa); essa máscara possui o poder de fazer com que você consiga dar um super giro, que permitirá quebrar caixas metálicas e até servirá para que você consiga aumentar a altura dos saltos e a distância que você alcançará quando saltar, chegando até a servir como um planador, em alguns momentos da fase.

A terceira máscara que você irá encontrar será a Kupuna-Wa (a máscara amarela), ela possui o poder de controlar o tempo; com ela você conseguirá deixar a passagem do tempo mais lenta para determinadas coisas no cenário da fase, o que te permitirá passar mais tranquilamente por situações mais perigosas.

A quarta e última máscara que surgirá no jogo é a Ika-Ika (a máscara verde); essa máscara possui o poder de controlar a gravidade. Apenas apertando um botão você conseguirá inverter a gravidade da fase, ou seja, você poderá caminhar normalmente pelo teto ou pelo chão, quando for mais oportuno.

Dificuldade e Modos de Jogo

Quanto a dificuldade do jogo, fique logo avisado que Crash Bandicoot 4: It’s About Time possui um certo nível de desafio, sobretudo se você quiser completar todos os pontos e coletar todos os itens do jogo.

Não entenda mal, esse não é um jogo ruim e também não é um daqueles jogos que acabam se tornando chatos, por você nunca conseguir passar de determinada fase, pois, inclusive, o próprio jogo já traz uma ótima colher de chá para ajudar, que é a disponibilização de dois modos de jogo, o modo “moderno” e o modo “retrô”.

No modo moderno, você não precisará se preocupar com as vidas do Crash, ou seja, sempre que você morrer, você voltará para o último ponto que você estava; já o modo retrô funciona da maneira mais tradicional (como acontecia nos jogos anteriores do Crash), ou seja, você terá um limite quantitativo de vidas, e se as vidas acabarem, você terá que começar a fase desde o início.

Ressaltamos que a dificuldade do jogo e as recompensas não serão alteradas se você escolher um modo ou o outro. A única coisa se será alterada, realmente será a contagem ou não das vidas do Crash Bandicoot. Você irá escolher o modo de jogo logo que estiver iniciando a campanha do jogo, pela primeira vez, mas a opção que você escolher poderá ser alterada a qualquer tempo, para fazer isso bastará acessar as “Opções de Jogabilidade” e proceder com a mudança.

Conteúdo Adicional na Campanha Principal

Durante a jogatina você desbloqueará um novo tipo de conteúdo que não estava presente nos títulos anteriores da série e foi adicionado nesse novo jogo, que é o modo N.Verted. Nesse novo modo de jogo, você simplesmente irá jogar no modo invertido de todas as fases do jogo. Em cada uma dessas fases invertidas, você perceberá um estilo diferenciado de arte gráfica.

Você deve ficar ligado, pois cada uma dessas fases invertidas terá a sua quantidade de itens que devem ser coletados para completar as gemas, necessárias para completar o jogo totalmente e poder conferir o final verdadeiro do jogo. Falando nas gemas, ao coletá-las você conseguirá desbloquear novas skins para o Crash e a Coco ficarem com visuais diferenciados.

Outro conteúdo adicional que foi inserido nesse game foi o das fases Flashback; são fases que, como o nome já deixa bem claro, se passam no passado do Crash. Cada uma dessas fases se passará em um momento diferente da época que o Crash ainda era uma cobaia que o Dr. Neo Cortex submetia aos mais loucos testes e experimentos. São, portanto, fases que se passam (cronologicamente falando) antes do primeiro jogo do Crash Bandicoot, lançado em 1996 para o Playstation One. Para desbloquear essas as fases Flashback você deverá encontrar as fitas de VHS que estão espalhadas nas fases normais do jogo.

Gráficos e Som

Quanto ao visual do jogo, Crash Bandicoot 4: It’s About Time é um primor absoluto. Nada que não se enquadre como sinônimo de lindo pode ser dito sobre a aparência desse novo título da série. Os gráficos são bastante coloridos e muitíssimos bem definidos, em todos as plataformas que o jogo foi lançado (todos, sem exceção: Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch, Playstation 5, Xbox Series X|S e o PC apresentam gráficos simplesmente magníficos).

O som do jogo, de uma maneira geral também é muito bem trabalhado e o jogo apresenta músicas e demais efeitos sonoros extremamente agradáveis aos nossos ouvidos; sem falar nas dublagens e na localização, que foram impecavelmente bem-feitas para o nosso idioma, o português do Brasil.

Diversão

Não tem como alguém não se divertir com Crash Bandicoot 4: It’s About Time, esse é realmente um jogo que merece – e muito – estar na sua biblioteca de títulos, pois o jogo trouxe elementos aprimorados dos antigos jogos da série, o que faz com que todos os fãs dos jogos componentes da trilogia que deu toda a – merecida – fama ao Crash Bandicoot encontrem nesse jogo tudo que eles estavam esperando há tantos anos; como também esse jogo trouxe tantos novos elementos em uma perfeita e modernizada releitura da série, que faz com que os novos jogadores, que nunca tiveram a sorte de ter contato com nenhum dos jogos do Crash Bandicoot lançados para o Plastation One (nem tiveram a oportunidade de jogar a coletânea Crash N. Sane Trilogy) também se encantem com as maravilhas que Crash Bandicoot 4: It’s About Time trouxe para os novos consoles de videogame.

Arrisco-me a dizer ainda que, finalmente, alguma empresa além da Nintendo conseguiu trazer para os consoles modernos, um jogo de plataforma verdadeiramente divertido e que tem qualidade suficiente para fazer jus ao seu suado dinheirinho; o que nos faz lembrar a época de ouro dos videogames.

Permita-se a experiência de jogar, se divertir e adorar Crash Bandicoot 4: It’s About Time!

Multiplayer

Crash Bandicoot 4: It’s About Time ainda apresenta, dentro da própria campanha principal do jogo, o modo Pass n’ Play, que simula a antiga forma de se jogar passando o controle de mão em mão; nesse modo, até quatro jogadores poderão jogar as fases se revezando. Você deverá passar o controle quando você morrer ou nos pontos de controle. Cada jogador terá a sua própria pontuação separada no fim da fase.

Além disso, também há o modo Batalha Bandicoot (Bandicoot Battle); nele você disputará com até quatro jogadores (também no formato de passar o controle de mão em mão), se enfrentando em uma corrida até as linhas de chegada ou no modo de ver quem conseguirá fazer mais pontos no Combo da Caixa.

A ideia desses modos de jogo é simular épocas passadas, quando os consoles de videogames não possuíam muitas entradas para controles (também não haviam controles sem fio), e não existia – nem em sonho – a jogatina online para consoles, na maioria dos países do mundo; o que obrigava que, para que todos os amigos que estavam presencialmente reunidos em frente ao videogame conectado à TV pudessem jogar um game, era preciso passar o controle (o que geralmente causava muita briga e brincadeiras entre a criançada e, claro, os marmanjos de todas as idades).

Isso realmente era – e ainda é – muito divertido de se fazer, se você estiver jogando o game com uma boa quantidade de pessoas (galera) junto; mas acreditamos que, além dessa ideia de passar o controle de mão em mão, também deveria ter sido permitida a possibilidade dessas formas de jogo através do modo online, para que as pessoas que jogam sozinhos também pudessem desfrutar desse tipo de diversão.

Conclusão

Crash Bandicoot 4: It’s About Time é um jogo que resgata e amplifica tudo que existia de melhor nos maravilhosos jogos componentes da trilogia original da série, agradando os antigos fãs da série, que tanto aguardaram por essa continuação; além de trazer modernização e novidades suficientes para, também, encantar com folgas a nova geração de jogadores, que nunca tiveram contato com os games do Crash Bandicoot.

Esse game tem qualidade de sobra para estar entre os melhores jogos de plataforma e é um grande lançamento para os consoles da atualidade, que carecem desse tipo de jogo. Sem sombra de dúvidas, esse é – definitivamente – o melhor jogo do Crash Bandicoot já lançado.

Em resumo: se você é fã de jogos eletrônicos no estilo plataforma, não perca tempo; pegue esse jogo o mais rápido possível e permita-se ter a – maravilhosa – experiência de jogar, se divertir muito e adorar Crash Bandicoot 4: It’s About Time.

Avaliação:
Gráficos: 10.0
Diversão: 10.0
Jogabilidade: 10.0
Som: 10.0
NOTA FINAL: 10.0


Essa análise foi produzida a partir de uma cópia do jogo cedida pela Activision Blizzard.

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