Análise (Review) de Slipstream
14 de abril de 2022Ficha do jogo: Data de lançamento: 2018 para PC – Computador; 07 de abril de 2022 para os consoles de videogame. Desenvolvedor: Ansdor Publicadora: BlitWorks Jogadores: Até 4 jogadores Gênero: Corrida, Arcade Idiomas disponíveis: Inglês, Francês, Alemão, Italiano, Espanhol, Holandês, Português Plataformas: Nintendo Switch, PC – Computador (Windows, Linux, macOS), Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X|S Avaliação: Gráficos: 9,5 Diversão: 9,5 Jogabilidade: 9,5 Som: 8,5 NOTA FINAL: 9,3 |
Slipstream já estava disponível para computador desde 2018, mas acaba de ser lançado para os atuais consoles de videogame, com versões para Nintendo Switch, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One e Xbox Series X|S. Não confunda esse jogo com Slip Stream, que foi lançado em 1995 pela Capcom para os arcades e consistia em corridas com carros de Fórmula 1. O lançamento do jogo para os consoles foi acompanhado por melhorias que foram adicionadas não apenas na versão do game que foi lançada para os consoles, mas também para a versão de computador, através de atualização.
Na realidade, essa versão do jogo que foi lançada para os consoles foi totalmente refeita em relação ao jogo que foi lançado em 2018 para o PC, porém o produtor do jogo preferiu não o lançar como sendo um segundo game, uma continuação, mas sim como uma atualização da primeira versão, que, por sinal, ainda pode ser conferida na loja da Steam. Essa atualização trouxe melhorias em geral, novas mecânicas, como a opção de voltar alguns segundos no gameplay e uma inteligência artificial mais aprimorada para os carros oponentes.
Vale ressaltar que esse jogo foi idealizado e desenvolvido por uma única pessoa, o Sandro Luiz de Paula, também conhecido como Ansdor, que fez tudo praticamente sozinho. O Ansdor é um brasileiro de Minas Gerais; ele fez sozinho toda a parte de programação e a parte artística do game, escrevendo todos os códigos e desenhando todos os gráficos do jogo; já a parte musical e de efeitos sonoros foi feita pelo Stefan Moser, que idealizou uma trilha sonora inspirada em synth pop e jazz fusion.
De acordo com o produtor Ansdor, o processo de desenvolvimento desse game foi fortemente inspirada nos antigos jogos da produtora SEGA, tendo como maior influência para os gráficos, estrutura do jogo, mecânicas e toda a parte artística, os jogos da série Out Run; além disso, alguns aspectos pontuais foram inspirados de outras séries famosas da Sega, como Daytona, Sega Rally e até mesmo os clássicos jogos do Sonic the Hedgehog, que eram os jogos que o produtor do game jogava quando era criança.
Apesar de esse jogo ser plenamente inspirado nos jogos antigos da SEGA, não pense que esse game se trata de uma mera cópia ou plágio dos jogos citados, pois Slipstream possui a sua própria personalidade, inclusive no que se refere ao gameplay, que apresenta características próprias e modernas, em relação aos jogos dos anos 80 e 90. Nesse jogo, quando você estiver conduzindo o carro, invariavelmente você necessitará fazer derrapagens para conseguir fazer as curvas acentuadas sem bater o carro e precisará pegar o vácuo de algum carro que esteja à sua frente para que o seu carro pegue mais embalo e corra mais rápido, inclusive é dessa situação que vem o nome do jogo.
As derrapagens são uma boa inovação em relação a gameplay dos jogos que inspiraram a criação desse jogo. No início, você pode sentir um pouco de dificuldade de pegar o jeito, para entrar na curva e fazer uma derrapagem que te permita não bater o carro e nem perder velocidade, mas com pouco tempo você já estará dominando a técnica. Não é muito difícil, basta soltar o botão do acelerador, na medida em que você aperta levemente o botão do freio e logo em seguida volta a acelerar o seu veículo; assim o carro irá começar a derrapar e você não perderá velocidade, evitando ser ultrapassado pelos seus oponentes.
No início da corrida você estará entre as últimas posições e deverá ultrapassar os demais carros. A jogabilidade nesse game não é baseada em passar as marchas dos carros, mas sim em manter a condução do veículo, utilizar as derrapagens nas curvas e pegar o vácuo dos carros que estiverem à sua frente. Inclusive, antes de iniciar o jogo, você escolherá no menu se fará as derrapagens de maneira manual ou se deixará que o próprio jogo faça as derrapagens do seu carro para você; o sistema funciona como se fosse um substituto da tradicional pergunta se você prefere jogar com o câmbio manual ou automático.
Pegar o vácuo dos carros à sua frente funciona muito bem para dar aquela impulsionada na sua velocidade, e você deve tentar fazer isso até chegar na primeira posição. Quando estiver em primeiro colocado, perceba que há outros carros na pista, eles não estão na disputa, são simplesmente pessoas que estavam dirigindo naquela avenida e não sabiam que haveria uma corrida ali… tenha cuidado para não bater neles, sobretudo nas curvas, enquanto estiver derrapando, e tente utilizar o vácuo deles, para ganhar mais distância do segundo colocado.
Há outra novidade no jogo, que foi adicionada na atualização feita para o lançamento do game nos consoles de videogame, que é a função de rebobinar. É uma função que já deve ser conhecida pelas pessoas que já tiverem jogado algum game da série FORZA, do Xbox. Em resumo, essa função permite que você possa voltar no tempo por alguns segundos, para desfazer um erro que você cometeu e levou a uma batida ou capotamento. Inclusive, ao ativar essa função, você verá uma animação, como se estivesse rebobinando uma fita de vídeo VHS, incluindo até uns tremores de tela característicos, que aconteciam no videocassete. O concelho é que você utilize essa função de maneira estratégica, pois esse recurso é limitado; outra coisa, se você estiver jogando em modo cooperativo o outro jogador também precisa apertar o botão de rebobinar, e se não fizer isso, você perderá tempo e poderá até ser ultrapassado.
O jogo disponibiliza cinco modelos de carros que você poderá escolher para dirigir, cada carro possui as suas próprias características, para que você escolha aquele que se identificar mais. Além de diferentes esteticamente, apresentando modelos inspirados em carros clássicos dos anos 80 e 90, cada um dos veículos possuem as suas próprias características mecânicas, que variam entre ter melhor ou pior aceleração, controle do carro e velocidade máxima.
O game poderá ser jogado por até quatro pessoas em modo local, com a tela dividida, assim como acontecia com os jogos de corrida do Nintendo 64; o que deixa a diversão muito mais acentuada e a disputa pelo primeiro lugar mais acirrada, junto aos seus oponentes. A função de habilitar mais jogadores, pelo menos até o momento da elaboração dessa análise, somente era permitido de forma local, já não havia a disponibilidade para partidas online.
O game ainda permite algumas opções de acessibilidade para diferentes tipos de jogadores. Existem três níveis de dificuldade que podem ser escolhidos, alguns efeitos visuais podem ser ativados ou desativados, como por exemplo a interação cômica com os seus rivais, e a velocidade do jogo pode ser reduzida em até 50%, dando aos jogadores mais tempo para reagir, mas mantendo a física do jogo exatamente a mesma, o que pode ser bom para aquelas pessoas que não estão acostumadas com a sensação de velocidade extrema que os jogos de corrida com gráficos em sprites transmitiam nos anos 80 e 90.
Uma característica do jogo que nós não gostamos muito foi a falta de exibir um mapa da pista na tela; ao invés disso é exibido um radar, que mostra a distância que os seus oponentes e demais carros que estão passando na pista estão de você; e isso inclui tanto os carros que estão à sua frente como os que estão atrás de você. Apesar de o radar exibir pontinhos representando os carros e a distância que eles estão, achamos que isso ficou um pouco confuso e não é um facilitador. Seria bem melhor que houvesse um mapa no local.
Ao todo, Slipstream apresenta vinte pistas muito diferenciadas entre si, localizadas nos mais variados e exóticos locais espalhados pelo mundo, você perceberá que o nome de algumas dessas pistas são nomes já vistos nas fases de Sonic the Hedgehog; isso foi uma homenagem do produtor do jogo ao Sonic. Slipstream oferece seis modos de jogo: Grand Tour, que é uma viagem panorâmica por cinco etapas, cada uma com quatro voltas, com pilotos rivais para vencer e pistas interligadas por caminhos ramificados para você escolher por qual caminho irá seguir. Cannonball, que é um modo de corrida livremente personalizável com tráfego opcional, rivais e outros pilotos. Grand Prix: modo Campeonato composto por cinco corridas, com pontuações da temporada e personalização opcional do carro. Single Race, que é um modo de corrida simples, com configurações personalizáveis. Time Trial, que é uma corrida solo contra o tempo; e por último o Battle Royale, que é um modo de corrida de resistência em que o último colocado de cada corrida será eliminado.
Quanto aos gráficos, Slipstream recria a tecnologia gráfica para dimensionar sprites, que era utilizada nos jogos de corrida dos anos 80 e 90, para possibilitar uma experiência retrô verdadeira e autêntica para os hardwares mais modernos, e ainda aproveitando a potência dessas máquinas mais modernas para proporcionar uma jogabilidade suave em 60 quadros por segundo, ou FPS.
O resultado disso tudo é um jogo com gráficos muito bonitos e fiéis ao estilo a que o jogo se propõe a ser; não são os gráficos ultra realistas vistos nos simuladores de corrida atuais, mas a proposta desse jogo é nitidamente outra e de fato todos os efeitos visuais desse game enchem os olhos de todos os fãs dos antigos jogos de corrida no estilo arcade. As músicas do jogo não são tão marcantes e não irão te deixar encantado, como acontece com a trilha sonora dos jogos da série TOP GEAR, lançada para o Super Nintendo, mas cumprem bem o seu papel e fazem com que o jogador consiga imergir no gameplay do jogo.
Slipstream é um jogo muito divertido e cheio de referências que, sem dúvidas, irá agradar em cheio públicos variados como os amantes dos jogos de corrida antigos, e também os fãs de jogos de corrida atuais.
* Esta análise foi produzida a partir de uma cópia do jogo gentilmente cedida pela produtora BlitWorks, para o Nintendo Switch; também utilizamos a primeira versão do jogo, que foi lançada em 2018 para PC – Computador.
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