Análise de South Park: The Stick Of Truth – O Verdadeiro Jogo do South Park

13 de novembro de 2021 4 Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 4 de março de 2014.
Gênero: Ação e Aventura, RPG.
Desenvolvedores: Obsidian Entertainment.
Publicadora: Ubisoft.
Plataformas: Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360, Xbox One, Nintendo Switch e PC – Computador (Microsoft Windows).
Tempo de Jogo: 11 horas (umas 20 horas caso tente os 100%).

Classificação Indicativa: +18.

Aviso: Os personagens desse jogo são fictícios. Todas as vozes são péssimas imitações com linguagem obscena e não deve ser visto por ninguém.

Apresentação Inicial

South Park dispensa apresentações. No entanto, antes de partir para a análise de fato, vou libertar o nerd que habita em mim e apresentar a animação para quem não conhece. Bom, South Park é uma série animada, do gênero sitcom (The Big Bang Theory, Two And a Half Men), produzida pelos melhores amigos, Trey Parker e Matt Stone e distribuída pelo canal de TV a cabo, Comedy Central, desde 1997. É totalmente destinada ao público adulto e utiliza do humor negro para fazer suas críticas.

A série surgiu de um curta chamado de The Spirit of Christmas, logo após Parker e Stone se conhecerem na faculdade de cinema no ano de 1992. A produção do curta foi realizada através de recortes de papel em Stop Motion. O Stop Motion é o estilo de filme feito quadro-a-quadro, como: A Noiva Cadáver, O Estranho Mundo de Jack e demais filmes do diretor Tim Burton. O curta trazia a temática de natal e a participação das crianças do desenho (atuais Stan Marsh, Kyle Broflovski, Eric Cartman e Kenny) além das participações especiais de Papai Noel, Frosty (um personagem natalino norte-americano) e Jesus.

Em 1995, Trey e Matt conseguiram apresentar o curta para o canal FOX, onde retrabalharam o curta original. O curta acabou sendo um dos primeiros vídeos virais da internet e seguia um estilo mais característico do que veríamos na produção da animação. A FOX acabou rejeitando o projeto, já que era muito pesado e não queriam exibi-lo. Trey Parker e Matt Stone entraram em negociação com a MTV e o Comedy Central, mas optaram pelo Comedy Central, que já era o berço de conteúdo no estilo.

O Comedy Central produziu um episódio piloto fechado (um episódio teste para verificar a aceitação do público) da série e acabou sendo um fracasso. Porém, o canal de TV decidiu dar mais uma chance ao episódio, devido ao grande sucesso dos curtas na internet e o liberou na grade do canal. Resultado: uma das maiores audiências do canal até então e com uma temporada garantida.

Cada episódio de South Park levava em média três meses para ficar pronto. A partir do momento em que haveria uma produção em massa, passaram a desenvolver os episódios com programas de computadores. Isso reduziu o tempo de produção para uma semana, facilitando o processo. Além disso, a animação não teria um alto custo, uma vez que, o roteiro, as vozes e a produção dos episódios seriam feitas pelos próprios Matt e Trey. E isso nos traz ao ano de 2014, com o lançamento do game, South Park: The Stick of Truth.

A desenvolvedora, Obsidian Entertainment, responsável por Fallout New Vegas e The Outer Worlds já é veterana no que se trata de RPGs. Uma das principais inspirações para The Stick of Truth foi Skyrim e Earthbound, além de inspirações visuais de Paper Mario e The Legend Of Zelda. Tudo isso misturado à diversas referências ao desenho e seus episódios.

Inicialmente, a THQ detinha os direitos do game e já estava em desenvolvimento. No entanto, a empresa não estava indo muito bem e acabou perdendo os direitos. Os direitos foram adquiridos pela Ubisoft que concluiu o projeto. Algumas modificações foram feitas, mas tudo foi realizado com a participação dos criadores e sob suas orientações.

*O game foi jogado e finalizado no Xbox 360 e PC e todas as screenshots foram tiradas durante o gameplay.

Enredo

Assumimos o garoto novato (new kid) que acabou de se mudar para South Park, por algum motivo que não querem que a gente saiba (descobrimos conforme o game avança). Tímido, calado (sim, ele não fala), mas boa gente. Como não conhecemos ninguém, devemos sair por aí, explorar e fazer novos amigos.

O novato babaca.
O começo de uma jornada.

Saindo de casa, encontramos Butters (um dos melhores personagens do desenho) brincando junto com um amigo. Ele nos conta que está fazendo parte de uma brincadeira, ao estilo RPG medieval e nos leva até o líder do grupo para podermos fazer a nossa iniciação. Após as apresentações, recebemos nosso nome de guerra: “Babaca”.

Ficamos responsáveis de escolher nossa classe e Cartman nos apresenta ao Cajado da Verdade (o Stick of Truth). Logo após, o cajado é roubado pelos elfos e embarcaremos na jornada ao estilo clássico medieval, repleta de humor, temáticas pesadas e críticas cirúrgicas à nossa sociedade. Somos oficialmente o novo babaca do grupo.

O Cajado da Verdade.
Bem-vindo à South Park.

Como o Jogo Funciona?

Stick of Truth é extremamente fiel à animação, desde o estilo gráfico até o gameplay. O jogo é uma espécie de mundo aberto em 2.5D com combates e habilidades no estilo RPG. O combate funciona como RPG de turnos, assim como os clássicos Final Fantasy e Pokémon. Basicamente é um episódio interativo. Matt e Trey participaram ativamente na produção do game para garantir que fosse feito algo de qualidade e não repetisse os mesmos erros que antigos jogos de South Park cometeram.

Batalha.
Um dos especiais da princesa Kenny.

O jogo começa com a tela de customização do personagem, onde montaremos do zero o garoto novato de South Park. No estilo games de RPG, montaremos o personagem desde aspectos físicos (roupas, cabelo, cor de pele) até estéticos (manchas, cicatrizes, sardas). Se montarmos um personagem ruivo ou negro, Cartman irá fazer piadinhas com isso o jogo inteiro. A partir daí, estaremos prontos para entrar de vez no universo de Stick of Truth. Não é possível criar garotas, mas tem um motivo para isso e é explicado durante o jogo.

O começo da customização.
Voilá.

Como de costume em jogos de RPG, poderemos escolher a nossa classe. São elas: Guerreiro, mago, ladino (ladrão) e judeu (sim, judeu é uma classe). Caso opte por ser judeu, vai ter que aguentar o Cartman enchendo o seu saco o game inteiro. Cada uma nos concede um traje diferente, porém, poderemos encontrar os trajes das outras classes durante o gameplay, então não há uma mudança significativa no jogo, mudando apenas uma piada ou outra em relação a isso.

Tipos de Classes (benefícios)

Guerreiro: Armaduras e armas pesadas. A classe foca em força bruta e ataques de um alvo só.

Mago: É uma classe mais fraca, porém, foca em ataques especiais e ataques que geram muitos status aos inimigos (pegando fogo, congelado, enojado).

Ladino: A classe foca em danos de status. Ela auxilia as outras classes a finalizar o oponente, gerando status negativos, assim como o mago.

Judeu: Uma classe de paladino inventada pelo Cartman que favorece o jogador quando está próximo à morte. Quanto menos vida possuir, maior serão seus ataques.

Mapa

O mapa do jogo é a cidade de South Park. Podemos explorá-lo todo conforme progredimos no enredo. Teremos acesso às casas (algumas serão desbloqueadas em missões ou em momentos específicos), lojas, escola, igreja, bares, na loja do Jimbo, fazenda e até mesmo o City Wok. A cidade, para o padrão do desenho, é viva, os cidadãos poderão estar em lojas, em frente à suas casas tirando a neve e coisas do tipo, mas tudo pré-programado. Agredir ou peidar em um NPC resultará em uma reclamação, risada e (por mais estranho que isso possa ser) gemido.

Para exemplificar, tentarei dividir o mapa em 3 partes para colocar as imagens.

Mapa.
Mapa.
Mapa.

Viagem Rápida

Para chegarmos até algum lugar de forma mais rápida, poderemos utilizar os 12 pontos de viagem rápida presentes no mapa. São bandeiras com uma buzina que utilizaremos para chamar o Timmy. Ele será responsável pelo nosso transporte. Para poder usá-las, o jogador precisará encontrá-las pelo mapa.

Timmy à seu dispor! (e aquele ali, sou eu!)

Personagens Principais

Stan Marsh: É um dos quatro protagonistas. Stan é irmão de Shally e filho de Randy Marsh e Sharon. Ele é o mais normal do grupo e é baseado no criador, Trey Parker. No game, Stan é um guerreiro.

Kyle Broflovski: É irmão de Ike (não chute o bebê!), filho de Gerald e Sheila Broflovski. Kyle vem de uma família judia e vive sendo zoado por Cartman por causa disso. Ele é o mais racional do grupo e dificilmente vai na onda do pessoal. É baseado no criador, Matt Stone. No game, Kyle é o Elfo Altaneiro Judeu.

Kenny McCormick: É um menino pobre que ninguém entende o que ele fala, porque o capuz do moletom tapa a boca dele. Morre em quase todos os episódios e volta no episódio seguinte sem nenhuma explicação (a explicação para isso é zoada, mas ela existe em algum momento). No game, Kenny é a princesa Kenny.

Eric Cartman: É um menino gordo, nazista, antissemita, racista, extremamente preconceituoso e manipulador. Serve como crítica só pela sua existência. Sua mãe acredita que ele é inocente e um amor de pessoa, mas é um completo canalha babaca. No game, Cartman é o Grand Wizard King (seria o Bruxo/Mago-Rei) e é o líder do Kingdom of Kupa Keep (KKK). É uma clara alusão ao grupo extremista KKK e o nome Grand Wizard também referencia isso.

Butters Stotch: É o personagem mais ingênuo de todos e representa a verdadeira alma de criança. Seus pais sempre arrumam um jeito de castigá-lo e descontam nele tudo que acontece em suas vidas. No game, ele é um nobre Paladino e também é o Professor Caos.

Habilidades, Armas e Itens

Todos os personagens possuem suas próprias habilidades e características. Teremos diversas armas para utilizar e cada uma com vantagens distintas. A mesma coisa se aplica as roupas, luvas e capacetes. Cada um desses equipamentos irá beneficiar o jogador de alguma forma. Esses equipamentos podem ser desbloqueados ao passar de nível e podemos adquiri-los de inimigos derrotados ou comprá-los com vendedores com dinheiro encontrado durante a exploração.

Armas no inventário.

Assim como todo RPG, teremos nossa barra de vida, poder e mana, mas como se trata de South Park, não seria somente isso. A barra de vida é chamada de PV e a de poder é chamada de PP. Para recuperar nossa PV podemos consumir alimentos específicos para isso e o mesmo vale para a barra de PP (Pontos de Poder). Quando estamos com status negativo (sangrando, enojado, congelado, etc) podemos consumir uma garrafa de água para retornarmos ao status normal. Teremos diversos ataques especiais e cada personagem tem os seus próprios e característicos. O uso dos especiais consome o PP e se a barra zerar, não poderemos mais utilizá-los até enchê-la novamente.

Itens.

A mana é utilizada após a dominação do que podemos chamar de “Arte do Fus ro dah” (com a bunda). Isso basicamente é a arte de canalizar toda a nossa força e energia para peidar. Existem diversos tipos de peidos e cada um possui uma função específica. São eles: Cheira-minha-mão (serve para atingir objetos distantes. Peidamos e o empurramos com a mão até o local desejado), Nagasaki (serve para destruir bloqueios), Traque sorrateiro (serve para distrair inimigos) e o Urro do dragão (um peido comum, mas bem carregado). Após termos total domínio de nossas habilidades intestinais, poderemos utilizar a magia do peido para deixar nossos golpes ainda mais fortes. Para repor a barra de mana, é necessário ingerir alimentos específicos para isso. Caso o jogador exagere na dose, o personagem irá se borrar todo e ficará com o status de enojado durante a batalha.

A força do peido (nunca, jamais peide nas bolas de alguém).

Existem diversos momentos de QTE (Quick Time Event ou apertar o botão na hora certa) no game. Um dos momentos em que teremos que fazer isso é no banheiro. Como existem os status negativos e entre eles temos o “nojo”, podemos fabricar nosso próprio item de status negativo de nojo. A famosa “badalhoca”. Sim, podemos cagar e utilizar a merda como item e arremessá-la nos inimigos. Além disso, os momentos de QTE podem servir para os poderes especiais durante as batalhas.

Cague!

Para incrementar ainda mais nas batalhas, poderemos fazer algumas evocações. Como assim? Após realizarmos algumas missões secundárias pela cidade, alguns NPCs nos recompensarão com um item que utilizaremos para invocá-los em uma situação difícil. Por exemplo, existe uma missão em que o padre Maxi irá pedir para encontrarmos Jesus. Assim que encontrarmos Ele, receberemos um rosário que poderá ser utilizado para invocarmos Jesus durante uma batalha (menos contra chefes, porque Jesus acha muito difícil).

Dica: Após utilizar uma invocação, você só poderá reutilizá-la caso volte até o NPC que concedeu essa invocação (desde que tenha passado um dia dentro do game).

Você encontrou Jesus!
City Wok.

Ambientação e Exploração

A ambientação é totalmente feita dentro dos moldes de South Park. É bem variada e nos oferece uma diversidade visual bem agradável. Quando vamos para o Canadá, o jogo muda de estilo e passa a seguir uma linha mais 8 bits e o cenário fica ao estilo The Legend Of Zelda do Nintendo. No geral, é a cidade é bem normal. No entanto, em alguns momentos da campanha poderemos ir em florestas, OVNI’s, esgoto e lugares não tão convencionais, por assim dizer. Muito bem detalhado e bem feito.

Mongóis no City Wok.
OVNI.
“Aliens! Aliens estão por toda parte!”

O fator exploração do game é alto e contribui diretamente para o bom andamento e aproveitamento do jogo. Explorar não é obrigatório, mas é essencial para descobrir novas armas, itens, invocações e subir de nível. Eventualmente, encontraremos alguns inimigos pelo caminho, porém, não será obrigatório batalhar todas as vezes. O jogador pode utilizar o cenário a seu favor e evitar confrontos desnecessários. Para isso, basta prestar a atenção no cenário, como fios elétricos soltos e poças d’água, lustres soltos, botijão de gás e fogo por perto. Basta fazer com que esses itens acertem seu oponente, seja utilizando arco flecha ou utilizando o seu poder intestinal. Assim, os inimigos ficarão incapacitados e não haverá a necessidade de lutar.

Enquanto exploramos, iremos encontrar objetos com a maçaneta dourada, isso significa que podemos interagir com eles. Muitas vezes, iremos encontrar diversos itens inúteis e estes poderão ser vendidos. Os objetos que são descartáveis são rotulados como lixo, basta vendê-los para ganhar uma grana e poderá gastar comprando novas armas e itens. Certos itens só poderão ser utilizados após chegar em um certo nível, assim como de costume em RPGs. Você pode pegar o que quiser de qualquer pessoa que não vai ser considerado como roubo.

Lixo.

Rede Social e Amigos

Olha só quem está por aqui! South Park trouxe um “novo” jeito de fazer amigos em Stick of Truth. As pessoas de South Park podem ser nossas amigas no Facebook, mas não é tão simples assim. Alguns NPCs vão exigir algo em troca, seja uma missão ou ser popular. Para ser popular, será necessário ter muitos amigos no Facebook (e seu pai não será seu amigo se não tiver muitos amigos). Após conseguir a amizade do pessoal, teremos um feed completo e repleto de mensagens das pessoas amigas. Seja popular, tenha amigos!

Amigos.
Rede Social.

Algumas das crianças que estão brincado com a gente poderão nos acompanhar durante a nossa jornada. Butters, Kenny, Cartman, Jimmy, Stan e Kyle podem nos auxiliar durante as batalhas e cada um possui suas próprias características. Cartman e Butters são os mais poderosos e, sem dúvidas, irá utilizá-los com maior frequência. Kenny pode distrair os inimigos mostrando os peitos e também pode beijá-los. Quando a princesa Kenny beija outro garoto, ambos ficam enojados. Quando encontramos alguém ferido, podemos acionar o Butters para curá-los. É muito bacana a interação entre os personagens e funciona muito bem. Não são todos que ficam disponíveis logo de início, então será necessário progredir na história para desbloquear novos companheiros.

Nossos companheiros.

Árvore de Habilidades e Benefícios

Não é exatamente uma árvore de habilidades, porém, funciona como uma. Teremos alguns upgrades para fazer com pontos de habilidades. Normalmente, esses upgrades são associados aos poderes especiais do nosso personagem e servem para deixá-los mais forte. Já os benefícios, são concedidos após atingirmos uma certa quantidade de amigos. Podemos intensificar o poder do nosso peido, aumentar o dano causado por fogo, sangramento e coisas do tipo e complementar nossas habilidades de combate.

Está usando uma roupa e queria ter um bônus diferente nela? Utilize os remendos. Podemos adquirir remendos na loja (o mendigo) e colocá-los nas nossas roupas e equipamentos. Dão um bom upgrade e deixa o visual do jeito que você quer, mas sem ficar refém de ter que usar uma roupa específica para ter aquela habilidade.

Habilidades.
Benefícios.

Colecionáveis

Como é de se esperar de um RPG de mundo aberto, teremos alguns colecionáveis. South Park traz uma coleção de Chinpokomons (uma cópia descarada de Pokémons). Ao todo são 30 tipos de Chinpokemons diferentes e poderemos encontrá-los durante a exploração. Nem todos são acessíveis logo de cara, pode ser necessário ter desbloqueado certas habilidades, como a de peidar e a sonda anal. Também podemos colecionar as armaduras e equipamentos do game, mas basta adquiri-los para entrarem na coleção.

Chinpokomons.
Equipamentos.

Bugs e Problemas

De maneira geral, o game funciona muito bem e não possui muitos bugs. Entretanto, alguns problemas podem ocorrer e podem ser frustrantes. No Xbox, o jogo não apresenta muitos problemas. Enquanto eu jogava, tive apenas dois e em dois momentos apenas: legenda desaparecia e os personagens ficavam falando sem passar para a próxima cena e, algumas vezes, era para ocorrer uma cutscene ou batalha e não ocorria. No PC, aconteceu a mesma coisa, porém, alguns momentos o personagem travava em algum canto e não conseguia sair. No geral, não foram problemas que forçassem sair e entrar novamente, mas frustravam quando ocorriam. Acredito que por não se tratar propriamente de uma renderização em 3D, o desempenho do jogo é extremamente satisfatório.

Extras: Dublagem, Trilha Sonora e Referências ao Desenho

Por ser um game produzido pelos próprios criadores do desenho, uma das melhores coisas que o jogo traz são as vozes dos personagens. Trey e Matt fazem boa parte das vozes na série e o mesmo acontece no game. É sensacional jogar como se estivesse assistindo a um especial de 11 horas de South Park. A Ubisoft também trouxe legendas em PT-BR que auxiliam no entendimento da história e nas risadas para os jogadores aproveitarem ao máximo.

Legendas.

A trilha sonora é original e segue a mesma linha do desenho. Por se tratar de uma temática medieval, é adaptada para o gênero. A imersão que a música oferece é ótima e combina com os momentos em que ela aparece. Muitas vezes, enquanto estamos explorando, há uma espécie de coro cantando no fundo e é formado pelos próprios personagens. Eu tentei ao máximo entender o que falam, mas parece muito como “douchebag, douche”, que seria “babaca”.

Durante a exploração, principalmente nos quartos dos personagens, poderemos encontrar diversos itens de variados episódios do desenho. No quarto do Cartman, encontraremos muitas coisas que o personagem utiliza em episódios, como o robozinho A.W.E.S.O.M-O. Existem diversos murais espalhados pela cidade com diversas referências aos acontecimentos da série desde a sua criação. É um detalhe bacana e agrada bastante aos fãs.

Guarda-roupa de Cartman.
Mural próximo a prefeitura.

Conclusão

South Park: The Stick of Truth é um presente aos fãs do desenho e é um jogo digno da série. South Park já teve diversos jogos, mas nenhum que captasse a essência de Matt e Trey. A participação dos criadores no desenvolvimento do jogo, no roteiro, do compositor original do desenho compor as músicas para o game, fazem de Stick of Truth o melhor jogo adaptado de uma série de TV. Uma história bem-humorada, engraçada, com momentos pesados e muita crítica. Um sucesso comercial e, com certeza, uma garantia de uma sequência. Possui alguns problemas, mas não estragam o grande feito da Obsidian e da Ubisoft. Esse é um game obrigatório para os fãs e é uma porta de entrada para quem ainda não conhece. Vale lembrar que o humor de South Park não agrada todo mundo e se você não se identifica com palavrões, humor ácido, violência e críticas constantes, é bom passar longe.

Nota: 9,5/10.

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