Análise do jogo Bioshock
29 de dezembro de 2020Por: Eduardo Furlan
Ficha do Jogo: Data de lançamento inicial: 21 de agosto de 2007 Gênero: Tiro em primeira pessoa. Plataformas: PC – Computador, Nintendo Switch, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, Xbox One, Celular – Mobile. |
Avaliação: Gráficos: 19/20 Som: 10/10 Jogabilidade: 20/20 Arte: 20/20 Diversão: 27/30 NOTA FINAL: 96/100 |
Introdução
O PC sempre foi uma plataforma que recebeu muitos jogos de tiro em primeira pessoa, os chamados FPS. Alguns marcaram época, outros eram apenas bons, e a grande maioria simplesmente caiu no esquecimento.
Haja visto esse retrospecto, um novo lançamento desse gênero é sempre esperado com certa desconfiança. Será que estamos prestes a receber um jogo que marcará época, ou apenas mais um, que jogaremos e esqueceremos em seguida?
Pode-se afirmar, com absoluta segurança, que Bioshock se encontra com louvor na primeira categoria.
O jogo parte de uma cena trivial: um passageiro de um voo que sobrevoa o oceano Atlântico observa uma foto de sua família enquanto fuma um cigarro e segura um presente para seus pais. Súbito, algo acontece. Ouvimos gritos. Barulho de impacto. O avião caiu. No meio do oceano atlântico, nosso herói encontra um farol. Dentro dele, um submarino o leva para Rapture, uma cidade construída nas profundezas do oceano.
Esse contraponto de sensações, do trivial para o fantástico, da o tom de Bioshock. Em um momento, estamos em um teatro comum, como qualquer outro teatro dos anos 60. No momento seguinte, lembramo-nos que estamos em uma cidade localizada nas profundezas do oceano atlântico. Num momento estamos ouvindo Frank Sinatra num apartamento. No momento seguinte, atirando bolas de fogo em inimigos que se tele transportam para nos emboscar. O trivial e o fantástico, o comum e o surreal se misturam em Rapture, e isso cria uma atmosfera única, diria até mesmo onírica.
Gráficos
Em uma frase: Bioshock possui os mais belos gráficos já vistos em um jogo de videogame até a data do seu lançamento. Ponto. Sobretudo os ambientes, são maravilhosos, sombrios, decadentes, com uso de uma paleta de cores fortes. As texturas são impressionantes, os efeitos de água batem qualquer outro já visto, todas as armas e inimigos tem uma aparencia fantastica. Enfim: é um jogo graficamente soberbo.
Em negativo, apenas um ponto: a modelagem dos rostos deixa um pouco a desejar, assim como as expressões faciais. Os inimigos são todos muito parecidos facialmente, embora as roupas sejam bastante variadas.
Som
Simplesmente soberbo. Efeitos sonoros perfeitos, trilha sonora muito bem utilizada, dublagens inspiradas. Cada efeito sonoro foi milimetricamente pensado, desde os passos pesados dos Big Daddies, até o choro das Little Sisters, passando pelas conversas entre os splicers e o som das armas recarregando. Perfeito.
Jogabilidade
Se havia alguma dúvida sobre o caráter único de Bioshock, aqui elas serão dissipadas. Antes de mais nada, o jogo não possui o ritmo frenético que costumamos ver em outros jogos do gênero. Ele é mais cadenciado, exige que você vasculhe cada canto, cada gaveta, cada cadáver.
Mas o grande trunfo de Bioshock são os plasmids. Essas substancias lhe conferem poderes especiais, como atirar raios, fazer coisas -e inimigos- queimarem, telecinese e outros mais inusitados, como atirar enxames de abelhas contra os inimigos, ou congela-los.
Os plasmids, combinados com as 8 armas diferentes, dão um leque de possibilidades extremamente amplo. Há centenas de formas de se aniquilar os inimigos, tornando cada momento de jogo único. Some-se a isso as possibilidade de customização do personagem e de suas armas, e aos 3 tipos de munição que cada arma comporta, e teremos uma ideia de quão variada é a jogabilidade em Bioshock.
Diversão
Quem gosta de FPS, absolutamente não tem como não se divertir com Bioshock. Como dito acima, testar diversas formas de se acabar com um inimigo é algo extremamente divertido, e a cada momento se descobre algo novo. As batalhas com os Big Daddies; os imensos seres biomecânicos que protegem as Little Sisters, pequenas garotinhas geneticamente modificadas que carregam ADAM dentro de si, substancia utilizada para se adquirir plasmids e upgrades físicos; são intensas e nervosas.
O único problema a ser apontado é a dificuldade baixa, mesmo no modo mais difícil. A abundancia de munições, medkits e eve hypos (usados para recarregar o uso de plasmids), bem como as vita chambers (locais em que seu personagem renasce caso seja morto) podem tornar o jogo fácil demais para os veteranos.
Arte
Bioshock tem uma das direções de arte mais fantásticas que já se viu nos games. A ambientação é perfeita, o clima é extremamente convincente, a reconstrução de época é primorosa, e as referencias abundam. Uma direção de arte para servir de escola a outros produtores.
Conclusão
Bioshock é, sem sombra de dúvida, um dos melhores jogos lançados em 2007, e se não afirmo que é o melhor, é por ainda não haver acabado o ano, pois não vejo concorrentes a ser lançados. Digo mais: é um dos melhores games já feitos, e é simplesmente uma obrigação a qualquer um que jogue games.
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