Análise do jogo Scott Pilgrim vs. The World: The Game

11 de fevereiro de 2021 0 Por Gustavo Lima

Scott Pilgrim vs. The World: The Game é simplesmente o melhor ‘Beat-em up’ de todos os tempos!

Já se passaram 10 anos desde que Scott Pilgrim se esforçou para ganhar uma vida e, desde então, a adorada série de quadrinhos composta de seis volumes em formatinho/brochura e em preto e branco por Brian Lee O’Malley foi adaptada para um filme dirigido por Edgar Wright e um videogame beat-em-up desenvolvido pela Ubisoft. Lançado pela primeira vez em 2010, o jogo parecia exatamente uma versão interativa dos quadrinhos cult de Bryan Lee O’Malley. A história foi reduzida, mas a vibração era a mesma, graças aos sprites de personagens incríveis de Paul Robertson e uma trilha sonora de “chiptune” de Anamanaguchi. Embora você ainda possa ler a história em quadrinhos e assistir ao filme, o jogo infelizmente foi retirado das lojas digitais do PS3 e Xbox 360 em 2014 e, desde então, não foi possível jogar, a menos que você já tenha feito o download.

Em comemoração ao 10º aniversário do filme e do jogo, a Ubisoft relançou Scott Pilgrim vs. The World: The Game e está chegando a uma grande variedade de novas plataformas: Nintendo Switch, PS4, Xbox One, PC e até para o Google Stadia. A nova versão reúne todo o conteúdo original para download – sem pagar a mais por Knives Chau – e apresenta o modo cooperativo online, mas fora isso é o mesmo jogo. Além da Limited Run Games lançarem uma versão de mídia física para o Nintendo Switch e o PS4. O que é exatamente como deveria ser (e quem sabe eles me mandam uma cópia para saborear? rsrs).

Prepara pra porrada

Como um grande fã de clássicos beat-em-ups, como Streets of Rage 1 e 2, The Simpsons Arcade Game e Double Dragon, fiquei ansioso para jogar isso desde que joguei pela última vez no Playstation 3, sete anos atrás. Você vagueia pelas ruas da cidade e pelos sets de filmagem, lutando contra um monte de “bandidos”, desde motoristas de ônibus até paparazzi. Você pode pular, socar, chutar e pegar muitos objetos para usar como armas, seja uma bola de neve ou um taco de beisebol. Você também pode jogar como a maioria do elenco principal de personagens, e cada um deles aprenderá algumas novas habilidades conforme você avança. Existem até telas de seleção de níveis e personagens retiradas diretamente dos jogos Super Mario de 8 bits e minijogos de esmagamento de carros no estilo Street Fighter.

Screenshot do Nintendo Switch

Para começar, uma adaptação de videogame faz muito sentido (o jogo é baseado nos quadrinhos, não no filme). Scott Pilgrim não está apenas repleto de referências de jogos, mas também é estruturado como um jogo clássico, com sete chefes principais – neste caso, os 7 ex malignos da Ramona. Tudo se encaixa muito bem com um jogo de estilo de 16 bits.

Screenshot do Nintendo Switch

A jogabilidade é sólida, não tão profunda quanto alguns de seus contemporâneos ou títulos mais recentes como Streets of Rage 4. Mas, como a versão cinematográfica de Scott Pilgrim, o jogo é também incrivelmente estiloso. Lutar contra inimigos é apenas uma desculpa para ver a maravilhosa arte em pixels e ouvir a incrível trilha sonora. Às vezes, depois de eliminar uma onda de inimigos, fico apenas sentado por um segundo para absorver o som e o visual. Tenho jogado no Nintendo Switch com compatibilidade com versões anteriores e a experiência se mantém extremamente bem.

Screenshot do Nintendo Switch

O tempo tem sido surpreendentemente gentil com a franquia Scott Pilgrim (mesmo que Scott continue sendo um idiota). Os livros resistem bem, e o filme passou de uma bomba de bilheteria a um clássico cult; Kid Cudi até mesmo experimentou em seu álbum mais recente. Enquanto isso, o jogo agora tem uma segunda chance depois de ter sido condenado à obscuridade anos atrás. Se nada mais, pelo menos O’Malley pode finalmente parar de responder a perguntas sobre isso.

Screenshot do Nintendo Switch

A principal atração de Scott Pilgrim é o modo de história, onde até quatro jogadores podem escolher entre seis personagens (Scott, Romona, Kim, Stephen, Knives ou Wallace com NegaScott como desbloqueável) e batalhar em sete níveis para derrotar os sete males de Romona Flowers exes. Como é padrão para o gênero, os jogadores se movem da esquerda para a direita na maioria dos níveis em um plano 2.5D enfrentando bandidos genéricos até chegarem ao chefe. À medida que sobem de nível, cada personagem aprende movimentos adicionais, como um deslizamento rápido, um salto duplo ou uma pisada para atacar inimigos abatidos, juntamente com o aumento de seu HP e GP máximos. Pode não parecer tão profundo na superfície, mas você pode combinar vários movimentos aparentemente não relacionados para combos devastadores, como agarrar um inimigo, joelha-lo repetidamente, jogá-lo contra a parede e chutá-lo quando ele voltar contra você. Sinceramente, não esperava tanta profundidade, ficou muito fiel ao jogo original.

Novos Modos

Existem alguns modos adicionais, mas eles não são muito interessantes no modo single player. Boss Rush coloca você contra todos os chefes no jogo, um após o outro, é divertido o suficiente para uma ou duas corridas, mas destaca algumas das mecânicas injustas, como alguns chefes sendo capazes de derrubá-lo consecutivamente, ou no caso de um dos bosses finais sendo quase impossíveis sem um determinado item. Boss Rush também é o único modo que me atingiu, pouco antes de chegar ao boss final.

Survival Horror tem que lutar contra uma quantidade infinita de zumbis até que você finalmente morra, não é muito interessante e, eventualmente, eu apenas me matei para acabar com isso. Finalmente, existem dois modos focados em multijogador: Battle Royale, que não pude experimentar a tempo para esta análise, pois é apenas multijogador, e Dodge Ball (queimada), em que você só pode atacar lançando uma bola (super entediante) à oponentes de IA. Todos esses modos destacam os pontos fracos do jogo, como “hitboxes” estranhos, alguns usos de movimento pouco claros e a dificuldade de perceber a profundidade inerente ao gênero. Por exemplo, você pode tentar jogar a bola em alguém no Dodge Ball apenas para que ela passe por sua cabeça, mesmo que pareça que deveria ter acertado ou tentar pisotear um inimigo caído apenas para seu personagem fazer outro movimento que use o mesmo ataque.

Screenshot do Nintendo Switch

A linda pixel art do jogo combina com o estilo dos quadrinhos, quase uma cópia uma da outra. Francamente, o jogo parece incrível em TVs 4K, embora eu imagine que também ficaria ótimo em uma TV CRT. O mesmo pode ser dito da trilha sonora de fusão digital de Animanaguchi, eles combinam instrumentos reais e digitais de uma forma que se encaixa perfeitamente no mundo de Scott Pilgrim.

Screenshot do Nintendo Switch

Sou suspeito em dizer que o jogo é fenomenal, pois sou fã dos Quadrinhos, do Filme e do Jogo. Existem muitos combos para aprender. Trilha sonora e visuais incríveis e agora 100% multiplayer. Porém eu tive umas leves glitches e deu um crash no segundo mapa. Senti as vezes dificuldade de distinguir profundidade e os modos adicionais ficam chatos depois de um tempo. Mas mesmo com essas pequenas falhas, Scott Pilgrim vs. the World: the Game é um dos melhores jogos do gênero “Beat-em ups”, mesmo sendo por falta de competição. Tudo que o jogo tinha de melhor voltou, e espero que ele fique para um bom tempo.

Screenshot do Nintendo Switch

O que está esperando??? Compre logo esse jogo e vem falar comigo o que achou.

Deixe o seu comentário abaixo (via Facebook):