Análise (Review) de Crisis Core -Final Fantasy VII- Reunion – Uma Nova Cara ao Jogo de PlayStation Portátil

22 de dezembro de 2022 Off Por José Daniel

Ficha do Jogo:
Lançamento: 13 de dezembro de 2022.
Jogadores: Um jogador.
Gênero: Ação, RPG.
Desenvolvedora: Square Enix, TOSE CO., LTD.
Publicadora: Square Enix.
Idiomas disponíveis: Inglês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol (Espanha), Japonês, Coreano, Chinês Simplificado e Chinês Tradicional.
Plataformas: Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch e PC – Computador.
Tempo do jogo: 12 a 40 horas (caso tente os 100%).
Versão do jogo analisada: Versão de Nintendo Switch.

Classificação Indicativa: +12 anos.

Apresentação Inicial

Final Fantasy é uma famosa franquia de RPG na ativa desde 1987 que continua se atualizando jogo após jogo. Inicialmente o jogo era um J-RPG e foi passando por inúmeras mudanças com o passar dos anos. Assumiu um novo formato, seguindo como um RPG de ação, misturando RPG com Hack ‘n’ Slash deixando de lado as batalhas em turnos. Um de seus maiores clássicos é o grande Final Fantasy VII, lançado originalmente em 1997 e recebendo um digno remake em 2020, elevando a série à um novo patamar. Tetsuya Nomura, responsável por diversos jogos da franquia FF, incluindo Crisis Core, também foi responsável pela criação de Kingdom Hearts (clique aqui para ver a análise de Kingdom Hearts).

Em 2007, foi lançado Crisis Core – Final Fantasy VII para PlayStation Portátil (PSP), servindo como um prólogo, prequela, prelúdio (chame-o como preferir) para Final Fantasy VII. Agora, em 2022, depois de longos anos de espera para jogá-lo em outras plataformas, os fãs foram presenteados com uma remasterização para diversos consoles, apresentando o jogo para uma nova geração e aquecendo o coração dos jogadores mais fanáticos de PSP.

Antes de mergulhar em Crisis Core –FFVII Reunion, vamos entender o que é essa versão de fato. Sim, é uma resmasterização, mas ela entra na categoria que algumas empresas costumam chamar de “Remaster Plus”, assim como a trilogia do Crash e Spyro, lançadas em 2017 e 2018 respectivamente. Apesar da jogabilidade aprimorada e gráficos retrabalhados, é importante ter em mente que é um jogo visualmente lindo, mas com uma estrutura de jogo de PSP, ou seja, é um modelo de jogo que não envelheceu tão bem, apesar de não deixar de ser uma peça importante para compreender mais sobre o universo de Final Fantasy. O jogo é o mesmo ou possui mudanças? Hora de descobrir!

*Todas as screenshots foram tiradas durante o gameplay no Nintendo Switch.

Um vídeo que fiz para explicar a diferença entre os termos.

Enredo

O enredo de Crisis Core veio para complementar a história de FFVII. O jogo começa com a introdução de FFVII, porém, na pele de Zack Fair. A jornada de Zack funciona como o clichê da jornada do herói, onde o protagonista possui seus amigos mais experientes que si mesmo, mas ainda acredita que poderá superá-los.

Zack Fair.
Uma grande corporação.

Zack é um soldado de Segunda classe da Companhia de Energia Elétrica Shinra e recebe uma missão especial para investigar o desaparecimento do soldado de Primeira classe Genesis e entender o que está acontecendo. Essa missão poderá transformar Zack em um soldado de Primeira classe, mas, muito mais que isso, ele deseja se tornar um verdadeiro herói.

Sua jornada em busca de conquistar aquilo que almeja o tornará cada vez mais forte e, juntamente com seus amigos, irá aprender o verdadeiro significado do que é ser um grande guerreiro. Com muito humor e personagens envolventes, Crisis Core é o primeiro passo para entendermos o novo rumo que FF tem tomado. Uma receita de bolo, porém, de um bolo bastante recheado.

O começo para um grande herói.

Como o Jogo Funciona?

A versão Reunion de Crisis Core traz uma jogabilidade melhorada em relação a versão anterior. Por não se tratar de um RPG de turnos, mas sim, de um hack ‘n’ slash, temos um controle muito maior do personagem, mesmo que ainda tenhamos que parar a todo momento para batalhar com algum inimigo. No entanto, ao contrário da versão de PSP, eu senti uma melhora quanto a repetição das batalhas. O jogo está mais dinâmico, com uma redução nas paradas em modo de batalha e, quando tem, está mais fluída, tomando menos tempo do jogador. Para quem jogou FFXII Remake, facilmente se acostumará com o estilo de gameplay, já que o jogo veio antes de CCFFVII-R.

Mecânicas

Para jogadores que não estão acostumados com Final Fantasy ou jogaram apenas as versões de RPG de turnos, o jogo poderá ser um pouco estranho no início, mas nada que comprometerá a experiência com o game. Por ser uma repaginada da versão de PSP, confesso que me surpreendi muito positivamente quanto ao gameplay. Tanto pelas mecânicas aprimoradas, como o DMW, quanto com as telas de carregamento. Sim, os carregamentos existem e são excessivos, porém, são bem rápidos.

Como o jogo teve sua jogabilidade retrabalhada e aperfeiçoada, logo de cara é possível sentir a movimentação menos travada. Agora, nós temos um botão próprio para combate, além de podermos correr enquanto exploramos. Ao entrar em modo batalha, o sistema é semelhante ao modelo de turnos, criando uma área de combate onde o jogador poderá tentar fugir ou lutar e vencer os inimigos, mas deixando-o livre para andar e montar a sua melhor estratégia. Vale lembrar que o jogo conta com um vasto tutorial e explicações de tudo e mais um pouco, tornando-o bem mais acessível.

Ser herói é muito mais do que apenas lutar, é resistir ao combate.

DMW – Digital Mind Wave

O DMW funciona como uma máquina de cassino, onde vemos três figuras e elas poderão ser combinadas para gerar algum aprimoramento ou poder especial. Conforme estamos batalhando, as figuras ficarão girando e poderão conceder auxílios de personagens (aumento temporário da força, poder especial, etc) e serão potencialmente aumentadas conforme ganhamos maior vínculo com o personagem em questão. São diversos personagens e cada um com sua respectiva habilidade. Na versão original, ao obtermos a vantagem do DMW, ela era utilizada automaticamente. Agora, é possível escolher o momento em que utilizaremos, possibilitando a manter a nossa estratégia e somente utilizar se for necessário. No começo pode parecer bem confuso, mas basta ler sobre a função no menu para compreender do que se trata.

Lendo o tutorial (mentira. Mas que combinou, combinou!).

Missões da Shinra e Aprimoramentos

As missões da Shinra fazem parte dos objetivos secundários e funcionam como uma outra campanha. Elas são divididas em capítulos e cada capítulo com suas respectivas tarefas. Ao completá-las, o jogador será recompensado com algum item ou matéria e pontos de experiência para passar de nível. Infelizmente elas poderão se tornar repetitivas, já que não possui uma vasta variedade de objetivos, nem locais onde essas missões ocorrem. Para fazer essas missões, basta acessá-las no menu ou através do ponto de salvamento. Eu investi um bom tempo nessas missões, porque poderia chegar nas missões principais com maiores níveis e habilidades.

Uma batalha em missão da Shinra e a “roleta” DMW em ação.

Os aprimoramentos acontecem através do uso das matérias. As matérias são concedidas ao vencer batalhas, poderão ser adquiridas na loja ou missões de modo geral. Podemos equipá-las para aumentar nossos poderes (consome nossa barra de magia) ou para deixar Zack mais forte. A parte mais interessante dessa mecânica é a possibilidade de o jogador testar inúmeras combinações e ver qual mais lhe agradará.

Matéria adquirida com sucesso (em missão).

Exploração

Crisis Core, mesmo sendo um jogo originalmente de PSP, tenta implementar uma mecânica de exploração. Nesses momentos, fora de missão, poderemos encontrar pessoas (ou bonecos quase que totalmente inexpressivos) com objetivos secundários para o nosso grande Zack realizar. De modo geral, esses momentos de exploração agregam e é possível perceber que, mesmo para o portátil, a Square tentou entregar algo bacana. Visualmente, a nova versão está sensacional.

Observando o céu pelo PSP.
Observando o céu na nova versão.
Pelo menos estão bonitinhos.

Os lugares que visitamos em missão são bem trabalhados, mesmo que a estrutura da ambientação esteja datada. Cada lugar foi graficamente refeito e até mesmo sofreu uma repaginada nas animações das cinemáticas. Pelo que temos na remasterização, percebe-se que é uma versão mais baixo orçamento da Square e de um jogo de portátil, mas entrega muito mais do que uma simples remasterização.

Vai dizer que isso aqui não tá um show?

Dublagem e Legendas

Uma novidade sensacional que foi implementada nessa nova versão é a da dublagem nos momentos de conversas. Como assim? Bom, RPGs costumam a ter momentos de interação com outros personagens durante a exploração. Nesses momentos, é comum que seja uma conversa apenas textual e com pequenas animações do NPC, ou seja, há uma ausência de voz. Agora, foram adicionados diversos diálogos extras que não tínhamos anteriormente. A dublagem está muito bem-feita, tanto a versão inglesa quanto a japonesa, e entrega bem toda a emoção da trama. Arrisco dizer que poderá mexer até com os menos sentimentais. Infelizmente o jogo não recebeu legendas em português, o que é uma grande pena, uma vez que FFVII possui legendas e a sua história é uma das melhores dentro do universo de Final Fantasy.

Trilha Sonora e Efeitos Sonoros

As músicas de Final Fantasy sempre são fenomenais. Em Crisis Core, a coisa não é diferente. As músicas trazem uma emoção em todos os momentos em que aparece. Está em modo combate? Adrenalina vai a mil. Está em uma situação triste? Melancolia não faltará. De maneira geral, a trilha é digna de ser inserida na sua playlist e ouvi-la em outros momentos. Parabéns aos envolvidos!

Na questão dos efeitos sonoros, a situação é a mesma. Tudo muito bem trabalhado e, aparentemente, retrabalhado. Os sons ambientes são interessantes e os em combate são frenéticos e contagiantes. Existe apenas um som que se tornou repetitivo para mim: encerramentos de combates. Como as batalhas são frequentes, ao finalizá-la, temos um som de conclusão. Após horas e horas de gameplay, confesso que fiquei um pouco incomodado, mas isso é apenas uma questão isolada do meu gosto pessoal.

Problemas e Bugs

Como joguei a versão de Switch, confesso que joguei esperando encontrar problemas. No final, o jogo me surpreendeu demais. Está muito bem otimizado e fluído. Tive apenas três momentos com quedas de quadros e foram em momentos com muita coisa acontecendo na tela (incluindo explosões). Apesar de o gráfico estar visivelmente serrilhado em determinados pontos, a performance é muito satisfatória e agradável. Quanto aos bugs, uma enorme felicidade por não os vivenciar em momento algum durante todas as minhas horas de gameplay.

Conclusão

Crisis Core -Final Fantasy VII- Reunion é uma surpresa agradável para todos os fãs de Final Fantasy e ainda servirá como porta de entrada para novos jogadores. Por se tratar de um jogo de portátil repaginado, é normal ficarmos com o pé atrás e recebê-lo com um certo preconceito. Embora fosse um receio real, ainda mais sabendo da qualidade que alguns jogos remasterizados possuem, CCFFVII-Reunion é um feito a ser aplaudido. O jogo consegue te fazer esquecer em diversos momentos de que se trata apenas de uma remasterização e não é algo completamente novo. Para quem gosta de FF e já jogou FFVII, este é um título obrigatório. Pode até possuir momentos em seu gameplay que estão datados e não teve o privilégio de envelhecer bem, porém, seus acréscimos e melhorias fazem jus a qualidade da série e está mais do que recomendado. (Você, fã saudosista, que acha que a versão original é melhor sem nem ter jogado a nova, dá uma chance e comprove).

Pontos Positivos

Mecânicas aprimoradas
Repaginada Gráfica
Trilha Sonora
História emocionante
Tutorial bastante acessível

Pontos Negativos

Gameplay datado
Missões repetitivas
Pouca variedade de ambientes em missões secundárias

Avaliação:
Gráficos: 10.0
Diversão: 8.0
Jogabilidade: 9.0
Trilha Sonora e Efeitos Sonoros: 8.0
Performance e Otimização: 10.0
NOTA FINAL: 9.0 / 10.0

*Essa análise foi produzida a partir de uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Square Enix.

*Deixe nos comentários a sua opinião sobre a análise, uma crítica ou informações extras.

*Para acessar as minhas redes sociais, basta clicar nos botões abaixo:

Deixe o seu comentário abaixo (via Facebook):