Análise (Review) de Glyph

12 de outubro de 2023 Off Por Olivia Marinho
FICHA DO JOGO:
Lançamento: 1 de fevereiro de 2021(Switch)
Jogadores: 1 jogador
Gênero: Puzzle, Plataforma
Desenvolvedora: Bolverk Games
Publicadora: Bolverk Games
Idiomas disponíveis: Inglês, Alemão, Dinamarquês
Plataformas: Nintendo Switch, PC – Computador
Classificação Indicativa: Livre

Versão do jogo analisada: Nintendo Switch

APRESENTAÇÃO

A humanidade acabou. Não existem mais pessoas que exploram e desvendam coisas novas… Tudo se desfez ou morreu. O que resta no mundo é apenas areia, rochas e memórias de um antigo tempo que nem parece mais fazer sentido. Nesse cenário imerso numa sensação de solidão imensa, encontramos a imagem de um ser de aparência metálica e dourada, invocado por um semelhante: um besouro.

Esse insetinho sem memórias, sem motivações e desprendido de qualquer conexão real com o ambiente ao seu redor é chamado para uma missão: coletar relíquias e artefatos que possam talvez contar o que aconteceu ali. O que se sabe é uma tragédia: o solo está podre é letal tocar nele e precisa ser curado. A Terra precisa voltar a viver.

É um cenário de pós-pós-apocalipse, ou seja, onde tudo já acabou e vemos o que acontece depois disso. Temos o inicio do fim, o fim, e o que vem depois dele. Nesse epílogo, precisaremos lidar com uma estória muito bem enrolada em suas mecânicas de funcionamento, quase como se fossem uma coisa só.

“Glyph” é um puzzle de plataformas, produzido pela “Bolverk Games”, uma startup da Dinamarca que produz jogos em VR, desde 2015 (o título pode ser jogado em realidade virtual, mas hoje analisaremos sua versão de Switch). Começou pequena, mas tem crescido muito bem, tendo um título tão inventivo e inovador como este aqui.

Ouso dizer que é um dos puzzles que mais tem me chamado atenção, já que o mercado tem se resumido a enigmas ou uma única mecânica específica e repetitiva. O diferencial aqui é que para uma experiência que aparentemente vai ser resolução tranquila de problemas para passar de uma fase, vira um desafio extremamente tenso e empolgante.

ASPECTOS TÉCNICOS

A jogabilidade de Glyph se baseia em uma física mais realista. O personagem principal possui peso e inércia. Isso implica dizer que um pulo pode ser alto demais ou baixo demais dependendo do lugar, e que você não pode simplesmente mover o controle para frente sem tentar “frear” um pouco a movimentação. E como dito anteriormente, o chão é mortal, você só pode tocar no que estiver sobre o solo.

Isso pode causar certo desconforto aqueles mais acostumados a tanta fantasia embutida na jogabilidade que tudo é muito plástico e desprendido da realidade, sem impacto. Contudo, é possível se acostumar muito facilmente, principalmente devido ao tutorial bastante amigável.

Existe uma necessidade de precisão e destreza bem elevadas para que seja possível cumprir os mais de 80 níveis, que também podem ser jogados novamente para uma exploração maior. 

Cada local é lindo. São paisagens de areia e pedra que conseguem ser simples e entregar muito mais do que poderia se esperar. As vistas se misturam às luzes da noite ou do entardecer ao fundo. Vemos luzes neon e o barulho do silêncio sendo ocasionalmente quebrado pela trilha de efeitos extremamente satisfatória.

Os cenários são enormes e a ambientação é magnífica, com gráficos bons que ornam com a proposta de apresentação e estética. Cada ambiente requer vista minuciosa a todos os detalhes. Um dos mais de 100 segredos escondidos podem passar despercebidos de quem não conseguir aprender a manusear os analógicos. São passagens secretas e bônus escondidos nos lugares mais impossíveis. Às vezes até embaixo de uma plataforma ou num local tão perigoso quanto.

É possível se mover em todas as direções possíveis e impossíveis. Por se tratar de um jogo em 3D, a movimentação da câmera acaba afetando o gameplay, pedindo mais foco e concentração dos jogadores mais ávidos por velocidade. 

Apesar da dificuldade, as recompensas dentro do jogo são ótimas. Sem pagamentos extras é possível desbloquear 30 skins diferentes, e também rastros que o personagem deixa ao se mexer, que fazem o besouro em formato de bolinha mudar de cor, luz e até mesmo de forma, como a de um fantasminha ou até uma tartaruga com balões amarrados. É um jogo sério,mas não significa que não possa tirar risos e sorrisos.

Conforme as fases avançam, a necessidade de brincar cada vez mais com a física e até mesmo se arriscar sem medo se tornam um hábito. Principalmente porque algumas fases devem ser completadas em tempos específicos para que se possa conseguir uma pontuação melhor (aqui marcada com diamantes). 

Glyph consegue cativar em sua simplicidade. Tenta pelo mínimo e executa com o máximo de eficácia. Bugs não foram encontrados. Tive um gameplay longo e no máximo apenas a câmera dificultou a jornada, algumas vezes. Contudo, é possível se acostumar e sentir que isso deixa de ser um fardo.

PONTOS POSITIVOS

  • Muitas horas de gameplay;
  • Trilha sonora e ambientação relaxantes;
  • Mecânica inventiva.

PONTOS NEGATIVOS

  • Preço muito alto em comparação a versão de computador (mais que o dobro);
  • Há uma possibilidade dos controles frustrarem os jogadores mais ansiosos por uma jogabilidade mais amigável;
  • Câmera confusa.

CONCLUSÃO

Ainda que o gênero de jogos de quebra-cabeça seja nichado, Glyph consegue ser um pouco mais universal. Senti que estava jogando um jogo de ação e reação em flash player em algum site esquisito (isso é um elogio).

Causou uma sensação gostosa de nostalgia. Quase como se eu tivesse 10 anos e tivesse que conectar meu modem no PC pra jogar algumas horas de infinitos jogos na internet; ou então, comprar um CD com 100 títulos em flash e unity que iriam me render risos e alegrias com algo tão simples como “jogar videogame”.

Faltam mais “Glyphs” no mercado, mais jogos apaixonantes feitos por gente apaixonada pelo que faz e que vai fazer de tudo para transmitir toda essa sensação inebriante através de uma telinha. 

As críticas nos pontos negativos foram mais uma questão técnica do que de experiência em si. E por mais incrível ou ruim que um jogo possa ser, se ele não causar divertimento e nem alegria, então não vale a pena jogar. Glyph vale cada segundinho.

AVALIAÇÃO:
Gráficos: 10.0
Diversão: 10.0
Jogabilidade: 10.0
Som: 10.0
Performance e otimização: 10.0

NOTA FINAL: 10.0

Confira o trailer do jogo:


Essa análise foi produzida a partir de uma cópia (cedida pela produtora do jogo).

Deixe o seu comentário abaixo (via Facebook):