Análise (Review) de Murderous Muses

12 de outubro de 2023 Off Por Markus Leite
FICHA DO JOGO:
Lançamento: 11 de abril de 2023
Jogadores: 1 jogador
Gênero: Aventura, Puzzle.
Desenvolvedora: D’Avekki Studios Limited
Publicadora: D’Avekki Studios Limited
Idiomas disponíveis: Alemão, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano.
Disponível nas plataformas: PC – Computador (Windows, Linux, Mac), Nintendo Switch, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X|S.
Classificação Indicativa: 14 anos – Conteúdo Sexual, Drogas, Violência.
Versão do jogo analisada: Versão americana para PlayStation 5.

Aqui, em “Murderous Muses”, somos transportados para um espaço onde a arte e o crime colidem de uma maneira que é simultaneamente fascinante e perturbadora. A galeria, com suas paredes adornadas com retratos que são tanto belos quanto inquietantes, torna-se o nosso playground e o nosso campo de batalha, onde cada olhar, cada sombra, e cada cor pode ser tanto uma pista quanto uma distração. A morte do artista, Mordechai Grey, é o nosso ponto de partida, mas à medida que nos aprofundamos nos corredores da galeria, percebemos que este não é apenas um caso de quem fez isso, mas um enigma que nos pede para explorar os recantos mais profundos da psique humana.

A galeria torna-se um personagem em si, suas paredes sussurrando segredos e seus corredores ecoando com os ecos de paixões passadas, invejas e traições. Cada retrato, cada rosto pintado, nos oferece um vislumbre de uma alma, uma janela para as complexidades e contradições dos suspeitos que agora se tornam o foco de nossa investigação. E enquanto exploramos, enquanto sondamos, somos também confrontados com nossas próprias percepções e preconceitos, pois “Murderous Muses” não é apenas um jogo sobre a descoberta da verdade, mas também sobre como essa verdade é moldada e distorcida por nossa própria interpretação.

A liberdade que nos é dada para explorar, para deduzir, e para finalmente acusar é tanto empoderadora quanto aterrorizante. Em um mundo onde cada detalhe pode ser uma chave para desbloquear o mistério, somos também confrontados com a paralisante indecisão que vem com o medo de estar errado. E é aqui que “Murderous Muses” brilha, pois não é apenas um jogo de mistério, mas uma experiência que nos pede para confiar em nossos instintos, para abraçar a incerteza e para encontrar a nossa própria verdade em meio a uma teia de mentiras e meias-verdades.

Mecânicas e Jogabilidade

A exploração das mecânicas e jogabilidade de “Murderous Muses” nos conduz por um labirinto meticulosamente construído de intriga e dedução. O jogo, em sua essência, é uma experiência profundamente imersiva que se entrelaça com a arte da investigação, proporcionando um terreno fértil para os entusiastas do gênero de mistério e detetive. A jogabilidade não é apenas um veículo para a narrativa, mas uma entidade que, por si só, é intrincada e multifacetada, oferecendo uma experiência que é tanto desafiadora quanto envolvente.

A estrutura fundamental da jogabilidade é centrada em torno da exploração livre e da dedução lógica. Os jogadores são imersos em um ambiente ricamente detalhado, onde cada elemento, desde os retratos até os objetos mais aparentemente insignificantes, pode conter a chave para desvendar os mistérios que permeiam a narrativa. A liberdade concedida aos jogadores para explorar, interagir e deduzir é notável, permitindo uma abordagem não linear que é tão libertadora quanto é complexa.

A interação com os retratos e os suspeitos é uma mecânica central que é habilmente entrelaçada com a narrativa. Cada retrato não é apenas uma imagem estática, mas uma janela para uma alma, um portal para uma história que aguarda ser descoberta e explorada. Os diálogos e interações com esses retratos são cruciais, proporcionando pistas, revelando segredos e, às vezes, lançando mais mistérios no caldeirão já borbulhante de enigmas.

A mecânica de acusação é particularmente digna de nota, pois adiciona uma camada adicional de profundidade e urgência à jogabilidade. Os jogadores devem pesar cada pedaço de evidência, cada fragmento de informação, e fazer uma escolha que pode ter ramificações significativas. Esta não é uma escolha a ser tomada de ânimo leve, pois uma acusação errada pode não apenas permitir que o verdadeiro culpado escape, mas também lançar uma sombra sobre a integridade do jogador como detetive.

A integração de pistas e evidências na jogabilidade também é executada com uma mão habilidosa. Os jogadores são incentivados a explorar, a questionar e a sondar, com cada pista descoberta e cada pedaço de evidência desenterrado servindo como uma peça do quebra-cabeça. Não há uma solução única ou um caminho predeterminado a seguir, e os jogadores devem confiar em sua própria lógica e intuição para navegar pelo mar de mistério e decepção.

“Murderous Muses” se destaca por oferecer uma jogabilidade que se entrelaça profundamente com sua narrativa misteriosa e envolvente. A essência do jogo reside em sua habilidade de fundir a exploração meticulosa com a dedução lógica, proporcionando uma experiência que é tanto um desafio intelectual quanto uma aventura intrigante.

A jogabilidade é centrada em torno da exploração de uma galeria de arte, onde cada retrato, cada objeto e cada sombra pode conter pistas vitais para desvendar os mistérios que permeiam a trama. Os jogadores são incentivados a explorar livremente, a observar atentamente e a fazer perguntas, enquanto navegam por um ambiente ricamente detalhado e atmosférico. A galeria, com seus retratos e suas sombras, torna-se um personagem em si, um espaço onde os segredos são guardados e as verdades são veladas.

Interagir com os retratos e os personagens é uma parte fundamental da jogabilidade. Cada retrato oferece mais do que apenas uma face ou uma imagem; eles são janelas para as histórias, personalidades e possíveis motivos dos suspeitos. Os diálogos são cruciais, e cada conversa pode revelar pistas, desbloquear novos caminhos e, às vezes, apresentar mais perguntas do que respostas.

A mecânica de dedução e acusação também é um elemento central na jogabilidade de “Murderous Muses”. Os jogadores são desafiados a reunir pistas, formular teorias e, eventualmente, fazer acusações. No entanto, acusar não é um ato a ser tomado de ânimo leve. Uma acusação precipitada ou mal fundamentada pode ter consequências, e os jogadores são incentivados a ponderar cuidadosamente suas decisões, equilibrando a busca pela verdade com a necessidade de justiça.

A liberdade oferecida aos jogadores é notável, permitindo uma exploração e dedução não lineares. Não há um único caminho “correto” a ser seguido, e os jogadores podem chegar à conclusão de várias maneiras diferentes. Esta liberdade não apenas enriquece a experiência de jogo, mas também aumenta a rejogabilidade, pois cada jogada pode revelar novos segredos, novas pistas e novas verdades.

Gráficos

Visualmente, o jogo é uma obra de arte em si mesmo, com cada cena e retrato exalando uma estética que é simultaneamente encantadora e sinistra. Os ambientes são ricos em detalhes e atmosfera, criando um cenário que é tão envolvente quanto a própria investigação. Os retratos, em particular, são uma mistura fascinante de beleza e melancolia, cada um contando sua própria história silenciosa que é tão crucial para desvendar o mistério quanto as palavras faladas.

Som

A trilha sonora e os efeitos sonoros de “Murderous Muses” são um personagem por si só, tecendo uma atmosfera que é ao mesmo tempo elegante e inquietante. Os diálogos, os sussurros ocultos nas sombras da galeria, e a música sutil, mas penetrante, criam uma experiência auditiva que eleva a tensão e enriquece a narrativa.

Diversão

A diversão aqui é derivada da satisfação de juntar as peças do quebra-cabeça, de explorar cada canto da galeria e de se perder nas profundezas dos mistérios que ela abriga. A liberdade de explorar e deduzir à vontade, juntamente com a natureza procedural do jogo, oferece uma experiência que é tanto desafiadora quanto imensamente recompensadora.

Performance e Otimização

“Murderous Muses” opera de maneira suave e eficiente, com tempos de carregamento mínimos e uma experiência de usuário intuitiva que permite que os jogadores se concentrem totalmente na investigação em mãos. A otimização é bem executada, garantindo que a imersão não seja quebrada por problemas técnicos ou de desempenho.

Conclusão

E assim, ao nos aventurarmos pelos corredores sombrios e misteriosos de “Murderous Muses”, encontramo-nos imersos em uma tapeçaria de mistério e intriga que vai muito além de um simples “quem fez isso”. Este não é apenas um jogo, mas uma experiência que nos desafia a olhar além das aparências, a questionar nossas próprias percepções e a mergulhar nas profundezas da psique humana em busca de respostas que são tão complexas quanto o próprio enigma que procuramos resolver.

Murderous Muses não é apenas um título que nos pede para resolver um crime, mas para entender o que leva alguém a cometer tal ato em primeiro lugar. Cada retrato, cada suspeito, nos oferece um vislumbre de uma alma, uma janela para as complexidades e contradições do espírito humano. E enquanto exploramos, enquanto sondamos, somos também confrontados com nossas próprias sombras, nossos próprios demônios e dúvidas. O jogo não apenas nos desafia a resolver um mistério, mas também a enfrentar as complexidades e contradições de nossa própria natureza.

A liberdade que nos é dada para explorar, para deduzir, e para acusar é uma espada de dois gumes, oferecendo-nos tanto a empolgação da descoberta quanto o peso da dúvida e da incerteza. Em um mundo onde cada detalhe pode ser uma pista e cada sombra pode esconder um segredo, somos tanto os detetives quanto os suspeitos, buscando a verdade enquanto somos constantemente questionados sobre nossas próprias crenças e preconceitos.

A beleza e a tragédia de “Murderous Muses” residem em sua habilidade de nos fazer questionar, de nos fazer duvidar e, finalmente, de nos fazer perceber que a verdade é muitas vezes uma questão de perspectiva. O jogo não nos oferece respostas fáceis, mas sim um espelho que reflete não apenas os rostos dos suspeitos, mas também nossas próprias faces, nossas próprias dúvidas e certezas. E é essa complexidade, essa recusa em simplificar o complexo e o contraditório, que faz deste título uma obra-prima do gênero de mistério.

Concluindo, Murderous Muses é uma experiência que é tanto uma homenagem ao gênero de mistério quanto uma adição valiosa a ele. Com sua jogabilidade aberta, gráficos encantadores, som envolvente, e uma narrativa que é ao mesmo tempo cativante e desafiadora, este é um título que certamente irá encantar e desafiar os amantes de um bom mistério. É um jogo que não só é recomendado mas também celebra a arte da dedução e do storytelling.

Pontos Positivos

  • Narrativa envolvente e misteriosa
  • Gráficos artisticamente ricos e detalhados
  • Som que aprimora a atmosfera
  • Jogabilidade aberta e desafiadora
  • Boa replayabilidade devido à natureza procedural

Pontos Negativos

  • Pode ser um pouco opressor para jogadores que preferem uma estrutura mais guiada
  • Alguns puzzles podem ser excessivamente desafiadores para alguns jogadores

Avaliação:
Gráficos: 9.0
Diversão: 8.5
Jogabilidade: 8.0
Som: 9.0
Performance e Otimização: 8.5
NOTA FINAL: 8.6 / 10.0

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