My Time at Sandrock – Análise (Review)

My Time at Sandrock – Análise (Review)

22 de março de 2024 Off Por Markus Norat
FICHA DO JOGO:
Lançamento: 02 de novembro de 2023
Jogadores: 01 jogador
Gênero: Aventura, Casual, Indie, RPG, Simulação.
Desenvolvedora: Pathea Games
Publicadora: DMM Games, Pathea Games, PM Studios
Idiomas disponíveis: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Japonês, Português, Russo.
Disponível nas plataformas: PC – Computador (Windows), Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series X|S.
Classificação Indicativa: Livre – Indicado para todas as idades.
Versão do jogo analisada: Versão americana para PlayStation 5.

Desde o momento em que embarquei na aventura que é My Time at Sandrock, sabia que estava prestes a viver uma experiência singular. Desde a primeira vez (há alguns milhares de anos) que eu joguei SimCity no Super Nintendo e The Sims no PC, virei fã de jogos de simulação de vida, com um carinho especial pelo antecessor My Time at Portia, as minhas expectativas estavam altas, mas o que encontrei superou-as em todos os sentidos. Vamos mergulhar nesta análise detalhada de um dos jogos mais cativantes que tive o prazer de jogar nos últimos tempos.

Ambientado em um contexto pós apocalíptico, onde a humanidade se esforça para reconstruir o que foi perdido, My Time at Sandrock nos coloca na pele de um construtor encarregado de trazer esperança a uma pequena cidade desértica. Com um cenário vasto para explorar, personagens memoráveis para conhecer e uma infinidade de atividades para realizar, o jogo se desdobra como uma tapeçaria rica em detalhes e possibilidades.

Mecânicas e Jogabilidade

A essência de My Time at Sandrock reside em seu ciclo de jogabilidade profundamente satisfatório. Desde a coleta de recursos até a construção de máquinas e estruturas, cada ação contribui para o desenvolvimento da cidade e para a sua própria evolução como construtor. A diversidade de tarefas, que inclui mineração, agricultura, e até combate, embora este último apresente suas limitações, garante que sempre há algo novo para se fazer.

A interação com os habitantes de Sandrock é outro pilar da jogabilidade. Cada personagem possui sua própria história e personalidade, transformando as missões de construção e os pequenos favores em oportunidades de aprofundar laços e desvendar segredos. O sistema de relacionamento, repleto de nuances, adiciona uma camada rica à experiência, com romances e amizades que evoluem de maneira orgânica.

Gráficos

O cenário de Sandrock, com seus vastos desertos, formações rochosas imponentes e ocasional oásis verdejante, é visualmente deslumbrante. A equipe de desenvolvimento conseguiu criar uma atmosfera que, ao mesmo tempo, evoca a vastidão e o isolamento do deserto, mas também a esperança e a vitalidade de uma comunidade em reconstrução. As transições de dia para noite e as mudanças climáticas dinâmicas adicionam camadas de imersão, com sombras alongadas ao pôr do sol e tempestades de areia que ocasionalmente varrem a paisagem, oferecendo um espetáculo visual.

Os gráficos de “My Time at Sandrock” trazem uma paleta de cores vibrante que destaca a diversidade do ambiente. Cada elemento, desde os cactos espinhosos até as ruínas da antiga civilização, é renderizado com um nível de detalhe que convida à exploração. Este capricho visual estende-se à cidade de Sandrock, onde edifícios em estilo western, máquinas a vapor e construções futuristas convivem harmoniosamente, refletindo a mistura única de passado, presente e futuro que caracteriza o jogo.

Além da paisagem e da arquitetura, o design dos personagens é outro ponto alto dos gráficos. Cada habitante de Sandrock possui uma aparência única, com expressões faciais animadas e vestimentas que refletem suas personalidades e histórias de vida. A interação com eles é enriquecida por animações fluidas que transmitem emoções e enfatizam o caráter vibrante da comunidade.

Entretanto, nem tudo é perfeito. Em alguns momentos, encontrei pequenos problemas técnicos, como pop-ins e texturas que demoram a carregar, especialmente ao explorar áreas mais densas do mapa ou em transições rápidas entre diferentes locais. Embora esses contratempos não comprometam significativamente a experiência geral, eles são lembretes pontuais de que o deserto de Sandrock ainda tem seus mistérios técnicos a serem polidos.

Som

A trilha sonora de My Time at Sandrock acompanha perfeitamente a atmosfera do jogo, com melodias que evocam a serenidade e o mistério do deserto. Os efeitos sonoros, desde o barulho das máquinas até os sons da natureza, imergem o jogador ainda mais no mundo. Embora a atuação de voz seja variável, com algumas performances mais convincentes do que outras, ela adiciona uma camada de autenticidade às interações com os personagens.

Diversão

O verdadeiro teste de qualquer jogo é o quão divertido ele é, e My Time at Sandrock passa com louvor. Há uma alegria genuína em cada descoberta, seja um novo recurso, uma área secreta ou um pedaço da história de um personagem. A liberdade de escolher como passar os dias, seja focando na construção, na exploração ou nas relações sociais, garante que cada jogador possa criar sua própria experiência única e gratificante.

Sem sombra de dúvidas, My Time at Sandrock é um daqueles jogos que cativam e mantêm o jogador engajado por horas a fio, oferecendo uma experiência profundamente divertida e satisfatória. Desde o início da minha jornada neste vibrante mundo pós apocalíptico, fui sugado para dentro de uma rotina de construção, exploração e interação que raramente encontrou momentos de monotonia ou tédio.

O que torna My Time at Sandrock especialmente divertido é o seu ciclo de jogabilidade ricamente projetado. A cada novo dia no jogo, eu estava empolgado para planejar minhas atividades, seja avançando nas missões principais, buscando recursos, aprimorando minhas máquinas ou construindo estruturas que beneficiam tanto a mim quanto aos cidadãos de Sandrock. A sensação de progresso é palpável, observar as melhorias na cidade e no meu próprio lote, e isso é incrivelmente gratificante.

Além disso, a complexidade e a diversidade das mecânicas de jogo adicionam uma camada de estratégia que enriquece a experiência. Decidir quais recursos priorizar, que partes da cidade restaurar primeiro ou como otimizar a produção em minha oficina são decisões que exigem reflexão e planejamento. Isso, combinado com o sistema de comércio e as missões diárias, garante que sempre haja objetivos a alcançar e recompensas a obter.

A interação com os personagens de Sandrock é outro elemento que contribui grandemente para a diversão. Desenvolver relacionamentos, participar de eventos sociais e desvendar as histórias pessoais dos habitantes da cidade são atividades que me proporcionaram muitos momentos memoráveis. Cada personagem é único, com suas próprias personalidades, desejos e problemas, fazendo com que cada interação se sinta significativa.

Por outro lado, embora o sistema de combate não seja o foco principal do game, e possa parecer um pouco desajeitado ou subdesenvolvido em comparação com outros aspectos do jogo, ele ainda oferece uma mudança de ritmo bem-vinda. Enfrentar as criaturas do deserto ou explorar ruínas perigosas adiciona um elemento de aventura e risco que complementa bem a rotina de construção e gerenciamento.

No entanto, é importante mencionar que, apesar da boa dose de diversão proporcionada, o jogo não está livre de problemas técnicos, que em alguns momentos (mesmo que raros) podem atrapalhar a experiência. Mas, no geral, essas questões não foram suficientes para diminuir significativamente o meu prazer em jogar.

Performance e Otimização

Jogando My Time at Sandrock, não pude deixar de notar alguns aspectos relacionados à performance e otimização que impactaram, em certos momentos, minha imersão nesse vibrante mundo desértico. Embora o jogo brilhe em muitas áreas, essas questões de otimização merecem ser destacadas para que futuros jogadores saibam o que podem esperar e para que os desenvolvedores possam direcionar melhorias em atualizações futuras.

Desde o início, um dos problemas mais evidentes foi o pop-in de texturas e objetos. Ao explorar as vastas paisagens de Sandrock, objetos, NPCs e até edificações inteiras apareciam repentinamente no meu campo de visão, quebrando a fluidez da exploração. Embora isso seja comum em jogos de mundo aberto, a frequência com que ocorreu foi notável, especialmente quando viajava rapidamente através de diferentes áreas do mapa.

Além disso, encontrei questões relacionadas à taxa de quadros por segundo (fps). Em áreas densamente povoadas ou durante eventos com muitos elementos em tela, como festivais ou grandes reuniões de NPCs, a performance sofria quedas significativas de fps, resultando em um gameplay menos fluido. Essas desacelerações não eram constantes, mas quando ocorriam, tornavam a experiência menos agradável.

Os tempos de carregamento também apresentaram uma inconsistência que merece ser mencionada. Embora em alguns momentos o jogo carregasse áreas novas rapidamente, em outros, enfrentei tempos de espera prolongados, especialmente ao entrar em edificações ou iniciar sessões de mineração. Essas pausas no ritmo do jogo afetavam o dinamismo da jogabilidade, especialmente quando eu estava imerso em sequências de tarefas ou exploração.

Outro aspecto que capturou minha atenção foi a ocorrência de bugs e glitches. Enquanto muitos eram menores e mais uma peculiaridade do que um problema — como NPCs agindo de maneira inesperada ou pequenos objetos flutuando acima do solo —, outros eram mais disruptivos. Em raras ocasiões, encontrei-me incapaz de interagir com certos objetos ou completar tarefas devido a esses bugs, exigindo que eu reiniciasse o jogo para resolver a situação.

Finalmente, a interface do usuário (UI) e a experiência do usuário (UX) em certas partes do jogo pareciam necessitar de refinamento adicional para melhorar a navegação e a interação. Embora o design geral da UI seja intuitivo, em momentos de gestão intensiva de recursos ou durante a construção, senti falta de uma organização mais eficiente que pudesse facilitar o acesso e a visualização das informações necessárias.

Embora My Time at Sandrock ofereça uma experiência de jogo rica e envolvente, essas questões de performance e otimização são aspectos que, se abordados, poderiam elevar ainda mais a qualidade do título. Confio que, com o tempo e o feedback da comunidade, os desenvolvedores continuarão a polir e otimizar o jogo, melhorando esses aspectos técnicos para garantir que os jogadores possam desfrutar plenamente da beleza e profundidade de Sandrock sem interrupções.

Conclusão

My Time at Sandrock é uma jornada inesquecível que cativa desde o primeiro momento. Com uma jogabilidade rica, um mundo belamente construído e uma comunidade de personagens bem construída e adequada com a proposta do game, oferece uma experiência profundamente satisfatória e diversificada. Apesar de alguns problemas técnicos e um sistema de combate que poderia ser mais elaborado, o jogo se destaca como uma obra-prima no gênero de simulação de vida. Recomendo-o calorosamente a qualquer pessoa que procure uma experiência envolvente, que desafia tanto a criatividade quanto o coração.

My Time at Sandrock é, sem dúvida, um jogo que recomendo fortemente. É uma obra que transcende o simples entretenimento, tocando o coração e despertando a imaginação. Se você procura por uma aventura que ofereça mais do que meros desafios e recompensas, mas sim uma jornada enriquecedora e memorável, este é o jogo para você. Envolva-se, explore, construa e, acima de tudo, viva a vida que você escolher em Sandrock. Uma coisa é certa: seja qual for o caminho que você trilhar, será uma experiência inesquecível.

Pontos Positivos:

  • Ciclo de Jogabilidade Rico: A profunda integração entre coleta, construção, e interação social cria um ciclo de jogabilidade envolvente e variado.
  • Mundo Vibrante e Detalhado: O design visual do jogo é deslumbrante, com um mundo rico em cores e detalhes que convidam à exploração.
  • Personagens Memoráveis: A diversidade e profundidade dos habitantes de Sandrock adicionam uma camada rica de narrativa e emoção ao jogo.
  • Liberdade de Escolha: A ampla gama de atividades e a liberdade para abordá-las conforme o desejo do jogador garantem uma experiência personalizada e diversificada.

Pontos Negativos:

  • Combate Subdesenvolvido: O sistema de combate é básico e menos envolvente em comparação com outros aspectos do jogo.
  • Problemas Técnicos: Bugs ocasionais e problemas de otimização podem interromper a imersão, embora sejam geralmente menores.

Avaliação:
Gráficos: 9.0 – O jogo brilha com seu visual cativante e atenção aos detalhes.
Diversão: 9.5 – Poucos jogos oferecem uma experiência tão rica e variada, garantindo horas de diversão.
Jogabilidade: 8.5 – Com uma exceção feita para o combate, a jogabilidade é envolvente e satisfatória.
Som: 8.0 – Uma trilha sonora encantadora e efeitos sonoros imersivos, apesar de uma atuação de voz variável.
Performance e Otimização: 7.5 – Problemas técnicos e de otimização marcam pontos negativos, mas não comprometem a experiência como um todo.
NOTA FINAL: 8.5 / 10.0

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