Black Myth: Wukong – Análise (Review) – Épico e envolvente!

Black Myth: Wukong – Análise (Review) – Épico e envolvente!

16 de agosto de 2024 Off Por Samuel Hardman

Desde o momento em que Black Myth: Wukong foi revelado ao mundo, ele chamou minha atenção de uma forma que poucos jogos conseguem. Confesso que fiquei ansioso para ver se todo o hype gerado pelos trailers iniciais, que apresentavam gráficos de cair o queixo e um combate fluido, seria realmente justificado. Agora, após passar horas e horas imerso na pele do Predestinado, percorrendo florestas, templos e desertos cheios de desafios, posso finalmente dizer que Black Myth: Wukong não é apenas um jogo, mas uma experiência épica que resgata a grandiosidade da mitologia chinesa, ao mesmo tempo em que traz inovações e desafios únicos para o gênero dos RPGs de ação.

Black Myth: Wukong é baseado na clássica obra da literatura chinesa “Jornada para o Oeste”, uma história que já inspirou inúmeras adaptações em diferentes mídias, desde animes até filmes e jogos. No entanto, o que diferencia Black Myth: Wukong é a sua abordagem única e o cuidado minucioso que o estúdio Game Science teve ao trazer à vida esse conto lendário. O jogo nos coloca na pele do Predestinado, um misterioso macaco que, à medida que avança em sua jornada, se vê cada vez mais envolvido na busca por respostas sobre seu próprio passado e a relação com a lenda do Rei Macaco, Sun Wukong.

Desde o momento em que assumi o controle do Predestinado, fiquei impressionado com a riqueza dos detalhes visuais e a fluidez dos movimentos. Black Myth: Wukong me deu a sensação de estar participando de uma história épica, onde cada passo era acompanhado por paisagens deslumbrantes e inimigos desafiadores. A estrutura do jogo, dividida em capítulos, cada um com sua própria ambientação e história, contribui para a sensação de estar em uma verdadeira jornada, com momentos de alta tensão seguidos por momentos de contemplação e exploração.

Mecânicas e Jogabilidade: Uma dança de precisão e poder

Quando se trata de mecânicas de combate e jogabilidade, Black Myth: Wukong se destaca por apresentar um sistema que, embora remeta a jogos do gênero Soulslike, tem sua própria identidade única. O combate é rápido, exigindo reflexos apurados e uma compreensão profunda dos padrões de ataque dos inimigos. Como o Predestinado, você tem à sua disposição um conjunto de habilidades impressionantes, que vão desde o uso de um bastão mágico que pode se estender e encolher a vontade, até a capacidade de se transformar em inimigos previamente derrotados, assumindo suas habilidades e armas.

O sistema de combate é construído em torno de combos e do gerenciamento de recursos como Focus e Mana. Os ataques leves ajudam a acumular pontos de Focus, que podem ser gastos em ataques pesados devastadores. Esses ataques pesados são a chave para derrotar os inimigos mais poderosos, especialmente os chefes, que exigem que você conheça bem o timing de suas investidas e esteja pronto para esquivar no momento certo. Além disso, as magias como a habilidade de imobilizar inimigos ou criar clones de si mesmo para distrair os oponentes, são ferramentas essenciais para sobreviver aos encontros mais desafiadores.

Uma das minhas mecânicas favoritas foi a transformação. Derrotar um inimigo poderoso e ganhar a habilidade de se transformar nele para usar suas técnicas contra outros adversários é extremamente gratificante. Isso adiciona uma camada extra de estratégia ao jogo, pois você precisa decidir quando e como utilizar essas transformações, que têm uma duração limitada e oferecem uma nova barra de vida, servindo como uma segunda chance em combates mais intensos.

Entretanto, nem tudo é perfeito. Em algumas batalhas, senti que as hitboxes não eram tão precisas quanto deveriam ser, resultando em momentos frustrantes onde meus golpes simplesmente não acertavam o alvo. Além disso, o fato de não haver uma grande variedade de armas ou builds para experimentar pode ser um ponto negativo para aqueles que gostam de personalização em jogos de RPG. No entanto, essas falhas não conseguem eclipsar a satisfação geral proporcionada pelo sistema de combate.

Gráficos: Um espetáculo visual

Se há algo que Black Myth: Wukong faz de forma magistral, é impressionar visualmente. Cada cenário que explorei era um verdadeiro espetáculo, com uma riqueza de detalhes que poucas vezes vi em um jogo. Desde as densas florestas onde a luz do sol se filtra por entre as folhas, até as montanhas cobertas de neve que se estendem até onde a vista alcança, o mundo de Black Myth: Wukong é incrivelmente imersivo.

O trabalho da Game Science com o Unreal Engine 5 é algo que merece aplausos. As animações dos personagens, tanto do protagonista quanto dos inimigos, são fluídas e cheias de personalidade. A atenção aos detalhes é evidente em cada elemento do jogo, desde as texturas dos ambientes até o movimento dos pelos do Predestinado. Em diversos momentos, parei o que estava fazendo apenas para contemplar a beleza das paisagens ao meu redor.

Mas não são apenas os ambientes que impressionam. Os modelos dos personagens e criaturas, especialmente dos chefes, são incrivelmente detalhados e diversificados. Cada encontro com um novo chefe é uma experiência visual única, com criaturas que variam de dragões tradicionais chineses a monstros que parecem ter saído diretamente de pesadelos.

Os efeitos visuais das habilidades e magias também são espetaculares, com explosões de luz e energia que dão um verdadeiro show a cada combate. E ainda há os momentos especiais, como as animações estilizadas que aparecem ao final de cada capítulo, que utilizam técnicas como anime e stop-motion para contar histórias secundárias. Esses momentos são tão impressionantes que muitas vezes são os pontos altos do capítulo, trazendo uma nova perspectiva artística para o jogo.

Som: Músicas e design de som ultra imersivos

A experiência sonora de Black Myth: Wukong é tão rica quanto seus visuais. A trilha sonora, que mistura instrumentos tradicionais chineses com arranjos modernos, é simplesmente fantástica. Cada área tem sua própria música tema, que não apenas complementa o ambiente, mas também intensifica a imersão. Durante os combates mais intensos, a música se torna mais dinâmica, com tambores rítmicos e cantos que fazem o coração acelerar junto com a ação na tela.

O design de som também merece destaque. O som dos golpes, o impacto das transformações, o rugido dos chefes e até os sons mais sutis, como o farfalhar das folhas sob seus pés, são todos executados com uma qualidade que contribui significativamente para a imersão. As vozes dos personagens, especialmente quando jogadas com dublagem em chinês, trazem um autêntico sabor cultural à experiência, mesmo que, por vezes, as falas em inglês ou chinês se misturem de forma inconsistente devido a alguns bugs.

Entretanto, é preciso mencionar que o jogo sofre com alguns problemas técnicos relacionados ao som. Em alguns momentos cruciais, como durante cutscenes importantes, experimentei quedas de áudio, o que pode quebrar a imersão e dificultar a compreensão da narrativa. Esses problemas são frustrantes, especialmente em um jogo que investe tanto na sua atmosfera.

Diversão: Uma aventura desafiadora e recompensadora

Apesar de alguns tropeços, Black Myth: Wukong é, em sua essência, extremamente divertido. O desafio oferecido pelos combates, a satisfação de derrotar um chefe após várias tentativas e a exploração de um mundo tão rico e cheio de segredos fazem deste jogo uma experiência altamente recompensadora. Cada capítulo traz novos inimigos, cenários e mecânicas que mantêm a experiência fresca, evitando que o jogo caia na repetição.

O foco em chefes, que inicialmente me deixou preocupado, acabou sendo um dos pontos mais fortes do jogo. Cada batalha é única e exige que você use todas as ferramentas à sua disposição. A diversidade de chefes e a complexidade de seus padrões de ataque garantem que você nunca se sinta entediado ou sobrecarregado com a repetição. A introdução de novos elementos de jogabilidade, como as transformações e as magias, também mantém a experiência dinâmica e interessante.

No entanto, os momentos entre os chefes podem, por vezes, parecer um pouco sem direção. A exploração, embora visualmente impressionante, pode se tornar frustrante devido ao design de níveis que nem sempre é intuitivo. Os cenários são grandes, mas a falta de um mapa ou de orientações claras pode levar a um excesso de backtracking e a momentos de confusão desnecessária.

Performance e Otimização: Um desafio técnico

Infelizmente, nem tudo são flores quando se trata da performance de Black Myth: Wukong. Apesar de ser um jogo visualmente deslumbrante, ele exige muito do hardware, e até mesmo em um PC de ponta, como um com GeForce RTX 4090, encontrei vários problemas técnicos. Quedas de framerate eram comuns, especialmente em áreas com muitos efeitos de fogo ou partículas, o que pode ser um problema sério em um jogo que exige precisão e timing perfeito nos combates.

Além disso, enfrentei vários crashes durante o jogo, o que é sempre um grande ponto negativo, especialmente quando ocorre logo após derrotar um chefe difícil. Esses crashes e outros bugs técnicos, como cair através do chão ou perder a sincronização de áudio durante cutscenes importantes, atrapalham a experiência e são sinais claros de que o jogo poderia ter se beneficiado de mais tempo de polimento antes do lançamento.

Apesar desses problemas, é importante notar que o jogo é, de modo geral, jogável e muito divertido, mas esses contratempos técnicos impedem que ele atinja todo o seu potencial. Espero sinceramente que a Game Science lance patches para corrigir essas questões, porque Black Myth: Wukong tem o potencial de ser uma obra-prima se esses problemas forem resolvidos.

Conclusão: Uma experiência memorável com algumas falhas

Black Myth: Wukong é um jogo que cumpre boa parte das promessas feitas desde o seu anúncio. Ele oferece uma experiência de ação épica, com combates intensos, um mundo visualmente impressionante e uma profunda imersão na mitologia chinesa. No entanto, ele não está isento de falhas. Problemas técnicos, como quedas de framerate, crashes e bugs de áudio, juntamente com um design de níveis que pode ser confuso, impedem que o jogo alcance a perfeição.

Apesar disso, recomendo Black Myth: Wukong para qualquer fã de RPGs de ação que esteja em busca de uma experiência única e desafiadora. O jogo tem muito a oferecer, e suas qualidades superam amplamente os defeitos. Com algumas melhorias técnicas, Black Myth: Wukong tem o potencial de se tornar um dos grandes clássicos do gênero.

Pontos Positivos:

  • Gráficos espetaculares e imersivos.
  • Combate fluido e satisfatório, com mecânicas únicas.
  • Adaptação fiel e criativa da mitologia chinesa.
  • Boss fights desafiadoras e variadas.
  • Trilha sonora e design de som de alta qualidade.

Pontos Negativos:

  • Problemas técnicos, incluindo crashes e quedas de framerate.
  • Design de níveis pode ser confuso e frustrante.
  • Bugs de áudio durante cutscenes importantes.
  • Falta de variedade nas armas e builds.

Avaliação:
Gráficos: 10.0
Diversão: 10.0
Jogabilidade: 9.0
Som: 9.0
Performance e Otimização: 7.0
NOTA FINAL: 9.0 / 10.0

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