Curiosidades de The Last of Us Que Quase Ninguém Percebeu

Curiosidades de The Last of Us Que Quase Ninguém Percebeu

18 de maio de 2025 Off Por Markus Norat

Referências ocultas, decisões criativas nos bastidores e segredos de desenvolvimento que vão te surpreender

A perfeição nos detalhes

Quando The Last of Us foi lançado em 2013, a Naughty Dog entregou muito mais do que um jogo de ação e sobrevivência: ela nos apresentou um universo brutalmente realista, emocionalmente devastador e meticulosamente detalhado. Aclamado por sua narrativa, trilha sonora e mecânicas envolventes, o título rapidamente se consolidou como uma das maiores obras-primas da história dos videogames.

Mas por trás da superfície cinematográfica, escondem-se detalhes, easter eggs e decisões criativas que escapam até aos olhos mais atentos. Nesta matéria do Revolution Arena, reunimos as curiosidades mais surpreendentes de The Last of Us — segredos, bastidores e referências que só os fãs mais hardcore conseguiram captar (ou talvez nem eles). Prepare-se para descobrir um novo lado do jogo que você achava que já conhecia de cor.


1. A data do apocalipse tem significado real

O surto do fungo Cordyceps no universo do jogo começa em 26 de setembro de 2013. Coincidência? Nem tanto. Essa data foi escolhida com cuidado pela equipe da Naughty Dog, pois era o dia em que o estúdio completava 30 anos de existência. Ou seja, o fim do mundo de The Last of Us também marca um novo começo para a própria desenvolvedora — uma espécie de renascimento criativo.

Além disso, 26 de setembro passou a ser reconhecido pelos fãs como o “Outbreak Day” (hoje chamado oficialmente de “The Last of Us Day”), quando a comunidade celebra o legado da franquia todos os anos com novidades, artes e conteúdos especiais.


2. Ellie nunca foi mordida no braço… por acaso

O local da mordida de Ellie — no braço direito — foi escolhido propositalmente pela equipe de design. Além de estar em um ponto visível durante grande parte da gameplay (o que facilita a identificação visual da imunidade), o braço também carrega o canivete herdado da mãe, simbolizando proteção, memória e legado. A mordida e a arma estão lado a lado, como se a imunidade dela fosse um presente genético que carrega o espírito de sua mãe.


3. Referências a Uncharted estão espalhadas por toda parte

Como a Naughty Dog também é responsável pela série Uncharted, não poderia faltar uma dose de autoreferência. Durante a sequência inicial no apartamento de Sarah, é possível ver um pôster do jogo Jak and Daxter na parede. Mas o mais curioso é o jogo de tabuleiro “Uncharted” escondido em algumas salas da zona de quarentena de Boston — uma piscadela para os fãs atentos.

Já em The Last of Us Part II, encontramos até uma estátua de Crash Bandicoot — outro ícone do estúdio — em uma prateleira no jogo de fliperama.


4. Troy Baker e Ashley Johnson inspiraram muito mais do que as vozes

Os atores Troy Baker (Joel) e Ashley Johnson (Ellie) não apenas dublaram os protagonistas — eles participaram ativamente da construção emocional dos personagens durante as sessões de captura de movimento. Diversas falas e reações foram adaptadas em tempo real com base nas sugestões e improvisações da dupla. Um exemplo? A icônica fala de Ellie sobre seu medo de ficar sozinha (“I’m scared of ending up alone”) foi criada por Ashley Johnson durante os ensaios e imediatamente incorporada ao roteiro final.


5. O fungo Cordyceps foi inspirado em um documentário real da BBC

A ideia de transformar humanos em zumbis fúngicos parece coisa de ficção — e é. Mas o ponto de partida é completamente real. Os roteiristas Neil Druckmann e Bruce Straley tiveram a ideia do Cordyceps humano após assistirem ao documentário Planet Earth, da BBC, que mostra formigas sendo controladas por um fungo parasita.

A gravação da narração de David Attenborough, mostrando a colônia de formigas morrendo após a infecção, foi descrita por Druckmann como “assustadoramente perfeita” — e serviu de base científica para a criação da doença fictícia de The Last of Us.


6. A trilha sonora de Gustavo Santaolalla usa instrumentos danificados de propósito

O compositor argentino Gustavo Santaolalla optou por um estilo minimalista, cru e visceral para a trilha de The Last of Us. Mas você sabia que ele usou deliberadamente instrumentos quebrados e desafinados? O ronco de cordas frouxas e o som metálico de violões maltratados criam uma sensação de tensão e vulnerabilidade — exatamente como o mundo do jogo. Isso explica por que a trilha soa tão emocional e desconfortável, mesmo em momentos silenciosos.


7. Ellie era originalmente acompanhada por um cachorro

Nas primeiras versões do roteiro, Ellie teria como companheiro um cão de guarda, pensado para alertar sobre a presença de inimigos. O animal, porém, foi retirado após os testes iniciais, pois os jogadores ficavam emocionalmente apegados demais a ele — o que complicaria cenas tensas em que o cão poderia morrer. A decisão foi polêmica dentro do estúdio, mas acabou deixando mais espaço para desenvolver o relacionamento entre Joel e Ellie sem distrações.


8. O canivete de Ellie muda ao longo do jogo

Pouca gente percebe, mas o canivete que Ellie usa muda de aparência sutilmente ao longo da campanha. Isso acontece por razões simbólicas — o objeto vai ficando mais gasto e sujo, refletindo a jornada da garota e a perda de sua inocência. Em Left Behind, quando o canivete é novinho, tudo ainda parece possível. No fim do jogo, o mesmo canivete carrega as marcas da luta pela sobrevivência. Um detalhe sutil, mas poderoso.


9. A cena do restaurante em chamas foi inspirada em O Iluminado

A sequência final do confronto entre Ellie e David, dentro de um restaurante em chamas, foi diretamente inspirada no clássico filme de Stanley Kubrick, O Iluminado. A equipe da Naughty Dog cita como referência o tom claustrofóbico, o uso da luz do fogo como metáfora da loucura e a transformação da personagem principal (no caso, Ellie) em alguém brutal, decidida a matar para sobreviver.


10. Há uma explicação científica para a imunidade de Ellie

Embora o jogo não entre em detalhes técnicos, The Last of Us Part II e o conteúdo promocional da Naughty Dog revelam que a imunidade de Ellie se deve à forma como o Cordyceps cresceu em seu cérebro. Segundo os documentos do Hospital Saint Mary, o fungo cresceu de maneira inativa, simulando uma infecção completa — o que “enganou” o sistema imunológico e impediu que novos fungos se instalassem. Ou seja: Ellie é um caso único de infecção passiva, que impede mutações adicionais.


O que os olhos não veem, a história revela

The Last of Us é mais do que um jogo. É uma narrativa interativa cuidadosamente construída, onde cada detalhe, cada som e cada sombra carrega significado. A cada nova jogada, os jogadores descobrem nuances ocultas, referências inteligentes e decisões de design que enriquecem ainda mais a experiência.

Essas curiosidades revelam o cuidado obsessivo da Naughty Dog com seu universo — e por que The Last of Us segue sendo estudado, debatido e amado, mesmo anos após seu lançamento. Afinal, como diria Ellie: “Depois de tudo que passamos… tudo isso não pode ter sido em vão.”


Curtiu essas curiosidades?
Então compartilhe este artigo com outros fãs e continue explorando o mundo pós-apocalíptico com a gente aqui no Revolution Arena. Em breve, mais matérias especiais que mergulham nas profundezas da cultura pop como você nunca viu.

Deixe o seu comentário abaixo (via Facebook):