
Inspirado na Disney? As curiosas semelhanças entre Super Mario Bros. 3 e a estrutura da Disney World
15 de maio de 2025Castelos centrais, mundos temáticos e a sensação de “parque de diversões virtual”
Quando Super Mario Bros. 3 foi lançado no Japão em 1988 — e posteriormente nos EUA em 1990 — muitos jogadores mal conseguiam acreditar no que viam. O jogo não era apenas uma sequência do aclamado Super Mario Bros.; era um espetáculo visual e temático, com mundos únicos, estética teatral e uma estrutura que fazia cada fase parecer parte de um universo fantástico maior.
O que muitos não sabem é que parte dessa magia pode ter sido inspirada em um dos lugares mais mágicos do mundo real: a Disney World. Embora a Nintendo nunca tenha confirmado oficialmente a influência, as evidências estão por toda parte. De castelos centrais conectando mundos a biomas distintos e atmosferas imersivas, Super Mario Bros. 3 tem mais em comum com o parque da Flórida do que se imagina.
Neste especial do Revolution Arena, analisamos as semelhanças impressionantes entre o mundo de Mario e a terra do Mickey, e revelamos como o maior jogo de sua geração foi também um parque de diversões virtual que cabia em um cartucho de 8 bits.
A Viagem aos Estados Unidos: O Estopim Criativo
Durante o desenvolvimento de Super Mario Bros. 3, em 1987, parte da equipe da Nintendo — incluindo o criador Shigeru Miyamoto e membros do departamento de Pesquisa & Desenvolvimento 4 — fez uma viagem aos Estados Unidos em busca de inspiração. Eles passaram por cidades como Nova York e São Francisco, mas o destino mais marcante foi Orlando, na Flórida, onde visitaram a Disney World.
Lá, foram impactados pela organização temática dos espaços, a sensação de transitar por universos diferentes dentro de um mesmo mundo e a importância de elementos visuais memoráveis. A experiência parece ter sido absorvida com entusiasmo por Miyamoto e seu time — e posteriormente retraduzida na forma de um jogo de plataforma inovador.
1. O Castelo Central: Disney World vs. Mario World
No centro da Disney World está o Castelo da Cinderela, que atua como ícone visual do parque e ponto de interseção para os diversos mundos temáticos ao redor. Em Super Mario Bros. 3, cada um dos oito mundos tem um castelo branco central — tanto como marco visual quanto como objetivo final da progressão.
Assim como na Disney, o castelo em Mario não é apenas um ponto estético: ele representa o fim de uma jornada e o portal para o próximo grande desafio, com um novo “ambiente temático” à frente. Ao vencê-lo, o jogador é recompensado com acesso a um novo reino, como quem atravessa os portões de outra área do parque.
2. Mundos Temáticos: Uma Estrutura Familiar
Disney World é composta por zonas temáticas distintas — Tomorrowland, Adventureland, Fantasyland, Frontierland, entre outras. Cada uma tem estilo, ambientação sonora, paleta de cores e atrações únicas.
Super Mario Bros. 3 segue a mesma estrutura temática:
- World 1: Grass Land (o clássico cenário alegre de entrada, como Fantasyland)
- World 2: Desert Hill (lembrando a Adventureland)
- World 3: Water Land (com sensação de relaxamento, similar a partes do Epcot)
- World 4: Giant Land (onde tudo é desproporcional, como em atrações exageradas da Disney)
- World 5: Sky Land, World 6: Ice Land, World 7: Pipe Maze, e World 8: Dark Land — cada um com ambientações distintas, mecânicas únicas e visuais cativantes.
Cada mundo é como uma “land” da Disney, com sua própria identidade, trilha sonora específica e até inimigos característicos. A experiência de atravessá-los não é apenas progressiva — é narrativa e sensorial.
3. Teatralidade e Encenação: Mario no Palco
Super Mario Bros. 3 começa com uma cortina se abrindo — literalmente. Os blocos parecem pendurados, parafusados no fundo; plataformas flutuam como cenários suspensos; ao final de cada fase, Mario sai “pelas coxias”.
Essa estética reforça a ideia de que estamos assistindo (ou participando) de uma peça de teatro. E o que são os espetáculos da Disney, senão grandes peças interativas a céu aberto? Seja em shows, desfiles ou até atrações como “It’s a Small World”, a teatralidade está no centro da experiência.
Miyamoto, fã confesso de animações e musicalidade, sempre defendeu que os jogos da Nintendo deveriam ser como brinquedos — vivos, encantadores e performáticos.
4. A Estrutura de Um Parque Virtual
Ao introduzir um mapa interativo no estilo de tabuleiro, Super Mario Bros. 3 deu aos jogadores algo muito além da tradicional linearidade. Era como passear por um parque, escolhendo em que fase “entrar” primeiro, se explorava minigames ou enfrentava um mini-boss. Havia também casas do Toad, flautas secretas e caminhos alternativos.
Como na Disney, o jogador tinha liberdade para decidir sua rota e se aprofundar mais (ou menos) em determinadas atrações. Algumas eram rápidas, outras secretas, e outras desafiadoras — tal como em um parque temático real.
5. Magia no Design: Sensações Sobre Realismo
A Disney World não se baseia em realismo — ela se baseia em sensações, fantasia e encantamento. Super Mario Bros. 3 adota o mesmo princípio. Nada no jogo tenta ser realista: árvores dançam, objetos têm olhos, inimigos sorriem e as leis da física servem à diversão, não à lógica.
Assim como a Disney cria um espaço onde a realidade é suspensa, Mario 3 entrega um universo onde o jogador se encanta, se diverte e se surpreende constantemente, mesmo décadas depois.
Uma Fantasia Interativa Inspirada na Terra da Fantasia
Embora nunca tenha sido oficialmente confirmada, a influência da Disney World em Super Mario Bros. 3 é difícil de ignorar. Da estética teatral à estrutura de mundos temáticos, da progressão por castelos centrais à liberdade de exploração no mapa, tudo parece ecoar a experiência de andar pelos corredores encantados de Orlando.
Super Mario Bros. 3, mais do que um jogo de plataforma, foi um parque de diversões digital cuidadosamente planejado. E é justamente essa combinação de imersão, surpresa e magia — tão característica da Disney — que faz dele, até hoje, um dos jogos mais celebrados da história.
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