Por que Super Mario World ainda é considerado o melhor Mario 2D de todos os tempos!?

Mais de três décadas após seu lançamento original no Super Nintendo, Super Mario World continua no topo de praticamente todas as listas que tentam elencar os melhores jogos de plataforma 2D já feitos. Mesmo com o avanço da tecnologia, a chegada de novas gerações de consoles e dezenas de jogos do encanador mais famoso do mundo, há um consenso entre fãs e críticos: nenhum outro Mario 2D capturou tão perfeitamente a essência da franquia quanto Super Mario World.

Mas o que faz esse título resistir ao teste do tempo com tamanha autoridade? Por que tantos jogadores ainda o consideram o ápice do gênero, mesmo diante de obras modernas como New Super Mario Bros. U ou Super Mario Maker? Nesta matéria, vamos explorar os pilares desse legado imortal — e mostrar por que Super Mario World ainda reina soberano no coração dos fãs.

1. Exploração em Um Mundo Interconectado

Um dos maiores saltos de Super Mario World em relação aos títulos anteriores da franquia foi a criação de Dinosaur Land, um mundo coeso, com regiões distintas e mapas interligados que podiam ser explorados com liberdade.

Ao contrário da estrutura rígida de “mundo 1 → mundo 2” que predominava nos jogos anteriores, aqui o jogador podia desbloquear atalhos, voltar a fases anteriores, abrir caminhos alternativos e descobrir rotas escondidas. Era a Nintendo entregando não só fases, mas um mundo vivo e em constante transformação, onde cada jogada podia levar a descobertas diferentes.

Essa abordagem não apenas revolucionou o gênero plataforma, mas também inspirou décadas de jogos posteriores, sendo frequentemente apontada como precursora da filosofia de design “semiaberto” adotada por vários títulos modernos.

2. Cape Feather: O Power-Up Mais Versátil da Série

Poucos power-ups na história dos videogames proporcionaram uma sensação tão plena de controle e liberdade quanto a Cape Feather. Ao pegar a pena dourada, Mario ganhava uma capa — e com ela, a habilidade de voar, planar e realizar ataques giratórios.

Diferente do Raccoon Mario de Super Mario Bros. 3, a Cape Feather permitia manobras mais complexas, como voar por tempo indeterminado ao controlar o impulso com movimentos no direcional. Era uma ferramenta que, além de combater inimigos, permitia explorar o design vertical das fases e alcançar áreas escondidas que, muitas vezes, guardavam saídas secretas ou itens valiosos.

O uso da capa não era obrigatório — mas quem dominava suas nuances, sentia-se praticamente invencível. Era uma das primeiras vezes em que um power-up não apenas ajudava o jogador, mas permitia dominar o jogo com maestria e estilo.

3. Level Design Cirurgicamente Preciso

Se existe um aspecto que solidifica Super Mario World como referência eterna no gênero plataforma, é seu design de fases impecável. A estrutura de cada nível é pensada nos mínimos detalhes, oferecendo desafios progressivos, espaço para experimentação e ritmo constante, sem nunca parecer punitiva ou injusta.

Cada novo inimigo, obstáculo ou mecânica é apresentado de forma intuitiva, permitindo ao jogador aprender e reagir sem a necessidade de longos tutoriais. A curva de dificuldade é fluida, e o jogo recompensa tanto a abordagem direta quanto a exploração minuciosa.

Além disso, o uso inteligente de elementos como plataformas móveis, blocos ativáveis, interruptores coloridos e desafios baseados em tempo torna cada fase memorável. Mesmo décadas depois, jogadores ainda se lembram de fases como Donut Plains 1, Forest of Illusion ou o temido Tubular — o que prova o impacto duradouro da genialidade por trás da construção de cada estágio.

4. Segredos por Todos os Lados

Se você acha que terminou Super Mario World ao derrotar Bowser, está enganado. O jogo contém 96 saídas únicas, muitas delas acessíveis apenas por rotas secretas, interruptores ocultos, fases com mais de um final ou entradas escondidas no mapa-múndi.

Descobrir essas saídas era quase como resolver enigmas: fases com pontuação vermelha indicavam múltiplas rotas de conclusão, e muitas delas levavam ao misterioso Star World, que por sua vez escondia o desafiador Special World — um conjunto de níveis que testava os limites de qualquer jogador.

Esse sistema de exploração opcional fez com que Super Mario World fosse muito mais do que um jogo de plataforma linear. Ele oferecia longevidade, replay infinito e, acima de tudo, a sensação de que sempre havia algo novo para descobrir.

5. Yoshi: O Companheiro Que Virou Estrela

Outro grande diferencial de Super Mario World foi a estreia de Yoshi, o simpático dinossauro verde que se tornaria um dos personagens mais amados da Nintendo.

Yoshi não era apenas um enfeite: ele mudava a forma como o jogo era jogado. Ele podia comer inimigos, pisar em espinhos, cuspir fogo (dependendo da concha que engolia) e até voar com determinadas habilidades. Além disso, servia como um “escudo extra”, já que Mario podia cair dele ao ser atingido e recuperá-lo antes de se ferir.

Yoshi representava não só inovação em jogabilidade, mas também carisma e apelo emocional, ajudando a tornar o jogo mais acessível para novatos e ainda mais divertido para veteranos. Seu sucesso foi tanto que ele protagonizou sua própria linha de jogos nos anos seguintes.

Um Jogo Atemporal Que Definiu o Gênero

Super Mario World não é apenas um clássico. Ele é um marco histórico que estabeleceu padrões que muitos jogos ainda tentam alcançar. Foi um dos primeiros a mostrar que um jogo de plataforma 2D poderia ser profundo, inteligente, livre e tecnicamente sofisticado, mesmo com gráficos pixelados e controles simples.

Ainda hoje, Super Mario World continua sendo jogado, analisado, modificado e reverenciado. Seja nas versões de Super Mario All-Stars, no Nintendo Switch Online, em speedruns, mods Kaizo ou em fan arts nostálgicas, o legado desse jogo segue vivo, pulsante — e eterno.

É por isso que, mesmo com toda a evolução da indústria, Super Mario World ainda é – e possivelmente sempre será – o melhor Mario 2D de todos os tempos.